quinta-feira, 30 de junho de 2011

Chegou a minha vez - a defesa


Dessa vez eu era a protagonista. Eu seria a candidata a PhD. Eu seria bombardeada de perguntas. Eu que estaria tremendo de nervos na frente de todos e tentando transparecer a calma e simpatia. 
Dois dias antes do dia do Juízo Final descobri, com a ajuda do acaso, que o local da minha defesa havia mudado. Foi ai que meu nervosismo começou, numa sexta-feira à noite.
Bispo chegou todo feliz e contente mostrando o jornalzinho da Universidade onde havia publicado todas a defesas do mês de junho, inclusive a minha. Fiquei animadíssima, peguei o jornal e fui procurar meu nominho. E lá estava. Meu nome, o título da tese, a data e o local. O que?? Como assim ? Doopsgeznfe Kerk? Kerk = igreja. E o Prédio Acadêmico (Academic Gebouw)? Aquele lindo, cheio de vitrais e pinturas, com bancos de madeiras e estofados de veludo? E os 90 convites que entreguei? Todos com o endereço errado! E os professores da banca? Desespero foi pouco. Mas o que eu poderia fazer? Era sexta-feira à noite! Sábado e domingo também não se poderia fazer nada, pois a universidade não abre. O que me restou foi esperar até segunda-feira para confirmar. Acordaria às 7 da manhã, me aprontaria e ia conferir o local da minha defesa. Esse era o plano. Mas e depois? Ficar esperando onde? 
Conversei com meus paraninfos sobre esse pequeno problema, e eles disseram que iriam mais cedo no Academic Gebouw confirmar para mim. Ufa, ainda bem que tenho paraninfos para me acalmar.

Sábado à tarde fui conhecer a tal igreja. Ela fica meio escondidinha, no meio do quarteirão, no meio mesmo, pois para entrar tem um corredor entre dois prédios, e a igreja fica atrás dos prédios. A igreja é aparentemente nova, feita de tijolo, em formado arredondado, bem clean, até demais, 2 vitrais coloridos, sem imagem de santo, Jesus ou Virgem Maria, nada. Cadeiras de madeiras simplérrimas, nada de veludo, nada de Glamour. Bateu a tristeza. Poxa, esse é meu segundo doutorado, nem vai valer muito mesmo, o que vai contar para meu CV é o doutorado brasileiro, então, que pelo menos minha defesa fosse na sala glamourosa. Mas não. Foi nessa igreja sem glamour algum. Enfim, tem coisas que não controlamos. Antes defender naquela igreja que não defender, foi o lema apresentado pelo Bispo. Realmente, a angustia dessa defesa era tanta, que se fosse para defender no meio da rua eu iria feliz e contente.

Às 9:30 da manhã do dia 20 de junho, estava eu secando minhas medeixas quando o telefone toca "Hei Roberta, sua defesa será mesmo na igreja, não tem nada avisando no Academic Gebouw, a Gwenny (minha co-orientadora) ficará aqui até minutos antes da defesa para avisar para as pessoas o local exato". Fico aliviada ou mais nervosa com o telefonema? Não havia nada que eu poderia fazer. Se não fosse ninguém da platéia, não haveria problema, pois ficaria menos nervosa. Se não fosse ninguém da banca, melhor ainda, não foi minha culpa, quem deveria ter avisado era a Universidade, que nem me avisou também. Receberia o diploma sem mesmo defender. 
Mas não foi bem assim, obviamente. O mestre de cerimônia, ficou esperando os professores no Academic Gebouw e os conduziu até a igreja, que ficava a 200 m apenas. Poxa. Não foi dessa vez que ia ganhar o diploma sem defender : (

