terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Retrospectiva 2013

Como diz meu marido, ano ímpar sempre tem coisas boas!!
Pois é, não tenho nada a reclamar de 2013. Um ano de me organizar, de passear, de repensar, refletir, decidir...
As fotinhos começam no mês de abril pois foi quando adquiri o meu atual celular, do qual obtive as fotos, pois todas as minhas fotos estão em casa e eu estou em Garça.

Janeiro
Mês de férias, fomos para Chapada dos Veadeiros com nosso casal de amigos Karla e Arjan, muito natureza, cachoeiras, muito descanso e conversas com minha amiga do Rio Grande do Norte que mora lá nas terras baixas.


Fevereiro
Compramos nosso primeiro carro. Uma grande conquista, ficamos feliz da vida. Por conta disso, tivemos vários pequenos acidentes com o carro nas primeira semanas, foi uma pequena catástrofe atrás da outra, batidas (foram mais que 2), coisas absurdas na estrada (pneu estourando do nosso lado, motociclista quase cai na nossa frente, radares, coisas voando do caminhão na nossa frente e muitas outras coisas). Com olho gordo não se brinca mesmo!
Comecei meu novo emprego, uma nova fase da minha vida, uma nova rotina.

Março
Acho que foi em março que eu parei com o blog, estava me adaptando a nova rotina, sair de casa as 6:30 da manhã e chegar às 7 da noite.  Não tinha vontade de escrever, não tinha ânimo, só queria chegar em casa o mais rápido possível, comer, me jogar no sofá e dormir.
Comecei amizades novas no trabalho, pessoas realmente incríveis.

Abril
Foi quando descobri a minha doença celíaca. Um choque a princípio. Uma reeducação alimentar em seguida e uma melhora impressionante na qualidade de vida! Nunca mais passei mal ou tive gastrite! E percebi que o mundo, os encontros sociais, as festas, as facilidades do fast food é baseado em glúten! claro, quer combinação melhor para um alimento: barato e versátil! Da cerveja, pão, bolachas, bolos, pizzas, salgadinhos de festa, sandwiches, lasanha, macarronada aff, inúmeras guloseimas, que agora não faz parte do meu mundo!
Mês de passeios com amigos e festinhas com as crianças!

Maio
Mês de experimentar receitas sem glúten. Aff, quantos bolos, quantos pães horrorosos jogados no lixo, mas finalmente consegui fazer um bolo de banana sem glúten super bom! Aniversário da minha avó, 86 anos, cervejaria em Sorocaba, passeio em Serra Negra, turismo em São Paulo, baladinhas, mês bem badalado!






Junho
Mês do meu aniversário e do meu marido, muitas comemorações e resultado: babynho a caminho!!!
Festas juninas, mais passeios, encontros de amigas do colégio e festa da Cerejeira em Garça.


Julho
Minha primeira apresentação de dança do ventre no Brasil. A primeira e horrorosa apresentação foi na Holanda. Desta vez eu treinei bastante e dancei 2 músicas sem coreografia, foi só no improviso! Tá ai, um tema para um próximo post! Ah, e no final da apresentação, contei para minha família da novidade. Estava meus irmãos, minhas tias e minha mãe. Só falei para a família e pedi para não espalharem a notícia aos quatro cantos do mundo, porque antes dos 3 meses é complicado, pode dar problema e tal. Até que eles respeitaram!! uffa

Agosto
Fiz ultrassom de 12 semanas e vi meu babynho pela primeira vez! E já dava para saber que é um menino!!
Mês de comilanças, festa Suiça em Indaiatuba e claro, amigos sempre presentes!
Foi um mês de susto, pois fomos assaltados no semáforo e levaram nosso carro (lembram do olho gordo, pois é, tomem cuidado!).



Setembro
Barriguinha começa sutilmente aparecer. Chá de bebê da Luiza, filha da Mi, Aniversário de 1 ano da Lavinia, casamento do Renato. E peguei o resultado do ultrassom, olha que fofurinha de babynho!!
Nosso carro foi achado e foi para o conserto.

Outubro
Começou com visita da minha querida amiga de longa data, Júlia, que hoje mora em Paris. Despedida da Nuri, nova amiga, que saiu da empresa. Bispo foi para os EUA e aproveitou para comprar algumas coisinhas para nosso bebê. Enquanto isso, fui para o Guarujá com minha mãe e irmãos. Agora sim com quase 5 meses, a barriga parece de gestante e não de gordinha. Nasce o Will, filho da nossa amiga Liv.
O carro ficou pronto depois de 2 meses na oficina e na mesma semana quebrou, bora chamar o guincho de novo!


Novembro
Finalmente passei um dia com minha querida amiga Tati. Noutro dia, passeamos com nossos amigos Luli, Andre M, Anamaria e André e as crianças. Hora de montar o berço. E agora com 5 meses tiramos algumas fotinhos com a pequena barriga (na época achava enorme!). Nasce a Luiza, filhinha da Mi e do Renatão.
Ah, e claro, minha apresentação oficial de dança do ventre o teatro Amil. Já estava com 6 meses, e a barriga cresceu absurdo! Outro tema para um post, já fiz até o upload do video para mostrar aqui.
Dezembro
Encontro com as amigas do ETECAP, com amiga da Holanda, hoje professora na UFABC, Raquelita. Encontro com as amigas de blog. E férias, finalmente. Praia, sol, mar e água fresca, com a família. E o babynho, agora beibão com 7 meses. Começo a ter desconforto para dormir, andar e abaixar mas no mais, passando super bem.

Resumindo, nesse ano de 2013 eu só tenho agradecer, agradecer pela saúde, pela minha gestação saudável, pelos amigos sempre presentes, pela família maravilhosa, pelas oportunidades, pelos passeios, pelas alegrias e amor que envolve minha vida!

