quarta-feira, 31 de março de 2010

Dia 7 de março: às compras!

Quer deixar uma mulher feliz é levá-la a um complexo de lojas cheias de novidades e com preços baixíssimo e claro, com dinheiro no bolso. Foi assim nosso primeiro dia na India. Cansada, sem dormir, mas com adrenalina a mil no meio de tantas lojas!!Não que eu tivesse muito dinheiro, mas as coisas na India era tão baratas que era como se eu fosse milhionária!

Fomos então para o shopping perto do hotel. Para isso pegamos um tuc tuc, aquelas motocicletas de três rodas que são cobertas e cabe três pessoas atrás. É uma aventura e tanto! O trânsito é totalmente  insano, salve- se quem puder!
Finalmente chegamoss nas lojas! Incrivelmente meu cansaço foi embora e a adrenalina das compras tomou conta do meu corpo! Agora entendi porque minha mãe queria comprar, comprar e comprar o tempo todo e em todo lugar que ela ia nossa viagem de final de ano! Primeiro, a sensação de comprar, de ter dinheiro infinito (por mais que seja finito) é muito boa! Segundo, as coisas que você compra e leva para sua casa prolonga um pouco mais sua viagem, pois quando você as vê em sua casa, você se lembra dos detalhes de quando comprou, onde comprou, como comprou. E terceiro e mais importante, você não sabe quando irá voltar e ter a oportunidade de comprar aquele objeto novamente e pois isso tenta comprar o máximo que der. Para minha tristeza, só tinha direito a uma mala de 23 kg. Uma pena, que na verdade foi sorte senão eu iria a falência (risos),  pois senão eu ia me descontrolar muito fácil.

O shopping era um prédio de 6 andares bem velho e/ou mal conservado, sujinho também. Na verdade tudo lá é sujo! Havia muitas pessoas no shopping e nunca parava de chegar mais.  A maioria era homem, alías, homens são a maioria lá!

As lojas são um sonho! Nada de grife chique, Dolce&Gabana, ou Valentino ou Channel, mas para mim que sou fã de roupas e acessórios indiano, as lojas era um paraíso! Tudo muito barato, diferente e lindo! O cume das nossas compras foi loja de jóias. Fui ao delírio!
Não tenho condições de comprar ouro, que by the way era muito barato comparado com lojas que temos na Holanda ou no Brasil, mas para mim ainda era caro. O preço de um brinco minúsculo de ouro dava para comprar 5 ou até mais de prata! Advinha qual eu escolhi?
Fui para seção de pratas extremanente barata e única! Teve uma loja que pagamos 29 rupees a grama! Quase comprei a loja inteira!
Depois de ter enloquecido com os brincos, colares e tudo mais, fomos em busca de roupas para eu ir no casamento.
Achei camistas por 3 euros! Sapatos por 10 euros ou menos! Perdição total! Mas ainda não tinha achado roupa de ir para o casamento. Sei lá o que eu esperava, mas não achava nada que me agradava, só aquelas roupas indianas composta de uma calça mais ou menos justa e uma blusa longa que parece um vestido. Detalhe, as roupas indianas que se vende no Brasil, saias, vestidos batas, não existe lá!
Se o casamento fosse aqui ou no Brasil eu usaria só a blusa'qeu já é enorme, abaixo do joelho. Mas eu estava lá então tinha que passar calor e usar a calça também. Finalmente achei um conjunto que me agradou! Um pouco caro, mas realmente lindo, colorido com vermelho predominando, verde e dourado. Muito glamour!
  No final acabei adorando o conjuntinho e não passei tanto calor!

Tudo isso demorou o dia todo, coitados dos meninos!

No meio tempo paramos para almoçar, num restaurante super chique para os padrões indianos, o prato custava em torno de 2.50 euros. Foi ai que me torneu fã de Raitha, um molho de yogurt com cebola roxa bem picadinha e limão!
 Raitha no potinho, arroz com cogumelos e couve-flor emapanada, estava uma delícia!

domingo, 28 de março de 2010

A primeira impressão da Índia

Na Índia só é permitida a entrada no aeroporto de pessoas que vão embarcar. Rajesh nos esperava do lado de fora do aeroporto, com dois botões de rosa para nós duas. Esse ato do Rajesh foi o primeiro que tivemos que mostrou a hospitalidade indiana. Ah, sem esquecer que havia muita gente esperando as pessoas que estavam para chegar! Acho que nem em Guarulhos vi tanta gente esperando pessoas no aeroporto!


Chegamos em chennai as 8:39 da manhã. Passamos pela imigração que foi super rápido e pegamos nossas mochilas. Minha mala estava super vazia, havia trazido apenas 3 camisetas, 2 calças mais o jeans que eu estava usando, só! Pois as roupas que eu tenho não são apropriadas para um país tradicional com a India. Não que eu use muito decote, saia curta, mas lá na India as meninas não mostram o joelho, nem o ombro e não usam roupas coladas no corpo. Ou seja defitivamente não tinha roupa para usar lá. Fala sério! Com aquele calor todo! Quem consegue sobreviver? Mais de 1,5 bilhões de pessoas!

Bom, Rajesh e seus dois amigos que eu nãos sei os nomes (não foi por falta de falar, mas que os nomes são difíceis de entender, um chamava algo parecido com Raul, o outro não faço a menor ideia) nos levaram de taxi até nosso hotel.

Pegamos um taxi super bonitinho, carrinho antigo, estilo anos 50, a diesiel, e claro, como uma boa colônia inglesa, a direção do lado direito. Senti-me naqueles filmes ingleses do ano 50, claro sem contar com a visão fora da janela, que nada lembrava a Inglaterra.

Durante o caminho o que me chamou mais atenção foi o trânsito maluco, que toda hora que vinha uma carro no sentido contrário eu gritava e achava que ia bater! Outra coisa que chamou muito atenção foi a mulheres na garupa das motos sentadas de lado! Não havia muitas vacas pelas ruas, até fiquei triste, queria ver as vaquinhas! Essas primeiras horas foi muito marcante, pois era como se estivesse num filme. Nunca pensei que iria para India, um país tão distante do Brasil, era algo inatingível, mas lá estava eu, com 3 indianos e uma holandesa, num taxi indiano, no meio de uma paisagem completamente diferente do Brasil. As pessoas eram diferentes, as roupas, as casas sem terminar, os prédios abandonados, tudo sujo, ar poluído, mas foi mágico!