Cheguei na Igreja às 10:15 da manhã. A defesa começaria às 11 horas pontualmente. Encontrei o meu Promotor (Orientador) quando virei a esquina. Tremi. Ele já sabia onde era o local certo, pois estava voltando de lá e indo para o Academic Gebouw. Então todos já sabiam. Aliviada ou nervosa? Nervosa, sempre.
O combinado é chegar 30 min antes e ficar aguardando numa salinha especial, juntamente com meu paraninfos, a hora do julgamento. E lá fomos para a salinha, a sala dos padres, bem atrás do altar, uma mesa comprida de madeira cheia de cadeiras ao redor preenchia toda a sala de. Três garrafas de água na mesa, queria mesmo algo forte para acalmar os nervos. Cadê aquele vinho que se usa para molhar a óstia? Ficamos na água mesmo. Não poderia beber muito para não dar vontade de ir no banheiro no meio da defesa. Meus pensamentos voavam. E se desse vontade de fazer xixi, o que faço? E se eu sentisse uma dor de barriga repentina?
Os 30 min de espera foram os mais rápidos da minha vida, logo o mestre de cerimônia nos conduziu para  o salão, Kaushal logo atrás dele, eu e a Karla, que levava meu livro. Cheguei no salão e ficamos no centro, da região que seria o altar. Vi a gwenny e sorri. Na verdade quase tive um ataque de riso, acho que era nervoso. Ou será que era uma situação engraçada mesmo? Todo esse teatro et al.
 Ficamos eu e os paraninfos alinhados um do lado do outro e fizemos os comprimentos com o corpo, sabe daquele jeito japonês de inclinar o corpo para frente? Então, fizemos isso para esquerda e para direita. Em seguida, fui para minha mesa, bem no centro, virada para o público e entre as 2 mesas cheinhas de professores. Sentei-me. Respirei fundo. Vi o monte de cabos que estavam escondidos debaixo da mesa, tomando cuidado para não pisar e desconectar nenhum. Um deles era o do microfone. Assim que me sentei karla veio até minha mesa e entregou-me minha tese (com minhas anotações e minha caneta). Tinha um copo de água na minha mesa.
O chairman, o representante do Reitor, geralmente um professor aposentado, iniciou a defesa. Primeiro a perguntar foi o prefessor Nico Bos. Continuava nervosa, minha voz tremia. Meu medo era não entender a pergunta, não falar direito e não saber responder. Tudo isso aconteceu!! hahahahhaha mas o nervosismo pasou depois dos 5 primeiros minutos. Ai relaxei, se eu não sabia, eu enrolada, mas respondia qualquer coisa. Até que chegou na última pergunta. Faltando 10 min para acaber a professora, que eu não sabia que estaria lá, achou meu calcanhar de Aquiles. Respirei fundo. Repeti a pergunta, já sabendo que não sabia a resposta. Tentei enrolar, mas ainda restavam 10 min, infinitos 10 min. Tomei um gole de água, e disse "sinto muito mas não sei". Realmente era uma pergunta super difícil. Enfim. Ainda restou alguns minutos para a Gwenny fazer uma pergunta, e no meio da minha resposta o carinha com o bastão chega e fala "hora finita" EEEEEEEEHHHHHHHHH


Acabou!!! Saem os professores para decidir o resultado final. Na verdade eles saem para assinar o diploma. Saímos também, o mestre, kaushal eu e a karla, enfileirados. Esperamos uns 5 min na sala da paróquia.. Voltamos para a altar, de pé em frente a mesa dos professores. Os dois paraninfos ao meu lado, ligeiramente atras.
O representante do Reitor dá o veredito final. Passa a palavra ao Promoter. Essa é a hora que o promoter fala algumas palavras amigas para o aluno, conta sobre o percurso dele no laboratório. Mas meu promoter sempre foi distante, então ele deixou que minha co-promoter, a Gwenny fizesse essa parte. Mas antes disso, ele deu a gafe do ano, ao falar meu nome, ele falou o nome da Karla com meu sobrenome? Vê se pode?!

Palavra dada a Gwenny. A primeira frase foi em Português, já comecei a ficar emocionada ali. Ele preparou um texto enorme, lindo, contando sobre minha vida, meu jeito de ser no laboratório, sobre nossa viagem a India, sobre os momentos divertidos que passamos juntas! Foi muito legal. As lágrimas cairam dos meus olhos.

Recebi meu diploma enorme e um livro sobre a cidade de Groninge, aqueles livros de deixar na mesa de centro, sabe? Super legal!
Acabou, os professores sairam da sala e eu fiquei ali, com meu diploma, com meus amigos e minha família.
Estavas prestes a chorar. Sabe aquele choro de alívio, aquele de soluçar? Não poderia, ia ficar feio, todos estavam ali. Meus olhos encheram de lágrimas, ficaram vermelhos. As lágrimas pesavam. Não poderiam sair. Sai na frente, antes de todos e fui para o Academic Gebouw onde seria a recepção e fui para o banheiro. consegui me acalmar e  fui receber os comprimentos! Conversei com todos, recebi flores, conversei com os professores, com os amigos, bebi o tão desejado vinho. E ai foi só alegria.



quarta-feira, 29 de junho de 2011

Relembrar é viver

Esse texto eu escrevei para meus amigos quando cheguei nos EUA, dia 18 de janeiro de 2008. Já havia pensando em postá-lo aqui, e agora, fazendo a faxina nos meus emails, o encontrei, e voilá!

