quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Campeã do ano

Essa foi a minha atrapalhada pior de todas. Domingo de sol, fomos passear no parque, tirar umas fotos, mostrar um pouco da beleza de Groningen para nosso novo visitante.
Caminhamos bem devagar pois o Bispo está quase perdendo a unha dos dois dedãos do pé, devido a uma maratona de 2 dias e 10 jogos de futebol com uma chuteira nova e apertada. Resultado, além de dores em todos os músculos do corpo (até em regiões que ele não fazia ideia que havia músculo), duas unhas pretas, que provavelmente vão cair.
Enfim, andamos bem devagar, encontramos uma linda e perfeita ferrari preta no caminho, e sentamos para descansar.
Em seguida fomos nos esticar no sol, estendi  minha canga na frente do lago e após alguns minutos chega uma menina na minha direção falando "ratatatataataratarata , em holandês, a única coisa que vi foi minha câmera na mão dela. Fiquei aqueles 5 segundos tentando entender o que estava acontecendo, o que minha câmera estava fazendo com uma pessoa estranha? Ai depois acabei entendendo o que ela estava falando, ele perguntou se a câmera era minha pois ela tinha achado no banco (aquele que sentamos para descansar!) e me procurou para devolver. Vocês acreditam na minha estupidez e desleixo? Eu não.
Pior vocês acreditavam que existiam pessoas como essa menina, que ia procurar a pessoa num parque enorme que esqueceu uma camera fotográfica em cima do banco? O mundo ainda tem salvação! Mas eu, acho que não.

domingo, 25 de abril de 2010

Dia 9 de março: almoço na casa do Rajesh

E mais um pouquinho de India. Um dia acabo de contar. Espero que antes da próxima viagem: Hungria no começo de junho.

Acho que descobri uma maneira de lidar com o blog: durante a semana eu farei posts pequenos através do celular durante a volta para casa depois do trabalho, sobre  pequenos acontecimentos e algo interessante e, no final de semana, quando tenho mais tempo, contarei em mais detalhes sobre as viagens, que tal? Gostou? Se tiver alguma sugestão será bem vinda!

Bom, vamos lá!
Esse foi um dos dias mais especiais na India para mim, conhecer a família do Rajesh e almoçar na casa dele.
Conheci Rajesh no laboratório em Groningen em 2008, aluno de PhD, indiano moreno escuro, não diria negro, pois não é nada parecido aos negros que temos no Brasil, é uma cor diferente. Rajesh é magro, sempre está bem arrumado, de camisa e calça social, olhos bem escuros, que não dá nem para ver a pupila. Uma pessoa muito gentil, amiga e sincera.

Em nosso terceiro dia na India, foi o dia de visitar a casa de Rajesh. O motorista nos pegou no hotel lá pelas 11 e após quase 1 horas chegamos em nosso destino. Estávamos em 6 pessoas, eu, Gwenny, Jan ( o alemão), Amerins, a mãe e a irmã (holandesas). No caminho vimos o litoral, o porto, muitos caminhões carregando containers atrasavam nossa jornada, muitas casas pobres a beira da rodovia estavam sendo demolidas, muitos carros, ônibus sem vidros, caminhões, uma loucura total. Quando de repente o carro entrou numas ruas menores de terra, sem movimento, sem pessoas na rua e parou! Chegamos. A casa estava toda enfeitada pelo lado de fora, com flores, tecidos coloridos para celebrar o casamento de um dos membros da casa.

Fomos recebidos pelo Tio do Rajesh, chamarei ele de Uncle, pois foi assim que o chamávamos, já que não conseguia entender nenhum nome, muito menos recordá-los mais tarde.

Uma das coisas que não faltou na casa do Rajesh foi sorriso! Senti-me tão feliz, por ser tão bem recebida, era um carinho, uma energia boa, que deu até vontade de chorar, de felicidade, claro. Uncle nos recebeu no portão, tiramos os sapatos e entramos na sala. Rajesh estava vestindo a camiseta que a minha mãe deu para ele com os dizeres: "Água que passarinho não bebe". Fiquei surpresa e contente! A mãe do Rajesh, uma senhora muito sorridente, nos deu o sinal na testa de boas-vindas, uma marca com tinta vermelha entre as sombracelhas.

Sentamos em cadeiras na sala e, em poucos minutos, Rajesh nos trouxe água de côco, hum que delícia, que saudade! Depois de tomado toda a água, Uncle abriu o côco para gente comer a "carninha" e dentro, suculenta!
Demos uma voltinha para conhecer a casa. O quintal não era tão grande, mas havia um poço para captar água, havia um coqueiro carregado. A mãe do Rajesh estava na cozinha preparando o almoço com a ajuda da Tia, esposa do Uncle. Estavam preparando muita comida, a Tia estava no chão sentada dando os últimos retoques na comida. É muito comum as pessoas cozinharem no chão, já havia observado em outros lugares.

A irmã do Rajesh chegou algum tempo depois vestindo um lindo saree com pedrinhas brilhantes. Ela, como havia conhecido por foto, é muito bonita, e mais escura. Segundo Rajesh após ter o bebê, a pele dela escureceu mais. O bebê, se não me engano estava com 2 semanas, e já tinha várias pulseira nos bracinhos e, claro, a pequena marca no terceiro olho.

Rajesh havia pedido para elas cozinharem arroz de várias formas diferentes, as quatro panelas abaixo eram de arroz, com sabores totalmente diferentes! Um melhor que o outro. O que eu mais gostei foi o com iogurte! Rajesh nos contou mais tarde que no meio da preparação do almoço, ele viu a mãe cortando várias pimentas para colocar na comida e conseguiu tirar a tempo! E mesmo assim ainda estava apimentada, mas nem por isso menos saborosa.

