domingo, 26 de abril de 2009

Características holandesas

Esse final de semana, tanto sábado quanto hoje tive que vir para Lav adiantar meus experimentos e compensar os dias que vou ficar em Barcelona. Cheguei ontem no lab as 5 da tarde, estava a maior bagunça, havia vários cabos no chão, várias extensões espalhadas tentando suprir todos os equipamentos e muita poeira, apesar de não haver mais água pelo chão. Mas pelo menos a energia voltou, tudo funciona, graças a Deus! Consegui fazer todos os experimentos que havia programado e cá estou no lab em pleno domingo, mas tudo bem, é por uma boa causa!

Entre um experimento e outro fomos no centro almoçar e passeamos pela Vismarket (ou fishmarket, ou mercado de peixe), uma praça enorme, na verdade um espaço aberto onde há feira ao ar livre toda terça, sexta e sábado. Hoje havia uma feirinha de antiguidades, que na verdade era mais uma feira de coisas velhas, pois antiguidade subentende-se coisa antiga, em bom estado de conservação que possui uma certa história, mas o que havia para vender hoje era coisas velhas mesmo, que se fosse eu jogaria fora.

Uma característica muito marcante dos holandeses é o fato de não desperdiçar nada, nada mesmo, tudo é contado, programado e reaproveitado. Aqui o sistema de reciclagem funcioana super bem, temos lixos de vidro e papel em muitos lugares, geralmente em frente a lugares movimentados. Garrafa PET é depositada nos mercados e você ganha um vale desse mercado de 25 centavos por cada garrafa. A economia é tanta que as vezes chega a ser avarenta.

Para se ter uma idéia se um holandês for preparar um jantar vai lhe perguntar quantas batatas você come, para poder cozinhar o número exato e não sobrar. Como vou saber quantas batatas eu como? E se no final eu quiser comer um pouco a mais ou por gula ou por necessidade mesmo? Bom, outra coisa é eles usarem a mesma roupa pelo menos 2 dias da semana. Não é como a gente que se for repetir roupa, pelo menos colocamos a mesma na segunda e na quinta. Aqui não tem esse pudor não, segunda, terça e quarta eles vestem a mesma blusa, saia/calça e na quinta e sexta, outra. Isso economiza número de lavagem de roupa, visto que água aqui é extremamente cara, 15 centavos de euros o metro cubico, além da taxa anual de 200 euros. Outro exemplo sobre economia de água é o modo como eles lavam a louça, super nojento por sinal, eles ensaboam tudo e depois enche a pia com agua e vai enxaguando toda a louça na mesma água!
Um fato engraçado foi o marido de uma brasileira que disse que ela estava gastando muito dinheiro comprando pãozinho semi-assado para comer no café da manhã. Quatro desse pãozinho custa 50 centavos, que dá para comer 4 vezes enquanto que o pão de forma custa 90 centavos e dá para comer muitos dias!

E e não posso me esquecer de contar sobre as coisas velhas. Aqui tem uma loja, Mama Mini, que vende tudo usado, desde roupas, sapatos, utensílios, até móveis, brinquedos, eletrodomésticos por preços super baratos. A loja fede, aquele mesmo cheiro de todos os brechós, mas nem por isso espanta os compradores. Mama mini vive lotado, e as pessoas compram tudo lá, mobiliam a casa inteira, renovam guarda-roupa. Ai credo, particularmente eu não consigo usar coisas usadas, mas se tem gente que consegue, e aqui tem muita, sorte a delas.

E hoje lá estava a feirinha, cada coisas horrível, bonecas assustadoras, baldes de metal, aqueles antigos de filmes de guerra, livros (livros tudo bem!), brinquedos velhos, caindo aos pedaços, roupas fedidas e tudo que você imaginar.

Ah... e todo ano, no dia da rainha, dia 30 de abril as pessoas colocam em frente de suas casas tudo que não querem mais e tentam vender. Segundo John Fealey, comediante inglês, o Dia da rainha é quando os holandeses reunes tuda as coisas porcarias e velhas ("collect shit") e coloca na frente de casa para mostrar para o mundo o quão orgulhosos eles são!! hehehehe. Muitas vezes quem faz isso são as crianças! É até divertido!! Deêm uma olhada no filminho desse comediante sobre os feriado daqui inclusive o Dia da Rainha, pena que a legenda está em Holandês, mas o inglês é claro, dá para entender.