O hotel Ashoka onde estávamos hospedados era muito bem conceituado no passado, não sei mais como esta hoje em dia, mas ele é indicado no Guia Lonely Planet, enfim, resumindo o hotel é um pouco velho e não tão limpo assim. Não que não limpassem, não que não lavassem as roupas de cama, o que me pareceu é que tudo era tão velho e gasto que as lavagens não limpam mais as sujeiras acumuladas durantes os anos. As paredes do quarto tinha várias manchas, a porta também, o banheiro não é lá dos melhores. Para tomar banho de chuveiro era preciso puxar um botão e ficar segurando senão a água sai pela torneira logo abaixo na altura do joelho, ou seja, por 3 dias tomei banho com uma mão só, depois eu consegui dar um jeito e fazer a água só passar pelo chuveiro! Mas na verdade, o banho de chuveiro não é muito usado por lá, o banho lá e assim: você enche um balde que já mora no banheiro (todos os lugares, mesmo nos hotéis chiques, com a diferença que nos hotéis chiques o balde é mais novo e bonito) e com uma canequinha que sempre o acompanha você despeja água sobre você! Isso me lembra quando faltava energia em casa e tínhamos que tomar banho de canequinha!
Meu primeiro pensamento foi tentar arrumar outro hotel, deu aquele nojinho desesperador, mas respirei fundo e parei de frescura, já sabia que a India não seria o lugar mais limpo e novo de ficar, então se estava no inferno era para abraçar o capeta, não é assim o ditado? Então comecei tentar aproveitar e ver as coisas boas.

Tomamos um banho rápido e fomos encontrar Rajesh e os dois amigos para tomarmos café da manhã. Tomamos um café tipicamente do sul da Índia: dois bolinhos feitos de arroz em forma de disco voador chamados idly que você mergulha em dois tipos de molho um chamado samba que parece uma aguinha suja com algumas coisas flutuando como pedaço de tomate e cebola, quiabo, batata, cenoura e, outro molhinho com leite de coco ambos muuiiiito apimetados. Não consegui comê-los! Outra coisa que tinha era um punhado de arroz muito temperado e cheios de ervas mas não tinha pimenta. Ah, o mais gostoso mas não consegui comer pois já estava cheia foi a panqueca indiana chamada Dosa que é bem fininha e crocante com manteiga e um pedaco de folha de bananeira para dar aroma! Uma delícia! O café vem sempre com leite e é bem gostoso.

Uma coisa que notei no hotel e que não tem mulheres trabalhando apenas homens, aliás tem muita gente para pouco serviço, mas geralmente nos lugares que fomos tem muita gente para fazer o mesma coisa e muita gente não fazendo nada. Os homens que trabalham no hotel e que não trabalham na recepção, estão geralmente descalços e usam um uniforme bege bem sujinho, que consiste de uma camisa de botão com mangas curtas e um shorts. Toda vez que passávamos perto deles eles se levantam, se estiveresse sentados obviamente.
Essas foram minhas primeiras horas na India! Um pequeno choque cultural, mas logo superado!

sexta-feira, 26 de março de 2010

E a Primavera Chegou

Praça em Gronigen

Finalmente o inverno acabou, a primavera chegou e o bom humor das pessoas também!
Impressionante como é nítida a diferença. Até 2 semanas atrás estava nevando, com temperaturas, de até 5 graus. Frio. Muito frio.
Essa semana, quando começou oficialmente a primavera, já temos sol todos os dias, temos claridade a partir das 6 da manhã até as 8 da noite. As flores no jardim já começaram a desabrochar, deixando a paisagem com mais vida.

No metro, as pessoas agora até conversam, sorriem. No Inverno, era um silencio aterrorizador no metro, ninguém falava nada. Super engraçado observar como o comportamento das pessoas mudam de acordo com o tempo aqui. Já podemos notar que as pessoas começaram a ficar doidas: estão saindo de casa com patins, com cachorrinhos na sextinha da bike, estão jacarezando no sol, falam mais alto, sorriem. Engraçado que é asim que vivemos no Brasil o tempo todo! Não ficamos no sol, pois ninguém aguenta, mas somos alegres, falamos alto e somos felizes.

Dia 18 de março reabriu o Keukenhof , o jardim de flores mais famoso do mundo, onde encontra os mais diversos tipos, cores e formas de tulipas e cada ano há um tema, esse ano é sobre Russia. Ano passado foi sobre Nova York, e no retrasado foi China. É eu fui para lá todos os anos, mas o que fazer na Holanda na primavera a não ser apreciar as flores mais belas do mundo, as tulipas? E essa ano iremos novamente.

Ontem fui passear pelo centro de Amsterdam. Sabe que estou começando a gostar daqui. Fora aquela parte nojenta do Red Light, cheio de turistas, coffieshop e prostitutas, Amsterdam tem lugares lindos.
Na quarta-feira fui na loja de produtos brasileiros que fica em algum lugar impronunciável de Amsterdam e nesse reigião tem várias lojinhas legais. Infelizmente nesse dia não pude comprar nada na loja pois já eram 6 horas da tarde, a loja não aceitava cartão e minha aula de dança começava as 6:30. Ou seja, fui lá, vi as maravilhosas coisas que me fez lembrar o Brasil, passei vontade e fui embora. Mas no dia seguinte, lá estava eu novamente. Sem dinheiro novamente. Burra. Mas tinha tempo, fui ao caixa eletronico e depois me deliciei na loja: guaraná, farinha láctea, batata palha e doce de leite. A loja é bem carinha, era só para matar vontade mesmo. Comprei um guaraná geladinho, humm que delícia, no primeiro gole foi impressionante as lembranças que aquele sabor me trouxe. Em pouco instantes revivi muitos momentos que tomei guaraná, começando com as festinhas de aniversário da casa da vovó Adelaide quando era criança, quando a garrada ainda era de vidro marrom! Depois veio a lembrança de quando eu, Karla e Ana tomamos guaraná em Amsterdam, num final de semana muito louco que tivemos! Quanto sabor, quanto gás, quanta doçura, esse é o guaraná do Brasil!
Por incrível que possa parecer, não há batata palha aqui. Um dos país super fã de batata, não tem a batatinha mais crocante do mundo. Aqui na feira há uma barraca que só vende batata, tem milhoes de tipos, uma para sopa, outra para fritar, outra para assar, outra para fazer conserva. Pra mim apenas existia batata, batata-doce e batatinha de festa de casamento. Mas não tem batata palha. Ah, nas feiras de rua do Brasil (pelo menos no estado de São Paulo) temos pastel, aqui na Holande eles vendem batata frita!! Pura Delícia!

