Uma visita desconhecida e inesperada

Ontem foi um dia incomum. Após o trabalho, fui me encontrar com uma brasileira, Sara. Detalhe, nunca a vi na minha vida. Blind date! hehehe

Recebi uma mensagem no orkut de uma colega de faculdade que mora em Londres e disse que uma amiga dela viria para Amsterdam passar 2 dois e gostaria de ter um contato aqui. Bom, passei meu email para ela com meu número de telefone e quando ela chegou ela me ligou e marcamos de nos encontrar depois do horário de trabalho para tomar uma cerveja e comer, pois logo em seguida eu tinha aula de dança do ventre.

Fui encontrá-la no hostel Stayoke em frente ao Voldenpark. By the way, o hostel é muito legal! um prédinho super bonitinho, estilo holandês, com uns 5 andares mais ou menos e cheio de gente jovem (como diria minha mãe).
Cheguei no lounge do hostel e havia maior galera. Mas logo um pequena pessoa, com casaco vermelho vindo em minha direção.

Sara bióloga, trabalha com cultura popular da Paraíba, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Florianópolis. Super gente boa, tranquila. Tivemos um fim de tarde ótimo. Fomos em um Irish Pub, tomamos uma cerveja com uma porção de batata e batemos o maior papo sobre como é viver aqui, a cultura, os hábitos, as leis, o sistema. Ela, na verdade, estava indo para Índia, viajar de férias e passar uma semana em um templo de meditação e yoga (tem um nome, acho que ashna, ou algo assim). Mais um coisa em comum!! Conversamos sobre a India, disse o quanto adorei ter ido para lá, dei várias dicas que a Bárbara havia me passado. Depois fui levá-la para conhecer o cartão postal de Amsterdam: o Red Light.

Estava bem fraquinho o movimento. Mal encontramos mulheres de biquinins rebolando nas vitrines. Ainda bem, pois odeio aquele bairro. Acho barra pesada, ambiente pesado. Sei lá, não me sinto bem. O Red Light, para quem não está familiarizado é o bairro onde é permitido a prostituição e onde as profissionais ficam expostas em vitrines para seus clientes. Aliás, prostituta aqui é profissão registrada e tem todos os direitos de trabalhadora, paga impostos e tal. Mas sendo bem racional, prostituição sempre existiu e sempre existirá, na Holanda o que eles fizeram foi organizar a zona, literalmente. Eles delimitaram um área em cada cidade onde é permitido. E como aqui é frio, não dá para as mulheres (nunca vi homens) ficarem nas ruas seminuas desfilando por ai. Então elas ficam dentro de casa, com as cortinas abertas e quando um cliente se interessa pelo produto, ele entra e fecha a cortina para o serviço. É horrível de se pensar. Mas gente, pensa bem o perigo que as prostitutas no Brasil passam, elas entram no carro de sabe-lá-quem, vai para sabe-se-lá-onde, depois volta para casa sabe-se-lá-como. Aqui pelo menos elas estão protegidas, tem mais segurança. Legalização de prostituição é um tem bem legal para discussão. Assim como aborto e drogas.

Só uma notinha sobre aborto, não quero entrar em detalhes, mas o Bispo estava lendo o livro Freakonomics onde o cara diz que a violência em NYC começou a diminuir depois que foi aprovado a lei pró aborto, só para refletir.
Voltando ao Red Light, encontramos um grupo de turistas parada em frente uma vitrine e ficamos lá com ele para saber o que havia de tão interessante. Repare na foto:

Deu para ver alguma coisa? Tenta mais uma vez.

 Agora mais de perto!!

É uma loja de camisinhas de todas as formas, cores, temas. Olha o Big Ben ai!

Morri de rir. Logo em seguida fui para minha aula de dança do ventre e Sara voltou para seu Hostel. Um fim de tarde agradável. Bom conhecer pessoas legais, bom ter contato com brasileiros fresquinhos (direto do Brasil) que ainda tem coração bom.