Só uma explicação básica;
Fui para Baltimore para fazer alguns experimentos na Universidade de Maryland em Janeiro de 2008 e voltei para o Brasil em Março. Algumas semanas depois já embaquei para Holanda. Aqui conto a minha primeira impressão dos EUA!

 
 
Olá pessoal! Tudo bem por ai! Estou escrevendo para dizer que chequei bem aqui, mas depois de várias aventuras...vcs sabem, comigo assim, as viagens tem que ter emoção!
No avião já foi a grande aventura, não parava de rir com as revistinhas de compras...o que vcs imaginarem existe para vender: escada para cachorro subir na cama, luz UV portátil para esterilizar travesseiro e verdura, caixinha para colocar escova de dente e esterilizar, aliás os americanos eles adoram germes... todo lugar eles fazem questão de dizer germs free.
Cheguei em Miami às 6 da tarde e tinha que parar na imigração, mostrar passaporte e visto, uma fila imensa, e meu voo era às 7:30 para Washington, consegui ser atendida as 6:50, fui correndo pegar a mala, e cadê??? A mala tinha sumido...fui reclamar, procurar, mas estava quase perdendo o voo, e resolvi ir sem a mala mesmo. Passei no raio X, tirei os sapatos, o cinto, quase me puseram dentro da máquina de raio X, mas deu certo no final. Fui correndo para o salão de embarque, quando vi o corredor imenso, comecei a correr, pois eram quase 7:30 ( no meu relógio), virei e havia outro corredor imenso, continuei correndo, viro de novo, mais um, maior ainda. Chegando perto do guichê a mulherzinha sai do banquinho dela (para ver se o avião havia saido, pois ela deveria saber que faltava alguem no voo) e quando eu chego mais perto o senhor da American air lines falou que a mulher foi ver se tinha como eu entrar ainda...mas não deu tempo, não embarquei...
Mal conseguia falar, nem respirar, fiquei preocupada com a menina que estava me esperando no aeroporto em Washington. Perguntei onde havia um telefone para poder avisá-la e o senhor ainda tirou com minha cara, `quantos vc quer?` e apontou para meu lado..uns 7 telefones...hahaha. ai ele perguntou se era ligaçao local e me emprestou o celular dele!! Que bom! Consegui avisar e a ela já estava indo para Washington me buscar. Coitada, me esperou até meia noite. Ela foi sozinha para o aeroporto me buscar de noite, era primeira vez que ela ia para lá dirigindo. 
Na ida para Baltimore demoramos quase uma hora para encontrar a saida da cidade, perdemos a saida e depois era dificil achar retorno, pior que São Paulo e não tem placa. Fiz um tour noturno em Washington DC, do pouco que vi, a cidade é linda, me senti nos filmes americanos! Fantástico!
Cheguei em Baltimore, quase congelei de tanto frio, ainda bem que as roupas de frio levei na bagagem de mão. A Tatiana, a brasileira que me pegou no aeroporto, passou na casa dela, me fez um lanchinho, me emprestou roupa de dormir, cobertor, toalha foi o anjo da guarda! Cheguei na minha casa, super bonitinha, limpinha e quentinha!
Hoje acordei e quando sai para rua, vi os floquinhos brancos caindo do céu...que lindo, estava nevando, e olha que aqui nunca neva! Comecei a procurar um telefone público para ligar para seguradora para avisar da mala perdida. Não existe telefone público. Achei um dentro do hospital. Quando volto para rua de novo, mais e mais neve, agora cobrindo os carros, me enconbrindo, parecia um picolé de tanto gelo na roupa. Agora está tudo branquinho mas continua nevando!
Olha, fiquei impressionada com o pessoal aqui...super simpáticos, prestativos e sempre de bom humor. Um fato curioso da cidade é que a maioria da população aqui é negra e a semana que vem vai ter uma comemoraçao ao Martin Luther king, vou até assistir a palestra da prefeita. Alias preciso procurar na internet sobre o Martin, pois nao me lembro direito o que ele fez e para não ficar sem graça!
A cidade aqui é uma graça, igualzinho aos filmes, o carro de policia, a ambulancia, as casinhas de tijolinho...muito legal! o campus da Universidade é enorme, mas é como na Unifesp, nao é cercado.
Estou no lab agora, muito grande cheio de coisa, o pessoal é bem bacana, tem um indiano, uma garota do Afeganistao e os americanos. O Dr. Peter Swaan é holandês!! Legal né, a Tatiana falou que ele vai até querer falar em holanês comigo, até parece que falo alguma coisa né!
Conheci a mãe do namorado dela que é tcheca, uma velhinha de cabelos brancos super boazinha,a acabei almocando lá, comida típica da Rep. Tcheca. A velhinha só fala alemão e theco, ainda bem que sei falar Gutan Morgan ( mas escrever, acho que não)!!!
Agora vou fazer os treinamentos , falar com as pessoas da administraçao para semana que vem começar a trabalhar.
Um grande beijo a todos,
Torçam por mim para voltar com bastante resultados"
 
 

terça-feira, 28 de junho de 2011

E as moscas logo se vão...

