domingo, 15 de abril de 2012

Aula na Lousa

Minha aula na quarta-feira sobre regulação da transcrição gênica em Procariotos foi todinha na lousa.
Sei que temos inúmeras formas de estratégias de ensino para usar em sala de aula, projeção por datashow, estudo dirigido, trabalho em grupos, discussão em roda, aula prática, etc. E por que então escolhi a tão velha e boa lousa?
Ano passado a turma de enfermagem reclamou que aulas com datashow eram muito rápidas e elas não conseguiam acompanhar (falo elas, porque a maioria são meninas). Realmente, quando se escreve passo a passo na lousa um raciocínio é mais fácil de acompanhar. E por que não usar outra coisa, como estudo dirigido? Principalmente porque temos apenas 1h40m de aula por semana para ensinar um conteúdo vasto que vai mudando a cada ano. Acabamos por ensinar o básico do básico. As coisas novas sobre o tema são vistas super por cima.
Enfim, deixando os problemas sobre metodologias de lado. Como foi minha primeira aula na lousa? Quais características que deve ter para dar uma boa aula? O que fazer para melhorar?

Por ser uma primeira vez, até que não fui tão mal. Obviamente poderia ser melhor ( e na sexta-feira foi bem melhor!!). Pessoal prestou atenção, participou, fizeram perguntas (perguntas é sinal de que entenderam e, portanto, gerou duvidas além do conteúdo). Acredito que consegui passar alguma mensagem.

Dicas para uma boa aula na lousa 
(baseado nas aulas que tenho acompanhado e no livro Presentatio Skilss by Alexei Kapterev):

1- Para dar uma aula você sobre um assunto X, representado pelo círculo branco na figura abaixo, você deve saber/conhecer/entender além do que será dado, representado pelo circulo em vermelho. O aluno só vai conseguir aprender o que está representado em preto, apenas uma pequena porção do que você mostrou. Desta forma você consegue fazer associações, responder eventuais perguntas que estão na borda vermelha da figura, enfim, você estará preparado. Isso que significa preparação.



2- Ter uma letra boa na lousa. Isso é meio óbvio, não? Sua letra na lousa terá que ser compreendida pelos alunos. Traços forte e letras claras. Nesse quisito não estou mal não.

3- Saber desenhar. As pessoas aprendem mais quando vêem do que quando apenas escutam. Portanto, se estiver usando projeção do computador, use figuras, se estiver usando a lousa, faça esquemas ilustrativos, fluxogramas, gráficos, tabelas, ajudam bastante a compreensão dos alunos. Usar cores diferentes e traços fortes e sempre fazer legendas. Depois os alunso copiam e não sabe mais o que é o que.

4- Ser uma pessoa organizada na lousa. Bom, não fui tão organizada assim. Era para eu ter desenhado 3 esquemas sobre o mesmo assunto, mas eu usei muito espaço para o primeiro e portanto não tinha espaço para os outros 2. Tive que apagar e fazer os outros, um de cada vez. Mas para entender aquele assunto era mais fácil visualizar os 3 esquemas de uma vez. As pessoas só conseguem compreender um assunto  quando conseguem ver a transformação, o antes e o depois, diminuindo ou crescendo, é mais fácil para comparar. Fizeram um estudo onde ofereceram 3 casas para as pessoas comprarem, uma com estilo moderno e 2 com estilo colonial a única coisa que o corretor falava era que uma das casas coloniais tinha um pequeno problema. Resultado, a maioria das pessoas escolhiam a outra casa colonial, pois tinham com o que comparar. engraçado né? Mas preste atenção no seu dia dia, quando vemos aquelas fotos da maquiagem antes de depois, restauração de móveis etc, não é verdade?! Na minha aula tentei colocar transformação, quando a expressão de um gene é ativada e logo abaixo, como ela é inibida. Tentei, mas não fui tão bem sucedida, devido a minha confusão na lousa 

5- Aulas expositivas, onde o professor só fala (seja com lousa, ou datashow) e o aluno escuta, são cansativas e dão sono. Também sou aluna e sei como é. Na minha aula observei umas 4 pessoas dormindo (mas me disseram depois que esses mesmos alunos dormem sempre em sala de aula, então fiquei um pouco mais tranquila), mas de qualquer forma é frustante. Dá raiva. Mas eu entendi completamente. O que faz os alunos dormirem é a falta de novidade. No início eles não dormem, porque tem uma pessoa nova falando, com uma voz diferente, um jeito diferente. Mas depois eles se acostumam com o tom de voz, não há nada de novidade mais e aí caem no sono. No livro que estou lendo "Presentation Secrets", uma das dicas bastante válida é trazer novidades, trazer contrastes. Bom, comecei minha aula com uma história real, que não tinha muito a ver com a aula, comecei falando de um programa da ONU de acabar com a fome na Ásia e Africa levando alimentos de países industrializados para lá. Um dos tipos de alimentos eram laticíneos, pois acabar com a fome era pouco, eles queriam diminuir a destruição e para isso tinha que fornecer as fontes de vitaminas, sais, calcio, energia. Mas a maioria das pessoas tiveram diarreia após ingestão dos alimentos derivados do leite. Após essa pequena história, comecei com perguntas para estimular, motivar o estudo. Uma aula além de ensinar, deve motivar o aluno, o aluno tem que ver um propósito naquilo que está sendo passado. Por que um aluno de enfermagem teria que saber como controla a expressão gênica de bactérias? Foi isso que tentei passar, e acho que consegui, pois além de contar essa história no começo, no final falei um pouco sobre resistência à antibióticos!

