domingo, 2 de outubro de 2011

O Deserto do Saara: Parte 1


Retomando sobre a viagem para o Deserto do Saara... vou fazer em partes para não ficar um post gigantesco!!

Michelle e Renato queriam ir para Marrocos para ir para o Saara, dormir nas tendas e andar de camelo. Confesso que fiquei com um pé atrás, não que o passeio não seria legal, pelo contrário, deveria (e foi) tudo de bom. O problema é fazer um passeio no meio do deserto, sem conhecer as pessoas, o lugar, será que era seguro? Confiável? E se alguém quisesse nos roubar, nos matar e pegar nossos órgãos? Ninguém ia descobrir onde estávamos. E agora, sã e salva, depois de ter voltado do passeio, tenho mais certeza ainda, ninguém teria encontrado nossos corpos mesmo!!
Eu havia pensando em pular essa parte, mas a empolgação dos nossos amigos era tanta, que não queríamos atrapalhar a viagem deles Mas que eu estava com medo, ah estava mesmo.

A negociação do preço do passeio

Conversamos primeiro com umas empresas via email. Tínhamos ideia de que 2 noites no deserto sairia por volta de 120 euros, incluindo passeio de camelo, noite na tenda e outra noite no hotel, mais refeições.
Mas deixamos por decidir lá em Marrocos, vai saber se as empresas era confiáveis, pois golpe pela internet não faltam, aliás, golpes no mundo real, também não. Mas melhor decidir em Marrocos.
Já em Fes, nosso guia, que nos mostrou a Medina, nos indicou uma empresa que fazia o passeio. O cara que veio conversar com a gente sobre o preço tinha uns 20 anos, e o primeiro preço que ele passou foi 380 euros por pessoa!!! Obvio que não.
A negociação.

 Ficou Bispo e Renato conversando o cara, enquanto eu e Michelle ficamos conhecendo o Riad. Quando voltei para ver a que pé estava a negociação, tinha parado nos 380. Eu disse "lógico que não", o cara perguntou "Quanto você pode pagar?". Eu disse 120. Como acontecia sempre o cara disse que não dava, que era complicado, queria mudar o trajeto para abaixar o preço, nos deixar numa cidade a 400 km de Marrakesh ao invés de nos levar até lá. Eu fiquei nos 120 e não mexi um centavo. Ah não, os caras acham que a gente está nadando no dinheiro. 120 era um preço justo, aceitável, seria o transporte de carro com motorista por 1200km, passeio de camelo, noite na tenda com jantar e café da manhã e hotel com jantar e café, e sem preocupações de pegar trem/ ônibus. Depois que falei pela última vez que só pagaria 120, disse muito obrigada e tchau, tinha desistido mesmo, o cara virou, me pegou pelo braço e disse "tá bom, fechado", e me deu a mão para selar a negociação, eu respondi dizendo que agora que o preço estava justo eu ia pensar e conversar com meus amigos. O cara se mordeu de ódio.
Ah não, eles só aceitam seu preço quando você desiste, é insuportavelmente irritante.
Voltamos ao nosso hotel e lá discutimos melhor. Bispo não achou muito confiável não, era um muleque de 20 anos, que garantia ele nos daria? Conversamos então com o recepcionista do Ibis, Nabil, rapaz muito simpático e prestativo, dissemos o que procurávamos e ele disse que conhecia um senhor que poderia ser nosso motorista.
Tirei essa foto do Nabil e escrevi "Esse é o Nabil, atendente do Ibis em Fes que nos indicou o motorista Abdel para o nosso tour no deserto." Se fôssemos sequestrados, mortos ou qualquer outra coisa eu havia mandado essa foto para familia.