 Eu e meu diploma

Consigo ver as moscas que rondam esse blog, mas será por pouco tempo!
Hoje ainda contarei sobre minha defesa de PhD aqui na Holanda! É finalmente acabou! Todo o estress, toda a pressão, minha carta de alforria, minha liberdade tão sonhada.
E o mais legal disso tudo foi que minha mãe e meu irmão vieram para cá, assistir minha defesa, me apoiar, torcer por mim! Comprei as passagens para eles 3 dias antes do embarque, foi correria total, mas deu tudo certo, fiquei super feliz de tê-los por perto por 10 dias.
E depois disso, 4 dias de férias, descanso e viagem com a família!
Agora vocês o porquê do sumiço, não entendem?


As pessoas em movimento são os professores da banca indo embora!!E eu com meu diploma não consiguindo controlar minha felicidade! minha mae e meu irmão no canto direito da foto!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Minha apresentação de Dança do Ventre

Consegui!!
Foram 3 minutos apenas,  mas a sensação foi indescritível!! Não sei o que eu fiz exatamente, só sei que escutava aplausos, via luzes de flashes, sorrisos no rosto das pessoas. Tentei sorrir o tempo todo, não sei se consegui. Estava nervosa. Nunca ninguém me viu dançar, além das colegas de aula e professora.
E ele estava lá, meu noivo! Que medo de fazer coisa errada, de errar os passos, de cair, de fazer feio na frente dele!! Os outros era de menos. Minhas amigas Karla, Daisy e Mika foram também dar uma força para mim!! Foi bom ter pessoas queridas nesse momento único na minha vida!

Cheguei 2 horas antes da apresentação. Ficamos numa sala grande para maquiar, trocar de roupa e ensaiar. Todas as alunas de Aisa Lafour lá estavam! O clima era gostoso, todas com um só propósito, a dança do ventre!!
Seríamos as segunda a se apresentarem! A medida que os ponteiros do relógiose aproximavam das 20:30, meu coração acalerava mais um pouco! Conferia a maquiagem a cada 5 min, batom, rímel, blush.

Sai de casa as 6 da tarde, com os cabelos cheios de birotinhos, mini coques, pois quando chegasse a grande hora, eu os demancharia para deixar meu cabelo enrolado!! Peguei ônibus, andei pelas ruas com os cabelos cheios de coquezinhos, sabe que até gostei do visual! hehehe
Chegando lá, desmanchei e meu cabelo ficou super volumose e enrolado!! ehhhh, pena que não durou muito!! logo abaixou o volume, mas ainda restou alguma ondas no cabelo!


Resultado final! Adorei a apresentação, foi muito legal essa experiência de ser artista por um dia!!!


Sophie, Zaineb, Tessa, Myrien, e eu!



Meu Habibi

Eu e Aisa Lafour, minha professora

olha meus cabelos enrolados!!


domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos namorados

Hoje me lembrei dos dias dos namorados no Brasil e dei muitos beijinhos no meu amor ao acordar!!
Depois do café da manhã, chequei meus feeds e muitas blogs que eu sigo falavam dos dias dos namorados. Em especial o blog e-noivas, falava que o mais importante era demonstrar seu amor, que presente não é muito importante, e comecei a ler alto para o pessoal aqui de casa. Todos concordaram com as palavras lidas, e quando eu abro a página do blog para ler o texto todo (meu feeds do e-noivas mostra só um pouquinho do post) eu deparo uma foto minha e do meu amor!!! Eu havia me esquecido do concurso!! Mandei essa foto para o concurso do dia dos namorados, promovido pelo blog e-noivas e pelo Portal Imagem! Para ver o post clique aqui.
Fiquei tão surpresa!! Tão feliz!!  Nunca ganhei nada! Mandei a foto para participar mesmo. Achei legal compartilhar minhas fotos! Até ia mandar sem falar com o Bispo, mas no último minuto liguei para ele perguntando se podia, sei lá, as vezes ele poderia ficar bravo, sei lá, não dá para advinhar a reação da outra pessoa. Ele concordou, mas a condição era escolher uma foto que não aparecesse nossos rostos (o dele né, pois eu não ligo heheh) e que tivesse uma história só de olhar a foto!
As fotos que selecionei para o concurso foram as seguintes:

primavera de 2008

Inverno em Paris, jan 2010. Foto vencedora!! By Adriano, meu irmão!


outono 2009

Inverno 2009/2010

Primavera 2009. by Peter.