Um ótimo futuro para todos nós!

domingo, 15 de dezembro de 2013

A escolha do parto

Toda vez que alguém me pergunta se eu vou querer parto normal ou cesária e eu respondo que gostaria de fazer um parto natural humanizado, a primeira reação das pessoas é  "Nossa! Você vai fazer o parto em casa, na piscina?!". Aí eu começo com uma breve explicação sobre o que é parto humanizado.

A primeira coisa que eu falo é que parto humanizado se baseia no respeito à mulher, a criança e ao pai/acompanhante. Como assim? Durante o pré natal, os profissionais esclarecem as dúvidas, nos mostram as opções do parto, as vantagens e as desvantagens de cada procedimento, indica livros e, assim, a mulher tem informações suficientes para escolher o que deseja, o que ela acha melhor para ela e seu bebê.

Estou com receio de falar do parto humanizado, pois é um tema muito bonito e complexo, tem inúmeros sites e grupos que explicam melhor que eu, mas vou expor aqui alguns pontos em relação a mulher, a parturiente, que me fizeram seguir esse caminho. A parte do bebê falarei em outro post, se não vocês não vão aguentar ler o post todo!


Parto natural é diferente de parto normal, aquele que quando falamos para nossas mães elas entram em pânico! Minha mãe e minhas tias falam que preferem mil vezes a cesárea ao parto normal, dizem que a dor é absurda, que dá ponto também, que sofreram horrores, que a recuperação foi pior que a da cesárea e mil outras coisas. Com certeza, entre o parto normal delas e a cesárea eu escolheria a cesárea.

O Parto Normal tradicional dos hospitais brasileiros, aquele da minha mãe e das minhas tias, compreende inúmeros procedimentos padrões, muitas vezes desnecessários que leva ao desconforto, ao constrangimento (muitas vezes, à violência), à dor exacerbada e a riscos de hemorragias e até risco de morte para a parturiente. Os procedimentos padrões para a mulher que eu falo são basicamente:

  • a mulher passa o trabalho de parto (período entre o início da contração ao nascimento) deitada numa maca/cama, que é a posição mais desconfortável e intensifica a dor;
  • de tempos em tempos vem um profissional diferente verificar quanto de dilatação a gestante está, imaginem o constrangimento;
  • o período expulsivo (nascimento em si) é passado deitada de barriga para cima, posição desconfortável para a parturiente e que não facilita em nada o bebê sair. Essa posição é mais para favorecer o trabalho do médico do que o nascimento;
  • é feito um corte no períneo da mulher (episotomia) que dizem os médicos é para facilitar a saída do bebê. Esse procedimento é desnecessário na maioria dos casos,  e aumenta o risco de hemorragias e infecções, e se não feito direito, pode cortar nervos importante para o prazer sexual da mulher. Depois do nascimento, é feito uma sutura que incomoda (imagine para sentar!).
Esses procedimentos são comuns em hospitais públicos, em pessoas que não tem convênio. Em hospitais particulares, a gente não vê mais isso acontecer com freqüência porque a maioria das pessoas preferem ter cesárea (claro, depois de ler esses itens acima descritos, até eu) ou são induzidas a ter cesárea. Isso mesmo! Principalmente na rede particular de saúde, o médicos preferem fazer cesáreas, pois é economicamente mais vantajoso, além de ser mais prático, pois marcam um data, que não seja final de semana ou feriado e se ausentam apenas 1 ou 2 horas do consultório. Quando a gestante diz que prefere parto normal, eles dizem que a cesária é melhor e blá blá blá, e quando elas insistem no parto normal, na última hora, o médico fala que há algum problema, como cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê, bebê muito grande, não tem dilatação etc. E neste momento mais sensível na vida de uma mulher, de muita tensão e medo, qualquer coisa que o médico (o todo poderoso e detentor do saber) disser sobre o risco do bebê ou dela, é motivo para escolher a cesárea. Em suma, em cesariana, a mulher "ganha o neném", como dizem as pessoas o por ai "quando você ganha neném?", a mulher é paciente, passiva no parto, o bebê é tirado de dentro dela.

No parto natural humanizado, como eu disse há o respeito. Nada é feito sem consentimento da mulher/casal, nenhum procedimento como os descritos acima são feitos sem necessidade. Alguns pontos a ressaltar:

  • a mulher passa o trabalho de parto da forma que desejar, da forma mais confortável e menos dolorosa que encontrar, sentada, andando, deitada, debaixo do chuveiro, na banheira. Há o acompanhamento de uma doula, uma profissional qualificada que passa o tempo todo, do início do trabalho de parto até o nascimento (talvez depois, não sei ainda), dando instruções, ajudando física e psicologicamente a passar pelas dores do parto. Essa semana vou conversar com uma doula e depois conto um pouco mais. Dentre as atividades da doula estão massagem, ajuda psicológicas, exercícios, entre  outros. E relatos de amigas dizem que a doula é essencial, que ajuda muito mesmo.
  • a maior parte do trabalho de parto acontece em casa, ambiente mais acolhedor que a mulher pode ter (se preferir outro lugar também, pode ser!). E a doula vai para a casa da pessoa acompanhar essa fase, e verifica de tempos em tempos a dilatação (apenas uma pessoas que a mulher já conhece vai fazer isso) e somente quando a dilatação passar dos 5 cm é que é a hora de ir para o hospital. Não adianta ir antes, pois a dilatação vai demorar mais, e a explicação é simples: o hormônio do parto, a ocitocina, responsável pelas contrações e dilatação, é inibida pela adrenalina, hormônio de situações de estresse, da ansiedade. Ou seja, quando a mulher vai para o hospital assim que começa a ter contrações, primeiro, o trabalho de parto pode durar de 10 a 18 horas e segundo, no hospital, ambiente gélido, pouco acolhedor, cheio de doentes, inconscientemente inóspito, somado a ansiedade de ter o bebê logo, libera adrenalina que demora ainda mais o trabalho de parto. Esse efeito é puramente biológico, um mamífero na selva, como um gazela, no meio do trabalho de parto, se sentir o cheiro de um predador, se sentir-se ameaçado, adrenalina é liberada, o trabalho de parto é interrompido, e inicia a fuga, até encontrar um lugar seguro. Não podemos nos esquecer que somos mamíferos, não estamos na selva, mas quando temos situações ameaçadoras, também liberamos adrenalina.
  • o período expulsivo também acontece na posição que a parturiente achar melhor, de pé, de quarto, de cócoras, deitada de cabeça para baixo. Mas geralmente utiliza-se uma posição que facilita a expulsão do bebê, como de pé ou de cócoras, pois a gravidade ajuda bastante nesse processo, a mulher vai descobrir qual a posição é melhor para ela.
  • a episiotomia é praticamente eliminada, pois a maioria dos partos naturais acontecem sem ela, e sem laceração. Se acontecer alguma laceração, será um corte natural e do tamanho necessário para cada mulher, e que na hora a mulher nem sente. Claro que vai levar pontos, em menor quantidade que da episiotomia com certeza. E os pontos serão feitos porque foram necessários. A razão para ter a episiotomia padrão no parto normal é que a mulher pode ter a laceração, então é melhor cortar antes, pelo menos eles controlam o tamanho. Mas ela pode não ter, for God Sake!! E outra coisa, é o mesmo princípio que uma pessoa pode cair de uma ponte, então vamos jogá-la antes! 

