terça-feira, 29 de novembro de 2011

Chá de lingerie e despedida de solteira

Depois que eu voltei para o Brasil, eu respiro casamento!! Todos os dias tem algo do casamento para resolver! Sabe que estou até gostando!
Já falei aqui que eu nunca sonhei em casar, em usar vestido de noiva, nunca sonhei com nada disso que eu estou vivendo agora, acho que por isso tudo está sendo tão legal! Estou me divertindo muito!Eu queria muito fazer uma despedida de solteira, mas as amigas ou estão grávidas ou com filhos de colo, ai fica difícil né. Resolvi então encontra-las em um barzinho num sábado a tarde dia 19-11-2011 para conversar, dar risada e falar besteiras. Até que uma deu a ideia de fazer um chá de lingerie. Humm, até que gostei da ideia!
Como cada uma tem seus afazeres e a vida tumultuada, eu estaria livre para organizar brincadeiras com elas. Preparei papel, caneta, anotei brincadeiras e fomos conversando e dando risada! Convidei as amigas mais próximas, aquelas que considero melhores amigas! E foi perfeito!! demais!
Ganhei muitos conjuntinhos, todos lindos e fofos! Claro que me zuaram e me deram até sutian de vó!! ahahah E me fizeram vesti-lo óbvio. No meu do bar!! Eu não ligo de passar vergonha, aliás adoro!! Adoro ser livre e fazer o que eu quiser e ver as pessoas acharem um absurdo por nao terem coragem de fazer!


Esse era do Bispo, uma cueca de papel noel! eu morri de rir!! Consigo até ouvir a minha voz nessa foto!!




Nessa também!

Deu para perceber que foi divertido! Morri de rir várias vezes!!!
E não acabou ai não. A noite fomos par uma balada em Americana, a Reach Club, cujo dono é naramorado da irmã da Mi, uma amiga minha que foi comigo para Marrocos, lembra dela?

A baladinha a noite foi muiiiiiiito legal!!
Acabamos indo apenas Mi, Renato, eu e a Bruna. A Gel passou mal por conta de alguma coisa que ela comeu e não conseguiu ir. Saímos de casa uma meia-noite. Depois de uma longa saga para conseguir uma peça de roupa vermelha. Era a Noite do Vermelho. Fomos ao shopping depois do chá de lingerie mas não encontramos nada. Eu até tinha um vestido vermelho e fiquei tranquila. Cheguei em casa quase 10 da noite, falando da festa para minha mãe, que tinha que ir de vermelho e tal, só vejo um sorrisinho no rosto: ela tinha acabado de lavar meu vestido!! Estava pingando no varal!!! Vai lá eu seca-lo no ferro!! Nao desisti não!!E acabou dando certo! Depois de uma hora passando no ferro, ele ficou sequinho!!
Depois o Renato e a Mi vieram para minha casa, e fomos pegar a Bruna. Fomos ao posto de gasolina, e pedi 50 reais de gasolina, quando fui pagar o cara tinha enchido o tanque!!! Quebrou minhas pernas total!! Não tinha dinheiro para tanto! Ai o cara ficou mal, eu disse que tinha falado 50 reais, e ele entedeu encher, ai no final ele disse que pagaria a diferença. Meu coraçao amoleceu, coitado do cara, 50 reais deve ser o que ele ganha por dia ali, de qualquer forma iria usar a gasolina né, então, Renato me emprestou dinheiro para pagar o resto e fui com o tanque cheio para Americana. 

Chegamos na Balada quase uma hora da manhã, deu tempo de pedir apenas um Red Mix, caipirinha de whisky com frutas vermelhas, uma delicia por sinal!
Ganhei um véu (vermelho) e um bouquet de flores da Mi e do Renato!!! Ficou muito massa! Renato quem fez, se revelando super prendado!! Na balada usei o véu, subi no palco e ainda joguei o bouquet pra galera!! Foi divertidíssimo.
A balada não estava muito lotada pois havia outra festa na cidade. Melhor assim, odeio lugar lotado!! Deu para dançar, se divertir e ninguém encheu o saco, obviamente, quem ia mexer com um menina vestida de noiva? hahahahahahahah
O lugar é super bacana, o DJ muito loko e ainda tinha um saxofonista que tocava ao vivo com o DJ!!! muito massa!! dançamos muito!!! Adorei!! Estava super feliz!
Minha despedida de solteira foi muito gostosa, saudável e eu fiquei muito feliz!

