segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A noite no Saara

Confesso que estava com medo de dormir no meio do deserto. E o medo tinha inúmeros motivos.

Motivo  1: chegar até o acampamento. O acampamento, pelo pouco que entendemos ficava nos meio das dunas e única forma de chegar até lá era ou de camelo ou de  4x4. Optamos pelo camelo que era mais barato, mais tradicional, o camelo, para entrar no clima de uma vez. O medo era a dor no corpo depois. Uma hora e meia no lombo de um camelo pra ir e outra para voltar. Andar de cavalo/camelo não é tão simples assim, tem que pegar o jeito se não você morre de dor no corpo depois. Imagine 1,5h para ir e 1,5h para voltar em cima de um camelo!

Motivo2: segurança. Imagine  você no meio de um deserto, sem civilização, sem ter para onde correr (literalmente, não dá nem para correr naquelas dunas), sua vida na mão de um total desconhecido. Depois que sai viva dessa, sério mesmo, percebi que era muito fácil para os caras nos roubarem, nos matarem e arrancarem nossos orgãos.

Motivo 3: animais. Sou bióloga e por isso mesmo sei que não é nada seguro dormir sob uma tenda, no meio do deserto. Essa é uma região com animais que tenham adaptação para o calor e ambiente seco, animais que adquiriram com a evolução, habilidade de se protegerem da desidratação. Falo aqui de répteis, serpetes e arthropodas como aranhas e escorpiões. São animais bem adaptados, mas não de ferro. Imagine você sob um calor de 50 graus, mesmo usando boné, óculos de sol, e roupas apropriadas e avista uma sombra fresquinha, você não ia correndo se proteger? Pois é, isso que aranhas, escorpiões e serpentes "pensam" também quando vê uma monte de tecido, uma tenda, no meio do deserto. Vão para lá se esconder do calor.

Motivo 4: o banheiro. Sim, era banheiro ao relento, como nos velhos tempo. Para entrar no clima e tal, entendido. Mas que deu vergonha, deu sim.

Todos os meus medos foram superados, graças a Deus, não tivemos problemas, foi uma experiência incrível e que totalmente recomendo! Bom para sentir a natureza de perto, de viver como nossos antepassados viviam e entender como era a vida no deserto.

O Camelo


Nossa caravana

Descendo do camelo
Repare na inclinação que a gente fica quando o camelo ajoelha


Eu e meu amigo, parecidos não?

O passeio de camelo foi super divertido. Fomos numa pequena caravana de 4 camelos, cada um de nós em um animal e havia um rapaz, vestido a caráter, com túnica e turbante na cabeça, guiando os pobres dromedários. A aventura já começa ao subir no camelo. O animal senta sobre os joelhos e assim você pode super no lombo dele. Ai, para ele se levantar, ele apoia os joelhos da frente no chão, nos inclinando para trás. Depois ele apoia os pés no chão e fica sobre os joelhos das pernas de trás, ou seja você tomba para frente e para trás quando o animal se levanta. É super emocionante, tive aquela sensação de parque de diversões. Até o gritinho eu deu!! rs
Saímos ao por-do-sol, para evitar o intenso calor. Estava perfeito, temperatura agradável, suficiente luz para as fotos. O mais dificil era quando o camelo descia as dunas, parecia que ia cair.

Se equilibrando para tirar fotos!

O Acampamento

Chegamos no acampamento super chiquérrimo, tinha até energia elétrica, veja na foto abaixo o poste de luz no canto super esquerdo! O acampamento era enorme, eram várias tendas  grande qua dá até para ficar em pé dentro, uma do lado da outra, fomando um quadrado e no meio um pátio para convívio, e era onde estava montadas nossas camas. Só havia nós 4 no acampamento, mais o nosso guia e um cozinheiro que não vimos. Não dormimos dentro das tendas. Ainda bem, medo de escorpião e serpente já diminui quando vi as camas montadas no lado de fora. Assim que chegamos, nos sentamos a mesa para jantar. O rapaz acendeu a vela, nos serviu água enquanto terminavam de preparar nosso jantar. Era uma luta para manter a vela acesa, pois havia começado a ventar bastante e,  além disso, a vela estava derretendo à temperatura ambiente, calor pouco. Havia muitos gatinhos ali que vieram brincar com a gente, o bom de ter os gatos por perto era que eles comiam os bichinhos que vinham encher o saco (detalhe, nossos amigos Renato e Michelle ficaram impressionados de ver os gatos comerem gafanhotos!! Como assim, esse pessoal de apto é fogo, dei muito risada!! hahah)
Não tiramos muitos fotos ali por causa da ventania que estava, o que não era muito bom para as câmeras, pois poderia entrar areia dentro delas ee estragá-las. Nos esquecemos de tirar foto das nossas camas, uma pena :(

o jantar 

Nosso acampamento lá no fundo

A noite foi bastante longa. Eu acordava a cada 2 horas, primeiro com medo de acontecer alguma coisa, de nos roubarem e tinha que estar sempre atenta né? E dormir sem um teto, no meio da natureza, como animais, como parte da natureza, não está entre as coisas mais corriqueiras da minha vida, e portanto, não estava muito a vontade. Segundo, o vento era insuportável, não estava frio, mas o vento na cara me acordava. Colocava o cobertor sob o rosto para diminuir o vento, mas ai ficava calor e não aguentava, o tirava. Todas as vezes que acordei fui surpreendida pelo belíssimo céu estrelado. Algumas vezes havia nuvens que cobriam as estrelas, outras, o céu estava branco de tantas estrelas a brilhar. Lindo demais.

Acordamos as 5 da manhã para ver o sol nascer, subimos nas dunas para ter uma visão melhor, mas infelizmente estava ventando muito e não arrisquei em tirar foto com minha câmera. Quanto mais subia, mas forte ficava o vento, desisti e desci logo, para voltarmos logo para o hotel, já que tínhamos um a longa jornada até Marrakech. Tirei algumas com o celular apenas, e também estava nublado, mal o sol aparecia, não mesmo assim a magia do momento, do local, foi intensa.

Do alto das dunas podíamos ver os acampamentos, o nosso é o primeiro.

No alto da Duna, repare na camada de areia flutuando próxima a duna

Não era fácil caminhas ali não. 

O momento em que o Sol apareceu. Um pena essas nuvens feias, bobas e chatas.


Após o sol nascente, montamos em nosso camelos e bora voltar para o hotel pegar nossas coisas e ir para Marrakech. Longa e bela jornada pela frente, com direito a montanhas, carro quebrado, muitas aparadas para o motorista rezar, muita irritação de todos por demorar horrores para chegar e se perder (o motorista não sabia chegar no centro de Marrakech para nos deixar) e o mais enervante de tudo foram os golpes que levamos nesse dia. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.

2 comentários:

  1. Oláá Zoe,
    sou uma nova bloguqira por aqi,
    e estou adimirada com suas viagens. Qe maravilhoso tudo isso.
    Linkei seu blog no meu.
    se puder dar uma passadinha por lá ficarei feliz.

    beeeijokas e ótima semana

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  2. Quem tirou a primeira foto? Ficou linda!! Bjs

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