A mulher é ativa na chegada do seu bebê, ela quem dá a luz, ela que resolve como vai ter, ela literalmente que coloca a criança no mundo. Fala-se de parto ativo.
Eu tinha muito pavor de parto, achava um evento horroroso, nojento e perigoso. Depois de começar a ler sobre o parto humanizado, natural, fiquei um pouco mais tranquila, com menos medo, fui percebendo que é um evento natural, familiar, e bonito, simmm agora consigo achar que é bonito! Até me emociono com os relatos do grupo que participo.
Ah, antes que eu esqueça, o parto natural pode ser na água, como as pessoas acham, pois acredita-se que é menos traumático para o bebê e mais relaxante para a mãe. Pode ser na banheira, pode não se na banheira, pode ser em casa, ou no hospital, ou na casa de um amigo, ou em qualquer lugar e de qualquer maneira, o que a mulher preferir. o único problema do parto humanizado em Campinas é que é bem restrito, poucos médicos fazem e,portanto, é caro. Mas o que eu tenho escutado é que mesmo pelo convênio, também tem que pagar e os preços que o pessoal fala são iguais ou mais elevados que o que vou pagar pelo humanizado.

Mas quero ressaltar que essa escolha foi minha, com o consentimento do meu marido. O melhor parto, seja ele natural, normal, ou cesária, é aquele em que a mulher se sente bem, se sente segura. E foi o parto humanizado, no hospital, que me fez sentir segura.




domingo, 24 de novembro de 2013

A doença celíaca

Como descobri

Desde muito pequena, sempre fui uma criança que passava mal com comida, durantes a viagens ou em casa mesmo. Era entrar no ônibus e vomitar. Era comer pastel vomitar. Era comer pizza ou macarrão e passar super mal. Na adolescência comecei a ter muita azia, que eu associava a frituras, queijos, molhos e gorduras. A azia passou a gastrite. Comecei a visitar inúmeros gastroenterologistas. Fiz muitas endoscopias, tomei muito omepazol, pantoprazol e até cheguei a cogitar uma operação de hérnia de hiato. Mas preferi controlar a alimentação e fui melhorando. Voltei para o Brasil e o estresse de começar uma nova vida por aqui agravou minha gastrite: casamento, procura de emprego, dinheiro acabando etc.

Depois que consegui meu atual emprego, tive que mudar de convênio e por conseqüência, de médico também. Minha escolha por médico foi baseada na localização do consultório, uma vez que ninguém que eu conheço tinha o mesmo convênio que eu par me indicar algum.

Fui à consulta já com meus exames prévios de endoscopia e ultrasson abdominal, mas o médico não quis nem ver, solicitou outro e ponto. Era ele mesmo quem fazia o exame, portanto, acredito que ele não confiava em  outros médicos! Na consulta, o médico um pouco seco, bravo até,  sugeriu retirar uma biopsia do intestino para ver se eu não tinha "alergia a carboidrato" e recomendou fazer um teste de 2 semanas sem comer carboidrato. Eu, bioquímica que sou, não conhecia nenhuma doença que a pessoa tem alergia a carboidrato, acho que ele queria dizer gluten, mas como ele achou que estava falando com uma porta, ele falou carboidrato para englobar todas as possibilidades.

Mas que jeito ficar sem carboidrato??? Alergia a carboidrato? Onde já se viu? Tudo é carboidrato, além de massas, bolos, e guloseimas, frutas, arroz, batata, feijão e legumes em geral tem carboidratos (glicose, sacarose, frutose, maltose, e tudo que for ose). Iria comer carne e alface apenas? Claro que não né!
Fiz o exame, e continuei comendo as minhas coisinhas. Quando retornei ao médico ele até ficou bravo comigo, por não ter feito o que ele pediu. Quando vi o resultado da biopsia, quase cai para trás: estava escrito lá: diagnóstico favorável a doença celíaca.

A doença

Que raios é doença celíaca? Sabia que tinha a ver com glúten, mas o que realmente era não sabia.
Comecei a pesquisar e vi que o diagnóstico não era muito preciso e o teste mais preciso era mesmo a biopsia. Ou seja, eu tinha mesmo.

Doença celíaca é um enteropatia (doença intestinal) autoimune, que afeta pessoas com predisposição genética e é induzida pela ingestão de alimentos que contém glúten. Glúten é uma proteína presente em sementes de muitos cereais, dentre eles, trigo, aveia, cevada, centeio malte.