O doce de leite que comprei vem naquele saquinho que vc tem que fazer um buraquinho com o dente e ficar chupando! Pura infância!

Nessa reigão em Amsterdam ainda tem uma loja só de temperos, tudo que se possa imaginar, flores de camomila secas, hibiscos secos, or;égano, massala, petersalie, pimentas e mais pimentas!

A intenção era procurar um bar com mesas na calçada, tomar uma cerveja e ler meu livro. O dia estava bonito, quente, foi a primeira vez que andei sem casaco na rua! Mas como não achei o tão idealizado bar, me contentei com meu guaraná e fui para casa. Apreciando a arquitetura da cidade, as pessoas, o pôr-do-sol. Pode parecer melancólico ao dizer que eu estava sozinha, passeando pela cidade, tentando ir no bar sozinah,  mas sabe que me diverti até. Sou até uma boa companhia para mim mesma!

terça-feira, 23 de março de 2010

Coisas mais intrigantes na India

Durante a viagem eu listei várias coisas entre comportamento, estilo e cultura que observei na India, os quais achei muito interessante e queria compartilhar, aqui estão elas:
Banheiro:
  • não há vaso sanitário como estamos acostumados, o vaso é no chão. Imagine uma privada enterrada, onde a abertura é no nível do chão. É isso ai! e na lateral tem um lugar para colocar os pés!
  • Não há papel higiênico nos banheiros, mas há sim uma torneira, um balde e uma caneca para se lavar, o que pensando bem é menos poluente. Imagine o tanto de papel que seria consumido, quantas árvores seriam derrubadas e quanta poluição para limpar a bund* de 1,5 bilhões de pessoas! Pois é, melhor assim!
  • Não há chuveiro, também se usa um balde e uma caneca. (esses itens não sãoaplicavél em hotéis e lugares ultra turísticos)
Balançar da cabeça:
  • todo indiano do Sul do país tem um balançar da cabeça muito característico quando respondem a alguma pergunta. Conhecemos o balançar de um lado para o outro, que significa NÃO, o balançar para cima e para baixo, que significa SIM, e lá na India eles são mais avançados, pois eles tem um que significa OK, onde eles fazem uma meia lua com a cabeça. No começo foi difícil entender, pois eu perguntava alguma coisa como por exemplo, posso deixar minha mala aqui, e esse terceiro balançar de cabeça, o de meia lua vinha como resposta e eu não entendia o que significava, pois não parece sim e nem não.
Trânsito:
Repare no recado: "Sound horn", ou seja, "Buzine"!
  • As ruas tem estilo inglês. Toda hora eu  achava que estávamos na contramão, o que também dificultava atravessa. Tinha que ficar muito atenta.Ah, não posso esquecer de mencionar que o trânsito não tem regras, pode-se ultrapassar a qualquer hora, pois o veículo que vier no sentido contrário irá desviar, se ele puder, claro. E os carros facilitam a ultrapassagem, mesmo o que estiver vindo em direcão contrária. Outra coisa que é regra é a buzina. Os caras dirigem com a mão na buzina, e pior, eles gostam de buzina e pedem para pessoas buzinarem para eles! Na verdade, como o trânsito é caótico, eles são muito atentos, e a buzina avisa que você está passando. E tudo funciona em perfeita harmonia
  • Ônibus circular é chamado de air bus, pois as janelas não tem vidros, é totalmente aberto!
  • Tuc-tuc são aqueles carrinhos com 3 rodas, metade carro, mas tem volante de moto e que camporta o motorista na frente e duas pessoas atrás. Mas já observei cerca de 8 pessoas e um tuc-tuc 





  • Muitas motocicletas nas ruas, geralmente com mais de 2 pessoas!
 Adivinhe quantas pessoas tem nessa moto.


Comida:
  • As pessoas locais não comem com talheres, usam a mão direita para comer. É impressionante a habilidade de comer com as mãos, e não fazem sujeira. Para mim era super difícil, não conseguia pegar o arroz sem derramar pela mesa toda. Outra coisa interessante, em suas casas, os indianos comem no chão, não sentam em mesas como nós ocidentais. E o prato é folha de bananeira!


  • As frutas são deliciosas, como no Brasil. Depois de tanto tempo consegui uma boa melancia e um bom mamão! hummm como sentia falta!
  • A comida indiana é deliciosa, mas vai um tempo para acostumar com a pimenta. Ainda assim teve pratos que não conseguia comer. E o mesmo prato em diferentes lugares tem sabores completamente diferentes, por exemplo, experimentei mushroom masala em vários lugares e não tinha nada a ver um com o outro.
  • café-da-manhã é uma refeição com arroz, pão feito de arroz, dosa e idly, que são uma delícia por sinal, a companhados de um molho com batatas, cenoura, quiabo e tomate. Uma delícia! Mas também tem o café indiano, onde eles fervem o leite com o pó de café, super gostoso. Em alguns lugares eles colocavam carnamon, que eu não sei o nome em português, mas eu detesteim é tipo um anis, credo!
As pessoas e seus comportamentos:
  • Pelo que eu pude perceber quando fui visitar a família do meu amigo Rajesh, as pessoas dormem em esteira de palha no chão. Pude comprovar pois todos os hotéis que ficamos tinham camas com colchão super duros.
  • A pessoas são sempre alegres, sorridentes, hospitaleiras e curiosa. Em todo lugar as pessoas ficavam nos olhando, e perguntavam qual era nosso nome e de onde éramos. A foto abaixo mostra um monte de crianças olhando para gente (eu, quatro holandesas e um alemão). Estávamos tomando água de coco sentados na calçada, mas imagine um oásis branco no meio de um monte de gente negra, simplesmente aberração da natureza!! As crianças davam risadas! ahhaahhaha
Nessa foto várias criaças nos observam. Estávamos sentados na calçada tomando água de coco.
  • Toda mulher usa saree, aquele tecido enorme que as mulheres enrolam no corpo e fazem um vestido. Há várias formas de enrolar um saree, pode ser um sexy-saree, pode ser um saree comportado, um saree para o frio, um saree para dias quentes. Quando estiver sol o saree tem uma parte para colocar na cabeça e se proteger do sol. É a roupa mais versátil que conheço. Se não estiverem usando saree, elas usam uma calça larguinha com uma camiseta até o joelho, aberta nas laterais e um encharpe no ombro. São sempre chiquérrimas e bem arrumadas. O encharpe dá um toque especial!