Olha meu bouquet que lindo!!
O meu véu, estou mais parecendo noiva de vampiro com essa roupa vermelha!! hahahha


Da esquerda para direita, Claudio, Bruna, Mi, eu e Nayane, os dois do fundo são piratas, nao conheço!! 
E a noite 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As primeiras semanas, um desabafo e um golpe

Estou completando 3 semanas no Brasil e parece que faz muito tempo que estou aqui. O tempo aqui passa mais rápido pois há muita coisa para fazer. O pior que não consigo fazer tudo que programei no dia, quando vejo as horas, já são 6 da tarde. Estou por conta de organizar os últimos detalhes do casamento, de visitar amigos e familiares, escolher, decidir, e resolver problemas. Está indo tudo bem, aparentemente.
Apesar da felicidade imensa que sinto, tem algumas coisas que vem me aborrecendo muito.

Uma delas é o fato das pessoas falarem um coisa e fazerem outra, algo que ferve meu coração de ódio. E depois que não fizerem o que disseram que fariam, me vem cheias de desculpas. Não quero desculpas, quero que façam o que foi combinado. Se não podem fazer, se não podem comparecer, ou se não querem, simplesmente falam que não dá e pronto. Vou entender, eu consigo aceitar um não como resposta. Essa era uma das características dos basileiros que já notei anteriormente e continua me irritando profundamente. Tenho um amigo que sempre concorda com tudo, agita, agita, fala que vai e chega na hora não aparece. Pra quê? Me diz!! para não chatear a pessoa dizendo não? Mas chatea quando não aparece, oras. Estou aprendendo a lidar com essas coisas...

Outra coisa que me deixa irritada é com a esperteza das pessoas Não sei como, mas hoje de manhã recebi o telefonema da administradora do meu cartão de crédito. Eles queriam confirmar minhas últimas compras com meu cartão pois desconfiaram de clonagem do cartão. Compra no ponto frio. OK. Dois reais na jogatina. Não. Opa, peraí. Mil e duzentos reais na Trip aviação. Não. Ai meu deus. Bateu o desespero. A moça, do outro lado da linha, na maior calma do mundo, disse que como eu não confirmo as compras citadas, meu cartão ia ser bloqueado imediatamente e que eu não pagaria nada. Uffa ainda bem, resolvido. Mas fico me perguntando como uma pessoa teve acesso ao meu cartão de crédito se só usei 2 vezes aqui. Uma no site da decolar e outra no ponto frio, sites que é considerado seguro, que eu já comprei antes. Como pode?? A bandidagem está ficando cada vez mais high tech, mais moderna e esperta. 

domingo, 20 de novembro de 2011

Retratoria


Sexta-feira passada foi meu dia de ser fotografada para um projeto muito bacana de um fotógrafo aqui de Campinas, chamado Marcus Steinmeyer. O projeto consiste em fazer um retrato por dia, o Retratoria durante um ano inteiro. Portanto serao 365 pessoas a serem fotografadas, com temas mais diversos. Não é apenas uma foto de rosto, tem que ter uma história, tem que ter um tema.
Muitos amigos nossos participaram do projeto. Cacá fez uma homenagem ao ídolo Michael Jackson, Diler se inspirou em Darwin para fazer a foto, Bita em Einstein e assim por diante. Achei muito legal a ideia, e resolvi mandar um email para o Marcus. A minha ideia inicial seria com um pose de dança do ventre, mas ele disse que já havia fotografado uma dançarina. Puxa vida, que pena. Mas se  fosse com outra abordagem, não teria problema, ele disse. Marquei o ensaio mesmo assim.
Meu ensaio estava marcado para às 5 da tarde. À uma, fui procurar minhas roupas e cadê?? Fiquei mais de uma hora revirando meu guarda-roupa e não lembrava onde tinha colocado. Acabe achando minhas roupas indianas, meu sari e o vestido que usei no casamento do Rajesh. Não havia sido fotografado ninguém com roupa indiana no Retratoria, achei que seria uma ideia. Bom, na hora eu decidiria. Peguei tudo que tinha, finalmente achei minha roupa de dança do ventre e fui para a casa da Cacá buscá-la. Mas como estava cedo ainda, fiquei lá um pouco escolhendo o modelito, eu provava a roupa e a Cacá tirava foto para ver como ficaria. Treinei poses, pois não teria muito tempo para definir lá! Tentei vestir o sari, até vimos video no YouTube para aprender, mas não deu muito certo, ficou bem frouxo, fiquei baleia, horrível e já não tinha mais tempo para treinar. Fiquei até animanda em tirar foto de sari. Mas quando  a Cacá viu meu vestido vermelho da Índia, disse na hora “tem que ser esse!!!”. Vesti a calçola, coloquei a peça de baixo e em seguida o vestido. Não é que ficou legal!! Totalmente indiana. Também provei as roupas de dança do ventre, mas não gostei muito não. Decidi fazer de Indiana mesmo! Fiz a maquiagem, com olhos marcados e pretos, coloquei as pulseiras da Cacá e saímos, não poderia chegar atrasada. Passei em casa para pegar um sapatinho para colocar com a roupa e minha mãe tinha feito café da tarde. Opa, não posso perder um cafezinho da tarde! Café com biscoito e rapidinho saímos. Chegamos às 5 em ponto no studio.
Marcus é uma pessoa muito bacana, simpático e aberto a nossas ideias de como tirar a foto. Batemos um papo sobre como seria a foto, me troquei e logo estava sendo clicada pelas lentes Canon super poderosas, que devia ir até 300 mm com f/2!!! Ele usou meu sari para fazer o fundo da foto, o que deixou mais característico ainda. Cacá ficou de lado assistindo e fazendo o making off. Nos divertimos muito, veja só:
Estava um pouco tímida no começo.

