domingo, 27 de maio de 2012

Mais um video

Fizemos outra atividade interessante na aula de bioquímica, dessa vez as alunas da enfermagem encenaram a sinalização ativada pelo hormônio epinefrina (também chamado de adrenalina) na célula muscular.
Já esperta quanto a qualidade do vídeo, esse vídeo foi filmado em HD pelo celular também, mas já ficou anos luz melhor que o outro.
Sabe que gostei de filmar e editar vídeos! Logo mostrarei outros com outros temas!

Só um resuminho quanto o conteúdo do vídeo:
Em uma situação de estresse e/ou atividade física, nosso corpo libera adrenalina que irá agir, entre outros alvos, no músculo, onde se ligará a um receptor de membrana que irá desencadear uma série de eventos celulares para ativar a degradação de glicogênio muscular e assim obter glicose para fornecimento de energia que será usada na contração muscular do exercício, fuga, batimento mais acelerado do coração etc.


Obs. A música escolhida foi uma das músicas das olimpíadas de 1992 em Barcelona, que tem tudo a ver com o tema do vídeo :)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Por que desmaiamos quando ficamos muito tempo sem comer?

Só para não perder o ritmo dos últimos posts, gostaria de apresentar o filme que fiz sobre uma dramatização que fizemos na aula de Bioquímica para o curso de Enfermagem da Unicamp.

Estávamos estudando vias de sinalização induzida pelo hormônios glucagon.

O hormônio glucagon (glucose= glicose, agon= agonista), um pequeno peptídeo (peptídeo grande é chamado de protéina), é liberado pelas células alfa do pâncreas em resposta a baixos níveis de glicose sanguínea, em outras palavras, quando estamos com fome, algumas horas após uma refeição (no meu caso, após 2 horas rs). Seu efeito é induzir as células do fígado a produzir glicose para aumentar a glicemia. Desta forma, o glucagon um hormônio hiperglicemiante, possui um efeito oposto ao da insulina.
Por que a glicemia é tão importante e não pode estar abaixo de 70 mg/dL em jejum (pessoa normal tem em média 80 mg/dL de glicose em jejum e um diabético, mais de 126mg/dL)? Alguns tecidos do nosso corpo só consegue utilizar a glicose como fonte de energia, e um deles é o cérebro. Músculo, por exemplo, consegue utilizar, além da glicose, gorduras e proteínas para produzir energia e continuar funcionando. É por isso que pessoa com hipoglicemia desmaia com frequência, falta glicose no sangue, não tem energia para os neurônios funcionarem direito e a pessoa perde a consciência. Entretanto, mesmo desmaiada, pessoa ainda tem batimento cardíaco, certo? Porque o músculo do coração está utilizando as reservas de gordura do tecido adiposo para produzir energia e continuar batendo, mas infelizmente (ou felizmente ainda não sei dizer), o cérebro não consegue queimar gordura para produzir energia.
A pergunta a ser respondida nessa aula era: o que o glucagon faz nas células do fígado para que estas produzam glicose? Sim, entre outras mil funções do fígado, uma delas é manter a glicemia. ë por isso que eu falo para os alunos que fígado em inglês é liver, viver em inglês é live, portanto, o fígado é nosso orgão vital, é o que nos faz viver! Vamos tentar entender por quê?

Para entender o vídeo aqui vai uma explicação breve:

O glucagon é produzido pelo pâncreas e chega ao fígado. Nas células do fígado, chamada de hepatócitos, o glucagon se liga ao seu receptor na membrana das células, e inicia uma série de eventos intracelulares que culmina na quebra de glicogênio em moléculas de glicose, que sai dos hepatócitos e vai para corrente sanguinea, manter a glicemia. Glicogênio é uma molécula grande, um  polímero, composto por unidades de glicose, produzida também pelo fígado para armazenar glicose. É ele que nos mantém vivos durante a noite, quando estamos dormindo. As plantas não tem glicogênio, mas também armazenam glicose, só que na forma de amido.

Só uma curiosidade: 
Os recém-nascidos ainda não tem glicogênio e é por isso que acordam a cada 2 ou 3 horas durante a noite chorando para mamar. O glucagon é liberado depois de 2 ou 3 horas após uma refeição, quando a glicemia começa a abaixar. No recém nascido,  seu pequeno fígado não tem glicogênio para ser quebrado e manter a glicemia e fornecer energia para seu cerebro, portanto, tem que comer novamente.
Nessa aula, cada aluno representava um proteína diferente, uma enzima, dentro da célula do fígado, responsável pelo metabolismo de degradação do glicogênio hepático (o músculo também tem glicogênio, mas para outra finalidade).
Chega de blá blá blá e bora ver logo o resultado: 



Como eu filmei com o meu celular (cabeçuda, não levei minha câmera), acabei filmando em baixa resolução e ficou uma droga. Para aproveitar o filme, coloquei esse efeitinho antigo. Mas o próximo filme eu me lembrei de mudar as configurações do celular e ficou bem melhor. Dá um desconto, foi o primeiro vídeo que fiz ;) 


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Profissão Professor

Hoje vou falar sobre minha outra paixão, a profissão professor, que acaba sendo uma consequência da primeira paixão, a ciência. O que seria da ciência se ninguém ficasse sabendo das suas descobertas? É aí que entra o professor para transmitir, ensinar as descobertas da ciência.

