domingo, 21 de março de 2010

Dia 5 de Março: o início

Minha viagem já começou, adivinhe por quê? Neve, linda, branca e fofa, mas que aqui na Holanda só atrapalha a minha vida. Trabalhei pela manhã em Amsterdam e na hora do almoço fui para Groningen arrumar minha mala e despedir do meu amor. Começou a nevar assim que pisei em Groningen, aqueles flocos imensos, que em poucos minutos cobriu a cidade de branco. No início achei lindo, "Nossa, neve de novo, que legal!" Mas quando vi as ruas cobertas de neve já me veio a lembrança terrível que tivemos com trens e neve na Holanda.
Estava nevando forte, a neve começou a acumular. Comecei a me preocupar. Meu trem para aeroporto de Dusseldorf, na Alemanha, sairia às 6 da manhã para poder chegar com 3 horas de antecedência no aeroporto, mas se os trens atrasassem, não chegaria a tempo, pois tinha 2 conexões de trens de 10 min cada.  O que fazer? Mandei uma mensagem para Gwenny, minha supervisora e companheira nessa viagem, e ela sugeriu que eu fosse para a casa dos pais dela, que fica na fronteira com a Alemanha e dormissemos lá para sair pela manhã. Não queria muito, não gosto de dormir na casa dos outro, mas e se os trens atrasassem e eu perdesse o voo? Resolvi pedir informações na estação de trem e obviamente ninguém sabia de nada. Se eu arriscasse ir no dia seguinte e não chegasse no aeroporto a tempo? Ai que droga! Eu queria ficar em Groningen e descansar na minha casa, mas também queria ter certeza que iria viajar. Sabe o que eu fiz então? Comecei a chorar! Essas coisas só acontecem comigo. Poderia muito bem ter sido um dia normal, sem neve, sem possíveis atrasos, mas não, comigo tem sempre que ter aventura. Essa viagem estava promentendo, começando com aventura antes mesmo de começar a viajar.
Depois de conversar com o Bispo, uma pessoa sensata e objetiva, decidi ir para casa dos pais da Gwenny e garantir minha viagem. Mais 2 horas e pouco de trem até lá.
Foi a primeira vez que fui na casa de um verdadeiro holandês, sem nenhuma ligação com estrangeiro. Gwenny estava me esperando na pequena estação de Doetinchem com o pai. Após 20 min de carro, chegamos numa casa muito aconchegante de frente a uma lago, numa área rural bem tranquila. A casa de 2 andares possuía um jardim ao redor, não havia muro. No andar térreo, estava a sala de estar de jantar e cozinha bem amplas. No segundo andar havia 3 quartos e banheiro completo, ou seja, toillete e chuveiro. A casa era muito bem organizada, cuidadosamente limpa e a decoração era simples e de bom gosto.
Estava morta de cansaço, queria dormir o mais rápido possível, mas eles me ofereceram cerveja, torradas com salmão e pates. Primeira regra de educação na Holanda: "quando estiver na casa de um holandês e este lhe oferecer algo para beber ou comer, aceite". Foi um amiga brasileira casada com um hoandês que me falou. E, portanto, ficamos conversando por umas duas horas, tomando cerveja e comendo canapés. Os pais da Gwenny falam um pouco de inglês, em apenas poucos momentos eles falavam em holandês quando eu estava por perto, pois era mais fácil para eles que não sabia uma determinada palavra em inglês, mas logo em seguida a Gwenny traduzia. Em nenhum momento me senti constrangida. Fomos dormir em seguida pois teríamos de acordar bem cedo para pegar o trem bem cedo em Emerich, uma pequeba cidade alemã perto da fronteira com a Holanda. Esse dia me recordei dos tempos quando era criança quando dormia na casa de amiguinhas da escola e ficava horas conversando ambas em suas camas antes de cair no sono e pela manhã, uma mesa de café da manhã repleta de guloseimas nos esperavam. Foi exatamente isso que aconteceu.

Um comentário:

  1. Ai q delícia amiga!
    Lembro sim de qdo vc dormia aqui em casa.... aqui não,agora na casa da minha mãe! Welcome back! E poste as fotos logo, to curiosíssima!

    Um beijo

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