Fomos conhecer o terraço enquanto eles arrumavam a sala para o almoço. O terraço estava coberto com uma tenda de tecido colorido, lindo por sinal, para fazer sombra e ter uma ambiente fresco para um bate papo.

Em pouco minutos fomos chamados para o almoço. Havia esteira no chão para sentarmos e folha de bananeira para seis pessoas. A mãe do Rajesh e as tias ia colocando um pouco de cada comida na folha de bananeira. A flexibilidade delas era impressionante. Elas ficavam com o corpo dobrado para frente, quase que encostando a cabeça no chão. Estou longe de conseguir encostar as mãos nos pés com as pernas esticadas, e elas, além de fazer isso, ainda colocavam comida para gente.

Era comida totalmente vegetariana. Além dos 5 tipos de arroz, havia um molhinho de manga, um molhinho de tomate meio doce e a Raitha que eu adoro! Enquanto comíamos, Rajesh e a família dele nos observava, alegres e curiosos para saber se estávamos gostando, e assim que via que uma das comidas acabavam em nossa folha de bananeira, vinham imediatamente completar.  A comida estava deliciosa, divina, ainda estava um pouco apimentada para mim, mas com a ajuda do arroz com iogurte que cortava bem a pimenta, consegui comer tudo e mais um pouco. Não senti falta de carne, pelo contrário, comi pra caramba, sério, fazia tempo que não comia daquele jeito.


Para comer no chão, você senta com as pernas cruzadas, posição de índio (lembra da escola?) e se inclina para frente para ficar mais perto da folha de bananeira e diminuir a distância entre a comida e sua boca, evitando assim fazer a maior sujeira. O que foi inevitável para nós novatos.
Uma das vantagens de comer no chão (ou desvantagem, dependo do ponto de vista) é que seu estomago fica comprimido, pois você fica inclinado para frente, e teoricamente come menos. Mas não funcionou para mim, de jeito nenhum.

Comer com as mãos foi algo difícil no começo, sentia aquela sensação de estar fazendo coisa errada e no subconsciente esperava levar um tapa na mão e alguém dizendo "não pode comer com a mão menina". Mas depois de superado esse bloqueio de infância, de não poder comer com as mãos, comecei a gostar, mas isso  não significa que eu consegui. Na verdade é bastante difícil comer com as mãos e não fazer sujeira, você acaba lambendo os dedos após cada "mãozada"e assim o arroz vai grudando nos dedos e fazendo a maior sujeira. Lamber os dedos não é educado na cultura indiana, é feio na verdade, mas era inevitável.
Comi tanto, que não cabia mais nada, estava explodindo. Era difícil dizer não para a mãe e as tias do Rajesh que estavam nos servindo, eles faziam uma cara tristinha, de desapontados quando recusávamos, que não tinha como dizer não, e assim comia mais e mais. Mas chegou uma hora que não dava mais, ia passar mal. Nem a sobremesa consegui mais comer. A única coisa que consegui fazer foi me mover até o terraço e me esticar no chão. E lá fiquei por algum tempo. Até um cochilo tirei.


Esse foi o dia que conhecemos nosso saree, lindos! Depois contarei mais detalhes.

sábado, 24 de abril de 2010

sabado de sol

Lembrei que e possivel escrever aqui escrevendo um email para go@blogger.com, que previamente cadastrei.
Agora posso escrever as coisas que acontecem quase em tempo real! Um twitter mais completo!

Bom, estou tentando voltar para casa depois de trabalhar um pouco nessa manha ensolarada de sabado, mas para atrapalhar meu regresso, estao arrumando algumas linhas de trem e agora tenho que trocar duas vezes.

Parei primeiro em Amsterdam Zuid, e olha quem eu encontrei la: I amsterdam!

Para confirmar minha teoria de que ele muda de lugar!

O dia esta lindo, a temperatura ja comecou a aumentar.

No caminho, os campos de golfe estao lotados, os campos de roquei cheio de criancas, os de futebol, tendo varios campeonatos. Pelos parques as pessoas passeam com cachorros, andam de patins, todos saindo das tocas ondem se esconderam no inverno.

Essa eh a minha estacao favorita mesmo!


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Um elfo guerreiro no onibus

Aqui as pessoas nao olham para ninguem, mesmo quando ha uma pessoa vestida de elfo guerreiro com duas espadas na cintura dentro de um onbus as 8 da manha num sabado, completamente normal!

Eu nao consigo parar de olhar!

O maximo sao as orelhas!
Queria poder tirar uma foto, mas acho que seria demais!

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

SIm, não ou talvez

Uma coisa que percebi que nós brasileiros tememos em dizer NÃO, porque muitas vezes essa pequena palavrinha machuca, magoa a pessoa que a recebe. Mas quando se aceita tudo, contra a sua vontade, contra seus princípios, quem vai se magoar é você, tudo para não ferir o outro. Será que vale a pena sempre nos ferirmos para não magoar a outra pessoa. Muitas vezes vale sim, mas na maioria das vezes não.

Talvez esse comportamento de aceitar tudo é fruto do período em que nossa sociedade passou pela ditadura militar, que tudo era proibido, tudo era não, sei lá, estou tentando achar uma explicação porque somos tão frouxos.

Dizer que "não posso", "não vou", "não quero" não vai  matar ninguém e não é egoismo, é auto-preservação.