Quando pequena sempre brincava de escolinha, adorava ser a professora e, sempre dizia que eu queria ser professor quando crescesse.
Quando a gente se torna adulto percebemos um conceito muito errôneo sobre tal profissão: que uma pessoa se torna professor por falta de opção, pois não conseguiu nada melhor, e portanto, é considerada um perdedor (loser).
Fonte

Por que esse conceito está tão enraizado na nossa cultura? Bom, no Brasil, que segue o padrão consumista Americano, uma pessoa vencedora na 
vida é aquela que ganha muito dinheiro, anda com roupa da moda, tem carro zero, uma casa com um jardim lindo e um casal de filhos (não pode ser filho único, nem duas meninas, nem três meninos, isso é muito claro, tem que ter um menino e uma menina), aquela visão da família Doriana, se lembram? Não importa muito a maneira com que a pessoa conseguiu tanto dinheiro, o importante é ter e mostrar. E assim, pessoas espertonas são aclamadas, bem vistas e adoradas. Ganhar na loteria então, é o ápice da felicidade brasileira, ficar milionário, sem fazer esforço, escolhendo alguns números aleatórios e perfeito, não? Meu marido diz que ele não joga na loteria para não gastar toda a sorte da vida dele, e assim, ganhando na loteria só irá trazer azar, cobiça das outras pessoas, sequestros, assaltos, falsos amigos, aproveitadores etc. De certa forma ele tem razão.

Pessoa que trabalha muito, que rala pra valer é vista como coitada, “nossa como ele é esforçado”. Esforçado para mim é sinônimo de que trabalha, trabalha e não sai do lugar.

E professor está na última categoria, que rala rala e não sai do lugar, não é reconhecido e ganha pouco no geral. Na Holanda, um professor pesquisador de Universidade e Centros de Pesquisas são super bem reconhecidos, não ganham mal, mas ganha menos que uma pessoa com a mesma idade e formação trabalhando numa indústria. No Brasil, hummm, professor público de Ensino Médio e Fundamental ganham uma miséria comparada com a sua responsabilidade na sociedade como um todo. Mas aqui vou me referir apenas a professor universitário que é meu objetivo.

O salário de uma pessoa é proporcional às responsabilidades que sua função apresenta. Seguindo essa lógica, professor, que tem a função de formar cidadãos, de ensinar sobre o universo, a vida, as leis, a física, a matemática, a comunicação, as línguas entre outras coisas, deveria ser a profissão mais bem paga do universo, pois é a base das outras profissões. É a educação que vai definir se um país é desenvolvido ou não, pois pessoas com educação seguem as leis, apresentam desenvolvimento das habilidades manuais e intelectuais e pensam no bem comum, e não apenas no bem individual (como vemos no Brasil hoje em dia- ou talvez, sempre)

Eu sempre admirei um professor e por isso que sempre quis ser um (além de querer ser cientista) e quando descobri que poderia ser os dois, quase pirei! Sei que não vou ser rica, não trocarei de carro todo ano, demorarei para ter minha casa com um jardim lindo, mas ensinar, ou melhor, fazer outras pessoas aprender, compreender alguma coisa sobre ciência, sobre a vida, sobre a biologia, a química dá uma satisfação maravilhosa, é uma sensação ótima mesmo. Claro que satisfação não enche barriga de ninguém, mas como professor universitário é possível ter uma vida digna, ter o suficiente, ser feliz. Serei vista como aquela pessoa que estudou tanto e virou professor, “olha coitada”.

Eu escutei isso da minha mãe “você estudou tanto para ser professor?”. É isso mesmo? Sim mãe, é isso mesmo, loucura né?

E é para isso que tenho estudado feito louca, que eu sumi do blog, que quase perdi todos meus cabelos, para passar nos concurso para professores em universidades públicas. Não é para ser funcionário público e não ser mandado embora mesmo que eu não faça nada, sugar o dinheiro público, como muitas pessoas pensam, querem e fazem. Quero sim ser professora pesquisadora para ajudar sim a melhorar nosso  país. Utopia? Pode ser, mas é o que me faz feliz, oras.

No primeiro concurso que fiz para ser professor da Universidade Federal do ABC passei em terceiro lugar, mas infelizmente havia somente uma vaga. Foi uma experiência bastante valiosa e pude ter noção qual é o meu nível e o que preciso fazer para ser o primeiro lugar. E uma delas é saber ensinar e é nisso que estou trabalhando no momento, como fazer as pessoas me entenderem, como dar uma aula eficiente, como falar sobre bioquímica e fazer as pessoas gostarem. E vou chegar lá! E assim vou levando a vida.

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