O glúten causa uma resposta inflamatória que leva à atrofia das vilosidades do intestino delgado, aquelas voltinhas que a parede do intestino tem para aumentar a área de absorção de nutrientes, uma vez sem as vilosidades, há má absorção de nutrientes, vitaminas, sais minerais e água.

Os sintomas

Os sintomas são dos mais diversos,  e de diferentes graus, de acordo com o tipo da doença que o indivíduo tem. A deonça é dividida em:

1. Clássica

É percebida já na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, pois a crinaça começa a apresentar diarréia crônica, vômito desnutrição,  após comer alimentos como papinha de pao, sopas de macarrão, bolachas entre outros alimentos industrializados e como conesquência a criança apresenta déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento, barriga inchada, vômitos, dor abdominal.

2. Não clássica

A pessoa apresenta alterações gastrintestinais leves que não chamam tanto a atenção, por exemplo, anemia (sim eu tenho!), irritabilidade (sim eu tenho!), fadiga (sim eu tenho!), baixo ganho de peso (essa eu queria ter rs!) e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental,
esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

3. Assintomática

A pessoa não apresenta sintomas, portanto fica difícil de diagnosticas e tratar. O problema que se a pessoa continua ingerindo glúten, começa a aparecer doenças como câncer de intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade, que fica difícil relacionar com a doença celíaca.


Depois de ler sobre os sintomas, vi que me encaixava entre a doença clássica e a não clássica. Passava mal com freqüência após me empaturrar de pizza, macarrão, pastel entre outros. Já nem gostava dessas comidas, parecia que meu  corpo já ia rejeitando o que me fazia mal. Em festas de aniversário, raramente comia o bolo de aniversário. Nunca sugeri para irmos em pizzarias. Em restaurantes, nunca pedia massas e quando pedia, era certeza que ia vomitar.

Durante minha vida na Holanda (onde eu vivia a base de pão e cerveja!) minhas unhas eram fracas, descamava, perdi muito cabelo, até achei que era alopécia androgenética, tinha muito sono, estava sempre cansada (que eu achava que era depressão, poderia até ser, mas com certeza o glúten agrava o quadro).
Depois do diagnóstico, vi que muitas pessoas relatam que viviam como zumbis antes de descobri a doença, e para mim não era diferente. O sono que eu tinha durante o dia era algo fora da realidade. Após o almoço então, era uma tortura me manter acordada. Tudo fazia sentido.

Ah, por conseqüência da falta de vilosidades no intestino, onde abrigam bacterias que produzem a enzima lactase que degrada o açúcar do leite, a lactose, a pessoa celíaca acaba tendo intolerância a lactose também e eu sempre passava mal quando comia queijos, leite e iogurtes.

O tratamento

A cura para a doença celíaca é não comer glúten para o resto da vida, assim a pessoa nunca mais apresentará problemas. Simples né? Mas no início, meu mundo desmoronou. Na verdade, meu café da manhã desmoronou. O que eu ia comer no café da manhã? Almoço e janta estava tudo certo, não havia problema, mas e meu pãozinho com café? E minhas bolachas com leite? E as festas e churrascos regados a cerveja? E aquelas cervejas deliciosas? Ainda bem que não estou mais na Holanda, com as cervejas ruins daqui, não dá nem vontade de tomar mesmo! hehehe

O que comer

Agora sou aquela pessoa que fica procurando em cada embalagem no supermercado a frase "não contém gluten". Sempre li isso nas embalagens, mas nunca entendi o porquê, e hoje vejo o quão importante é.

Com calma e paciência, fui procurando, pesquisando e desenvolvendo receitas para o que comer, por exemplo no café da manhã tem pão de queijo (humm delícia), biscoito de polvilho, sequilhos, bolachas sem gluten da marca Vitao, lá do Paraná. Com iogurte tem que tomar cuidado, pois a maioria das marcas tem glúten, como Nestlé e Danone. A marca Vigor não contem glúten.
Depois de 7 tentativas, consegui fazer um bolo sem glúten que será tema do próximo post, mas pão ainda é um desafio. Depois conto sobre minhas aventuras com receitas sem glúten.

Minha vida sem glúten

Realmente minha vida mudou. Meus cabelos cresceram, minhas unhas não descamam mais, não sinto aquele sono avalassador durante o dia, nunca mais tive dor de estômago, nunca mais tomei omeprazol. Estou mais disposta, mais animada, mais saudável.

Hoje já me acostumei com a dieta, não passo tanta vontade, mas às vezes quando tem uma festa (aliás festas são baseadas em glúten), ou quando não tem nada para comer em casa, apenas pão, ou quando fico com vontade (ainda mais grávida), acabo comendo alguma coisinha, mas a consequência é inevitável, asia e má digestão na certa. E vejo que a alegria de comer esses alimentos não supera a o sintoma inevitável. E asim vou vivendo!



quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Costelinha de porco com molho Barbecue

Falar de gravidez o tempo todo enjoa né. Mas é algo tão intenso que a gente só fala disso. Mas confesso que enche o saco. Para quebrar esse ritmo, vamos falar um pouco de comida!! Ebaa!
Nesse feriado estava na casa da minha sogra em Garça, quando todos estavam sem ideias para o almoço de domingo, eu sugeri fazer essa costelinha de porco! Foi ai que eu e o Bispo tomamos conta da cozinha da Dona Silvana.
Depois dessa receita que aprendi com minha amiga Gelvana, minha vida mudou! Outback, Apple Bees nunca mais foram os mesmos. Aliás, nunca mais pedi essa costelinha em nenhum restaurante mais.
Claro que como toda receita, fiz algumas modificações e adaptações, fiquem livres para fazer as suas!
Vamos lá

Costelinha de porco com molho barbecue

Ingredientes
2 kg de costelinha
1 colher de azeite
1 cebola pequena picada
½ xícara de açúcar mascavo
½ colher (chá) canela em pó (esse foi acrescentado depois de comermos no Mexicano em Groningen)
½ xícara de vinagre de álcool (já tentei com outros, mas fica muito forte)
1 colher de molho inglês
1 e ½ xícara de ketchup (um pote inteiro daqueles de 390g)
1 xícara de água
½ colher (chá) de cominho em pó (está aqui o segredo do molho)
1 colher de paprika doce
sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Prepare o molho refogando a cebola, até ficar macia. Acrescente o açúcar, misture até dissolver, o vinagre e o molho inglês. Adicione o ketchup, o cominho, a canela e a páprika. Acrescente a água e cozinhe por 10 min ou até o molho engrossar. Tempere com sal, pimenta do reino, bata no mixer ou liquificador e reserve.


