A dor da despedida

Quem já partiu a conhece.
Quem já viu alguém partir sabe que o quanto ela é grande.
Dor da despedida.
Lágrimas pesadas enchem meus olhos.
O coração fica apertado e explode em soluções.
As palavras não saem.
Muitas coisas para dizer, mas as lágrimas escondem o meu rosto.
As palavras ficam engasgadas na garganta.
Queria poder agradecer a companhia, as horas maravilhosas, a amizade.
Queria poder dizer que essas pessoas alegram e completam minha vida.
Queria poder dizer a falta que sentirei.
Mas nenhuma palavra. Lágrimas. início da saudade.

Hoje tive esse sentimento novamente. A Enerstina, mãe do Juca está indo embora hoje para o Brasil, depois de passar 3 meses com a gente. Sei que é mãe dele, mas acabei adotando-a com mãe para mim. Alguém que me dizia boa noite. Alguém que dizia, "Vai com Deus".
Ela uma pessoa muito simples, sofrida, querida e muito simpática. Não conseguia ficar sentada vendo televisão. Tinha que procurar algo para limpar, para organizar, algo para fazer e se sentir útil. Foi quando ela descobriu meu quarto. O antro da bagunça. Não importei que ela arrumasse meu quarto não, mas antes de sair de casa eu sempre arrumava para não dar muito trabalho, até arrumar a cama comecei a arrumar. Mas não tinha jeito, a minha arrumação não chegava perto da arrumação da Enerstina.

Cada semana, os móveis do meu quarto estavam em um posição diferente. Roupas dobradas, sapatos enfileirados. Ela foi minha mãe por três meses e a dor da despedida que estou sentindo está sendo parecida.

Não é ruim não, pelo contrário.
Essa dor nos mostra o quanto gostamos de alguém, quantos momentos bons tivemos juntos.