Foi difícil escolher, pois essas são as fotos que mais gosto da gente!! Mas escolhi a de Paris  por ter uma história implícita, o inverno, o pôr do sol, a torre. Só com amor mesmo para vencer o inverno daqui!! Todas elas foram idealizadas por mim, mas tive que dar a câmera para outra pessoa tirar, pois pelo ângulo que eu queria não tinha local para apoiar a câmera, ou estava sem tripod. Explicando bem para o fotógrafo do momento, consegui a foto que eu imaginei!!






Labday 2011

Desculpem o sumiço, mas essa semana foi cheias de eventos!!
A começar pelo Labdag 2011!
Para quem não leu o post do ano passado, o Labdag, ou Labday é um dia em que pessoas que trabalham juntos no laboratório se reúnem para fazerem atividades nada relacionadas a laboratórios e fora do local de trabalho! O diferencial desse ano foi que eu participei da organização.
Vou contar-lhes o make-off e o resultado final!

Ano passado, o Labday foi realizado em junho também e no final do dia foi escolhido a nova equipe de organização para 2011, cinco pessoas, uma de cada grupo, de preferências novatos. Em setembro começamos nossas reuniões para decidir o que fazer, onde etc. Eu pensei em atividades para interagir o grupo todo, relaxar, descansar. Mas não, o que a maioria queria era um dia cheio de atividades físicas, cheio de competição, vencedor, tudo para estimular competição! Ok, vamos lá então. O que mais me deixava irritada nessas reuniões, eram que as pessoas não eram práticas, eles ficavam divagando assim "Fulano1 vai gostar de tal atividade", "Queria ver a cara do Fulano2 quando estiver fazendo isso", "e quando o Fulano 3 vir que ele está no grupo tal, como será a reação dele?". Fulano aqui foi substituído pelos nomes do chefes de grupo do meu departamento. Os caras da organização faziam as coisas par agradar os respectivos chefes!!! QUE LAMBEÇÃO IRRITANTE!! Pior, ele não queria fazer algo legal para agradar a todos, queria fazer algo legal para todos reconhecerem que fizemos um bom trabalho! Eles queriam elogios! Eu acredito que elogio é a consequência do seu trabalho, não o objetivo final!!

Detalhes a parte, conseguimos organizar o dia tão esperado do ano.
Marcamos para o povo chegar no lab às 8 da manhã. O pessoal que ia chegando ia se servindo com café ou chá e bolachinhas. E também começamos a separação dos grupos. Dividimos 75 pessoas em 6 grupos. Tentamos misturar bem o povo, aqueles que normalmente não interage no laboratório. Até que ficou bem legal, bem misturado!
Compramos uns botoms e montamos os grupos Azul, Vermelho, Amarelo, Branco, Verde e Creme. Colocamos os bottoms na mesa para pessoa achar o seu. Cada botom tinha o fundo da cor do grupo e a foto da pessoa. Eu achei meio sem sentido fazer um crachá sem o nome, apenas com a foto da pessoa, pois crachá é feito para identificar a pessoa, certo? Quando você encontra uma pessoa que você não sabe o nome, você olha para o crachá e descobre o nome dela, mas no caso você viria a foto dela e você ficaria na mesma, cara-crachá, cara-crachá...igual, obviamente!! hehehe Mas no final acabei entendendo o motivo da foto. Eles supuseram que todos se conheciam (mas não é o caso, pois eu, por exemplo, não conheço várias pessoas lá) e o crachá seria apenas para identificar os grupos, como já havíamos dividido os grupos, teríamos que colocar o nome da pessoa no crachá, mas para ser mais cool, mais diferente e mais pessoal, ao invés do nome escrito, eles colocaram a foto!
Os crachás!!

Às 9 horas, saímos de Amsterdam em direção à Flevoland. Esse ano levamos o pessoal para Dorhout Mees, um local com inúmera atividades, mas tem como carro chefe o golfe e caça. As 10 h chegamos lá e fomos recebidos com café da manhã com café, chá e bolo e logo em seguida começamos com as atividades do dia: voltas quadricículo, tiro ao alvo, atividade militar e rafting.
Meu grupo começou com a atividade do rafting, cujo objetivo era contruir um barco com 6 toras de madeiras 4 barris vazios e cordas para amarrar e em seguida dar um volta com o barco no lago
O material para a contrução do barco


Modelo do barco e a explicação de como fazer os nós para amarrar as coisas


trabalho em equipe

Olha a gente no barquinho!!