Coloque as costelas e uma assadeira e tempere com sal e pimenta do reino. Cubra com papel alumínio e leve ao forno médio por 1h ( receita original dizia 20 min, mas achei pouco, 1 h fica bom!). Retire as costelinhas do forno, elimine o papel alumínio.  Pincele o molho, aumente a temperatura do forno e asse as costelas por mais 10 min, pincele novamente o molho, e asse mais 10 min. Repita o processo 2 vezes. Sirva com molho a parte.

Bom apetite!

domingo, 17 de novembro de 2013

A beleza da gravidez

Hoje posso afirmar que me sinto grávida. Agora tenho barriga. Agora sinto o babynho mexer, agora as pessoas perguntam de quanto tempo estou e não mais perguntam se eu estou grávida.
É estranho como a gestante é tratada diferente, como o cuidado é grande, como somos recebidas com um sorriso acolhedor.

Dizem que as gestantes ficam mais bonitas, irradiantes. Não sei sei o quanto é verdade ou é para os deixamos mais felizes! O nosso corpo muda tanto, principalmente a barriga, algo que sempre lutamos contra, e que começa a crescer de forma assustadora. Como podemos ficar bonitas? A sensualidade dá espaço para o ar materno. Por isso que eu acredito que a beleza que as pessoas falam é mais a tradução da felicidade que irradiamos do que a beleza puramente física. Como  uma barriga saliente, que forma uma curva totalmente esquisita, que muda nosso ponto de equilíbrio, nossa forma de andar, nossos movimentos e tudo mais pode deixar alguém bonita? Algumas coisas físicas ficam mais bonitas sim não posso negar, nossos cabelos, nossa pele e sem falar que os seios fartos nos deixam com um colo muito bonito! Mas com certeza não está ai a beleza que todos falam.

A beleza, sem sombra de dúvida, está no conceito, no que está dentro da barriga saliente, a biologia fantástica envolvida, na geração de uma nova vida! É uma fase milagrosa, inacreditável, como pode eu, euzinha de nada, carregar mais uma vida dentro mim? Fazer crescer uma nova pessoa? Como, metade de 2 células, pode fazer um novo ser? A biologia envolvida é demais, é fantástica. Não é demais? Passamos de seres comuns a mãe, a geradora de vida. E como diz os evangelhos cristão,  "vós sois deuses" (João 10:34). Realmente somos deusas, capaz de gerar uma vida e depois trazê-la ao mundo. Aqui está a beleza que nós irradiamos. A beleza da criação da vida.

Acho que por isso que as pessoas, mesmo aquelas que nem conhecemos, quando se aproximam da gente colocam as mãos sobre nossas barrigas!! É um fato bastante curioso. Deve ser algo como passar a mão na barriga a imagem do Buda, ou tocar a Nossa Senhoras, sei lá, as pessoas querem tocar na barriga de uma gestante. Eu fazia isso também antes de engravidar, é algo mais forte que a gente! Eu não ligo não. Amigas minhas diziam que se sentiam desconfortáveis com esse gesto das pessoas. Mas estou lidando isso numa boa. Aliás posso dizer que nesse momento estou curtindo a gestação!


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sobre a gestação

A gestação é uma fase muito peculiar. Comigo foi assim:

Primeiro vem o desespero "nossa, vou ser mãe! E agora, como posso cuidar de alguém se mal cuido de mim? Vai ter alguém dependendo de mim pra sempre, será que dou conta? Como será a vida depois da criança? Planos? que Planos que nada!"

Era difícil acreditar que está grávida, pois não tinha barriga, nada mexe, nada muda. É uma fase de aceitação. Algumas pessoas passam mal no início, como eu não passei mal, graças a Deus, continuei na mesma rotina. Essa etapa dura os 3 meses iniciais.

Aqui vale um comentário de uma amiga minha, a gente vira um ET, não gostamos mais das coisas que gostávamos e passamos a gostar de outras coisas que nem imaginávamos que um dia gostaríamos! Eu por exemplo nunca fui ligada em sorvete, mas nesses primeiros meses, eu comia sorvete quase todos os dias, mesmo no friozinho que teve por aqui em julho e agosto! Eu adorava uma picanha, mas não podia ver carne na frente, credo! Gostava muito de camarão, mas comi um dia e passei super mal depois. Balas e chicletes eu nunca comprei na vida, nesse período sempre tinha bala na bolsa! Coisa que louco né!?

No quarto mês foi quando me acostumei com a ideia e já comecei a ver coisinhas de bebê, pois como o Bispo foi para os EUA, já aproveitamos para fazer o enxoval nessa época, comecei a pesquisar sobre o que comprar, escolher coisinhas pela internet. Barriga agora, não parecia mais de gorda, já começa parecer de grávida. É no quarto mês que se começa a sentir o bebê mexer, mas como eu nunca senti um bebê mexendo dentro de mim, foi difícil identificar. As pessoas falam que parece uns peixinhos na barriga, que parece gases, que parece choque e acho que senti alguma coisa do tipo sim, mas é difícil saber se foi eu ou o bebê. Aliás, essa é uma das coisas mais estranhas da gravidez: sentir uma pessoa dentro de você se mexendo!!

