sábado, 25 de setembro de 2010

Mulheres

Tenho que confessar que parei de ler o livro "Amor em tempo de Cólera" para ler um o livro  "Casório?" de Marian Keyes. Eu sei que é um crime parar o livro na metade, mas não resisti. O Bispo me mostrou um aplicativo do iPod Touch, o Stanza, que dá para ler livros. Eu até já tinha esse aplicativo, mas tinha apenas um livro, Alice no País das Maravilhas, em inglês. Então ele me mostrou um catálago de livros em português e fiz download de vários, inclusive a coleção da Marian Keyes. Comecei a ler  Casório?! durante meu trajeto casa-trabalho e Amsterda-Groningen. Ler no iPod é bom até, pois o tamanho da letra é bom e a maior vantagem é que não tenho que carregar livro pesado na bolsa, que alías sempre está cheia: roupa de academia, dança do ventre, marmita, frutas, colírios e mil outras coisas.
Esse livro de leitura fácil e que acaba pegando o ritmo logo. Mas estou odiando a história. Estou odiando a personagem principal Lucy, uma irlandesa solteira que mora e trabalha em Londres (única coisa legal do livro é se passar em Londres) e vai numa cartomante que diz que o amor da vida de Lucy está ao lado e ela vai se casar em breve.
Uma história bem familiar.

O que dá mais raiva é que identifico muitas amigas em Lucy e o pior, me identifico. Lucy é sonhadora. Faz mil planos. Imagina o futuro. Mal conhece um cara numa festa e já imagina se casando com ele, imagina o nome dela com o sobrenome dele, fica esperando ligações dos caras que conheceu na noite anterior, e se eles ligam, se derrete toda, achando que vai se casar com o cara. Para saber mais do livro clique aqui.

Primeiro, por que nós mulheres nos damos o trabalho de ir numa vidente? Para que saber o futuro? Se é que esse futuro das videntes existe. Elas sempre falam que o amor da nossa vida está ao nosso lado, ou que vamos encontrar um cara bacana, ou que vamos ter 2 filhos, ou que alguém próximo vai morrer. A chance delas aceitarem é alta. Isso sempre acontece com todo mundo. Ou quase todo mundo. E pior, a gente acaba vivendo em função dessas previsões e esquece de viver de verdade. Acaba tomando as decisões erradas só para fazer as previsões darem certo. Isso é acreditar no destino. Isso é admitir que não temos controle da nossa vida. Um absurdo. Pode falar o que foi, que você estava pre-destinada a conhecer fulano, a ter 3 filhos, a estar naquela hora, naquele local onde você conheceu o homem da sua vida, que nada é por acaso etc. Odeio pensar que as coisas não são por acaso, porque parece qeu somos brinquedos do destino, de alguém superior (deus?) que brinca, manipula e faz o que quiser das nossas vidas. Ratos de laboratório. Não não gosto de pensar assim. Acredito no acaso, na verdade quero acreditar. As pessoas falam "mas isso aconteceu com você não foi por acaso, você aprendeu isso, isso e aquilo". Com todas as situações da sua vida você aprende alguma coisa.
Admito que uma vez a irmã do meu amigo tirou umas cartas para mim. Ela disse que eu ia passar por uma grande transformação, que eu estava infeliz e tudo mais. Tudo bem, ela acertou. Mas que não passa por transformação, quem está 100% feliz, quem não tem nada para melhorar na sua vida?

Por que as mulheres ficam projetando o futuro em suas cabeças? Por que a imaginação de uma mulher voa longe?
Conversando durante o almoço com meu namorado, fanático por evolução, chegamos a uma conclusão: Todo esse comportamento feminino de projeção do futuro, de competição entre mulheres vem dos nossos ancestrais das cavernas. Naquela época, os homens saíam para caçar e as mulheres ficavam em "casa"cuidando da prole junto com as outras mulheres. Elas não tinham mais nada para fazer além de cuidar dos filhos, preparar comida e ficar pensando como seria quando os homens voltarem. Ficar imaginado. Havia disputa, competição entre as mulheres pois elas tinha que ser a mais bonita para aumentar as chances do macho alpha, o mais forte, o mais bonito, o mais mais, a escolher para procriar.
Então o que as mulheres ficavam fazendo o tempo todo, e ainda continua fazendo é pensar, imaginar o futuro, fazer planos. Em contrapartida, os homens tinham que ser cooperativos, "amigos" entre si, para sobrevir durante a caça, pensar no presente, pois assim garantia sua sobrevivência. Isso explica parcialmente porque fazem planos, se preocupam com o que as outras mulheres acham e os homens são pé do chão e são mais amigos entre si.
Isso explica porque pessoas de lugares tão diferente que nunca se encontraram e que cresceram inseridas em diferentes culturas possuem comportamento semelhantes frente as mesmas situações.
Quem se interessou pelo assunto, sugiro alguns livros para aprofundar no assunto. O mais famoso dele é O Macaco Nu, de Desmond Morris (em inglês The Naked Ape), publicado em 1967 onde descreve a espécie humana através da perspectiva comportamental (etologia). Outros autores que sugiro são Richard Dawkins, com seu livro O Gene Egoísta, talvez um pouco mas com outro enfoco, Sthephen Pinker com a Tábula Rasa.

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