quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O novo tipo de herói da Disney

Ontem fomos ver a animação da Pixar "Up" em 3D. Um filme muito bem feito, tanto pela animação em si quanto pelo enredo. O "herói" é um velho rabungento. História de amor não é o principal foco, não há principe e princesa, fada madrinha, nada de coisas imaginativas. Hoje em dia também as crianças nao são burras, querem algo realista, nada de leão que fala, ou coisas que não existem.
Up me surprendeu, mostra que não tem idade para ir atrás de seus sonhos! E isso é muito bom, estimular as crianças, o público alvo desse filme, a ir em busca do que desejam, e o que eu mais repeito e admiro!

Sempre acreditei que podemos tudo que queremos, pode levar meses ou mesmo anos, mas se você quer uma coisa, um desejo muito forte do fundo do seu coração, você trabalha, você cria meios de consegui-lo. Para alguns a sorte está sempre por perto, encurtando o caminho. Para mim, que não sou tão aliada da sorte, tenho que trabalhar muito para conseguir o que eu desejo. Foi assim desde sempre, e assim sempre será!

Meu principal sonho era conhecer o mundo. Minha primeira viagem internacional foi para Machu Picchu em 2003 com 21 anos. Meus irmãos vem para Europa no final do ano, um com 20 anos e o outro com 14. Todas as vezes que viajei tive que juntar meu próprio dinheiro e eles vem com finaciamento da família! Não estou querendo dizer estou com raiva que eles vem com o dinheiro do meu pai, que eu não tive isso, então, não é justo, que eu sou coitada, que para mim o caminho é mais árduo e para meus irmãos não, pelo contrário, estou muito feliz que eles possam viajar, sair daquele mundinho que eles vivem e vejam o quão grande é o mundo, quantas diferenças existem, quão bom é o nosso lar. Agora veja o caso da minha mãe, que só depois dos 50 anos que teve oportunidade de fazer uma viagem internacional. Vendo por esse ponto de vista, eu sou muito sortuda! Quero ilustrar aqui que, para mim, as coisas acontecem mais devagar (mais devagar quanto eu desejava) e nunca o efeito sorte está lá para agilizar! Não estou reclamando! Claro que meu pai me ajudou nas minhas viagens, ajudou, mas quem financiou mesmo as minhas viagens fui eu, e digo com orgulho! Claro que muitas viagens tive financiamento da Unicamp ou da Universidade de Groningen, mas foi resultado do meu trabalho. Quando eu quis viajar, minha família não estava em boas condições como está agora. Para algumas pessoas, a sorte ou o acaso, facilita a vida, no meu, não. Enfim, o que quero enfatizar é que tendo sorte ou não, se você quer uma coisa tem que trabalhar para consegui-la e mesmo nao acontecendo no tempo que você queira, um dia acontecerá!

Na minha primeira viagem conheci Bolívia, Peru, Chile e Argentina. Três anos depois, estava eu na Europa, sozinha de mochilão. Conheci algumas cidades da Itália, França, Espanha, Holanda, Bélgica e Alemanha. Dois anos mais tarde aterrisei nos EUA, onde conheci Washington, NYC e Baltimore. Agora moro na Holanda, de onde eu parti para Alemanha, Espanha, Inglaterra e Grécia. Aos pouquinhos eu vou colocando bandeirinhas no mapa mundi, com os dizeres: Já Estive aqui! Meus próximos alvos são Canadá, Austrália e Japão. Claro que nesse meio tempo vou conhecendo melhor os lugares que gosto bastante como Paris, Munique, Roma e Berlin. E assim vou em busca de conquistar o mundo. Um dia vou para o Egito e Polo Norte, mas ainda não tenho previsões.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma semana no Brasil

Cheguei no Aeroporto de Gurarulhos as 5:30 da manhã de um sábado, no mesmo horário de outros aviões vindo de Paris e Orlando. A fila para controle do passaporte estava enorme, o calor insuportável, pois eu vim de botas, casaco e meia-calça. Passada o controle do passaporte, deparei com fila no banheiro feminino, fila para pegar a mala e fila no Free Shop. Como há filas no Brasil! Sai as 7 horas para o saguão do aeroporto encontrar Luli e André.
Encontrei-os em poucos minutos, após ter comido um pão de queijo e tomado água de coco, alias a mais cara da minha vida!
Luli já estava com barrigao de gravida! Uma graça, meio desengonçada pelo desconforto que a enorme protuberancia abdominal lhe causa. Abracei-a, com medo de machucar sua barriga e logo em seguida recebi outro abraço! Anamaria havia chegado também! Estava tão feliz por ser recebida por minhas amigas! E que abraço gostoso!