A gente se divertindo fazendo poses indianas hahahahaha


Tentando uma posição.


Tentando outra.

E outra.

O momento da foto oficial

Foto tirada, hora de assinar o contrato autorizando o uso da imagem, e o maior problema surgiu : o título da foto!! Sou péssima de ideias. Perguntei para o Marcus se poderia enviar o título para ele depois por email. Eu e a Cacá, depois que saimos do estudio ficamos bolando um nome, saiu cada besteira!! hahaha demos muitas risadas, não parava de rir um minuto no caminho para casa dela. Tinha que ser algo a ver com India, mas com Brasil, e também com a mistura de raças, apesar de ser brasileira me pareço com indiana, e tinha que ter algo a ver com viagens, mas estava proibida de ter as palavras vida, amor, paixão e louca por ...  e não poderia ser muito óbvia, tinha que ser um título bacana e depois de horas, com ajuda dos meus irmãos, da minha mãe, do Renato, da Cacá, do Santoro, consegui finalmente um  título.
Para ver o resultado final, clique aqui: www.retratoria.com
Espero que tenham gostado do resultado! Eu adorei! Realmente foi o melhor tema para mim, me identifiquei bastante, e fiquei muito feliz com a foto e adorei meu dia de modelo!! hahahaha
Obrigada Marcus e parabéns pelo projeto!

Por favor, peço que comentem no site dele, para ajudar na divulgação!! Obrigada.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A primeira impressão do Brasil

Antes de voltar, eu ficava imaginando o que notaria de mais diferente entre Brasil e Holanda. Seria a pobreza? A língua? A comida? O sorriso no rosto?
Para minha surpresa o que mais me chamou a atenção desta vez foi os cheiros! Sim! Tudo aqui tem muito cheiro, odores que não sentia na Holanda.
Quando abracei minha família, a primeira coisa que notei foi o cheiro da roupa deles, o sabão em pó, o amaciante de roupas, cheiro de roupa lavada por mãe, cheiro gostoso, recofortante. Estava com saudades desse cheiro.
As pessoas aqui também cheiram diferentes. Maioria são cheirosas, não encontrei ninguém fedida (ainda). Senti cheiro de perfume da Natura, Victoria's Secret, Ralph Lauren, Channel.
Senti cheiro de plantas. Passei embaixo de árvores floridas super perfumadas, encontrei no pé de manjericão aqui de casa e fiquei cheirando pizza! hehehe. Arruda nem precisa mexer na planta para soltar odor. Banana, maracujá, laranja - cheiro de fruta, de Brasil.
Senti cheiro de trânsito, de escapamento de ônibus, caminhão. Os ônibus e caminhões da Holanda jamais soltavam fumaça preta fedorenta.
Senti cheiro de cocô de cachorro e cheira mal.
Senti cheiro de cachorro, cheiro que me lembra infância.
Senti cheiro de Igreja. Na verdade a Igreja cheirava lustra móvel.
Senti cheiro de pé, quando fui levar minha vó na podóloga.
Senti cheiro de idoso. Por que será que idoso tem cheiro diferente? Cheiro de vó.
São tantos cheiros que há tempos não sentia que agora voltaram. Cheiro de Brasil, cheiro de lar, cheiro de infância!!


