quinta-feira, 10 de maio de 2012

Profissão Professor

Hoje vou falar sobre minha outra paixão, a profissão professor, que acaba sendo uma consequência da primeira paixão, a ciência. O que seria da ciência se ninguém ficasse sabendo das suas descobertas? É aí que entra o professor para transmitir, ensinar as descobertas da ciência.

Quando pequena sempre brincava de escolinha, adorava ser a professora e, sempre dizia que eu queria ser professor quando crescesse.
Quando a gente se torna adulto percebemos um conceito muito errôneo sobre tal profissão: que uma pessoa se torna professor por falta de opção, pois não conseguiu nada melhor, e portanto, é considerada um perdedor (loser).
Fonte

Por que esse conceito está tão enraizado na nossa cultura? Bom, no Brasil, que segue o padrão consumista Americano, uma pessoa vencedora na 
vida é aquela que ganha muito dinheiro, anda com roupa da moda, tem carro zero, uma casa com um jardim lindo e um casal de filhos (não pode ser filho único, nem duas meninas, nem três meninos, isso é muito claro, tem que ter um menino e uma menina), aquela visão da família Doriana, se lembram? Não importa muito a maneira com que a pessoa conseguiu tanto dinheiro, o importante é ter e mostrar. E assim, pessoas espertonas são aclamadas, bem vistas e adoradas. Ganhar na loteria então, é o ápice da felicidade brasileira, ficar milionário, sem fazer esforço, escolhendo alguns números aleatórios e perfeito, não? Meu marido diz que ele não joga na loteria para não gastar toda a sorte da vida dele, e assim, ganhando na loteria só irá trazer azar, cobiça das outras pessoas, sequestros, assaltos, falsos amigos, aproveitadores etc. De certa forma ele tem razão.

Pessoa que trabalha muito, que rala pra valer é vista como coitada, “nossa como ele é esforçado”. Esforçado para mim é sinônimo de que trabalha, trabalha e não sai do lugar.

E professor está na última categoria, que rala rala e não sai do lugar, não é reconhecido e ganha pouco no geral. Na Holanda, um professor pesquisador de Universidade e Centros de Pesquisas são super bem reconhecidos, não ganham mal, mas ganha menos que uma pessoa com a mesma idade e formação trabalhando numa indústria. No Brasil, hummm, professor público de Ensino Médio e Fundamental ganham uma miséria comparada com a sua responsabilidade na sociedade como um todo. Mas aqui vou me referir apenas a professor universitário que é meu objetivo.

O salário de uma pessoa é proporcional às responsabilidades que sua função apresenta. Seguindo essa lógica, professor, que tem a função de formar cidadãos, de ensinar sobre o universo, a vida, as leis, a física, a matemática, a comunicação, as línguas entre outras coisas, deveria ser a profissão mais bem paga do universo, pois é a base das outras profissões. É a educação que vai definir se um país é desenvolvido ou não, pois pessoas com educação seguem as leis, apresentam desenvolvimento das habilidades manuais e intelectuais e pensam no bem comum, e não apenas no bem individual (como vemos no Brasil hoje em dia- ou talvez, sempre)

Eu sempre admirei um professor e por isso que sempre quis ser um (além de querer ser cientista) e quando descobri que poderia ser os dois, quase pirei! Sei que não vou ser rica, não trocarei de carro todo ano, demorarei para ter minha casa com um jardim lindo, mas ensinar, ou melhor, fazer outras pessoas aprender, compreender alguma coisa sobre ciência, sobre a vida, sobre a biologia, a química dá uma satisfação maravilhosa, é uma sensação ótima mesmo. Claro que satisfação não enche barriga de ninguém, mas como professor universitário é possível ter uma vida digna, ter o suficiente, ser feliz. Serei vista como aquela pessoa que estudou tanto e virou professor, “olha coitada”.

Eu escutei isso da minha mãe “você estudou tanto para ser professor?”. É isso mesmo? Sim mãe, é isso mesmo, loucura né?

E é para isso que tenho estudado feito louca, que eu sumi do blog, que quase perdi todos meus cabelos, para passar nos concurso para professores em universidades públicas. Não é para ser funcionário público e não ser mandado embora mesmo que eu não faça nada, sugar o dinheiro público, como muitas pessoas pensam, querem e fazem. Quero sim ser professora pesquisadora para ajudar sim a melhorar nosso  país. Utopia? Pode ser, mas é o que me faz feliz, oras.

No primeiro concurso que fiz para ser professor da Universidade Federal do ABC passei em terceiro lugar, mas infelizmente havia somente uma vaga. Foi uma experiência bastante valiosa e pude ter noção qual é o meu nível e o que preciso fazer para ser o primeiro lugar. E uma delas é saber ensinar e é nisso que estou trabalhando no momento, como fazer as pessoas me entenderem, como dar uma aula eficiente, como falar sobre bioquímica e fazer as pessoas gostarem. E vou chegar lá! E assim vou levando a vida.

Um comentário:

  1. Niña vc é genial, uma pessoinha muito especial,gosto de ver a forma com que ves o mundo...Desejo de todo coraçao que possas realizar teus sonhos..beijossss

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