domingo, 28 de março de 2010

A primeira impressão da Índia

Na Índia só é permitida a entrada no aeroporto de pessoas que vão embarcar. Rajesh nos esperava do lado de fora do aeroporto, com dois botões de rosa para nós duas. Esse ato do Rajesh foi o primeiro que tivemos que mostrou a hospitalidade indiana. Ah, sem esquecer que havia muita gente esperando as pessoas que estavam para chegar! Acho que nem em Guarulhos vi tanta gente esperando pessoas no aeroporto!


Chegamos em chennai as 8:39 da manhã. Passamos pela imigração que foi super rápido e pegamos nossas mochilas. Minha mala estava super vazia, havia trazido apenas 3 camisetas, 2 calças mais o jeans que eu estava usando, só! Pois as roupas que eu tenho não são apropriadas para um país tradicional com a India. Não que eu use muito decote, saia curta, mas lá na India as meninas não mostram o joelho, nem o ombro e não usam roupas coladas no corpo. Ou seja defitivamente não tinha roupa para usar lá. Fala sério! Com aquele calor todo! Quem consegue sobreviver? Mais de 1,5 bilhões de pessoas!

Bom, Rajesh e seus dois amigos que eu nãos sei os nomes (não foi por falta de falar, mas que os nomes são difíceis de entender, um chamava algo parecido com Raul, o outro não faço a menor ideia) nos levaram de taxi até nosso hotel.

Pegamos um taxi super bonitinho, carrinho antigo, estilo anos 50, a diesiel, e claro, como uma boa colônia inglesa, a direção do lado direito. Senti-me naqueles filmes ingleses do ano 50, claro sem contar com a visão fora da janela, que nada lembrava a Inglaterra.

Durante o caminho o que me chamou mais atenção foi o trânsito maluco, que toda hora que vinha uma carro no sentido contrário eu gritava e achava que ia bater! Outra coisa que chamou muito atenção foi a mulheres na garupa das motos sentadas de lado! Não havia muitas vacas pelas ruas, até fiquei triste, queria ver as vaquinhas! Essas primeiras horas foi muito marcante, pois era como se estivesse num filme. Nunca pensei que iria para India, um país tão distante do Brasil, era algo inatingível, mas lá estava eu, com 3 indianos e uma holandesa, num taxi indiano, no meio de uma paisagem completamente diferente do Brasil. As pessoas eram diferentes, as roupas, as casas sem terminar, os prédios abandonados, tudo sujo, ar poluído, mas foi mágico!

O hotel Ashoka onde estávamos hospedados era muito bem conceituado no passado, não sei mais como esta hoje em dia, mas ele é indicado no Guia Lonely Planet, enfim, resumindo o hotel é um pouco velho e não tão limpo assim. Não que não limpassem, não que não lavassem as roupas de cama, o que me pareceu é que tudo era tão velho e gasto que as lavagens não limpam mais as sujeiras acumuladas durantes os anos. As paredes do quarto tinha várias manchas, a porta também, o banheiro não é lá dos melhores. Para tomar banho de chuveiro era preciso puxar um botão e ficar segurando senão a água sai pela torneira logo abaixo na altura do joelho, ou seja, por 3 dias tomei banho com uma mão só, depois eu consegui dar um jeito e fazer a água só passar pelo chuveiro! Mas na verdade, o banho de chuveiro não é muito usado por lá, o banho lá e assim: você enche um balde que já mora no banheiro (todos os lugares, mesmo nos hotéis chiques, com a diferença que nos hotéis chiques o balde é mais novo e bonito) e com uma canequinha que sempre o acompanha você despeja água sobre você! Isso me lembra quando faltava energia em casa e tínhamos que tomar banho de canequinha!
Meu primeiro pensamento foi tentar arrumar outro hotel, deu aquele nojinho desesperador, mas respirei fundo e parei de frescura, já sabia que a India não seria o lugar mais limpo e novo de ficar, então se estava no inferno era para abraçar o capeta, não é assim o ditado? Então comecei tentar aproveitar e ver as coisas boas.

Tomamos um banho rápido e fomos encontrar Rajesh e os dois amigos para tomarmos café da manhã. Tomamos um café tipicamente do sul da Índia: dois bolinhos feitos de arroz em forma de disco voador chamados idly que você mergulha em dois tipos de molho um chamado samba que parece uma aguinha suja com algumas coisas flutuando como pedaço de tomate e cebola, quiabo, batata, cenoura e, outro molhinho com leite de coco ambos muuiiiito apimetados. Não consegui comê-los! Outra coisa que tinha era um punhado de arroz muito temperado e cheios de ervas mas não tinha pimenta. Ah, o mais gostoso mas não consegui comer pois já estava cheia foi a panqueca indiana chamada Dosa que é bem fininha e crocante com manteiga e um pedaco de folha de bananeira para dar aroma! Uma delícia! O café vem sempre com leite e é bem gostoso.

Uma coisa que notei no hotel e que não tem mulheres trabalhando apenas homens, aliás tem muita gente para pouco serviço, mas geralmente nos lugares que fomos tem muita gente para fazer o mesma coisa e muita gente não fazendo nada. Os homens que trabalham no hotel e que não trabalham na recepção, estão geralmente descalços e usam um uniforme bege bem sujinho, que consiste de uma camisa de botão com mangas curtas e um shorts. Toda vez que passávamos perto deles eles se levantam, se estiveresse sentados obviamente.
Essas foram minhas primeiras horas na India! Um pequeno choque cultural, mas logo superado!

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