Essa semana é o feriado do Dia da Rainha, depois eu conto um pouco mais.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Inundação

Hoje algo totalmente inesperado ocorreu conosco, nossos laboratórios e escrtitórios foram acometidos por uma enchente. Pois é, décimo e décimo primeiro andar totalmente inundado.Como isso ocorreu, não sei, deve ter sido um cano estourado, mas o fato é que tudo estava molhado.

Chegamos pela manhã e não havia energia elétrica para poder abrir o portão do estacionamento de bicicleta, entretanto, após 5 minutos, voltou a energia e conseguimos entrar, mas já foi suficiente para perceber que havia alguma coisa errada. A porta do prédio estava aberta, muito estranho, pois só podemos abri-la com nosso cartão e imediatamente ela se fecha. O elevador estava com uma luz estranha piscando. No andar do Bispo, o décimo, havia um monte de aspirador em frente a porta do elevador. Cheguei ao décimo primeiro e estava tudo escuro, com a porta corta-fogo de emergência semi fechada. No corredor, um monte de carinha da manuntenção conversando, olhando para o alto e apontando. Dirigi-me até minha sala. Monireh estava quase aos prantos. A mesa dela estava extamante de baixo do vazamento de água, tudo molhando, enxarcado. O computador jorrava água quando o levantava. Livros, cadernos, tudo estragado. Por sorte minha mesa não foi atingida. Mas o chão era pura água. Não havia energia. Não era possível trabalhar, nem hoje nem no final de semana. Mas com certeza segunda-feira tudo voltaria ao normal. Mas e meus experimentos programados? E as minhas células? E as minhas membranas de western blotting para revelar? Tive que deixar tudo para trás, pois não havia energia, não era possível trabalhar.
Nesse final se semana, havíamos programado de fazer vários experimentos para compensar nossa viagem para Barcelona semana que vem, mas algo maior aconteceu e nos impossibilitou de trabalhar, infeliz or felizmente.

Como Bispo disse, sempre anseiamos por um dia livre, um feriado, para fazer um monte de coisa legais, mas quando nos programamos, quando sabemos quando será o tão esperado dia sem trabalho, sem aula. Assim do jeito que ocorreu hoje, é estranho, pois estávamos preparados para trabalhar, aliás havia um milhão de coisas para fazer, e de repente (ou derrepente, eu nunca sei) é dia livre! Sensação estranha, de deixar coisas sem fazer, mas que repentinamente passou. Outros planos já ocuparam meu dia: vamos comer bife rib eye em casa, vou à academia, depois no final da tarde vou à sauna e a hidromassagem e aproveitar o dia lindo de sol. Oh vida dura!


domingo, 19 de abril de 2009

A Primavera mais linda do mundo


Não há dúvida pra mim, a Holanda é o lugar perfeito para curtir a primavera. Hoje fomos ao Keukenhof, o jardim mais famoso e mais bonito da Holanda, e quiça do mundo! Saímos as 6:30 de carro com Peter e sua noiva Erika. Chegamos bem cedo no parque, hora perfeita para tirar fotos sem pessoas indesejadas, como a foto ao lado.

Esse ano Keukenhof completa 60 anos e a homenagem esse ano foi para Nova York, não sei porque, mas enfim, havia várias coisas para NY como o mosaico de flores da estátua da liberdade.
A variedade de cores, de formas e tamanhos das tulipas eram imensas. É a segunda vez que vou lá e me impressiona, me encanto como se fosse a primeira vez. Tulipas vermelhas, rosas, laranjas, amarelas, mescladas branca e rosa, amarela e laranja, pétalas arredondas, pontiagudas, borda lisa, chamuscada, tamanhos os mais variados. Astonishing!
Dentre as lojas de souvinir que mais chamou minha atenção foi a que vendia tulipas e entregava em diversas partes do mundo, até no Japão. Na verdade eles vendem os bulbos, que serão entregues apenas em outubro, a pessoa que receber tem que plantar e esperar até o próximo ano para ver as tulipas. Parece coisa de louco, quem vai comprar 40 euros em flores que só serão apreciadas daqui a 1 ano? Pois é, Peter e Erika compraram para entregar na Hungria e assim como eles, muitas pessoas compraram e se entregasse, ou melhor, se as tulipas sobrevivessem no Brasil com certeza eu compraria.
Além de tulipas havia muitas orquídeas, hortências, e outras florzinhas que não sei o nome. Essa pequenina que parece um brinco cativou minha simpatia.