Esse foi um dia muito comprido, era o dia do casamento da Lívia. Eu nem tinha vestido para ir, mas eu não estava muito preocupada não, mesmo que eu fosse de jeans, o importante era que eu estaria lá. Anamaria me emprestou alguns vestidos, mas nenhum deles serviu. Acabei usando um que eu havia comprado por 30 reais em um liquidação no shopping (rs)! Consegui ficar pronta em 20 minutos, pois os minutos antes anteriores eu usei para tentar dormir, mas não consegui muito! Enfim, acabou dando tudo certo! Com vestido de liquidação e muito feliz por conseguir participar desse momento tão importante na vida de uma mulher, especialmente de minah querida amiga, dancei muito, dei muita risada, e me diverti bastante!

Uma coisa que me chamou muita atenção nos primeiros dias no Brasil foi perceber que as pessoas me olhavam. Crianças, velhos, mulheres, homens, nas ruas, nos carros, nos onibus. As pessoas se olham, sem vergonha, com curiosidade, sem medo de que a pessoa oberservada retorne o olhar, aliás se retornar o olhar melhor ainda. Muito diferente das pessoas da Holanda. Você pode ter cabelo azul, andar pelado ou sair gritando pelas ruas que ninguém te olha, ninguém dá o minimo cabimento, como se você não existisse. Sinto-me viva no Brasil, tenho prazer em me arrumar, em colocar um salto, em passar um batom, pois sei que as pessoas vão me perceber. Esse foi uma das coisas mais marcantes que notei de diferença entre os dois países.

Posso ficar tempos longe das pessoas queridas, dos meus amigos, da minha família, mas quando eu volto, parece que nunca estive longe, apesar dos abraços serem mais apertados, os cabelos mudados, filhos no colo ou no ventre, as conversas continuam as mesmas, os convites para sair ainda continuam lá, a compreensão, o afeto, o carinho são os mesmos.

Apesar dos transtornos das filas, da ineficiência do transporte, do trânsito caótico, do estonteante calor, da falta de educação das pessoas nas ruas, da corrupção, da pobreza, da desigualdade social, apesar de todos os problemas que o Brasil apresenta, lá é o meu lugar, lá eu me sinto em casa, lá estão as pessoas que eu amo. Podem rir, eu tive que vir para tão longe, para ficar tanto tempo para perceber que meu lugar é lá, mas como diz a sabedoria popular apenas quando perdemos algo é que damos o devido valor a ele. Estou feliz aqui, meu amor está ao meu lado, estou feliz com meu trabalho, simplesmente não tenho o que reclamar da qualidade de vida que temos aqui, mas sempre faltará alguma coisa, a saudade sempre fará parte da minha vida.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ansiedade

Hoje estou indo para o Brasil já!
Fui dormir as 2 da manhã. Fui ao encontro das falantes de Português aqui em Groningen para despedir da Luciana que vai voltar para o Brasil semana que vem. Como sempre, a conversa vai longe nesses encontros, voltei para casa as 11 da noite. Ainda tinha que terminar de fazer o álbum de fotos do professor Hiroshi e estudar mais um pouco.
Mas como sempre, a ansiedade me atormenta, acordei a 6 da manhã, já começou a ficar escuro, tentei dormir mais um pouquinho, mas meus olhos não queriam mais fechar. O coração já estava acelerado. Acho que isso não e normal. Será que estou nervosa por causa do exame, ou por causa da viagem? Difícil saber
Enfim, aqui estou acordado e resolvi escrever um pouco, já que há tempos não posto nada!
Vou estudar mais um pouquinho que ainda tenho 2 horas para prova!

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