cheiro de trânsito

Cheiro de frutas

cheiro de igreja

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O dia da viagem

Acordei às 5 da manhã para terminar de fazer a minha mala e ir para o aeroporto de carona com o Arivaldo, o dono da casa em que eu estava morando em Amsterdam. Como ele ia trabalhar no domingo cedo, ele me ofereceu carona até o aeroporto e eu não fiz cerimônia, aceitei. Foi o que me salvou, pois havia rumores de greve nos transportes públicos de Amsterdam.
Tomei banho, me arrumei  e comecei a colocar na mala as coisas que ainda estavam no guarda-roupa. Estava ficando preocupada pois ainda faltava muita coisa. Comecei a ficar desesperada. Bispo ainda dormia. Desci meu vestido de noiva e deixei-o perto da porta de saída para não esquecer. Preparei o café da manhã e chamei o Bispo. No andar de baixo, terminei de arrumar minhas coisas, mas a mala estava pesando mais de 27 kg. Estava ficando preocupada, já comecei a jogar coisas fora ali, mesmo. Deixei o guarda-roupa cheio de roupas de cama, toalha, cremes, shampoo, tudo que eu poderia comprar no Brasil. Comecei a fazer a escolhas de roupas, o que deixar e o que levar. E fui deixando. Tudo de casa, comida, liquificador etc, ficou para trás, dei para a Rita, disse que ela poderia jogar fora caso ela não quisesse, mas acho que ela até gostou (espero) e isso que me salvou. Não gosto de jogar fora coisas úteis, algo que alguém possa usar, fiquei feliz por ela ter ficado com as minhas coisas. Quando eu mudei para essa casa, enchi duas sacolas enormes de roupas e coloquei do lado da lixeira, com a esperança de alguém pegar. As roupas era novas e boas, joguei fora porque não tinha onde colocar mesmo.

Anivaldo então acordou e logo já estava pronto para sair. Bateu o desespero. Havia mil coisas para fora da mala, não ia dar tempo de escolher, pesar e escolher novamente. Coloquei tudo na mala, fechei e fomos para o aeroporto. Lá tentaria chorar para a  pessoa do check in e ver o que aconteceria. Bispo levou um mochila minha já lotada de coisas que não cabia mais na mala e uma sacola grande, com a esperança de um dia ele levar para mim para o Brasil.

O aeroporto estava tranquilo. Eu com a mochila de 30 litros nas costas, com uma mão empurrava o carrinho com duas malas enormes e com a outra, segurava o vestido de noiva. Dirigi-me ao guichê, escolhendo um que havia alguém com cara de boazinha. Escolhi uma tia de uns 50 anos.
Coloquei minha primeira para para pesar, a cor de rosa, de material duro. Numerinhos rodando e estacionou nos 27kg. Putz, daria para tirar alguma coisa facilmente. Agora era a vez da mala preta de tecido mole. Numerinhos rodando e 31 kg cravado!! AAAhhhhhhh e agora? Comecei a olhar para a tia com cara de dó, fiquei lá, "mas... mas...". Ela disse que teria que pagar o excedente, que era por kg extra, ou dar um jeito de fazer caber em 23 kg!! O que, 23 kg? Tinha que me desfazer de 12kg!!!

Vai lá eu e o Bispo abrir a mala no meio do aeroporto, tirar tudo, fazer outra triagem e escolher o que era mais importante. Joguei fora várias roupas, secador de cabelo, sapato, não quero nem lembrar das coisas. Como estávamos com a balança, toda vez que eu tirava alguma coisa, eu fechava e pesava novamente, mas as malas eram muito desengonçadas, e não conseguia ver o valor marcado. Ai Bispo desenvolveu uma técnica para pesar minhas malas: ele subia na balança, via quanto ele pesava e segurava a mala, e descontava o valor do peso dele!! Olha que esperto! Quem usa cabeça merece um beijo!! Eu não tinha condições de pensar em nada, apenas em jogar coisa fora. Havia uns velhos sentados ao lado que ficavam olhando, dando risada, querendo participar, sabe? Não dei cabimento, nem olhei para o lado, nem dei sorriso simpático. Fingi que não estavam vendo, na verdade não estava vendo mesmo. Até que não sofri muito, liguei a sessão desapego e bora lá jogar fora. Até que gostei, pois agora já no Brasil, estou jogando várias coisas fora e estou me sentindo muito bem!