Todo ano eles colocam a exposição e venda obras de arte espalhas pelo parque, algumas peças bem interessantes, mas o problema é o preço, extremamente caras.

Saímos de Keukenhof as 3 da tarde e fomos em busca do tesouro, isso mesmo que você leu. Peter e Erika fazem parte de um grupo que busca tesouros pelo mundo, eles já acharam uma centena deles. Bom deixa eu explicar como funciona, você se registra gratuitamente no site http://www.geocaching.com/ e em vários lugares do mundo há escondidos uma caixinha com um monte de coisinha dentro, nada de muito valor, como canetas, cupons de descontos, fotos, lembracinhas e qualquer coisa que você colocaria lá dentro. No site há as coordenada em GPS para encontrar o tesouro. Então várias pessoas já encontram a mesma caixa e assinan um livrinho que tem dentro dele. Geralmente esses tesouros estão escondidos em lugares exóticos que você nunca iria se não tivesse um objetivo. Esse encontramos perto de Keukenhof, ao lado de uma pista de atletismo, que por sinal, perfeita. Na caixinha havia umas tranqueiras, mas foi bem divertido procurar. Folheei o cardeninho com anotações das datas que foi encontrado. Havia um casal lá quando chegamos que havia encontrado minutos antes da gente. Quando cheguei lá, eu vi eles no chão mexendo numas bandeirinhas, mas nem me liguei, e realmente, depois de de abrir a caixinha vi as bandeirinhas lá dentro!

Achado o tesouro fomos ao mar, ver os diques, que é uma barreira construída com a finalidade manter determinadas porções de terra secas. Na Holanda, 50% do país está abaixo do nível do mar, cerca de 2 metros abaixo, parece pouco mas imagina conter todo o volume de mar que ocupava essa porção de terra. No caminho de volta para casa passamos por essa rodovia contruida em cima do dique. Esse dique foi construído nos anos 20, sabe-se lá como, e represou uma imensa porção de água do mar, mas depois de tanto tempo isolado, quase 100 anos, virou lago de água doce e modificou todo o ecossistema. A esquerda, o oceano, a direita, o lago.

Hoje, grande parte original do lago está soterado para ter mais área construída. Agora entendo a frase: Deus criou o mundo e o homem criou a Holanda!

Ah, antes de chegar no mar, nos deparamos com imensos campos de tulipas. Peter, sem titubear, colocou os campos de tulipas no GPS e assim achamos a entrada para eles. Tiramos fotos excelentes. E o cheiro das flores...sem descrição!!



E para ver mais fotos desse domingo ensolarado recheado de tulipas, entra no meu ábum
Keukenhof 2009

sábado, 18 de abril de 2009

Sportdag: dia 2

Beny lava: da esquerda para direita, em pé, Kaushal, Maria, Bispo, Rajesh e Gwenny. Sentados eu e Denny.


Ontem foi o último dia de voleyball! Tivemos mais 3 jogos, o primeiro jogo foi totalmente estressante, havia a cobrança psicológica de vencer para sermos os grandes campeões do Poule 3 (grupo 3) e levar o troféu. Começamos vencendo de 7 a 0, mas o nervosismo acabou com a nossa chance. Como já não havia mais esperança, desencanamos e jogamos por diversão e lógico que vencemos em disparado!
Fiquei muito nervosa no primeiro jogo, odeio, simplesmente odeio, quando me dizem "a bola era sua, você que deveria ter ido". Fiquei possessa. Mas logo passou e fui relaxar fazendo spinning, para esperar o próximo jogo, enquanto o pessoal jogava volei em roda. Não dava para jogar com eles pois meu braço estava doendo muito, enrolei um negócio no braço para ver se diminuia o efeito da pancada das bolas, mas mesmo assim, doia demais. A cada bola que eu pegava de manchete a dor começava, inicia no braço, obviamente, e percorria meu corpo todo, numa onda de calafrio e dor, um horror!
Acabado todos os jogos a dor foi sumindo, para ser substituída pela dor de cabeça e mal estar. É, não estava com muita sorte. Antes de ir para o jogo tomei leit de soja que não parecia normal, mas mesmo assim tomei, e depois depois  dos jogos, comi um hamburger horrível, composto por apenas pão e hamburger, aliás na cantina do ginásio você quem pega o pão, abre com a mão, pega o hamburger e coloca dentro, não havia nenhum molhinho, nem nada, ketchup tinha que comprar a parte. E claro com meu estâmago fraco, não deu outra, passei mal mesmo.
Mesmo assim ficamos na festinha de encerramento, música ao vivo, super animado!!Dançamos, bebemos, fizemos palhaçadas, foi massa!!