  •  Como o pais tem 1.5 bilhões de pessoas, obviamente não há emprego para todo mundo e há muita pobreza. Então é muito comum ver pessoas nas ruas sem fazer absolutamente nada, de papo pro ar, vendo o movimento e tal. 
  • Pelo mesmo motivo acima, tem muita pessoa para fazer a mesma função. Por exemplo, quando fui comprar um brinco dois caras me ajudou a escolher, quando fui pagar, tinha que dar o dinheiro para uma terceira pessoa, e uma quinta pessoa foi me levar até a máquina do cartão de crédito. Incrivelmente uma sexta pessoa me deu o recibo. Não é brincadeira, foi assim mesmo!
  • É comum ver meninos, homens abraçados pelas ruas. Os caras seguram o ombro um do outro.




    • os homens usam saias. Um pedaço de tecido amarrado na cintura, como se estivesse saído do banho, mas tem uma jeito especial de amarrar, e eles assi, saem na rua, vão a padaria, ao trabalho, a casamento, e vivem frescos e confortáveis o dia todo, sem preconceito algum.



    Acho que era isso!

    segunda-feira, 22 de março de 2010

    Dia 6 de março: o voo para Dubai


    Do aeroporto em Dubai

    A companhia Emirates é, até agora, para mim a melhor companhia aérea ever! A comida simplesmente perfeita, pedi um risoto com frango, que vinha com um molho maravilhoso e de sobremesa uma tortinha gelada de manga. Bebida a vontade: água, suco, cerveja, vinho,  gin tônica, vodka tudo que você quiser, e se eles tiverem, obviamente. As poltronas super confortáveis e com monitor individual, com muitos, mas muitos filmes. Assisti ao filme chamado Old Dogs, com John Travolta e Robin Williams, um filme bobinho, 5.2 pontos no IMDb, mas morri de rir.
    Um dos canais da telivisãozinha era a imagem de uma câmera implantada do lado de fora do avião, onde tínhamos a mesma visão do piloto e havia outro canal, com imagens de uma outra câmera implantada na parte de baixo do avião.
    Chegamos em Dubai as 24h00 do horário local que deveria ser 21h00 do horário europeu. Tínhamos 3 horas para o próximo voo para Chennai, o que fazer no aeroporto em Dubai? Simples e fácil: passear pelas infinitas, chiquérrimas e caríssimas lojas! Todas as mais famosas marcas você encontra lá.  
    Tomamos um capppucino e um mocha super caros e um pão com queijo. Paguei em eruos, mas o troco só poderia ser em moeda de Dubai. O cara me pediu 3 moedinhas de Dubai para facilitar o troco mas eu não tinha nada e não queria trocar e fiquei com aquela de cachorro sem dono, que insunuava "não tenho e agora? não posso fazer nada". Então, uma simpática senhora logo atrás de mim na fila me deu os três que faltava! 
    O mais interessante no aeroporto em Dubai foi observar as pessoas. De todo o lugar do mundo de todas as religiões, cores, crenças, e estilo. Dubai é conexão para Austrália, India, China,  Japão, então, imagine a torre de babel que é aquele aeroporto. Foi lá que comprovei minha estupidez em geografia. Em que pais fica Dubai? Eu achava que era Arábia Saudita, mas depois deduzi que tem outro pequeno país ao lado da Arábia Saudita chamado Emirados Arabes Unidos, de onde vem a companhia aérea Emirates pela qual voamos até lá! Faz sentido, não?
    Ainda no avião, tivemos um café da manhã tipicamente indian, ovos, pareciam cozidos mas tinha fornato de o frito, com um molho vermelho (talvez tenha sido cozido no molho), havia arroz  e salada de frutas, isso mesmo, era o café da manhã e não almoço!
    O voo para  Chennai foi cansativo apenas 4 horas mas não consegui dormir. Aliás não dormi direito nem no voo anterior e já  estávamos no dia seguinte e compras em Chennai nos esperavam!