Mas porque veio tudo isso agora? Bom, consegui o contato de um cabelereiro brasileiro que cobra apenas 15 euros o corte, e achei a oportunidade do meu cabelo se sentir mais feliz, depois que eu estraguei cortando eu mesma. Na verdade não foi nada de mais, apenas mastiguei as pontas com a tesoura que estava sem fio. Enfim, liguei para o cabelereiro para marcar uma hora. Karla também ia aproveitar e cortar o dela também. Tudo combinado para quinta-feira às 20 h na casa da Karla. Na quarta, o rapaz me ligou pela manhã contando a maior história, que ele não ia conseguir chegar a tempo na quinta, pois ele esqueceu que tinha outra escova progressiva para fazer e não conhecia o cabelo da pessoa, era a primeira vez, e bla bla bla e disse que talvez (esse talvez me mata!) pudesse ir naquele mesmo dia, depois das 20h cortar nosso cabelo, mas ligaria assim que soubesse.

Final da história, sai da minha aula as 19:30 e liguei para ele, pois ele não tinha ligado. Perguntei: "Vai dar para cortar hoje ou não?" Precisava saber se não viria para casa e não para casa da Karla. Ele todo enrolado, com medo de dizer "não vai dar para ir hoje", ficou me enrolando e disse que depois me ligava, mas insisti e ele disse que não dava mesmo e que ligava depois. Por fim, até agora ele não me ligou.

Falasse que não desse para cortar na quarta, marcasse outro dia, ligasse quando disse que ia ligar! Odeio quando fala uma coisa e faz outra!

Holandês, nesse ponto é muito correto, se diz que pode, pode mesmo, se diz que vai chegar as 8:00, as 7:57 já estão lá, e quando diz que não pode, não há remorso algum.
Sempre quando peço alguma coisa para holandês eles primeiro olham na agenda e marca para daqui uma semana pelo menos. Nada de marcar nada de repente! E funciona. Ninguém passa nervoso, ninguém se aborrece.

Conversando com minha amiga Tatiana, comecei a perceber que apesar de não gostar muito das pessoas aqui, essa foi uma das características que mais estou apreciando, que estou apredendo a adquirir. As pessoas são sinceras, falam o que pensam sem se importar com que os outros vão pensar, tenho que admitir que são rudes muitas vezes, mas pelo menos sabemos o que pensam. Quantas vezes eu pedi coisas e eu recebi "I am sorry", tipo "me desculpe, não posso fazer nada por você agora", marca um horário. Simplesmente não existe aqui esse negócio de dar um jeitinho, de fazer mil coisas ao mesmo tempo, de encaixar.
Em lojas quantas vezes não esperei o vendendor terminar de atender uma pessoa, mesmo que essa pessoa esteja no provador e o vendendor fazendo nada. Enquanto eles não terminarem de atender uma,  eles não atendem outra de jeito de nenhum, se você quiser comprar que espere.
Ainda nas lojas, se deu o horário de fechar, vai fechar e pronto, não tem essa de esperar o úlitmo cliente, se você não conseguiu comprar, volte no dia seguinte, agora não há mais tempo. Há regras e elas devem ser seguidas.
Eles são muitos críticos, apesar de muitas vezes se acharem muito críticos mas na realidade não serem tanto assim, mas geralmente dão sua opnião, seja boa ou ruim, é a opnião deles. Sabemos o que pensam, não há falsidade.

Aqui é SIM ou NÃO, não existe talvez, no Brasil vivemos muitas vezes do TALVEZ.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rotterdam


Ontem estive em Rotterdam, cidade totalmente nada a ver com o resto da Holanda, voltada para o business, todos bem arrumados pelas ruas, homens engravatados, de terno, mulheres com meia calça fina e solto alto, a cidade respira glamour!
Me lembrou Nova Iorque devido aos arranha-céus, claro, não tão altos quanto, mas mesmo assim altos em comparação com amsterdam que o prédio mais alto tem 8 andares! hahahhahah brincadeira, deve ter prédio mais alto aqui, mais ainda não encontrei.
Lembra mais São Paulo, avenidas largas, pessoas apressadas nas ruas, deu até uma saudade da capital paulistana.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Rotterdam

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domingo, 18 de abril de 2010

Dia 8 de março: sítios arqueológicos e templos


E a viagem para India ainda não acabou. Aliás acaba dia 19 de março e estamos ainda no dia 8 de março. Dia das mulheres, dia em que nossas lutas pela igualdade de direitos são lembradas. 


Bom então vamos lá.

Acordamos cedo para pegarmos um taxi e estar às 5:00 na estação de ônibus. Acho que pagamos um preço extremamente alto no taxi, cerca de 125 rupees (2 euros) para uma distância que geralmente custava 20 centavos de euros. Mas tudo bem. A essa hora da manhã não ia discutir por 1,80 euros. Chegamos à estação super cedo, em menos de 10 min estávamos lá. Tudo estava fechado, obviamente. Não sei porque Rajesh falou para estarmos tão cedo lá, em todo caso lá estávamos uma hora e meia adiantadas. O ônibus só sairia as 6:30, depois que viemos a descobrir.

A excursão não custava mais de 10 euros e estava incluso a visita a vários templos, almoço e café da manhã. Não havia 10 turistas no micrônibus, com exceção de nós duas, todos os outros eram indianos.
Entramos no ônibus, onde ficamos a maior parte do dia, e após 1 hora e meia chegamos até  Kanchipuram, uma cidade de templos, famosa também pela produção de seda, e sarees feitos de seda. De Chennai até até não havia estradas como estamos acostumados, alta velocidade, pessoas, sem muitos carros. Tudo o oposto. Parecia que não havia separação de cidades. Ficamos o tempo todo andando pelas pequenas ruas, avenidas, muito trânsito, o que fez demorar mais. Foi bom para conhecer a região, observar as pessoas que vendiam frutas, carne, peixe e tudo que se possa imaginar nas ruas.

vendedores de legumes na rua.