Bom, preciso ver se meu pão assou!


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desafio 1 vencido

Estou acabada. Tivemos 5 jogos de volei de 15 min cada, como havia dito. A universidade inteira estava concentrada num ginásio imenso, num lugar chamado Martini Plaza, bem pertinho de casa. Havia13 quadras de volei, 2 de futsal e um espaço imenso para spinning, além da cantina, vestiários e corredores. Vários jogos acontecendo simultaneamente sem parar. Acabava os 15 min de jogo e logo já entrava os próximos times na quadra. Era uma versão bem light do interbio, sem bebida alcóolica, sem batucada, sem gente pelada, mas por onde quer que se olhava havia um rostinho conhecido, havia gente com fantasia, não muitos, acho que vi apenas duas, orelhas de oncinhas e homens com fantasia de barriga sarada.

Nosso time, chamado Benny lava, era animado, divertido até que jogava bem. É tenho que admitir que os times que jogamos contra era ruins demais. O nome do timé é baseado numa banda/música indiana engraçadíssima veja o filminho no youtube:


É, esse é nosso time!



O mais legal foi que jogamos contra nosso médico, o Huisarts, e vencemos de 25 a 2, foi muito engraçado!!! Jogamos também contra a Hematologia, com pessoas conhecidas, e vencemos de 28 a 17. Éramos composto pela Gweeny, a capitã e praticamente a única que jogava alguma coisa, sabe como dar manchete, cortar, sacar, organizar o time (ela treina toda semana), Kaushal, Bispo, eu e Heleen, que temos alguma noção, Rajesh e Danny, que não têm muita noção de volei, mas sabe que o objetivo é passar a bola para outro lado, custe o que custar, carregar a bola, dar dois toques se matar, colocar toda força do mundo etc. Vencemos 4 jogos, apenas o último perdemos por 1 pontinho. Foi meio roubado para a outra equipe, mas tudo bem, nem brigamos.

Aliás acho que foi por isso que me senti tão bem, não havia cobrança em vencer em jogar perfeitamente, estávamos lá para nos divertir, ter um tarde gostosa. Adorei.

O único problema dessa maratona de volei foi ter machucado meu bracinho, de tantas manchetes com aquelas bolas duras meu braço ficou vermelho, machucado mesmo, parece que levou um monte de pancada e na verdade levou mesmo. Estava doendo tanto que a primeira bola que eu peguei no último jogo, não aguentei de dor, tive que sair e ficar no banco.
Vou dormir que amanhã tem mais. It was so much fun!

Desafio 1: jogo de volei

Hoje jogarei volei com o pessoal do lab, serão 5 jogos de 15 min aproximadamente. Depois de tantos anos sem jogar, desde os tempos de quando treinava no Guarani, quando eu tinha 15 anos, que eu nunca mais joguei, nem na faculdade. Vamos ver se superei o nervosismo e a cobrança interna. Estou ansiosa.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

As pessoas

Hoje vou começar a contar um pouco das pessoas daqui, tentar mostrar que ao mesmo tempo que são tão diferentes, possuem os mesmo anseios, os mesmos sentimentos, as mesmas dúvidas e pensamentos.