Bom, conseguimos reduzir o peso e as levei para despachar. A mala preta ainda excedia 3 kg, apenas 3 kilinhos, nada demais. Agora eles vão deixar né? Engano meu. Dessa vez escolhi uma rapaz, coloquei as malas, uma passou ele já mandou embora, e a outra, o rapaz ele olhou para mim e disse "Está com 26kg, tem que ser 23, compensa você comprar uma bagagem extra para colocar o excendente". Quanto custa, perguntei. 200 euros. O quê??? Que jeito, e ainda tinha que comprar outra mala. No way. Tentei argumentar, derramei umas lágrimas, falei que estava me mudando para o Brasil depois de 4 anos morando na Holanda, mas sou péssima em não seguir regras, em fazer coisa errada. Se tem que ter 23kg, é a regra, temos que seguir. Coloquei a vergonha na cara novamente e voltei a abrir a mala para tirar coisas de dentro. Consegui. Ufa.

Bispo disse para eu levar como mala de mão a mocila de 50 litros e deixar com ele a de 30 litros que eu estava levando, assim daria para salvar algumas coisas que ia jogar fora. O meu medo era os caras encrencarem na entrada do avião, pois estava levando o meu vestido de noiva que contava como bagagem, portanto, só poderia levar minha bolsa com documentos. Eu já estava arriscando a mochila menor. Agora levar a mochila maior, será que não daria pau? Quando levei a segunda mala para despachar, deixe a mochila e o vestido com o Bispo, para facilitar e o cara do guichê nem perguntou nada, apenas despachei a mala e pronto. Como eles não viram a mochila de mão, arrisquei. Logo embarquei. Me despedi do Bispo com olhos cheios de lágrimas, e fui segurando o vestido, minha carteira, óculos e papelada numa sacola e a mochila enorme nas costas, que eu nem sabia mais o que tinha dentro. Passei o primero rapaz do embarque. Passei a mulherzinha. Passei o controle de passaporte. O Bispo ficou esperando caso eu tivesse que voltar e jogar fora mais coisas. Meu medo era no raio X. Logo após o controle de passaporte,já fui  comprar o perfume para minha mãe, não queria passar no freeshp em São Paulo, queria ir embora logo, e decidi comprar em Amsterdam mesmo. Sai super rápido e logo me direcionei para o Gate E21. Agora no Schiphol há uma máquina de  raio X para cada portão de embarque, deve ser por isso que são tão caras as taxas de lá. Enfim. Cheguei no E21 e e já coloquei minhas coisas no raio X. Tirei o sapato, casado, a blusa de frio, a outra blusa de frio, o sinto. . Ah, esqueci de dizer que estava usando 2 blusas de frio e um casaco enorme, pois não cabia mais em lugar nenhum e resolvi levar no corpo mesmo, quase morri de calor, nem estava frio, fazia uns 10 graus aquele dia, e ainda mais correndo com mala pra lá e pra cá, minha temperatura estava 40 fácil!! hahah
Passei o raio X, e toda desengonçada que sou, coisas caindo, tropeçando e um tiozinho perguntou se eu ia casar, ou já casei, e respondi que ia casar e ele disse "Felicidades!!". Que legal!!

Me me sentei no banquinho de espera e  mandei pensagem para o Bispo diendo que estava tudo bem, e ele foi embora para Groningen. Depois que a adrenalina abaixou um pouco, deu vontade de ir no banheiro, mas estava morrendo de preguiça, tinha muita coisa para carregar, a mochila que pesava uns 15 kg fácil, 3 blusas de frio, a socola com perfume, carteira e mais o vestido. Relutante, fui ao toilete e deu tudo certo, logo que eu voltei começamos a embarcar. Entrei no avião e entreguei meu vestido para a comissária de bordo guardar. Eladisse que não tinha mais lugar para guardar e que ia colocar na câmara fria. Ai meu deus. Imaginei um lugar cheio de carnes, mas confiei. O  máximo que ia acontecer era o vestido sair geladinho, certo?
O voo foi tranquilo, chegamos em São Paulo no horário combinado e e quando estava saindo do avião perguntei para a comissária sobre o vstido e logo eu o vi pendurado na primeira classe. Uffa, ele estava sao e salvo, na primeira classe. Que alívio.