No quinto mês, onde estou no momento, já tem barriga mesmo, é estranho, parece que surgiu de uma hora para outra. Outro dia vi uma sombra minha na parede e assustei!! Nossa, essa sou eu mesmo!? Já começa a não ser tão fácil assim amarrar os tênis, a andar 5km, a levantar da cama Agora sim, começo a sentir o bebê mexer, as vezes até assusto um pouco. Não dói, parece gases também, mas é um pouco diferente.

As reflexões se modificam um pouco, não é mais de desespero. Hoje a minha reflexão se volta pra minha mãe. Olho para ela e a vejo de outra forma, uma mulher guerreira, incansável,  disposta a faze tudo por nós, os filhos. Começo a entender as atitudes, sinto um amor diferente, um respeito maior, fico muito triste pelas vezes que fui respondona, por ter ficado brava com ela por ela falar de mim para desconhecidos, e para conhecidos também. Vejo que não fui e não sou uma filha exemplar, mas graças a Deus estou viva e minha mãe também e posso mudar isso. Posso ser uma filha melhor.

Começo a entender que a maternidade é uma fase muito importante na vida de uma mulher, é onde aprendemos muitas coisas, muitas lições de vida. Hoje só consigo afirmar que aprendemos a respeitar nossas mães, que já é uma grande lição. Com certeza terão mais coisas, paciência, amor, aceitação, coragem, força, etc, etc, mas como não vivencio nada disso agora, não posso falar, ainda.

Agora começo a fazer o que as pessoas recomendam- curtir a gravidez! É uma fase muito importante na vida da mulher, é a fase de transição para vida adulta de fase, vida de responsabilidade, para fase mãe.







domingo, 1 de setembro de 2013

A vida por um fio

Foi tudo muito rápido. Estávamos voltando de um jantar com um amigo. Bispo bebeu uma cervejinha e pediu para eu dirigir. A contragosto, peguei o carro e nos dirigi para casa. Uma noite agradável. O marido carinhosamente mexia no meu cabelo enquanto dirigia. Paramos num semáforo. Era 10:57 da noite. De repente escuto um barulho na lateral do carro. Vejo uma moto com dois caras. No susto, tentei sair com o carro. A moto desequilibra e o garupa cai, só vejo a arma apontada para minha cabeça pelo vidro da frente do carro. Parecia que via o futuro: vi a bala saindo da arma e vindo em minha direção. Neste momento, percebi que não ia arriscar nossas vidas, Bispo joga a mochila dele pela janela, mas o sujeito da moto não se interessa, começa a tentar abrir a porta do carro, mas estava travada. Bispo sai do carro e pede calma, dizendo que eu estava grávida. Não havia mais jeito, não tinha como fugir, saí do carro, não sei como desprendi o cinto de segurança e abri a porta. Mas saí, e fui puxada pelo rapaz, de uns 20 e poucos anos, moreno, magro com cara redonda. Pedi calma para ele, pois estava passando mal, ele entrou no carro e saiu em disparada.
No meio da rua, no meio da noite, ficamos ali parados, deitei no chão chorando. Não tinha forças, não conseguia digerir o que tinha acabado de acontecer. Um susto. Uma descarga de adrenalina. Um terror.
Houve uma batida atrás de nós, uma confusão no semáforo, todos passavam e olhavam. Uma alma boa, de bom coração, parou e nos deu carona. Eu não parava de chorar. Ela ia buscar sua filha numa festinha, que por sinal era do lado da nossa casa. Mas estávamos sem chave. Por azar todas nossas chaves estava no carro, dentro da minha bolsa com meus documentos, meu primeiro ultrassom com a primeira fotinho do nosso babynho. Tudo se foi. Mas os meus maiores bens ficaram, nossas vidas, graças a Deus. A senhora da carona morava perto da casa da minha mãe. Ela nos levou até lá. Pela internet, rastreamos o celular do Bispo que estava no carro, sabíamos o nome da rua onde se encontrava. Ligamos para polícia, disseram que mandaram policiais para o local. Bloqueei tudo que consegui por telefone, cartões, chip de celular. Fomos para delegacia fazer boletim de ocorrência. Lá encontramos um rapaz que estava atrás de nós durando o acontecido, ele disse que estava indo de delegacia em delegacia nos procurando, pois depois que fomos assaltados, ele seguiu o cara em fuga, ligou para polícia enquanto o perseguia, mas chegou um momento que não pode mais seguir.
Sei que estávamos muito protegidos e amparados naquele momento e agradeço muito por isso.
Passou, foi tudo muito rápido, por segundos não perdemos a vida por um motivo idiota, um carro.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Grávida e agora?

Quando eu vi as duas faixas na fita do teste de gravidez de farmácia a primeira coisa que eu pensei foi "está errado, não pode ser, deu algum pau, depois compro outro para confirmar." Mesmo sabendo que os níveis de hormônios da gravidez (HCG) detectáveis no exame de farmácia é bem alto, e portanto se der positivo, com certeza o teste de sangue também dará.
Mas um turbilhão de pensamentos ficam na cabeça, perguntas, dúvidas, será? E agora? Ter um bebê, uma pessoa dependendo de mim? O que vou fazer? E se eu não der conta?
Adormeci.
No dia seguinte estava mais conformada, perguntas mais positivas pairavam no ar "que nome eu daria? Como será a carinha dele (a)?".
Esperei dois dias para fazer um ultrassom que já estava marcado como exame de rotina. Lá na clínica, o médico perguntou "Por que você está aqui?" Eu respondi "é um exame de rotina, mas acho que estou grávida!". Assim que ele encostou o ultrassom em min, ele disse "realmente, está grávida, de 5 semanas e meia!"
Foi ai que a ficha caiu. Eu mãe? Eu com um bebê? Meus olhos encheram de lágrimas. Estava confirmado.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A questão do carro no Brasil