Tudo começa na infância. Antes disso, no parto. Aqui na Holanda o que é natural é sempre melhor, custe o que custar, logo, parto normal é e melhor forma para se nascer, tudo sem anestesia como nos velhos tempos. Os médicos evitam ao máximo parto cesariano, algo que no Brasil é tão comum, rápido, fácil e indolor, aqui só se faz a cirurgia em último caso, último caso mesmo. Mês de Março tive duas amigas que tiveram bebê, Lu, chinesa 35 anos, primeiro filho, e Gilda, Cabo-verdense, 27 anos também primeiro filho. Fui visitar Lu há 2 semanas, teve uma linda menina de olhos puxados, porém enorme para um recém nascido, fiquei assustada com o tamanho, nasceu com mais de 4 kg. E adivinhem, ela teve parto normal, que de normal não teve nada. Primeiro, ela ficou horas tendo contrações e nada de dilatação, segundo, com um bebê deste tamanho era sacanagem ter parto normal, terceiro, ela está 35 anos, a possibilidade de ter complicações com essa idade é alta. Mas mesmo com todos os poréns, os médicos, ops, desculpe, médico aqui é Deus, você nunca vê mas sabe que eles estão lá em último caso, melhor dizendo, parteira (tem um nome holandês para essas mulheres que fazem o parto, e não são enfermeira, sequer médicas)conseguiu tirar o bebê com o maior sacrifício, usando forceps e tudo, e claro, depois de todo o esforço, a recém mamãe perdeu quase 3 litros de sangue (só para lembrar, nós mulheres temos em média 5 litros de sangue). Lu ficou alguns dias na UTI, sobreviveu, mas não foi fácil.

Gilda, mais nova, teve horas de contração, horas sofrendo, só no último minuto que decidiram lhe dar anestesia. Mas tiveram que cortá-la, usar bomba de sucção, mil coisas. Ela disse que no momento que o liquído entrava em sua coluna, a dor ia sumindo instanteneamente. E eu me pergunto, precisava faze-la sofrer? Talvez eles pensem como o Bispo, só a dor é positiva (frase de Schopenhauer), pois a dor nos traz os melhores aprendizados, acho que nesse caso, a lição é: filhos nunca mais.

Além do sofrimento, o que as duas tiveram em comum foi o fato que depois de tanto sofrer elas queria descansar, dormir, se recuperar. Que ver o bebê que nada! Dar aquele beijo no bebê ensanguentado, com aquele sorriso sobre o rosto suado, cansado só existe em filmes mesmo, pois não houve dor, não houve quase morte, tudo é mentira. Começa ai o primeiro sentimento do bebê.

Depois que a nova família chega em casa, uma mulherzinha vai ajudar a cuidar do bebê ensinar como cuidar, quanto de leite deve dar, quanto banhos por semana, etc. Primeiro, se o bebê chorar, não se deve imediatamente pegá-lo no colo e acalmá-lo. Chorar até 15 min é saudável e o bebê vai saber quem manda na casa. Banho, não se deve dar mais de 3 por semana, dizem que faz mal para pele da criança (na verdade a água aqui é muito pesada e o sabonete fortíssimo). Se a mãe não tem leite, não tem problema, tem leite em pó mais nutritivo para os recém nascidos. E assim vai a lista de absurdos.

Quando a criança cresce, elas são ensinadas a serem independentes, responder pelos próprios atos, ter liberdade. Ficamos impressinados quando observamos as crianças nas lojas, nos parques, nas praças. Elas simplesmente fazem o que querem, sujam a roupa, caem, se molham, se arriscam, e os pais parecem não ligar. Elas sabem que se molharem a roupa num dia frio, não terão outra para trocar naquele momento. Sabem que se cair, azar o dela, quem vai se machucar são elas. Os pais apenas mostram as consequências, se elas quiserem se arricarem, o problema é delas. Um vez vimos um criança brincando com um boné na estação de trem, com o vento o boné voou e caiu na linha, daria para o pai ir buscar, pular lá rapidinho antes do trem vir, mas quem jogou o boné lá, acidentalmente ou não? O moleque, azar o dele então. No museu do Nemo ano passado, mil crincinhas brincavam de se equilibrar na borda do chafariz, era apenas um desequilíbrio que elas cairiam na água que havia dos dois lados. Não estava tão calor assim, apesar do sol. Os pais onde estavam? Tomando café nas mesinhas sob o sol, sem se preocupar com nada, não havia nenhma mãe gritando "Sai dai muleque, você vai se molhar". Esse modo de educar livremente, de deixar as crianças perceberam as consequências das ações o que acho bastante interessante. Nunca vi nenhum mãe gritando com o filho para não por a mão na terra, para não sujar a roupa, para por determinada roupa (as crianças vestem o que querem,sábado é comum ver meninas com roupas de borboleta, bailarina, com sandálias da mãe).

Bom, para finalizar, com todos esses traumas de infância, o indivíduo sai de casa aos 18 anos, ainda muito jovem, e só visita os pais de vez em quando, em feriados e dias importantes como dias dos pais ou das mães.