Chegamos na primeira parada. Já estava com fome. O primeiro templo a ser visitado foi o Sri Ekambaranathar: templo dedicado a Shiva é o maior templo da região, cerca de 12 hectares. Foi construido em 1509. Segundo a lenda, a deusa Kamakshi adorava Shiva aqui na forma de uma linga feita de areia. No dicionário linga significa "um símbolo de energia divina, especificamente um objeto fálico".  Essas lingas, no total de 108 fica do lado de dentro dos portões do templo e rodeia a parte central do templo, onde não pudemos entrar. Segundo o guia Lonely Planet, há uma sala sem energia elétrica, chamada de câmara dos espelhos, onde os devotos entram com velas e a imagem central de Shiva é refletida sob a luz das velas através das paredes de espelhos, criando uma incontável imagens do Deus Shiva, sugerindo sua infinita presença.

Uma das entradas do templo Sri Ekambaranathar. Uma dessas pirâmide em cada direção Norte, Sul, Leste e Oeste.

Fomos tomar café da manhã em um hotel em algum lugar na região. Café-da-manhã tipicamente indiano, com arroz, sambai e idly. Café indiano para completar. No meio de nossa refeição matutina, a energia caiu. Aliás, isso acontece regularmente na Índia. Instanteneamente o salão esquentou, pois os ventiladores pararam, os serviçais abriram as janelas rapidamente. Seguimos viagem e outro templo que visitamos foi o Devarajaswami, que está entre os mais impressionantes templos da região. Há um hall chamado de hall de 1000 pilares, que fora, esculpidos na rocha, mas que hoje restam apenas 96. Há também o hall de casamento, em comemoração ao casamento de Vishnu e Lakshmi.



No meio dos 96 pilares do templo Devarajaswami.

Nesse mesmo templo conhecemos o sacerdote, que tomava conta do templo e estava na terceira geração de  Brahman daquele templo. Brahman são a casta mais alta da India, que compreende os sacerdotes.

E olha quem a gente encontra na foto de um livro num restaurante de beira de estrada indo para o estado de Kerala. Ele mesmo, o sacerdote do templo! Conheci alguém famoso!



No período da tarde fomos para Mammalupuram. Mas o lugar que eu mais queria conhecer era o Five Rathas, são cinco pequenos templos esculpidos em uma única enorme rocha. Cada templo é dedicado a um deus Hindu e nomeado para um dos Pandavas, os 5 heróis do épico Mahabharata (um dos livros importantes do hinduísmo) mais a esposa comum deles, Draupadi.

O altar dos templos imita uma carroça (Ratha significa carroça em sanscrito) e estavam escondidos sob a areia até serem excavados pelos ingleses há 200 anos atrás. Do lado de fora de cada Ratha há um escultura de animal representando os animais que os Deuses usavam como veículo. O primeiro Ratha, Draupadi Ratha, é dedicado a esposa Draupadi e a deusa Durga, que representa a feminilidade e fertilidade do solo indiano. Do lado de fora há uma enorme escultura de leão.

Do outro lado há um boi, Nandi, (veículo de Shiva) que guarda a carroça mais importate de Pallavas. Arjuna Ratha é dedicado a Shiva. Bhima Ratha, dedicado a Vishnu. Dharmaraja Ratha, a carroça mais alta, lembra um faraó egipcio, sugerindo os antigos comércio pelo Mar Indico. O último Ratha, Nakula-Sahadeva Ratha,  é dedicado a Indra,  e tem um escultura de elefante belissima ao lado, a mais perfeita escultura de elefante da India.

O leão esculpido na rocha ao lado do Draupadi Ratha.
não é lindo o elefante?


Para finalizar o dia dos templos, conhecemos o templo a Shiva que fica de frente ao mar, em Mamalupuram. Havia uma história que o templo era composto por mais monumentos e estavam escondidos sob as águas do mar, e foi em 2004 com o Tsunami que foram avistamos no meio do mar os outro templos escondidos.

Foi um dia bastante cheio cansativo, pois passamos boa parte dentro do ônibus. O estresse do guia era irritante. Mal educado e nervoso, nos fazia apressar até que a última parada foi num parque de diversões. Olhe para minha cara e diz que tenho cara de ir para parque de diversões na India. Fala sério. Odeio. Em qualquer lugar. E ele disse que às 16:30 o ôninus ia partir de qualquer jeito, estejam todos lá ou não. E advinhem. Não, eu não fiquei!! hehehe Mas 4 mulheres ficaram. Sacanagem.

E como toda excursão, fomos apressados nos templos, mas gastamos quase 1 hora na loja de sarees de seda, cujo dono era, provavelmente, parente do guia, amigo, ou ele próprio. Totalmente irritante. Não queria comprar nada, não queria perder meu tempo naquela loja. Mas fazer o que né. Tudo estava valendo.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

dia de sol em Amsterdam



Fez sol a semana inteira e hoje decidi aproveitar um pouco esses dias lindos que tem feito. Consegui sair as 17 h e cheguei em casa 17:50. Super rápido, seriously, em apenas 3 min que  havia chegado na estação, o metrou chegou, e depois ainda tive que correr para pegar o ônibus! É, a vida na cidade cgrande não é fácil, e nem rápida, pego um metro e um onibus para trabalhar. Sem esperar nos pontos e estação demora 50 min de porta a porta, contando que tem que caminhar até o ponto e da estação até o lab.
Hoje cheguei rapidinho. E decidir fazer minha meditação do dia: caminhar! 