Essa atividade do rafting era a que eu menos tinha gostado, pois ia se molhar, competir, mas na hora foi muito loko!! Paguei a língua! Adorei, peguei fogo!! E fui a primeira a pular no barco heheheh

Depois seguimos para o quadricículo para relaxar! Sem competição, só para brincar! Foi a primeira vez que andei de quadricículo e gostei bastante! Dá um medinho, fui bem devagar e aproveitei! Se eu andasse mais um pouco, acho que conseguiria andar mais rápido!





A atividade seguinte foi tiro ao alvo. Dorhout é o local na Holanda que dá cursos e treinamentos de caça e também é o local que aplica os testes para se tornar caçador profissional. Eles tem diversas simulações de caça, alvo fixo a 25m com bala de baixo calibre, alvo fixo a 100 m, com calibre maior. Eles tem aquelas máquinas que atira disquinhos para o alto, simulando alvo em movimento, tem máquinas que lança de baixo para cima, que lança de cima para baixo, que lança na horizontal próximo ao chão, tudo para simular animais. Eu sou contra a caça por diversão, por hobby. Vida nenhuma deve usada para diversão. Mas não posso negar que é demais atirar nesses disquinhos e nos alvos fixos!! Muito loko!! Adorei atirar e nenhum momento pensei nos animaizinhos!




Depois do almoço, depois de ter comido horrores, fizemos a atividade militar, onde tínhamos que pular obstáculos, correr, rastejar na lama, subir, pular e equilibrar na corta bamba, quase tive um congestão, mas foi bem legal!!

Seguimos de volta para Amsterdam às 16 horas, mas devido ao congestionamento nas estradas, chegamos no local do jantar após 2 horas, uma hora a mais do esperado. O buffet também atrasou bastante, 2 hs do horário combinado, um pouco antes da gente chegar. Quase entramos em pânico quando soubemos que às 17 horas o buffet não havia chegado ainda! Imagine o povo morrendo de fome, cansado da viagem, chegar e não ter comida, nem bebida?! Ia estragar o dia que estava indo muito bem!

No final deu tudo certo! Fizemos o jantar num barco chamado "o fim do mundo" que fica numa das ilhas de Amsterdam, a Java Island. Até a comida ficar pronta, fizemos um Quizz, sobre coisas relacionadas a pesquisas, ao laboratório, ao AMC, e coisas nada a ver com pesquisa! E com cerveja e batatinha chips conseguimos segurar o povo até ao jantar!
No final tivemos vários elogios, aparentemente o povo gosto do labday! Mais um item riscado da minha listinha de junho!!
O barco

Dentro do barco

A equipe da organização


domingo, 5 de junho de 2011

apresentação de dança do ventre?

Tudo na minha vida acontece de uma vez, esse mês de junho está lotado de eventos, defesa, aniversário eu e do meu amor, organização do labday, e minha primeira apresentação de Dança do ventre.

Como o mês de março inteiro eu passei no Brasil, eu perdi 4 aulas de dança.  Como nesse curso a gente iniciaria uma coreografia, 4 aulas fariam falta, portanto, resolvi retomar as aulas quando iniciasse próximo curso Intermediário 1, que foi em maio. Foi até bom, pois o mês de abril foi quando estava finalizando minha tese para imprimir, entregar para todos os professores, foi um mês bem tenso.
E maio chegou! Animadíssima para retomar minhas aulas. Vou lá eu toda contente inciar meu primeiro dia de coreografia e quando chego lá, encontro todas as outras meninas que faziam aula comigo antes. Estranho, era para elas terem passado de fase, certo? Erradíssima!
Elas estavam ensaiando para se apresentar no Congresso Internacional de Belly Dance, Orientalicioius, que ocorrerá dia 10, 11 e 12 de junho em Amsterdam. Então, elas usariam as 4 primeiras aulas desse curso que eu iniciei para treinar a coreografia para o congresso!