Só para comparar no Brasil, salvo algumas exceções, só saimos de casa para casar e muitas vezes acabam morando no fundo da casa, ou dentro da casa dos pais ou nas redondezas e quando moramos a uma distância que se precisa usar meio de condução para para chegar, visitamos nossos pais toda semana (e ligamos quases todos os dias.

sábado, 11 de abril de 2009

Sexta-feira santa


Sexta-feira santa foi um dia de muitas atividades.  Acordamos cedo, ah, cedo para quem foi dormir as 3 da manhã.  Não foi balada, antes fosse, cheguei do lab as 18 h, dormi até as 23, corpo doendo, cansado, queimava de febre, morria de frio ao mesmo tempo que suava feito porco. Acordei, vi um filminho super bonitinho, Wall-E da Diney/Pixar, e depois dormi de novo, ai claro derreti sob os cobertores, e felizmente acordei ontem bem melhor, e pelo menos sem febre!Mas todos os outros sintomas de gripe ainda estavam lá.

O céu azul, 20 graus lá fora, dia perfeito para atividade ao ar livre. Tive minha primeira aula de tênis, foi máximo, adorei, mas cansei rápido, por causa da gripe. tenho muito que aprender, mas pelo menos  consegui passar a bolinha pra lá da rede!! Grande avanço! Depois voltamos para almoçar, estava bem calor, e fomos passear no centro. Estava acontecendo o mercado das flores. As ruas do Groete Markt e Vismarkt estavam fechadas cheias de vendedores de flores, uma mistura alegre de cores. Passeamos por lá um pouco e o Bispo foi jogar basquete no parque, aproveitei e fui na academia, perto de casa. 

A academia é ótima, super barata em comparação com as de mesmo preço do Brasil, 100 reais (40 euros), com direito a tudo, além de fitness, cardio e aulas (tem todos os tipos de aulas da doy systems, body balance, jam, pump, tem também street dance, x-cardio, kung fu e mil outras aulinhas legais) , tem também spinning (lógico, estou a Holanda, não poderia deixar de ter aula de bike, que alias tinha uqase umas 60 bikes na salinha), aromaterapia e sauna, que aliás é mista e todo mundo pelado, quero só ver, deve ser divertido, um dia foi tentar, primeiro claro no dia só das mulheres.
Fiz um pouquinho de cada equipamento e os aeróbicos, simuladores de escalada, de remo, bikes, esteiras, tudo do futuro. Uma coisa senti falta lá, no achei nenhuma excercício para o bumbum. Tudo bem que aqui eles não dão valor para essa região do corpo feminino tão valorizada pelos brasileiros, mas poxa, então quer dizer que eles ficam com o corpo todo estruturado e a bunda caída, fala sério. Gostei, espero emagrecer 5 kgs para poder ir para Barcelona e colocar meu bikininho brasileiro, é um mêszinho de inverno aqui é perverso com nosso corpo. Agora tenho que suar muito.

Ps. Mais fotos entrem no meu album no picasa 
Primavera em Groningen


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os dias livres

Não aguentei. TIve que tirar minha dúvida sobre o feriado na segunda! Estava na sala de cultura e Jeroen (lê-se Irum) entrou logo depois de mim. Tentei me segurar para fazer a pergunta, mas, quer saber, perguntei. E adivinhem a resposta que tive? A mesma que eu havia contado antes, ele disse igualzinho a mim, falou que domingo é Páscoa e que segunda é a segunda Páscoa, quando Jesus foi passear pelo país (gargalhadas)! Na verdade ele não sabia, e disse que os holandeses gostam mesmo de feriado e quem não gosta!!

Completando a conversa, Jeroen disse que em média cada pessoa tem 42 dias livres por ano, dias de trabalho, o que dá quase 2 meses de férias em dias corridos, mas as pessoas aqui preferem tirar esses dias livres aos pouquinhos. Ah, esses 42 dias livres é sem contar o Mama e Papa Dag. Deixa-me explicar o que são esses dois dias: se um casal tem um filho, é permitido para um dois ter um dia livre toda semana para ficar com a criança, acredito que seja por um tempo limitado, sei lá, até a criança completar 6 anos, 10 anos. Se for a mãe, é chamado de Mama dag e se for o pai, Papa Dag. Isso é um grande vantagem para família, pois além de não trabalhar e passar mais tempos com as crianças, os pais economizam o dinheiro da creche já que aqui é cobrada por hora, o que chega a mais de mil euros por mês.