Troquei de roupa correndo, peguei meu ipod e fui caminhar, explorar a região onde eu moro, pois até o momento eu só descia do ônibus e caminhava até a casa, dormia, acordava e pegava o ônibus. 
Agora não, conheci tudo! Ou pelo menos a melhor parte. Adoro caminhar, observar as pessoas, as casas, a natureza. Como estou sem minha câmera, tirei algumas fotinhos com celular, pois os lugares eram tão lindos que não tinha como não registrar.

A região que eu fui é linda, tem um canal enorme navegável, umas casinhas do século XII, todas coloridas e bem decoradas. Sei que disso porque aqui as casas tem janelas enormes de vidro e sem cortinas.
Uma das coisas que mais gosto de fazer aqui é olhar dentro das casas das pessoas. Tem tanta coida legal que vocês nem imaginam! E se eles não fecham as cortinas é porque querem que olham né.



Não são uma graça?


Havia umas casa que deixavam livros aberto voltados para janela, para as pessoas na rua verem mesmo. Outras tinhas pinturas de crianças coladas no vidro da porta, outra cheios de bibelôs no parapeito.

As pessoas estavam para fora de casa tomando sol, tomando vinho, arrumando o jardim, conversando. 
Um dia lindo, céu claro, temperatura amena, muitas flores!


A casa azul claro é uma homenagem a minha mãezinha que está acabando de pintar a nossa casa no Brasil, a casa que era verde da cor da grama, agora está azul clara e com as janelas e portas vermelhas, toque de mamãe. 
Não tem jeito, expresso esses genes coloridos iguais aos da minha mãe!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Festa de Aniversário e Noivado

Calma, não foi a minha festa de aniversário, muito menos meu noivado! Ainda não, quem sabe um dia.
Enfim, quarta-feira cheguei tarde da noite na minha casa em Amsterdam e todos já estavam em seus quartos, dormindo, mas lá pelas 10 e pouco da noite, Juca desceu para cozinha e começou a fazer brigadeiro. Terminado, começou a fazer beijinhos. Eu estava jantando e vendo alguns episódios de How I met you mother, e só sentindo o cheirinho! Ai que delícia! Ele, por fim, me disse que no dia seguinte haveria uma festa surpresa para a Vanessa, irmã da Simone. Achei ótimo. Adoro as festas lá, sempre muito animado e com ótimas comidas.
Foto tirada pela Eloísa, de 4 anos. Até que ficou boa né?!


Na quinta a noite cheguei em casa, um pouco bêbada por causa da degustação de vinhos que teve no lab e fui deitar e já havia algumas caras novas na casa, uma mulher fazendo strogonoff, outra com as crianças, enfim. Dormi. Depois de recuperada, acordei, me arrumei e desci para a festa. Não havia muitas pessoas, mas as que estavam lá garantiram a diversão.

O Bolo era cheio de chantilly e havia uma foto do casal Ledilson e Vanessa naquele papel comestível com os escritos "Quer casar comigo?". Ledilson havia comprado uma aliança de ouro com diamantes e a Simone colocou em cima do bolo. Havia um buquet de rosa vermelhas e uma caixinha com um colar de ouro com pingente de coração. Tudo muito romântico e feito com muito carinho.

Todos prontos e econdidos no escuro, webcam preparada com os filhos da Vanessa participando direto do Brasil, e ela chegou. A vela acesa, tocando "Happy birthday" ela com cara de espanto, quase chorando. Meia luz na sala, todos cantando Parabéns bem alto, com palmas e sorrisos. Ela não sabia o que fazer, se falava com os filhos, se cantava, se chorava.

Todos preocupados em saber se ela havia visto o anel, perguntando, "você viu o bolo?" e ela respondia "Vi sim gente! Calma". Mas ela não tinha visto o anel, apenas o pedido.

Quando ela viu, foi a choradeira só. Eu também chorei, claro, sensível do jeito que eu estava aquele dia, vendo uma demonstração de amor daquele jeito, não aguentei, chorei mesmo!

Houve discurso do Ledilson, com o pedido verbal de casamento, brinde com champagne, e muita muita alegria!  Dançamos de tudo, comemos pra caramba, foi uma festa ótima.
Parabéns Ledilson e Vanessa, que vocês sejam muito felizes.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

minhas flores

Só para mostrar minhas tulipas!
Como é gostoso arrumarum vaso com 50 tulipas!



Dois vaso então, é demais!
O vaso do meio é emprestado, Ju levou para Alemanha quando ela foi embora.


Breve resumo sobre hinduísmo

Nada sabia sobre o hinduismo antes de ir para India, e continuei não sabendo muita coisa depois que voltei. A tudo me deixou curiosíssima, visitar o templos hindus e não poder entrar, fiquei imaginando o que haveria lá dentro. Conseguimos entrar em um dos templos que visitamos. Havia muitas estátuas de Deuses, pessoas rezando, muitas velas, muitas flores, muitos escritos nas paredes, símbolos desenhados no chão e mil outras coisas misteriosas. Mas afinal o que significava tudo aquilo?




Mesmo Rajesh não sabia me explicar muita coisa, então resolvi ler alguma coisa a respeito. Achei um site muito bom, chamado Hinduism Today, onde me baseei para escrever esse post.


Bom, hinduísmo é a religião com maior número de adeptos na India. É a terceira maior religião do mundo, atrás do catolicismo e islamismo.
Hinduismo é a religião mais antiga do mundo. Diferente das outras religiões, não tem um único fundador e não tem um único livro com a Igreja católica tem Jesus Cristo e a bíblia e o Islamismo tem Maomé e o alcorão.
Existiram muitas pessoas importantes durante a história do hinduísmo, que ensinaram a filosofia e escreveram vários livros. Muitos autores referem-se ao hinduismo como "o caminho da vida" ou "a família das religiões" ao invés de uma única religião. E é por essa razão que o hinduísmo possui várias ramificações.
Os livro mais importantes e revenerados  são Vedas e Agamas, revelados por Deus à sábios iluminados a milênios atrás. Dizem que Vedas (que significa conhecimento) é um livro mais geral e Agamas é mais específico, onde dá detalhes dos rituais, yogas, mantra, tantra, construção de templos e etc.