    domingo, 21 de março de 2010

    Dia 5 de Março: o início

    Minha viagem já começou, adivinhe por quê? Neve, linda, branca e fofa, mas que aqui na Holanda só atrapalha a minha vida. Trabalhei pela manhã em Amsterdam e na hora do almoço fui para Groningen arrumar minha mala e despedir do meu amor. Começou a nevar assim que pisei em Groningen, aqueles flocos imensos, que em poucos minutos cobriu a cidade de branco. No início achei lindo, "Nossa, neve de novo, que legal!" Mas quando vi as ruas cobertas de neve já me veio a lembrança terrível que tivemos com trens e neve na Holanda.
    Estava nevando forte, a neve começou a acumular. Comecei a me preocupar. Meu trem para aeroporto de Dusseldorf, na Alemanha, sairia às 6 da manhã para poder chegar com 3 horas de antecedência no aeroporto, mas se os trens atrasassem, não chegaria a tempo, pois tinha 2 conexões de trens de 10 min cada.  O que fazer? Mandei uma mensagem para Gwenny, minha supervisora e companheira nessa viagem, e ela sugeriu que eu fosse para a casa dos pais dela, que fica na fronteira com a Alemanha e dormissemos lá para sair pela manhã. Não queria muito, não gosto de dormir na casa dos outro, mas e se os trens atrasassem e eu perdesse o voo? Resolvi pedir informações na estação de trem e obviamente ninguém sabia de nada. Se eu arriscasse ir no dia seguinte e não chegasse no aeroporto a tempo? Ai que droga! Eu queria ficar em Groningen e descansar na minha casa, mas também queria ter certeza que iria viajar. Sabe o que eu fiz então? Comecei a chorar! Essas coisas só acontecem comigo. Poderia muito bem ter sido um dia normal, sem neve, sem possíveis atrasos, mas não, comigo tem sempre que ter aventura. Essa viagem estava promentendo, começando com aventura antes mesmo de começar a viajar.
    Depois de conversar com o Bispo, uma pessoa sensata e objetiva, decidi ir para casa dos pais da Gwenny e garantir minha viagem. Mais 2 horas e pouco de trem até lá.
    Foi a primeira vez que fui na casa de um verdadeiro holandês, sem nenhuma ligação com estrangeiro. Gwenny estava me esperando na pequena estação de Doetinchem com o pai. Após 20 min de carro, chegamos numa casa muito aconchegante de frente a uma lago, numa área rural bem tranquila. A casa de 2 andares possuía um jardim ao redor, não havia muro. No andar térreo, estava a sala de estar de jantar e cozinha bem amplas. No segundo andar havia 3 quartos e banheiro completo, ou seja, toillete e chuveiro. A casa era muito bem organizada, cuidadosamente limpa e a decoração era simples e de bom gosto.
    Estava morta de cansaço, queria dormir o mais rápido possível, mas eles me ofereceram cerveja, torradas com salmão e pates. Primeira regra de educação na Holanda: "quando estiver na casa de um holandês e este lhe oferecer algo para beber ou comer, aceite". Foi um amiga brasileira casada com um hoandês que me falou. E, portanto, ficamos conversando por umas duas horas, tomando cerveja e comendo canapés. Os pais da Gwenny falam um pouco de inglês, em apenas poucos momentos eles falavam em holandês quando eu estava por perto, pois era mais fácil para eles que não sabia uma determinada palavra em inglês, mas logo em seguida a Gwenny traduzia. Em nenhum momento me senti constrangida. Fomos dormir em seguida pois teríamos de acordar bem cedo para pegar o trem bem cedo em Emerich, uma pequeba cidade alemã perto da fronteira com a Holanda. Esse dia me recordei dos tempos quando era criança quando dormia na casa de amiguinhas da escola e ficava horas conversando ambas em suas camas antes de cair no sono e pela manhã, uma mesa de café da manhã repleta de guloseimas nos esperavam. Foi exatamente isso que aconteceu.

    sexta-feira, 19 de março de 2010

    Lar doce lar

    Depois de duas semanas longe, cá estou de volta para contar minhas aventuras na India!
    Foi um experiência e tanto! Sai de Trivanduram as 3:30 da manhã do dia 19 de março (que seria 7 da noite no Brasil) cheguei em Dubai as 6:30 da manhã horário local, depois peguei outro avião para Dusseldorf na Alemanha, onde cheguei ao meio dia, depois peguei 3 trens até chegar em Groningen, onde cheguei as 7 da noite (que seria as 11:30 do horário da India) confusão né? Imagine para mim! Estou zonzinha! Quase 24 h de viagem, mas valeu a pena!
    Tenho muito coisa para contar, mas adiantando, minha experiência pode resumir em algumas sentenças, sobre as quais discorrerei um pouco logo em breve:
    - muiiita gente
    - muiiitas cores
    - pessoas muitas hospitaleiras, simpáticas e gentis
    - muiiiita sujeira, poluição (ar, solo e água)
    - muiiiita comida e com muiiita pimenta
    - trânsito completamente louco e sem regras
    Se eu gostei? Gostei muito!
    Se fui bem recebida? Em nenhum lugar do mundo fui tão bem recebida como na India.
    Se eu voltaria? Voltaria, mas daria um tempo hehehehe. Da próxima vez iria para o Norte da país, que não conheci dessa vez, só fiquei no Sul.
    Se tem regiões bonitas ou é só pobreza? Tem muitos lugares lindos, exuberantes, natureza, mas as cidades são um caos. Mas tem muita gente pobre em qualquer lugar.

    Estou morta, vou tomar um banho e dormir para matar o jetleg!

    quinta-feira, 4 de março de 2010

    Vaticano


    Esse dia passei nervoso, talvez fiquei mais nervosa vendo o Bispo nervoso, para quem o conhece é difícil vê-lo bravo, esse dia do vaticano ele estava possesso.
    Tudo começou quando pedimos informação sobre o Vaticano, achei que estaria fechado o museu por causa do ano novo, e felizmente não estava. Eles vendia um ticket que era um pouco mais caro mas você não pegava fila. Decidimos conversar com o pessoal para ver se compensava e eles resolveram que não queriam a princípio, eles queriam ver a fila primeiro. Ok, beleza, eu já sabia o que íamos enfrentar.
    Pegamos o metro na estação termini em direção ao Vaticano, como a Lívia disse, é uma aventura conseguir entrar no metro, muitas pessoas, você fica esprimido e parece que todo mundo ia descer na mesma estação que a gente. A fila fila do museu do Vaticano estava enorme quase chegava na entrada da Basílica. Visto o tamanho da fila, resolvemos comprar aquele ticket para economizar tempo, voltamos para o informação ao turista que ficava perto da nossa casa, entra no metro de novo, se espreme, e compra e pega metro de novo e volta para vaticano. Marcamos de nos encontrar em frente a basilica, e adivinhem..... lá estava outro escritório que vendia o mesmo dia. A raiva começou.
    Nessa hora, a fila já tinah reduzido mais da metade. A Raiva aumentou.
    Tinhamos que encontrar o grupo da agência da qual compramos as tickets às 2 horas da tarde no escritório dessa agência.
    De lá saíamos todos para o museu onde cortaríamos a gigantesca fila e entraríamos rápido. Primeira oração com verbo cortar, verdadeira, segunda oração com o verbo entrar, totalmente falsa. Passamos todo mundo, entramos no museu. Fantástico, pensei. Mas o guia que nos levou até o museu tinha que comprar os tickets de todo mundo ainda. Havia umas 60 pessoas no grupo. Não havia só o nosso grupo, ou seja, demorou séculos até o cara pegar a fila, chegar a vez dele, comprar e destribuir os tickets. Zona total. Fiquei Possessa.
    Finalmente entramos no museu, queríamos o audioguide para entender saber um pouco mais sobre as obras. Primeiro, tinha que pagar 7 euros, segundo tinha que deixar um documento como garantia (absurdo, você já pagou). Terceiro, o audio era uma *osta, era um telefoninho, não tinha fone e pouca obras tinha algo para ser dito. Entendo que não seria viável ter grande parte das obras no audio guide, se não demoraria dias para escutar tudo. Enfim, mas aquelas que eu queria saber um pouco mais, não tinha. Chegou uma hora também que eu não aguentava mais ouvir aquilo tudo.
    Minha mãe ficou com a Marina, Renan e o Adriano, viram tudo em meia hora sei lá e voltaram para casa. Fiquei muito feliz com a indenpendência deles, foi a primeira vez que nos separamos. Não tinha como ficar todo mundo junto no museu do Vaticano, cada um tem um tempo para ver e apreciar as obras. Bispo ficou com a mãe dele, eu fiquei sozinha, depois encontrei a Laís e andamos juntas. Enfim, terminei por volta das 6 horas, encontrei o Bispo, a Silvana e a Laís no final, e fomos para casa mortos de cansaço.