Curiosidade saciada, bora trabalhar!

Primeiro feriado do ano-Páscoa e pós-páscoa

Nesse final de semana haverá dois feriado um na sexta e outro na segunda-feira. Amanhã será Good Friday, traduzindo, Boa Sexta-feira, que deve ser a sexta-feira santa do Brasil. Domingo será Pásca (Easter Day) até ai tudo bem, igualzinho as terras brasileiras. Agora o mais legal é a segunda-feira, que também é feriado, que é a Segunda-feira de Páscoa (Easter Monday). Alguém já ouviu falar em tamanho absurdo? Pois é, aqui é comum ser feriado no dia seguinte do feriado, que não é nada mal, como diria minha amigas portuguesas. E depois é a gente que inventa dias para não se trabalhar. No Brasil os feriados tem motivos nobres, religiosos, que marcam um acontecimento importante em nossa história, como 7 de setembro (independência) , 21 de abril (Inconfidência Mineira), 15 de novembro (Proclamação da República), 12 outubro (dia de Nossa Senhora Aparecida, e não dia das crianças) e assim vai.

Não estou reclamando do feriado aqui, de jeito nenhum, estou apenas tecendo um comentário sobre a criatividade holandesa. Deve ter uma razão, mas segunda conceitos católicos, o domingo de Pásca foi quando Jesus ressucitou, mas eu nunca ouvi falar que na segunda-feira depois ele fez alguma coisa, foi passear com os Apóstolos e revelou um importante segredo. Não. Olha que cresci em escola de freiras e padres onde toda as semanas tinha uma história da Bíblia para ser trabalhada e nunca ouvi falar.

Deixando pra lá os porquês dos feriados, o importante que eles estão ai e temos que aproveitar. Agora que estamos na primavera, chove menos, o sol aparece mais vezes (é isso mesmo, não significa que se não há chuva há sol, muitas vezes nao está chovendo mas o dia está cinza, nublado, horrível) dá para passear pelas cidadelas holandesas. Talvez iremos para o litoral ou então para algum outro lugar aqui mesmo dentro do país, pois não podemos ir muito longe já que no final do mês iremos para Barcelona!

domingo, 5 de abril de 2009

Dia De Sol


Depois que vim morar na Holanda percebi o quanto o calor, a luz solar e o céu azul faz diferença em nossas vidas. Quando o sol aparece em Groningen, as pessas ficam mais felizes, mais sorridentes, passeam com as crianças, com os cachorros, saem às ruas, ficam sentados na praça, nos cafés, simplesmente recebendo os raios solares com um sorriso enorme no rosto. Essa semana foi a primeira semana que realmente o sol deu as caras, fez 21 graus Celsius na sexta-feira. Às 3 da tarde todas as pessoas estavam nas ruas tomando cerveja, sorvete, sentadas esturricando no sob o sol, claro que não pude perder essa oportunidade, o grande evento da cidade.

Fomos dar uma volta no centro no meio da tarde, tomar um sorvete, depois voltei ao lab para pegar minhas coisas e ir embora. Quando eu voltei, as 4, já não havia mais ninguém. Não recrimino, pois não é todo dia que há sol por aqui!

Já sábado, fez frio e nublado, as usual! Mas tudo bem, fiquei em casa lendo e dormindo gostoso, sabe aquele dia de ócio total! Adoro! 

Domingo, o sol resolveu aparecer! O pessoal combinou de jogar basquete, mas eu não fui, preferi ficar sozinha comigo mesmo, fui caminhar com minha câmera, tirar algumas fotos do dia de sol, fui até o lago, corri um pouco  e dancei! Cheguei em casa coloquei uma trilha sonora indiana e dancei muito! Eu adoro dançar! Dança do ventre é a minha terapia, é a minha meditação, me sinto ótima quando danço!

A noite fomos jantar na casa de Maria e Kaushal, bacalhoada portuguesa com lentilhas à moda indiana, uma combinação exótica mas excelente! Depois, claro, continuamos nosso jogo de mímica, de adivinhar filmes!! Foi super divertido!