O segundo grupo de escrituras são conhecidas como Smriti (que significa Lembrança), que é igualmente vasto e o mais proeminente e largamente celebrado são Itihasas (dramas épicos e histórias- especificamente o Ramayana e Mahabharata) e Puranas (histórias sagradas e mitologias). O mais popular de todos os tempos, o Bhagavad Gita (lembram da música do Raul Seixas?) é um pequeno pedaço do Mahabharata. Há inúmeros textos sagrados onde fala-se sobre práticas medicinais, astronomia, astrologia, musica, dança, deveres domésticos etc, e a criaçao das escrituras Hindus continua até nos dias de hoje, ou seja, é uma religião que, apesar de ser a mais antiga, está em constante construção. Cada linhagem do hinduísmo define qual escritura será a principal a ser seguida.



 
Ao contrário do que eu pensava, a maioria dos hindus acreditam em um Deus Supremo, cuja qualidades e formas são representadas por multiplos divindades que emanam dele. Assim como o deus católicos que possui anjos ao seu lado para ajudá-lo, que possuem tanto a forma humana ou animal, os hindus veneram Mahadevas, ou "grandes anjos", que foram criados pelo deus supremo fazem parte das criaturas divinas. O deus com cara de elefante, o Lord Ganesha é o mais popular e está relacionado a tudo. Há outras divindades para a força, para o yoga, para o aprendizado, musica, saúde, cultura, etc.


Não será possível falar tudo sobre esse rica religião, pois razões óbvias: tantos anos de história, tantas escrituras sagradas, mas quero ainda falar um pouco sobre os quatro conceitos principais do hinduismo:
karma, reincarnação, Deus onipresente e dharma.








Karma: todo mundo fala sobre karma, "tal pessoa é o karma da minha vida",  "esse é o meu karma", como se fosse de todo o mal, karma parece ser sinal de castigo. Mas não é bem assim. Karma é uma lei natural de causa e efeito, de ação e reação. Karma não é destino. Vedas nos diz que se nós somos bons, colheremos bondade, se nós agimos com maldade, colheremos maldades. Karma se refere a totalidade de nossas ações e suas concomitantes reações nessa vida e em vidas passadas e tudo determina nosso futuro (não entenda como destino e sim como efeito de suas ações). A maneira que nós respondemos a nossas experiências faz do karma algo que atrapalha nossas vidas ou algo que auxilia nosso crescimento e aprendizado. Segundo Vedas: "A pessoa é aquilo que ela age. Uma pessoa se torna virtuosa por suas açõees virtuosas, se torna mal devido às suas más acoes". Do original em inglês “According as one acts, so does he become. One becomes virtuous by virtuous action, bad by bad action” (Yajur Veda, Brihadaranyaka Upanishad 4.4.5).

Reincarnação: ou punarjanma, é o processo natural de nascimento, morte e renascimento. Na morte nós, que alguns chamam de alma, espírito, que na verdade é nós mesmo, nossa essência, saímos do corpo físico e continuamos "vivos", envolvidos pelos outros corpos, não físicos, mas feitos de energia, que temos até o dia de entrarmos em um novo nascimento, em um novo corpo físico. Um bom livro que descreve os diferentes corpos que temos e que estou lendo ultimamente é o Mãos de Luz, de Barbara Brennan, que não tem nada a ver com o hinduísmo, mas ensina muitas coisas sobe morte, karma, corpos, aura, e etc. 
Através das eras, a reincarnação tem sido um elemento importante para tirar o medo da morte. Nós somos almas imortais que habitamos diferentes corpos ao longo da jornada evolucionaria. Após a morte, nós continuamos existindo me um mundo "invisível", sofrendo, ou aproveitando e aprendendo das colheitas de nossas ações até quando vier a hora de voltarmos ao corpo físico novamente. A reincarnação termina quando nossos karmas são resolvidos. Em Vedas diz "Após a morte, a alma vai para o próximo mundo, carregando na mente os aprendizados de suas ações e após colher os frutos de suas ações, retorna novamente ao mundo de ação.  “After death, the soul goes to the next world, bearing in mind the subtle impressions of its deeds, and after reaping their harvest returns again to this world of action. Thus, he who has desires continues subject to rebirth” (Yajur Veda, Brihada- ranyaka Upanishad 4.4.6).

Deus onipresente: Deus não é visto, "manifestado" para nós, pois temos uma percepçãoo medíocre, ou seja, fraca. Deus é imutável e transcendente, sem forma, tempo e espaco. A Conciencia pura, Deus é manifesto como substância primordial, puro amor, luz que flui através de todas as formas, existindo em qualquer lugar no tempo e espaço como infinita inteligência e poder. Deus que protege, se importa e nos guia (tudo isso eu traduzi do livro do que baixei em pdf do site Hinduism Today, não são minhas palavras). Em Vedas diz "Ele é o Deus de infinitas formas, em cuja glória todas as coisas são, menor que o menor átomo, e ainda o Criador de tudo, vivendo sempre no mistério da Sua criação. Na visão do Deus de amor, há paz eterna. Ele é o Senhor de todos os que, escondido no coração das coisas, os relógios de todo o mundo de tempo " ou do original “He is the God of forms infinite in whose glory all things are—smaller than the smallest atom, and yet the Creator of all, ever living in the mystery of His creation. In the vision of this God of love there is everlasting peace. He is the Lord of all who, hidden in the heart of things, watches over the world of time” (Krishna Yajur Veda, Shvetashvatara Upanishad 4.14­15).