6- Faça uma história com seu conteúdo. Sua aula deve ter começo meio e fim e uma mensagem principal. Tem que estar coesa, unida, fechadinha. História não é apenas fatos e sim fatos com alma!

Deixando as regrinhas de lado, minha dica é varie, mude, faça alguma coisa para os alunos voltarem a prestarem a atenção. Se vira, invente! 
Resumindo uma aula  não tem só o objetivo de  educar, mas também de  motivar e entreter! 

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sobre a aula de hoje

Hoje darei minha primeira aula para aluno de verdade. Quando digo alunos de verdade, me refiro a uma classe de alunos da faculdade e não colegas de trabalho, é uma turma  heterogênea, alunos com diferentes interesses, objetivos e quase que base nenhuma do que irei falar hoje. Darei aula para o primeiro ano de enfermagem da Unicamp, onde uma parte veio cursinho (com vários conceitos errados), outra metade de colégio técnico de enfermagem (salva um pouco) e um terço são alunos de estatística (que só tiveram esse assunto no cursinho, portanto entra no grupo 1) que escolheram essa disciplina de Biologia Molecular para trabalharem posteriormente com Bioestatística.
É um grande desafio prender a atenção deles.
É um desafio para eu falar devagar.
É um desafio para ser clara na explicação.
É um desafio para eles entenderem.
É um desafio dar uma aula inteirinha na lousa!!

Vamos ver no que dá, depois eu conto como foi!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Receita para Sexta-feira Santa: Bacalhau à Bras

A minha vida toda achava que a única forma de fazer bacalhau era cozido em camadas de batatas, pimentão e tomate. Como é um peixe bastante caro no Brasil, comíamos uma vez ao ano, e portanto, não tinha muito porquê variar a receita, só de ter bacalhau em casa já era um grande evento. Mas foi quando conheci Ana, portuguesa da gema, que nosso mundo bacalhoístico mudou!! 
Primeiro fomos apresentados ao Bacalhau com Natas, com bacalhau português, pescado na Noruega, cozido em Groningen, com o restante dos ingredientes holandeses e mesmo com a misturança de nacionalidades, ficou uma delícia!. E em Portugal, em um restaurante em Évora fomos apresentados ao Bacalhau à Brás! 
Mesmo não gostando de bacalhau, Bispo se atreveu a experimentar o Bacalhau à Bras lá em Évora, influenciado por sua então namorada, euzinha, que sempre experimenta as coisas que não gosta só para ter certeza que não gosta mesmo, experimentou e aprovou o bacalhau à Brá, e virou fã número 1!

E hoje foi a nossa vez de tentar fazer a receita. Eu fiquei na supervisão e documentação, enquanto Bispo cozinha.
A receita é super fácil, rápida e deliciosa, vamos lá

Ingredientes

500 g de bacalhau seco e salgado
500 g de batata para fritar ou 200g de batata palha pronta
2/3 xícara de azeite de oliva
6 ovos
3 colheres de salsinha (colocamos cebolinha também)
Azeitonas pretas (bacalhau sem azeitonas pretas, não é bacalhau, não é mesmo?!)
sal
pimenta do reino
óleo para fritar

Modo de fazer

1- Lave o bacalhau e deixe de molho em água na geladeira por 24 horas, troca a água umas 3 vezes
2- Rale e lave a batata até que a água saia transparente. Seque bem e frite até ficarem douradas. Reserve.




3- Desfie o bacalhau


4- Corte a cebola em pedaços não muito pequenos e refogue em azeite até ficarem douradas.




5- Junte o Bacalhau desfiado e refogue por 4 minutos.
6- Adicione os ovos batidos temperado com sal e pimenta do reino ao bacalhau refogado com cebola, como se fosse fazer ovos mexidos. 
7- Acrescente a batata palha, a salsinha e as azeitonas pretas, e voilá!

8- Sirva com arroz branco e bom apetite!



ESALQ


Há duas semanas fui a ESALQ (Escola de Agronomia Luis de Queiroz) em Piracicaba, SP, fazer inscrição para um concurso de professor substituto. Fiquei maravilhada com o campus da Universidade, cheio de palmeiras imperiais, gramados, lago, florestinha, prédios antigos totalmente preservados. Resolvi tirar umas fotinhos e mostrar aqui!
Trabalharia lá fácil, fácil!!
O local era a fazenda do Sr. Luis de Queiroz, que foi cedida ao governo contato que se transformasse em universidade.  Vejam vocês se o lugar não é bonito mesmo!


Parecia estar naqueles filmes antigos da décade de 50!


Olha esse corredor! Não é coisa de filme!?



As palmeiras imperiais

Túmulo do Sr. Luis de Queiroz


Vitral com desenho do campus



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