E foi assim minha saga de volta pra o Brasil. E cá estou, toda feliz e contente!

A primeira baladinha e o choque

Acho que não posso dizer que foi balada, pois estava em casa antes meia noite.
Minha amiga Gelvana ia sair com uma amiga dela que estava passando o feriado em Campinas e me convidou para ir com elas num barzinho cujo estilo musical era sertanejo.
Agora o a onda do momento é sertanejo e para não confundir com o estilo de Chitãozinho, Leonardo, Zezé di Carmargo, é chamado de sertanejo universitário. A diferença é pouca, é um pouco mais agitado, dançante, e as letras são um pouco diferente, mas ainda falam de amor.
Bom, fui lá, ver qualé que era desse lugar.
As ruas aos redor do bar estavam lotadas de carros estacionados. Tivemos que parar num terreno baldio que os caras chamavam de estacionamento. Pior, ele cobravam 10 reais para parar lá. Como não havia lugar, paramos lá mesmo.
Já havia uma fila pequena para entrar. Entrada 12 reais mulher, 20 reais homem. Entramos.
O local chamado Estação São Bento era um barzinho, daqueles com teto alto, um balcão longo e muitas mesas. Havia um palquinho minúsculo. Mal se via o local direito de tanta gente que havia. Ficamos de pé como 80 % doas pessoas, não havia mesas suficiente, mas acho que memso se tivesse, as pessoas ficariam de pé para dançar.
Havia muita mulher solteira, a maioria delas com uma saia minúscula colada, que ficava no limite da polpa bunda, havia outras que o decote da blusa era tão grande que só não aparecia os mamilos não-sei-porque, pois não mudaria em nada. E lógico tinhas aquelas que tinham os dois, os decotes e as micro saias. E elas dançavam freneticamente, balançando o corpinho, sorrindo, e olhando ao redor. Havia também algumas meninas com namorados (ou seria ficantes?) que usavam roupas normais.
Os homens merecem descrição também, maioria bombadinhos com aquelas camisetas coladas no corpo, gel no cabelo fazendo um topete e pose de pomba, só analisando o local, escolhendo o alvo.
Pedi um caipirinha de cachaça 8 reais!! Chocada com o preço.
A banda começou a se posicionar no minúsculo palco. Eu achando quer era uma dupla sertaneja, com viola, que nada!! Havia umas 6 pessoas, dois vocalista, cuja voz não dava para negar que era de dupla sertaneja, 1 sanfonista e 3 pessoas atrás que tocavam alguma coisa que eu não vi o que era. A música era animada, dançante, alegre, mas não conhecia nenhuma. Todo mundo cantava como um coro. As meninas que estavam comigo sabiam todas também.
Comecei então analisar o comportamento humano, já que estava por fora das músicas. COmecei a analisar as pessoas, e isso me assustou. Sério. No início, as pessoas estavam normais, eu observava os caras procurando os alvos, eu via as meninas fingindo que não estavam vendo. Depois de um certo tempo, após algumas bebidas, as pessoas se soltavam, e já observava casais se beijando. Eu havia me esquecido desse negócio de pessoas desconhecidas se beijarem. Mas não era apenas beijar, alguns casais pareciam que estavam fazendo sexo com roupa, aquela cara sexy (pelo menos achavam que estava fazendo cara sexy), aquele movimento com corpo, um se esfregando no outro. Gente, eles não se conhecem!!! como pode!!! Era uma coisa meio animal, selvagem, o ambiente tinha mudado totalmente. Eu Cheguei a falar para Gelvana que pegaria um taxi para ir embora, não queria atrapalhar a noite delas, mas eu não estava mais aguentando. Fiquei assustada. No começo estava bacana, mas pessoas sob efeito de álcool virou outro ambiente.
Bom, já posso descartar bares sertanejo da minha lista.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A última semana

Minha última semana na Holanda foi muito intensa, cheia de festinhas, encontros e problemas. Consegui fechar uma das minhas malas e a outra, a mala extra que acabei comprando, decidi fechar na última hora como sempre. Não sei se já contei, mas de qualquer forma expressarei meus sentimentos : "Eu odeio fazer malas!!".



