segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mudança 4: Possível Retorno da primogênita

Hoje foi o dia decisivo na minha vida profissional na Holanda. Tive reunião com meu chefe maior em Rotterdam para discutir meus resultados e aproveitei e disse que não estava feliz com meu atual projeto.
Na pesquisa comecei trabalhando com purificação de proteína no mestrado, purifiquei e caracterizei uma proteína de membrana de linfócitos humanos. E para que? Essa foi minha pergunta por 1 ano e meio de mestrado. Não via utilidade, mas terminei. Primeira coisa fundamental para eu ter vontade de fazer alguma coisa: ser clara sua utilidade. Comecei no doutorado com algo que sempre me chamou  atenção câncer e produtos naturais. O objectivo do meu doutorado foi estudar alguns compostos naturais sobre células tumorais para num futuro ser usado como quimioterápico. Eu era apaixonada por isso. Vim para Holanda fazer colaboração e terminei algumas coisas que comecei no Brasil e comecei estudar o câncer em si, sem usar nenhum composto natural, apenas tentar entender porque o câncer é assim do jeito que é, porque ele cresce espantosamente, porque algumas pessoas tem mestástase, porque alguns pacientes se tornam resistentes a quimioterapia. Estou muito longe de responder essas perguntas, mas buscar tais respostas é entusiasmatic.
Como meu chefe se mudou para Rotterdam, o único emprego que ele tinha disponível naquela época era num projecto sobre cicatriz. Iria trabalhar com mecanismo moleculares também, mas agora aplicado a cura da injúria (fechamento do corte, da queimadura) e formação de cicatriz, aumento do tecido conjuntivo da pele, formando queloides e outros tipos de cicatrizes. É um tema bem prático, bem interessante, mas não para eu estudar, não para eu desenvolver. Não tenho a menor vontade de ler sobre esse assunto, de fazer experimentos sobre esse tema. Quero estudar o câncer, essa doença incurável, diversa e complexa.
Falei para meu chefe que não quero mais trabalhar com cicatriz. Ele perguntou quando eu pretendia voltar para o Brasil. Disse a ele que no máximo em 2 anos. Ele sugeriu terminar as coisas aqui até outubro do ano que vem, que eu tinha dados suficientes para terminar, que depois ele tinha que discutir com Arnold, meu chefe em Amsterdam, o que fazer com o dinheiro que eles receberam para um projecto ser desenvolvido em 4 anos. Mas isso é problema deles agora, parte burocrática não é comigo.
Agora tenho um limite para terminar, tenho uma previsão de quando voltar para casa definitivamente. Estou tão feliz, tão aliviada. Saiu um peso da minhas costas. Tempos de mudanças. E muitas outras virão.

3 comentários:

  1. Oi amiga! Que ótimo q vc está feliz com essas mudanças! Mudar é preciso! E finalmente eu tive uma pequena noção do q vc faz aí! Yupí! Minha amiga estuda o câncer! hahahahahahaha Adorei! Muito bom o texto e mto boas notícias!
    Saudades mil!
    Um beijo

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  2. Que bom Roberta!!! Ui, e que alívio! Nada como ter datas marcadas para fazer a vida mais simples.
    Aproveita bem a sensação de hoje ;)
    Um beijo,
    ana

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  3. Zoe, ainda mais perto de ti...sou Empresária, mas o câncer e seus mistérios me facinam.
    Amiga siga seu caminho e vá com tudo neste estudo que até hj não encontram a cura, e como digo, assim que se tem o diagnóstico, se torna uma contagem regressiva da vida.

    Beijos.
    Li Spina.

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