Dharma: quando Deus criou o universo, ele providenciou ordem, com leis que governam a criação. Dharma é  a lei divina que prevalesce em todos os níveis de existência, da ordem cósmica, as leis morais, os deveres de cada um que nos liga em harmonia com a lei maior. Em relação a alma, dharma é o modo de conduta para o crescimento espiritual, o caminho correto. É devoção e prática ética, dever e obrigação. Quando seguimos o dharma, estamos de acordo com a Verdade que existe e dirige o universo e estamos mais próximos de Deus. Adhrarm é a oposicao a lei divina. 

 E ainda muitos espíritas enchem a boca com orgulho para falar de Alan Kardec! Não desmerecendo o cético Kardec, mas grande parte (se não for tudo) que foi revelado no livro dos espíritos os hindus já sabiam há milênios. Um pouco atrasado, mas não menos importante.




sábado, 10 de abril de 2010

Tapa na Cara e soco no estômago

Ontem foi um dia que a auto-estima estava baixíssima, estava super sensível, querendo fugir, ir para casa da minha mãe e ficar no sofá a tarde inteira, vendo TV, ou ainda deitar na minha cama com as cortinas fechadas e encasular no cobertor.
Obviamente tudo isso era impossível, tive que ficar e trabalhar.

Sinto muito sozinha aqui em Amsterdam, não recebo um bom dia das pessoas que trabalham comigo, talvez de 50 pessoas 5 apenas olham para mim e diz Oi, ou "bom dia", não estou animada com meu projeto, tudo está dando errado, meu experimento com animal deu tudo errado, começar um novo modelo animal sempre é difícil e assim vai a lista enorme de coisas ruins, que não estou feliz.
No meio do caminho entre a minha sala e o lab, encontrei uma das estudantes novas, italiana, que sempre que me vê e diz um boa dia super animado. Ai não aguentei, parei ela e disse o quanto ela me deixava feliz quando ela dizia bom dia. Não aguentando as lágrimas nos olhos, fui para minha sala e chorei.

Mesmo assim ninguém me notava.

Parei de frescura e voltei para o lab, no caminho havia um rapaz, jovem, na cadeira de rodas e estava tentando tirar um adesivo colado no pacote do salgadinho, mas o problema que ele ao invés de dedos, ele tinha toquinhos de dedos e não tinha habilidade nenhuma para tirar o adesivo. Não estou zuando, era sério mesmo. Aquilo me partiu o coração, perguntei se ele queria ajuda, ele disse, em perfeito inglês, que só precisava tirar o adesivo. Tirei-o e perguntei se queria que eu abrisse, ele disse que não precisava, abrir ele conseguia. Ai foi o soco no estômago. Meu coração partiu mais ainda. E eu triste por um mero"bom dia", triste pelo fato de ninguém me notar, por ninguém dar a mínima para ninguém, enquanto o pobre rapaz não conseguia tirar o adesivo do pacote de salgadinho, mas estava feliz por conseguir abri-lo. Tapa na cara e soco no estômago.

Fui para a degustação de vinho que teve no laboratório. Era aniversário do meu chefe e de outro professor, Keiss, e todo ano eles trazem um sequencia de vinhos, organizam no pior para o melhor e você tem que testar todos. Engraçado que o Keiss, o especialista em vinho, ficava do lado da mesa de vinhos aguardando a reação das pessaoas após provar os vinhos. Havia muitos aperitivos também, queijos, salmão, salgadinhos, torradas com patê, estava super gostoso.  Os vinhos deu uma relaxada, fiquei um pouco bêbada, após provar o quinto ou sexto vinho.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Páscoa e keukenhof


Mês de Páscoa é sinônimo de primavera e primavera é sinônimo de Keukenhof aqui na Holanda.
Final de semana prolongado, feriado sexta (sexta-feira santa) e segunda (segundo dia de Páscoa). Recebemos visitas, a Ju veio de Friburgo passar a páscoa com a gente e conhecer o Keukenhof, o mais famoso jardim de tulipas do mundo. Pena que esse ano o inverno demorou muito para ir embora e o parque não tinha quase tulipas. Os bulbos ainda estava brotando, pouquíssimas tulipas nos jardins.
Havia rumores de que Keukenhof não abriria esse ano, mas felizmente abriu. Na verdade infelizmente, pois pagamos 14 euros para não ver tulipa nenhuma. A única vantagem era que o parque estava vazio, claro né! Quem em sã consciência iria lá no frio e sem tulipas? Nós.

Tiozinho tranquilíssimo limpanod o jardim. Ninguém na foto além dele.

Para vocês verem minha decepção


Tudo bem que havia todos os tipos de tulipas em uma estufa, mas se for para ver tulipa indoor, compro no mercado e levo para casa.
Foi o que fiz no dia seguinte, comprei 100 tulipas por 10 euros e coloquei em vasos em casa!
Essa foto nova da página do blog foi tirada das tulipas da estufa em Keukenhof. Só para ter uma ideia, comparem este post com o do ano passado, clicando aqui.