Voltando para Amsterdam, fiquei por lá o sábado passado pois Bispo foi para Alemanha ajudar uma amiga dele se mudar, ele foi para fazer companhia a outro amigo que dirigiu a van com a mudança. Eu não queria ficar sozinha em Groningen, então decidi ficar em Amsterdam para finalmente conhecer o Rijksmuseum, ou Museu Nacional. É lá que estão muitas obras de Rembrandt e seus discípulos. Muito retratos de pessoas com suas famílias e profissões. Era possível imaginar o modo de vida daquela época, imaginar as pessoas, as ruas de Amsterdam no século XVII. Gostei bastante também  do Vermeer, aquele pintor holandês que fez "A Moça do brinco de Pérolas", até fizeram um fime sobre eles.
Adoro essa época artística onde os pintores conseguiam retratar as pessoas e coisas de forma tão real. Em pinturas dessa fase/época, você até consegue definir o tipo de tecido que a pessoa restratada estava vestindo. É nítida a diferença de veludo, cetim e renda e etc. Metal , alumínio, ouro era retratado fielmente. Como pode? Fico fascinada!
Aqui são umas das famosas pecas que estão nesse museu:

Rembrandt: The Syndic of the Drapers's Guild (1662)

Rembrandt: Night Watch (1642)
JOhannes van Vermeer: o meu quadro preferido do museu

van vermeer, famoso esse não?

Fui ao museu pela manhã com minha amiga Karla, e depois almoçamos no Tokio Café, no centro de Amsterdam. Eu adoro comida japonesa e não poderia deixar de conhecer esse resturante. Falam muito bem dele, mas depois de ter ido lá, mnão achei nada de especial, tinha pratos muito bons, como a salada de alga, mas o sushis eram enormes, brutos e os refris e a cerveja horríveis, pareceia que estavam  diluidos. O melhor resturante japonês qeu fui em amsterdam é o Jinso Loung, que fica no Arena! Esse eu totalmente recomendo!

De domingo até terça fiquei em Groningen, como esposa! Foi gostoso, caminhava pela manhã, fazia almoço, assistia minha novela, series, falava com minha mãe e já era hora de fazer jantar para o noivinho. A noite assistíamos nossas séries juntinhos! Terça voltei para Amsterdam para ir na minha última aula de dança do ventre.

Na quarta em Amsterdam aproveitei para arrumar as malas, mas a preguiça bateu e não consegui. Fui ao consulado em Rotterdam pegar meu diploma que mandei legalizar.

Quinta decidi ir no lab, pegar as últimas coisas que faltavam e levar uns bolinhos para uma pequena Farewell Party, e dar adeus a todos e receber desejos de Boa Sorte. Foi bom pois coloquei um ponto final. Eu pensei em não fazer nada lá, pois aquele povo é muito chato, não merecia, mas eu deixei esse sentimento ruim de lado e levei 3 tortas para todo mundo. O foi gostoso até, pois só as pessoas que eu gosto foram lá despedir de mim, até que foram bastante!!
Depois do bolo voltei para Groningen. Onde ficamos até sábado.

Sexta, um casal de amigos húngaros nos convidaram para jantar na casa deles, e como de praxe, comi horrores!! A Erika fez pratos típicos húngaro e eu comi até explodir!! Veja só a que delicia:

Hortobágyi húsos palacsinta (Panqueca com recheio de carne)


Parecia um crepe, com recheio de frango. Super saboroso. Quando terminei de comer estava super cheia e descobri que nao era o único prato. Ela havia feito um assado de batatas com linguiça, chamdo de rakott krumpli. E havia salada e 2 sobremesas diferentes também! De sobremesa ela fez kókuszgolyó, tipo um bombom de chocolate coberto com coco e  recheio de cereja e hókifli, que parecia aquelas bolcachinhas caseris com goiabada dentro, mas o recheio do hókifli era de geleia de damasco. Super gostoso!