Ficamos um ano com um carro que meu pai emprestou pra gente, até conseguirmos se estabelecer de volta ao Brasil. Um carro de 1999 com mais de 200 mil km rodado. Mesmo velhinho, ele nos levou a muitos lugares, inclusive na nossa lua de mel. Carro simples que atendia muito bem as nossas necessidades.  Mas nos últimos meses, principalmente dezembro e janeiro, o carro ficou com ciúmes e resolveu chamar a atenção. Foram umas 3 visitas no mecânico, duas de guincho, e a outra foi minutos antes de fundir o motor. Foi o basta. Estávamos gastando horrores com ele e pior, ficávamos na mão. Foram 2 vezes que tivemos que pegar um guincho para continuar nossa viagem e 2 vezes que fomos parando a cada 20 min durante um percurso de 300 km. Imagine a paciência. A última vez foi a gota d'água. Decidimos pegar um carro novo.
Fizemos as contas e encomendamos na concessionária, que deu prazo de 90 dias para o carro novo chegar, o que ela ótimo, já que não tínhamos o dinheiro mesmo, daria tempo para juntar uma parte maior para a entrada. Mas em uma semana o carro chegou, por desistência de outro cliente e o carro passou para nós! Medo e ansiedade. Onde conseguir o dinheiro agora? Tinha que dar o sinal para segurar o carro. Bora fazer empréstimo  e sexta feira de carnaval lá estamos na concessionária buscando nosso primeiro filhote com quatro rodas! Debaixo de uma chuva torrencial, final de tarde, horário de pico, véspera de carnaval, quer trânsito melhor? E detalhe não sabíamos ligar o farol! Era muito novidade para gente, direção hidráulica, rádio, vidro elétrico!  Uma sensação engraçada, eu de carro zero!? Que esquisito! Era emoção engraçada, umm friozinho na barriga. Já senti essa sensação algumas vezes, a primeira que eu me lembre foi quando ganhei a minha primeira e única Barbie com 7 anos de idade. A segunda vez foi quando pisei em solo europeu pela primeira vez, "eu na Europa? Estou no livro de história!". E da vez a frase dentro de mim era "eu, de carro novo! Nossa!"

A questão sobre carro no Brasil é complicada. Quando morava na Holanda nunca precisei de carro, nunca mesmo, fazia tudo de bicicleta, ônibus, metro ou trem. Quando precisamos mudar, alugamos uma van, mas foi única vez. Eu achava estranho ver meus amigos aqui no Brasil mudando de carro a cada dois anos, todo mundo sempre de carro novo, achava um desperdício de dinheiro, supérfluo, exagero. Não conseguia entender essa paixão por carro dos brasileiros. Agora consigo entender um pouco, não é paixão é necessidade, é não ficar na mão por causa do carro.
O tempo que perdemos entre um lugar e outro quando usamos transporte público no Brasil é absurdamente enorme. E o pior que não dá para fazer mais nada a não ser esperar o ônibus chegar, talvez ouvir música apenas. Já tentei ler livros enquanto esperava no ponto, mas já perdi várias vezes o ônibus, principalmente quando eu era a única no ponto. Nunca sabemos que horas ele vai chegar. Em Campinas, no site da Emdec, tem a tabela de horários que os ônibus saem dos terminais e só, não há como saber que horas ele passa no meio do trajeto, pois o tempo do percurso varia no decorrer do dia e da semana.
Tempo é dinheiro, é lazer, é aprendizado, é estudo. É muito frustante quando perdemos tempo. As pessoas que vivem na correria do dia a dia não querem perder tempo esperando ônibus. Ninguém quer. E o que acontece? Todo mundo compra carro para chegar no trabalho na hora, sem imprevistos, chegar em casa mais cedo para brincar com as crianças, para ter o conforto do seu carro sem ficar se espremendo dentro dos ônibus e do metro. E o governo incentiva as pessoas a comprarem carro (inclusive a mim!)), abaixa o imposto do produto industrializado, o IPI, e assim todo mundo tem carro, às vezes dois (por causa do rodízio) e o trânsito fica caótico. A cidade implanta semáforos nas ruas para tentar melhor a bagunça. Vira uma uma zona. Tem uma rua em Barão Geraldo que tem menos de 2 km e tem 10 semáforos! Por isso a questão no carro no Brasil é ambígua, por um lado precisamos dele para nos locomover com eficiência, por outro, a eficiência é diminuida pelas ruas entupidas de carros, com apenas uma pessoa dentro. E a tendência é piorar, pois a venda de carros aumenta os cofres do governo, gera muitos empregos, gira o mercado econômico e, portanto, não pode parar. Todo mundo compra carro hoje em dia, até eu! Solução para melhorar o sistema, a não ser construir metrô e trem, eu não vejo.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Por que retornar à pátria?

No Blog da Anita, Greetings from Holland, ela escreveu uma vez sobre o porque muitos estrangeiros resolvem voltar para a terra natal mesmo após muitos anos morando na Holanda e foi ai que o sentimento que eu sinto é compartilhado por muitas pessoas de diferentes nacionalidades e gostaria de expressá-lo aqui hoje.

Antes de tudo, esse vídeo hilário mostra exatamente o que eu sintia!!