Fechamos o domingo com muita risada e descontração!!


sábado, 4 de abril de 2009

Jantar com os amigos

Aqui em Groningen temos laguns bons amigos. Todos o finais de semana saimos com eles, seja para irmos jantar em algum restaurante ou na casa de alguém, tomar uma cerveja, ir ao cinema ou mesmo jogar basquete. Hoje fomos jantar em um Restaurante Italiano próximo de casa. Um lugar pequeno, sob meia luz, aconchegante, mesas redondas ou quadradas sempre com uma vela no centro, e claro, música italiana de fundo. Como não posso comer massa ou pizza, pois sempre doe meu estômago, eu pedi um ossenhaas, um bife muito, mas muito bom mesmo, tipo filé mignon, com molho de gorgonzola, salada e batatas. Divino. Estava com medo de comer lá para falar a verdade, pois minha última experiência, spaghetti com frutos do mar, foi um pouco desastrosa. Mas enfim, estava ótimo o prato. Os meninos pediram pizza, uma para cada um. Calma, não é uma pizza grande, a pizza aqui, em todo restaurante, tem o tamanho de um prato, mas mesmo assim é grande. 

Depois de jantarmos, de dar algumas risadas quando Maria, amiga portuguesa diz que Portugal descobriu a Índia  e o Kaushal, o nosso amigo indiano, que por sinal namora a Maria,  sempre falar que eles já estavam lá antes dos portugueses chegarem, seguimos ao Pub Belga, Pentilier, que obviamente estava lotado. Seguimos, portanto par outro Pub, sem nome, ali do lado. Depois de muitas banhos de cerveja, toda hora tinha alguem derrubando copos na mesa, começamos a brincar de Imagem e Ação  de filmes, 2 equipes, uma equipe diz um filme que uma das pessoas da outra equipe tem que fazer a mímica para o restante do grupo tentar adivinhar. Foi muito divertido! Os filmes mais difíceis de adivinhar foram Moulin Rouge, Citiezen Kane, Chicago.Na mímica do Moulin Rouge fiz um arco-íris para tentar chegar no vermelho, e dizer que a segunda palavra era vermelho. Fiz a Torre Eiffel para dizer que o filme era francês, fiz sinal de estar passando blush, rouge, mas ninguém entendia. Não foi fácil, acabamos desistindo. No Chicago, Kaushal fazia mímica das sílabas, mas começou de trás para frente, ai o Mateusz não conseguia lembrar mais da última sílada, e o Kaushal ficou nervoso, pois o Mateusz não adivinhava!!  Foi divertido. Amanhã iremos jogar basquete e depois jantar na casa da Maria e Kaushal.

São esses alguns de nossos amigos que deixam nossa vida em Groningen mais divertida! Obrigada

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ajustes

Nosso físico é totalmente afetado pelas emoções e sentimentos. Toda doença é resultado da mente. A cada dia tenho um prova disso. Ontem fui dormir bem, comi normalmente durante o dia 1 croissant antes de sair do trabalho, depois 2 pequenos cachorros-quentes na Ikea, sendo que a metade de cada pãozinho joguei fora. Depois em casa comi uma saladinha e um steak de soja. Três horas depois de me deitar, levanto no susto, com aquela sensação horrorosa que sempre tenho, calafrios, dor de barriga, ânsia de vômito, faço de tudo para não vomitar, mas nada melhora, deito no chão gelado para refrescar. Nada. Tenho que jogar fora tudo que me está fazendo mal por dentro. E não falo só da comida que ingeri, tudo que nos faz mal por dentro temos que jogar fora.

Ontem fui dormir com a sensação de ter sido julgada erroneamente. Sempre na história da humanidade as grandes brigas, guerras foram devido a dinheiro. Por que na minha mera vida seria diferente? Uma hora ou outra isso ia acontecer. E foi ontem. E tenho certeza que acontecerão muitas e muitas vezes. Não estou comparando meus pequenos ajustes financeiros com as grandes guerras, não é isso, não teve tal proporção, e não foi briga, nem guerra e nem nada do tipo, o que aconteceu foi que o desequilíbrio da minha harmonia foi causado por um assunto específico, dinheiro, desarmonia causada simplesmente pelo sentimento que tive de imaginar outra pessoa achando que eu a passei para trás, o qual foi foi horrível. Foi simplesmente a mesma sensação que tive durante essa noite, dor de barriga, ânsia, falta de vontade de comer e calafrios.

Também tenho certeza que muito é exagero da minha parte, como sempre, mas o que eu posso fazer se sou exagerada em tudo?

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