E também não estava no ânimo de tirar fotos. Sim eu estava doente. Gripe. Mas tirei algumas, claro. E também, depois do ano passado que o parque estava lindo, os campos pelas estradas estavam todos coloridos em degradê (que palavra estranha, acho que nunca a escrevi antes), esse ano foi totalmente sem graça. Só foi bom pois estávamos com boas companhias, Gwenny também foi. Bebemos cerveja, jogamos xadrez. Quer dizer, eu abandonei antes de terminar. Tenho sérios problemas com jogos, com competição, levo para o lado pessoal, parece que o adversário, que nesse caso era o Bispo e a Ju, estava contra mim, fazendo um complô maligno, algo da minha cabeça, óbvio, mas começo a ficar nervosa, que acaba não sendo mais saudável, então desisto no meio ou nem começo.

um pouco de flor na estufa, o que me faz abrir um sorriso.




Domingo de páscoa fizemos uma almoço em casa para os amigos. Das 2 as 7 da tarde ficamos comendo, conversando e tomando vinho. Um ótimo domingo de páscoa por sinal. Agora preciso queimar toda as calorias das carne, feijão e chocolate que comi. Espero que meu novo esporte dê conta disso: squash! Agora além de dança do ventre, que para mim é uma terapia, e não queima calorias (não para mim que faço 1 h por semana), estou aprendendo squash. Um esporte que eu acho chiquérrimo e que só via em novelas! hahahhahahah Mas nem é tão chiquérrimo assim. Chique mesmo deve ser esquiar! Mas esse vai ficar para o futuro.

Com visitas em casa é difícil entrar na internet, temos coisas para fazer, passear, conversar, comer, cozinhar, beber e ir para balada!
Com tudo isso, muitos eventos, passeios e visitas, o blog ficou estacionado por alguns dias. Na verdade estou muito sem inspiração para escrever, tenho 3 posts sobre a India, mas estou com uma preguiça, desânimo, aff credo.
Para mais fotos clique aqui.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aniversário de Criança

Bom chegar em casa e encontr-lá toda enfeitada com bexigas coloridas, enfeites no teto e nas paredes. Foi assim foi o dia de ontem. Uma das filhinhas do casal, a Larissa, com quem moro estava completando 9 anos e ontem teve um bolinho para as pessoas mais ítimas.
No dia anterior fui procurar um presentinho para ela, para não chegar na festinha com mãos abanando. Isso era uma das coisas mais frustantes na minha infância. Lembro de abrir o portão de casa para os convidados e alguns deles, não trazia nada. Eu dava aquele sorrizinho amarelo, eles tentaram se justificar, e eu falava que não precisava, como havia aprendido com minha mãe. Claro que precisava! Que criança não quer ganhar presente! Não que eu esperasse presentes caros, mas era bom desenbrulhar um pacote, por mais que fosse apenas doces. Meu avô Mário, que agora está muito doente decorrente ao mal de Alzheimer, era uma pessoa que não tinha dinheiro mas sempre trazia balas, doces e iô-iôs para gente! Não gastava mais de 2 reais, mas a alegria que nos proporcionava era de infinito valor! Agora, meu padrinho e minha tia, a esposa dele, vinham para nossas festinhas sempre sem presentes. Eu entendo que eles passavam por dificuldades, nunca tinham dinheiro, mas sei lá, uma caixinha de bonbons não dava para comprar? Enfim. Adoro eles de qualquer forma, mas esse lance do presente me marcou e não podia deixar de comprar.
Nunca comprei nada para alguém de 9 anos, não sei o tamanho, a tendência das crianças hoje em dia, o que está na moda, o que é famoso na televisão para as crianças. Lembrei que eu adorava ganhar coisas de escola, canetas coloridas, papel de carta, adesivos, e foi isso que comprei! Dito e feito. Aparentemente ela gostou bastante.


Festa de brasileiros é ótima sempre tem muita comida, deliciosa por sinal, muita música e muita dança!
Eu cheguei da minha aula de dança por volta das 20:30 morrendo de fome e não pude deixar de comer uma pratada de feijoada com arroz. Enquanto isso a Simone preparava a mesa com canapés e o Juca cortando a picanha para fazer mais tarde quando os convidados chegarem. Não dava para esperar, e também, com a fome que eu estava, eu comeria todos os canapés em alguns segundos! Ia ser feio, resolvi ser educada!
Os convidados chegaram por volta das 21:30 (ainda bem que eu comi!) e trouxeram uma imensa torta de frango (putz, não deveria ter comido!). Tomamos cervejinhas, assistimos alguns clipes de música como do filme Dirty Dance, Grease, Saturday Night Fever, e aquele outro da mulherzinha de maiô e polainas que se apresenta para uma banca de juri, esqueci o nome!
A torta estava uma delícia, os canapés também (pois é, acabei comendo). As 23h o Juco começou a fritar a picanha! Putz, aquele cheirinho não pude resistir, a picanha estava perfeita, macia, ao ponto, é comi mesmo! Estava explodindo já!
Rolou uns axés, e, claro, as meninas começaram a dançar, que alegria! Todo mundo rindo, falando alto, isso que é festa! Apenas 10 pessoas o que foi suficiente para um grande festa! Eu não tenho tanta intimidade ainda para dançar axé numa sala com muita luz e sem estar bêbada. Aí fiquei dançando sentada, apenas com os braços, a dança da mãozinha, a dança da Onda,  Segura o Tchã, e outras clássicas da minha época.
Estouramos bexigas na barriga, pelo menos tentei, relembrando aqueles jogos do Show da Xuxa! Foi pura diversão!
Depois teve o bolo (ai meu deus mais comida), que na verdade era uma torta gelada, com a massa que eu acho que era de bolacha, uma de creme banco, outra camada de morangos frescos e a útima de mouse de chocolate! Que perdição, uma delícia!
Meia- noite, eu quase virando abóbora, fui para meus aposentos. Estava explodindo, mas feliz e com a bochecha doendo de tanto rir!

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