Estava morando na Holanda desde 2008, com 3 idas para o Brasil, uma de 3 meses, uma de 2 semanas e uma de um mês. O primeiro ano foi tudo oba oba, tudo novo, exatamente como no video, tudo e novidade, esquilos, coelhos nos jardins, corvos. Chega o outono, a paisagem muda, as árvores amarelam ou ficam vermelhas, tudo é lindo, impressionando. Mas depois de algumas semanas, as folhas caem. Vem a neve, tudo brando, neve fofinha, branquinha, boneco de neve muito legal.
Meu primeiro inverno fui para o Brasil e só voltei em março. Só no ano seguinte, 2009/2010 quando minha família veio para cá eu passei o inverno todo aqui.
Só de depois que passou eu percebi como foi difícil, como a gente fica depressivo.
No inverno de 2010/2011 já nos preparamos e conseguimos curtir o inverno, tomamos vitaminas, meu irmão veio para cá para passar o natal com a gente, depois fomos para Londres passar ano novo e encontramos amigos queridos Ana, Pedro e Michelle. Foi muito divertido. E logo em março fomos para a pátria amada.
No verão de 2011, em agosto, máximo do verão, a temperatura era de 17 graus, chovendo. Já começaram a vender roupas de inverno e só de ver casacos e toucas, um sentimento ruim invadia meu coração. Era dolorido pensar em passar outro inverno. Ainda bem que voltei para o Brasil em novembro!
Hoje, esse "friozinho" que estamos passando em pleno fevereiro me relembra o verão holandês, mas engraçado que o sentimento é totalmente outro, é um alivio por conta do calorão que fez em janeiro! Faz frio, mas é bom, e depois a gente percebe que não é o frio, mas a falta de sol, de luz, e principalmente o que o frio e a escuridão faz com as pessoas, que ficam fechadas, desanimadas, tristes, deprimidas.
Aqui, a vida social continua faça frio ou faça sol. Brasileiros são alegres, sorridentes o tempo todo (claro que tem os mal educados em todo lugar, mas não vou considerar, tá?), se intrometem muito da nossa vida, mas isso não é de todo mal, pois dá a (falsa) impressão que se importam com a gente! E isso tudo faz toda a diferença.




sábado, 9 de fevereiro de 2013

Por que é legal ter um blog?

O mais legal te ter um blog é conhecer pessoas maravilhosas que por circunstâncias normais não conheceria. Como os blogs atraem pessoas que gostam do mesmo tema, aumenta a chance de fazer amigos com coisas em comum!
Comecei meu blog para contar minhas histórias de viagens, da minha vida na Holanda, para desabafar. Era um canto meu, nunca imaginei que alguém leria, nem que fosse cohecer alguém. Mas dai começaram a aparecer visitas e comentários pessoas de vários lugares do mundo, depois comecei a visitar blogs de temas que eu gosto, escrever email e comentários paras as outras blogueiras e elas respondiam, visitavam meu blog também, muitas relações começaram.
Pra ser sincera não gosto de blog de viagens, sabia? Tenho uma invejinha, queria estar eu naquelas fotos! Gosto um pouco de blogs de moda e maquiagem, mas não são os que vejo frequentemente, gosto de blogs criativos que dão ideias criativas e baratas para decoração, gosto de blog de fotografia, gosto de blogs pessoais.
E depois que decidimos nos casar, os blogs de casamento foram os que prendiam mais minha atenção. Todo meu tempo livre eu ficava buscando ideias de decoração de cerimônias, festas, vestidos de noivas, fotos de casamento, detalhes para deixar o evento mais personalisado, buscava também fornecedores.
E um desses blogs que me inspiraram foi o enoivas, blog muito delicado, lindo, com posts bem escrito, estruturado, com muitas dicas valiosas, feito com dedicação e cuidado pela querida Vanessa, que conheci pessoalmente num encontro de blogueiras em Campinas em 2010, se eu não me engano. Teve mais encontros, mas depois marcávamos de tomar um café no final da tarde para bater papo só nós duas. Assunto não faltava, ficamos horas conversando, sobre todos os assuntos, casa, comida, casamento, viagens, trabalho, escolhas de vida etc. O último encontro foi na minha casa. Foi tão gostoso, ficamos 4 horas conversando sem parar! Adorei recebê-la em casa, havia feito pãozinho, fiz suco de manga, café, escabeche de beringela, enchi a mesa de comida, porque visita tem que comer bem!! Foi muito legal mostrar meu cantinho, minhas coisinhas!
E esse é um dos motivos que sou feliz por ter um blog!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Os animais do Cerrado - Chapada dos Veadeiros

Como uma boa bióloga que sou, não poderia deixar de apreciar e fotografar os animais avistados durante as caminhadas no meio do cerrado. Mas não me pergunte nome, gênero ou espécie, que a bióloga aqui sabe menos que você!Acho que reino, filo e algumas classe (lembram da classificação dos seres vivos) eu sei, pelo menos né! Isso que dá ficar 12 anos em laboratórios!




















quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O Cerrado - Chapada dos Veadeiros

O bioma que compõe Chapada dos Veadeiros é cerrado, caracterizado por uma vegetação geralmente baixa, como as savanas africanas.

Possui geralmente árvores de pequeno porte, com troncos retorcidos, de casca bem grossa, folhas espessas e/ou com tricomas (pêlos) e raízes longas para alcançar os lençóis freáticos, tudo para aguentar o período de seca e fogo esporádico. As árvores geralmente perdem suas folhas durante o período de seca (no inverno), como as árvores de regiões temperadas,

O Cerrado é um bioma bem diversificado, além da vegetação típica descrita acima, há também mata ciliar próxima dos rios, campos limpos, tipo uma savana, sem arvores apenas arbustos e gramíneas, campo sujo, que é tipo savana mas com árvores espaçadas, com o buriti.
É uma região bastante rica em biodiversidade, eu fiquei fascinada com a variedade de plantas que eu nunca tinha visto!
Vamos conferir!
Troncos com casca bem espessa

Vegetação de pequeno porte com folhas espessas e com pêlos

Olhas os pêlos das folhinhas ai


 Bem característico do cerrado, árvores com troncos retorcidos

Essas plantas com folhas espessas e pontiagudas são as responsáveis por algumas queimadas da região, possuem um óleo inflamável

Vegetação baixa com árvores espaçadas

Tem mata ciliar sim sinhô





As flores sempre-viva, bastante usadas em arranjos decorativos


Reparem nos pelinhos

Folha bem espessa e dura

Florzinha engraçadinha

Tronco

Tronco

mais tronco






árvores sem folhas, ainda se recuperando da queimada de outubro do ano passado

e mais tronco

Uma belíssima flor do cerrado

Quanta diversidade de tronco né?

E para finalizar, mais tronco!

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