Sábado, último dia em Groningen, acordamos tarde, arrumei minhas coisas e pegamos o trem para Amsterdam as 11 da manhã, pois tínhamos uma festinha de despedida para mim em Rotterdam na casa da Gwenny, ai foram meus amigos mais próximos. Foi uma noite agradável, cheias de emoções. Cada uma levou um prato, teve nachos que o Kaushal preparou na hora, sopa de abóbora, que a Gwenny havia feito, azeitonas, pão e antepastos, levei pizza mas nem comemos de tanta coisa que tinha, e depois  foi a hora das sobremesas. A Karla preparou rocambole de doce de leite que estava divino e a Gwenny fez brownie de chocolate!! Uma delicia!! Regado com uma boa conversa, muitas risas a noite foi super gostosa!! Perceberam que minha última semana foi só comilança né? Devo er engordado um bocado nessa última semana.
A medida que as horas passavam, meu olhos se enchiam de lágrimas, o pessoal compram um presente lindo apra mim, um brinco de prato com desenho de moinho de vento holandês, e um cartão! Eu nao consegui ler o cartão, meus olhos encheram de lágrimas (mais ainda) e falei que só leria depois!

Às 10 da noite voltamos para Amsterdam, me despedi da Karla, minha amiga, companheira, confidente, sentirei muita falta dela. Segurei as lágrimas ao máximo. Mas no escuro do quarto, na minha última noite na Holanda, chorei, chorei por me afastar de pessoas queridas, chorei por ter tido momentos muitos bons na Holanda, chorei por estar voltando para o Brasil e ficar perto que pessoas que amo, chorei por ficar  longe do meu amor, chorei pela incertezas que o futuro me aguarda, chorei de medo, de ansiedade, de tristeza e alegria Sim, a mistura de sentimentos que eu tive nesse momento foi tão complexa, tão intensa, que só as lágrimas conseguiram se expressar. Nao falei tudo que eu queria para as pessoas, nao me despedi devidamente. Acho que não quis mesmo me despedir direito, pois quero e vou ter meus amigos por perto novamente! Demorei horas para dormir. Um filme passou por minha cabeça. Adormeci com os olhos cheios de lágrimas ao lado do medo meu amor, em minha cama de solteiro.




terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estou desempregada

Sexta feira foi meu último dia de trabalho no AMC em Amsterdam. Não fiquei triste, não chorei, na verdade senti um alívio enorme, uma sensação de liberdade, de dever cumprido. Vocês sabem que eu não gostava de trabalhar lá. Não era da função em si que eu não gostava, eu tinha muito flexibilidade, fazia coisas interessantes, meu grupo era super bacana, o que eu não gostava mesmo era do ambiente de trabalho. As pessoas de lá são arrogantes, esquisitas e ultra competitivas. Foi uma soma de fatores, um deles era não ter um lar em Amsterdam. Em Amsterdam morei com a família da Simone, depois morei com as brasileiras Daisy e Mika que vieram passar 6 meses aqui na Holanda, depois fiquei morando 2 semanas com a menina da Eslováquia e agora moro com 2 casais de brasileiros e o Daniel, amigo que fez a festa fa Peruca, lembram dele? Pois é, não tinha a minha casa, tinha só o meu quarto, não foi ruim, pelo contrário, mas o problema que eu não morei com o Bispo por 2 anos. Além disso, teve a briga com o chefe-mor que foi a gota d'água para pedir demissão. Até que demorei bastante, pois já não estava feliz a muito tempo. NA vida a gente precisa de um empurrãozinho para gente tomar decisões drásticas, talvez se eu não tivesse brigado com o chefe eu estaria trabalhando lá ainda, infeliz, apenas acomodada. E para mim acomodação é o fim!

Na minha última semana pude perceber que as pessoas gostavam de mim, fiquei feliz em saber disso, recebi palavras amigas, ganhei festinha de despedida do pessoal do meu grupo. Acredito que apesar de ter passado tempos difíceis, consegui cultivar amizades, consegui demostrar meu trabalho, minha capacidade. Pessoas como Hella, Karla, JanWilliam, Arnold, Keren ficarão em minhas lembranças dos tempos que trabalhei em Amsterdam.

Meu grupo de Amsterdam da Esquerda para Direita, em pé: Lin, Arnold, Karla, Keren, Hella e Kun. Sentados: Fraçois, marido da Keren, JanWillen, eu e Arjan, marido da Karla.

E para ficar na saudades das coisas boas, tirei várias fotinhos essa semana aproveitando as cores belíssimas de outono.




Estavionamente do AMC no Outono, com as árvores vermelhas, lindas não?

Essa caixinha de vidro serve para as pessoas fumarem durante o inverno. Como não se pode fumar dentro dos prédios, obviamente, o pessoal vai para fora fumar, mas no frio fica difícil, então muitos locais constroem essas caixinhas de vidro para os fumantes se protegerem do frio.

Estavacionamento do AMC com as árvores amarelas!


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