Bom, já que paguei pelas horas de aula, bora lá aprender as coreografia. Mas apresentar será outros 500!! Morro de vergonha! Depois que eu aprender todos os passos a gente pensa se vou ou não vou apresentar!
Para mim coreografia sempre foi um super desafio, como as pessoas fazem para lembrar todos os passos? Como saber a hora exata de girar, de trocar de passo? Minha memória é fraca e minha coordenação pior ainda. Minha primeira aula, tentando pegar a coreografia foi um desastre, enquanto todas viravam para esquerda eu virava para direita, e atrapalhadas desse tipo o tempo todo. Afinal elas estavam 10 aulas na minha frente! No final da aula, gravei a professora dançando e resolvi aprender em casa. Por umas 2 horas assisti ao filminho milhares de vezes, repetindo passo por passo, tentando copiar, contar, descrever non papel, descrever a sequência. Era totalmente difícil! Impossível, mas não desisti, queria aprender essa coisa! Estava tentando achar a melhor maneira de decorar a coregrafia, não confiava na minha memória.

Na segunda aula (12 das outras meninas) já estava sabendo metade da coreografia, apenas a segunda parte ainda estava complicado. Mais algumas horas no domingo e voilá! Consegui fazer todos os passos, mas claro que alguns detalhes eu não conseguia, ou não dava para ver no vídeo. Na terceira aula foi quando tirei as pequenas dúvidas, as transições, os detalhes. Ainda não está perfeito, mas agora que aprendi os passos, decidi que vou dançar!! Ai meu deus!! Só arrumo para minha cabeça!
Mais uma coisa para desfocar da tese! Quer saber? Não ia conseguir viver só pensando nessa maldita defesa. Sempre é bom ter m desafio! E será a chance de dançar em Amsterdam!!
Como disse minha colega de dança "eu ficaria frustada se desistisse antes de tentar e não por errar!" Bora lá!

Decorar a coreografia vai de pessoa para pessoa. Não consigo contar 1, 2, 3, 4. O meu jeito é ir com a música, é decorar a música e lembrar dos movimentos que melhor se encaixa, é ver milhões de vezes.

Na segunda aula, foi a dona do atelier de roupas de dança de ventre tirar nossas medidas. Mesmo que eu não dançasse, eu gostaria de ter uma roupa especial, então mandei fazer uma pra mim também. Quarta-passada fui lá experimentar! Linda!! Saia branca em camadas, sutian dourado com bolero branco po cima!! Ficou muito legal!! Estou com vergonha desde já!!

Será sexta-feira a noite será a apresentação!! Depois coloco algumas fotos e quiçá um videozinho!!
Mas antes disso, dia 9 será o Labday 2011, com muitas atividades para contar!!
Boa sorte para mim!




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mais um ano e muitas reflexões

E essa semana completei 29 anos e milhares de pensamentos passaram pela minha cabeça, mil coisas aconteceram

Minhas reflexões 

Minha infância, minhas brincadeiras, minhas bonecas, meus brinquedos, minhas escolas, meus amigos que se foram pelos desencontros da vida, meus amigos que estão distantes mas nem por isso longe do meu coração e pensamento, meus amigos recentes que estão mais próximos atualmente mas que em breve estarão no primeiro grupo, o que me enche meus olhos de lágrimas e deixa meu coração apertado.

Dia de aniversário sempre é cheio de reflexões. Faço retrospectiva de vida, faço planos, listo mentalmente meus desejos. E esse ano é um ano de mudaças, muitas mudanças!
Será meu último ano na casa dos 20 e muitas acontecendo ao mesmo tempo.
Como minha amiga Tati falou, essa transição menina- mulher faz nossa cabeça pirar. Vou virar esposa, mãe de família em breve (não estou grávida), vou ter minha casa, vou ter um emprego ...

Com 29 anos me casarei. Em histórias de contos de fadas, casamento é o final feliz, mas na vida real não é bem assim. Casamento é o início de uma nova vida, uma nova fase, uma vida construída sob uma corda segurada por duas pessoas, se um ceder a corda cai, é o equilíbrio de duas pessoas, responsabilidade de ambos para manter a corda esticada e equilibrad. Ou como diria minha amiga Anamaria, vida a dois é um barco a remo onde o casal rema junto, quando um está sem força, o outro ainda tem o remo para direcionar o barco e devagar sair do meio do rio. É quando começa os desafios de desenvolver uma família, educar os filhos, arrumar dinheiro para prover o que os seus precisam, é superar problemas juntos, é apoiar, respeitar, ajudar, é fazer o outro feliz como consequência da sua felicidade. Não estou dizendo que casamento é ruim, nada disso, mas é que a responsabilidade aumenta e isso é assustador!
É assustador pensar que daqui a um ou dois anos terei uma, ou duas, ou três pessoas que dependerão de mim, que eu ensinarei valores, darei educação. Eu serei uma das pessoas mais importantes para ajudar a formar um cidadão. É duro esse fardo.