    O mais impressionante do museu do Vaticano, não, não foi a capela Sistina, claro que ela é fantástica, divina, misteriosa, mas é fato da igreja católica ser tão hipócrita de criticar deuses pagãos, de criticar outras culturas e ter no próprio museu inúmeras figuras de  deuses egípcios, gregos, antigos romanos.  Quando é para ganhar dinheiro sobre os deuses dos outros, ai pode? Outra coisa impressionante é o número de pessoas que visita aquele lugar diariamente. Quantos milhões de euros arrecadam por dia aquele lugar? E o pior que você paga caro e não consegue ver tudo. É muito desorganizado, cheio de gente. E aquele Sshhh e "no photo" na Capela Sistina é de irritar de um tanto que você não imagina. Se não querem que tirem foto naquele capela, por que raios deixam os turistas entrar com câmera? O papel do turista é tirar fotos, todo mundo sabe. Mas eles preferem contratar pessoas para ficar falando, "No pictures" toda hora. Outra coisa irritantíssima são aquele caras falando "move", "don't stop", poxa paguei para ver aquele museu, e não foi barato e não posso ficar apreciando? E na Capela Sistina, não pode sentar no chão para ver a pintura do teto, mas como eu vou ver a história desenhada no teto? A estrutura do nosso corpo não permite ficar com a cabeça inclinada para trás por mais de 3 min. E é claro que tentei tirar foto. Ficou uma *osta, sem flash, lógico, não sou irresponsável também, não quero estragar as cores da capela. A luz desbota as cores, por isso não é permitido tirar fotos com flash. Ódio das pessoas que querem tirar foto e colocam flash, aquelas tias que não sabem tirar foto e só aperta o botão e está no automático e claro que leva um "No picture" para ficarem espertas. Foi a segunda e acho que a úlitima vez que fui lá. Agora quero conhecer outras cidades da Itália. Chega dessa zona do Vaticano.
    Diferente dessa ai, a foto que eu tirei em 2006 do teto da Capela Sistina ficou perfeita, mostrava Deus criando o homem no centro da foto

    Ansiedade

    Sou uma pessoa bastante ansiosa, mas não como minha mãe ou meu irmão Adriano e longe, muito longe de ter a ansiedade da Anamaria, a campeã de ansiedade que eu conheço. Eu tenho dor de barriga antes da viagem, tique nervoso e inúmeros pesadelos.
    Essa noite sonhei que fiquei trancada para fora de casa e não consegui pegar minha mala e quando consegui tinha uma hora para chegar no aeroporto.
    Hoje não consigo me concentrar no meu trabalho, estou fazendo só trabalho no computador, mas a cada 5 min eu entro aqui e escrevo um post. Totalmente viciante. E depois que coloquei esse contador de visitas por país, fico checando toda hora quem está vendo meu blog.  Viciante credo. E também quero contar um monte de coisa antes de eu viajar. Só fico pensando na viagem.
    Até fui na livraria aqui em frente a minha sala e comprei um guia da India!
    Ah preciso dizer que até ganhei um saree, aquelas roupas típicas indianas! Ainda não vi porque está lá! Vamos até fazer pintura de henna nas mãos! Ai que delicia!

    Véspera de Ano Novo em Roma

    Não quero aqui neste blog fazer um guia de viagem, longe disso, não tenho know-how para tanto e nem vontade, tem inúmeros sites ótimos de viagem que recomendo fortemente como o Advisor tripWikitravel, e milhões de blogs de viagens, é só digitar no google: "guia barcelona", " viagem India" e assim vai!
    Meu objetivo aqui é contar as particularidades das minhas viagens, o que as tornam inesquecíveis para mim, o que as deixam especiais, o que eu achei e o que signifiou para mm e assim por mais que eu tenho ido a um lugar que todo mundo já foi, o que escreverei vai ser diferente, porque foram as minhas experiências, por mais que existam pessoas que tiveram experiências semelhantes.

    Voltando para Roma, espero que até sexta eu acabe de contar sobre essa viagem.
    Pegamos o taxi e fomos para o escritório pegar as chaves do apartamento. O medo de ter alugado um apartamento fantasma ainda existia. Pagamos o restante do aluguel, mais 800 euros (putz se perdesse agora 1000 euros ia doer muiiito) e o carinha queria me dar a chave para irmos sozinhos até o apartamento. Eu dei uma de joão-sem-braço e pedi para ele ir com a gente para ensinar o caminho, mas na verdade era para garantir que não estaríamos sendo enganados. Sei lá o que faria se não existisse o apartamento, eu agarraria o cara, chamaria a polícia, gritava, batia, não sei, mas sei que me sentia mais segura se o cara nos levasse até lá.