O tiozinho, seu Abdel, de uns 50 anos mais ou menos, chegou às 8 da noite, depois da janta, para conversar com a gente. Mas acabamos negociando com Nabil, pois a comunicação com seu Abdel era difícil. Queríamos 1 noite na tenda, uma noite no hotel, passeio de camelo, transporte de Fes-Merzouga-Marrekesh, era tudo. Conseguimos fechar por 150 euros. Bispo espremeu Nabil até ele abrir o bico, mas ele foi firme e manteve sua palavra, era uma prova para ver se era confiável. Não sabíamos exatamente como seria o passeio, mas fechamos. Loucura, sabíamos que ia para o Saara, mas o que exatamente aconteceria, que hotel a gente ia ficar, quanto tempo seria o passeio de camelo, ninguém sabia. Pedimos que o motorista não nos levasse em loja alguma, não fomos para Marrocos para fazer compras e sim para passear, essa era uma das condições que colocamos. Fechamos por 150 euros por cabeça, ele não abaixou mais que isso. Ok, vamos exigir cada centavo desse 150 euros. Deal? Deal!
A segurança que a gente fez foi pagar o seu Abdel aos poucos. Antes de sair de Fes, pagamos 100 euros. Em Merzouga, pagamos mais um parte e em Marrakesh, quando ele nos deixou lá, finalizamos o pagamento. Era nossa garantia que ele não ia nos abandonar, nos deixar para trás, nos matar e roubar nossos órgaos, apesar que nossos orgãos deve valer mais que 600 euros! Enfim, correu tudo bem, deu tudo certo e cá estamos cheio de histórias e foto fabulosas!!




O rio quase seco


Oasis

Em Merzouga

A ida para Merzoga foi tranquila, pois estava nublado e fresco, cruzamos os Atlas Baixos, e foi tranquilo, paramos umas 5 vezes, uma para almoçar, uma para fotografar um oasis imenso, uma para tomar água numa fonte, mas acabamos por conhecer uma casinha local abandonada e outra parada para apreciar um rio quase seco. Chegamos em Merzouga umas 5 da tarde, ainda dia. O hotel era muito legal! Construído de barro e pedra, as paredes era super grossas, super isolante térmicas, dentro do quarto era muito quente, apesar do frescume do final de tarde lá fora. Tivemos que ligar o ar condicionado para conseguir dormir, pois era muito, muito quente. O quarto era enorme, tinha 2 camas de casal, uma sala e um banheiro enorme.

Nosso Hotel, Alberge Atlas Chez Ali El Cojo

A pia do banheiro, pedra de mármore com muitos fósseis de moluscos, conchas de vários tamanhos e formas! Demais!

O quarto do Hotel

A sala do nosso apartamento.



 Cada casal ficou com um apto desse! O hotel tinha piscina também, e já fomos dar um ti-bum quando chegamos. Ah e também tinha internet! Muito bom! A comida também era muito boa!! Primeiro dia de viagem só notas boas!! Estava fazendo valer os 150 euros.

Dia seguinte o motorista disse que ela ia ficar de folga, pois como era Ramadan, ele de jejum o dia todo, entendemos e resolvemos passear pela cidade. Só pegamos nossas câmeras e saímos, sem água, sem boné sem nada, super juninhos.

Camelo que descansava na frente do hotel.

Estava um pouco quente, não conseguia respirar muito bem, cada passo era difícil de ser dado. Andamos ums 300 metros e vimos uma vendinha. Salvação. Vimos uma geladeira. Cooooca- Colaaaaa ressoava em minha cabeça! Era tudo que eu queria. Pedimos uma garrafa grande para o rapaz. Ele nos deu uma garrafa de um litro e meio de vidro. Quanto? 8 Drh. Ok, no deserto, coca-cola gelada poderia cobrar 20 Dhr que a gente ia comprar! Abrimos a garrafa, dei o primeiro gole, estupidamente gelada, mas ai subiu o cheiro horrivel. Era um fedor horrorozo e parecia que vinha da garrafa. Outro gole e aquele cheiro maldito. A garrrafa fedia!! Eu olhava para coca gelada,  virava para o calor do ambiente, a coca gelada e a garrafa fedorenta, e agora? Tampar o nariz e chegar na coca-cola, aliás era a coca-coca gelada no deserto, não poderia desperdiçar. Vencemos o fedor e apelidamos de a coca-cola do suvaco do camelo.
Terminado a coca, devolvemos a garrafa de vidro para o rapaz da quitanda e ainda ele nos devolver 2 Dhr! Justíssimo. Continuamos nosso passeio, fotinhos aqui fotinhos acolá e puft. Minha câmera parou de funcionar!!! Cmo assim!!! desesperei!! Não ligava mais!!! Peguei ela com carinho e senti que ela estava super quente, pegando fogo, achei melhor colocar ela na bolsa e deixar esfriar.

A vendinha que compramos a coca-cola mais desejada do momento.




Um comentário:

  1. Loucura está viagem.....mas deve ter sido muito legalllllllllll......aguardo cenas dos próximos capítulos.

    Bjos.

    Fran.

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