Com 29 volto retorno a minha amada pátria Brasil após 3 anos distante. Vou sair definitivamente da casas dos meus pais e começar minha própria família. Eu sei que eu não moro com meus pais há 3 anos, não dependo mais deles financeiramente já algum tempo, mas é estranho pensar que estarei na mesma cidade deles e não morar com eles! Esquisito. Dá frio na barriga esse rompimento do cordão umbilical.

Com 29 anos vivi bastante, aproveitei a vida, viajei bastante, fiz muitos amigos e continuo fazendo, vi coisas inacreditáveis, ouvi palavras maravilhosas, outras nem tanto assim, chorei rios de lágrimas, chorei de dor, chorei de amor, chorei de rir, chorei de saudades. Passei por crises existenciais. Conheci pessoas maravilhosas, outras que precisam aprender muita educação e ética, pessoas doces, pessoas firmes, pessoas sensatas, pessoas amorosas, pessoas inteligentes, pessoas boas. Conheci mulçumanos, hindus, ateus, cristão, protestantes, budistas. Pisei na neve, coloquei a na boca, senti os floquinhos caindo sobre meu rosto. Andei por campos campos de flores, senti o perfumes das flores me deslumbrei com as suas cores. Mergulhei no mar, morri de medo, admito, mas mergulhei.
Andei de carrinho de bebê, andei em triciclo, de bicicleta com rodinhas, sem rodinhas, na garupa e em bicicleta de 2 pessoas. Andei de moto, de carro, de tuc-tuc, de cavalo, de carro de boi, de carroça. Andei de avião, andei de barco, de jet-ski.  Falta ainda andar de balão.

Um dia depois do meu aniversário quando acordei, a primeira coisa pensei é "sou feliz". Depois de alguns meses depressivos, meses de transição, meses difíceis, arrastando a vida com a barriga, hoje eu afirmo como sempre afirmei Sou uma pessoa feliz e realizada! Como é bom ouvir isso de mim!! Isso me dá mais força para continuar, mais ânimo para viver, mas alegria em minha vida!!


Meu dia

Passei um dia de aniversário muito gostoso, fui trabalhar pela manhã, não tinha planos especiais. Karla perguntou se eu não queria sair para jantar. Como não tinha nada, era uma quarta-feira, o Bispo estava trabalhando em Groningen, achei que seria uma ótima ideia, só para não passar em branco. Horas depois tinha achado um restaurante ótimo que poderíamos ir mais tarde. Perguntei para Karla o que ela achava e ela me falou que a Simone estava preparando um jantar para mim e que teve que me contar pois já estava fazendo a reserva no restaurante! Fiquei tão feliz!! Sai mais cedo do trabalho para ir no centro tentar achar ainda uma roupa para a defesa e provar uma provar minha roupa de dança do ventre. Opa opa, peraí? Essa é nova!! Pois é, vou fazer minha primeira apresentação de dança do ventre!! Depois eu conto o desafio que está sendo.

Fui na H&M onde os preços são ótimos e passei uma hora lá provando dezenas de peças. Acabei encontrando várias coisas legais para a defesa, levei várias, para me decidir melhor em casa. O que eu não gostar posso devolver em até 30 dias e pegar o dinheiro de volta.
E logo fui para casa, onde as meninas estavam me esperando.
Que tarde gostosa, altas risadas, bom vinho, jantar maravilhoso feijão, arroz, macarrão e salada, o que me remeteu a infância imediatamente! Comi dois pratos cheios e feijão com macarrão, quer coisa melhor?
chegaram mais amigos, cantamos parabéns com 4 bolos diferentes! Ganhei vários presente. Um deles o Bispo tinha escondido no meu quarto no final de semana anterior e quando ele me ligou pela manhã falou para eu procurar que estava lá!! E olha que meu quarto nem estava tão bagunçado!
Depois do Parabéns,em português e holandês (chique hein?), depois de ter comido horrores, a campainha tocou. A Karla disse "o úlimo presente da Roberta Chegou!" Quando abri a porta não acreditei, o Bispo veio passar as últimas horas do meu aniversário comigo! Meus olhos encheram de lágrimas, fiquei tão, mas tão feliz! não esperava sinceramente. Ainda liguei para ele umas 6 horas e ele estava no trabalho, escutei até o barulho do elevador de onde ele trabalha, não tinha como ele ir para Amsterdam, já era tarde. E ele foi!
E assim meu dia que era para ser pacato, como qualquer um, foi cheio de alegrias e surpresas!


Que delícia!


 Obras da Simone





Meu último presente do dia

a responsável pelo jantar dos deuses







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