    O prédio era velho, feio, o elevador era minúsculo, cabia apenas as malas e uma pessoa em cima de tudo. O medo passou a ser outro: o apartamento deveria ser um lixo. Mas para nossa surpresa e alívio, o apartamento era perfeito! Melhor que as fotos do site Rome City Apartments. Apartamento todinho reformado, piso novo, paredes limpas, novas, 3 quartos grandes, uma suite com cama de casal, que não era tão grande assim, outro quarto enorme com uma cama enorm (meu quarto e do Bispo), um mesanino em cima da sala com 2 camas de solteiro e sala com sofá cama. Cozinha completa, TV a cabo, mil canais, limpo, lindo maravilhoso. Tudo que precisávamos para descansar! Primeira coisa que fizemos foi dormir, relaxar, descansar, ninguém aguentava ficar de pé. Minha mãe, então, coitada, por dormir de mal jeito na estação em Veneza, por passar frio e fome e ainda por não ter relaxar na viagem pesadelo de trem, ganhou uma dor de cabeça daquelas. Ela simplesmente tomou um remédio, deitou na cama e apagou. Acho que quando ela viu o apartamento ela quase chorou de alívio! hehehehe Eu quase chorei, admito.
    Eu queria sair par comer, almoçar já, perguntei quem queria ir comigo e todos foram, só minha mamãe que não. Fomos ao McDonalds, eu sei que estando na Itália, deveria ter ido num restaurante típico, delicioso, mas a chance de entrar num restaurante caro e não tão bom e cheio de surpresas era alto. Uma surpresa um tanto quanto desagradávelq ue tivemos em um restaurante em Veneza foi ter que pagar pelo papel na mesa, aquele onde vc coloca o prato em cima, guardanapo e o pacotinho onde vem os talheres, absurdo né? Naquele momento queria algo certeiro, sem erro, sem surpresas. E lá fomos pegar um big mac! Depois, com estômago cheio fomos passear pela cidade. Eu sabia onde eu estava os levando, eles não sabiam onde estavam indo. Caminhamos, apreciamos a arquitetura, o movimento, os italianos fashion, as madames com casacos de pele, o glamour exacerbado dos italianos até que nos deparamos com a Fontana de Trevi. Magnífica, cheia de detalhes, águas verdes e um milhão de pessoas na frente tentando tirar uma foto sem que apareça a pessoa do lado, os famosos Roberts! Depois decidi levá-los até o monumento ao rei Vitório Emanuelle, feito em homenagem a unificação da Itália, de onde é possível ver o Coliseu no final da rua. Acho que para o primeiro dia de Roma, estava bom. Voltamos para o apartamento e dormimos, pois ninguém é de ferro.


    Por volta das 8 horas acordei com a mãe do Bispo fazendo janta, um delicioso macarrão, salada e carne. Chovia, para variar, Reveillon sem chuva não é Reveillon. Na casa, desânimo total, todos cansados e sem pique de sair. Jantamos, e continuava chovendo. Deu meia noite e a empolgação era a mesma. Dei feliz ano novo para todo mundo, e ouvi os fogos pela janela. Sem brincadeira, ficaram 15 minutos explodindo lá fora, não dava para ver pois havia prédios na frente da janela. Começou a crescer o despespero de sair, quando decidi sair, o Bispo foi tomar banho então. Saímos de casa às 1 e pouco da manhã, para ver a missa do Galo no Vaticano, evento que não se pode perder quando se está em Roma na virada do ano. Não sou católica mas isso é cultura, queria ver como era, sentir a fé de milhares de pessoas reunidas no mesmo local. Mas para nossa decepção, não havia nada no Vaticano. Depois fui pesquisar sobre a missa do galo e esta é realizada pelo Papa na noite de Natal! hahahahah morri de rir, estávamos 6 dias atrasados. Mas havia um presépio ainda na frente da basílica de São Pedro e uma vigília.
    Pegamos o metro no vaticano e descemos na Praça da Espanha, estava lotado o metro (e quando o metro em Roma não está lotado? Na praça havia muitos vidros quebrados e muitos bêbados e logo voltamos caminhando até em casa pois aquele era o último metro, as 2:30 da manhã.

    AMC's got a Talent

    Nesse momento está acontecendo o festival de talentos do AMC, e tudo que acontece aqui é no hall principal que fica na frente da minha sala.
    Não dá para se concentrar pois fica maior movimento e barulho lá fora.
    Fui lá fora dar uma espiada, tinha duas mulheres negras cantanto, um mais velha e uma mais nova, talvez mãe e filha, puta vozerão, era de arrepiar. Provavelmente são cantoras de igreja evangélia, pois a música falava sobre Deus, Jesus, criação e tal. Mas que lindo, impressionando a voz das duas, afinadíssimas, arrepiava, arrancava lágrimas dos olhos. Cantavam com emoção, com o coração. Muitos aplausos eclodiram no final da apresentação.
    Agora teve uma pausa, vou voltar ao trabalho.

    terça-feira, 2 de março de 2010

    O trem para Roma: o pesadelo

    Voltando a nossa história, a madrugada do dia 30 para 31 de dezembro foi o auge da aventura, o auge do medo, desespero, um verdadeiro pesadelo.
    No trem para Roma, procuramos nossas cabines e para começar a bagunça, havia uma pessoa em um dos nossos lugares. Cada cabine tinha 6 lugares, uma poltrona com 3 lugares de cada lado, de frente uma para outra. Eu acordei a menina e ela se levantou, coloquei todo mundo na cabine, e eu, o Bispo e a Marina fomos para a cabine do lado, onde havia 2 meninos e um negão enorme, bebendo cerveja e vodka. Os três estavam bebaços, e a cabine fedia. Não tínhamos opção, tivemos que ficar ali.
    O negão inspirava medo, começou a conversar, a fazer mil perguntas e a minha tática nesses casos é ser simpática. A tática do Bispo e da Marina foi ficarem calados. Não queria zangar o tiozão. Eu sentei entre ele e a Marina, para não deixá-la sozinha do lado dele, mas ai o tio falou para eu sentar do lado do meu namorado, e tal, ai eu sai.
    Ele não parava de beber, estava caindo, muiiito bêbado. Conversei um pouco com ele, na verdade ele quem falava mais. Ele disse que era casado, tinha 3 filhos, que era dos Estados Unidos, que ele achava a polícia italiana corrupta, que a polícia já tinha tirado 700 euros dele, e blá blá blá. Eu estava morta de cansaço, mas não conseguia dormir preocupada dele roubar a gente, ou pior, fazer algum mal. O tio saiu da cabine para fazer sei-la-o-quê e perguntei para um dos meninos se o tio estava com eles, pois não pareciam amigos, apenas companheiros de bebedeiras. O muleque idiota, tinha 19 anos, e tinha uma passagem para 3 pessoas, o terceiro amigo dele não pode vir e esse tio apareceu lá se juntou a eles. O muleque disse que o tiozão era gente boa e tal, harmless, sei sim. No meio dos meus cochilos abria os olhos e o tio estava virando a garrafa de vodka goela abaixo. Outra hora ele queria fumar e perguntou para um dos meninos se ele tinha cigarro, e ele respondeu que ele não fumava pois ele tinha asma, ai o tiozão, pegou a mão do menino e começou a curá-lo da asma. O tio disse que de agora em diante, ele poderia ir ao médico que não teria mais asma, ele estava curado. O outro menino, percebendo que não estava muito bom o local, saiu para fumar e não voltou nunca mais.
    No meio da noite, o tiozão dormiu, ou melhor, entrou em coma, capotou na poltrona. Foi nossa sorte, mas que também não durou muito. Uma hora o trem virou, chacoalhou ou sei lá o que, que fez o tiozão cair, rolou pela cabine e ficou esticado no chão sobre nossos pés com o braços nos nossos colos. O menino que ainda estava na cabine, tentou levantá-lo, claro que sem nenhum sucesso. Foi a gota d'água. Saímos imediatamente e procuramos algum lugar vago em outra cabine. Não queria saber mais, mesmo se outra pessoa chegasse eu sairia e procuraria outro, mas não voltaria mais para aquele lugar.
    Dai em diante consegui dormir um pouco e fui acordado com uma gritaria no corredor. Adivinhem?
    O tiozão dando trabalho de novo. A mulherzinha que checa os tickets dos passageiros bateu lá e o tiozão estava sem o bilhete pois os moleques saíram da cabine e o deixou sozinho. Ai começou a gritaria. O tio falava que ele serviu no Iraque, que se ele tivesse uma arma ele mataria todo mundo, que atiraria nela, ficou super agressivo, foi uma confusão, todo mundo no corredor, gritaria, até que a polícia chegou e o tirou do trem.
    Ele deveria ser doente mental, com distúrbio bipolar, sei lá, pois no início ele era simpático, prestativo, cristão, religioso, depois virou o demo, agressivo, bruto. Por isso que estávamos com medo dele desde o início, não era uma pessoa normal, já de cara percebemos.
    Meia hora depois chegamos em Roma, são e salvos, mas totalmente quebrados, cansados e com sono. Eram 9 e pouco, tomamos café da manhã na Estação Termini em Roma e esperei dar 10 horas para ligar para o escritório para pegar a chave do apartamento que alugamos. Toca toca e a secretaria eletrônica dizia, em italiano, que o escritório abria depois das 10 aos sábados, e já eram 10! Ai meu Deus, meu medo de ter alugado um apartamento que não existia cresceu ainda mais. Não era pelo dinheiro, paguei 200 euros de reserva, era pelo fato de ser 31 de dezembro e não termos onde ficar. Liguei as 10:15 e para meu alívio, um cara atendeu. Pelo menos havia alguém lá.

    segunda-feira, 1 de março de 2010

    Nota sobre a viagem com família

    Ontem depois que postei sobre Veneza, minha amiga Lívia perguntou se eu gostei da minha viagem com minha família, pois tudo que escrevi indicava que eu não tinha me divertido. Isso me deixou preocupada, pois não é exatamente isso. Claro que eu gostei, claro que me diverti, claro que adorei ter minha familia perto de mim por 15 dias! Até gostaria que ficassem mais, pois tiveram muitas coisas que não pude mostrar a eles. Depois que eles se foram, cai em rios de lágrimas, só de pensar que não tenho ideia de quando os verei novamente.

    Entretanto, nenhum dos lugares que estivemos era novidade para mim, como eu já tinha ido para todos as cidades, não tinha aquele brilho nos olhos de ver algo novo, apesar de adorar aquelas cidades, e além do mais, eu era a responsável pela viagem, por organizar, por reservar, por decidir que horas comer, onde comer, o que comer, que horas acordar, que horas sair. Era muita responsabilidade, o que me deixou tensa o tempo todo, fui relaxar apenas no final, já em Paris.
    Eu não tirei tantas fotos como de costume, não ficava maravilhada com as coisas como eles ficaram. Eu queria mostrar a Europa para minha família, queria mostrar os melhores lugares, então me preocupei mais com isso, escolhi lugares que já fui, que gostei e que conheço para não ter tanto imprevistos, mesmo assim tivemos um monte.
    Como dizia o velho Schopenhauer, só a dor é positiva. Odeio admitir mas é verdade, nesse caso, as experências ruins da viagem foram as que mais marcaram, e também são as mais divertidas de contar. Que graça teria se nos meus post eu falasse só bem, que tudo foi perfeito, que deu tudo certo, que ninguém brigou, etc? O que eu gosto mesmo é de aventura, e essa viagem foi cheia delas! Na hora foi sufoco, mas depois de resolvido foi engraçado e com certeza aprendi muitas coisas.
    Respondendo a pergunta da Li, sim eu gostei da viagem, me diverti. Adicionando outra pergunta, se eu faria de novo? Sim com algumas restrições, que são, menor número de gente, dividir a responsabilidade de organizar e nada de pessoas que não conheço bem, mesmo as que eu conheço bem, muitas delas não viajaria comigo. Uma coisa boa que estou aprendendo na Holanda é dizer NÃO, e pode ter certeza que em matéria de viagem, agora eu digo não.
    Vou viajar com a Gwenny por duas semanas, acredito que não teremos problemas, nunca viajei com ela, mas ela me parece ser tranquila, animada e sossegada. E nessa viagem para India, foi ela que organizou tudo, só estou passeando dessa vez, o que me deixa mais tranquila!

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