sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A volta ao trabalho e a grande surpresa

Murilo acordou as 4:30 pra mamar, era o que eu temia, pois até mamar, arrotar e colocar no berço, levaria uns 30 min, ou seja, seria umas 5:00 e eu tinha que levantar às 5:30 para arrumar as coisas me arrumar, tomar café, troca-lo para sair de casa às 6:30 e, com a cabeça a mil depois, seria difícil dormir esses 30 minutinhos até as 5:30. Após mamar, coloquei o Murilo na minha cama para tentarmos dormir, uma vez que eu o colava no berço e ele resmungava. Ele dormiu mas eu não. Como esperado, minha cabeça era um turbilhão de pensamentos. Acabei levantando da cama às 5:37, e o bebezinho lá belo e folgado, dormindo com os bracinhos abertos. Levantei me arrumei, ordenhei o leite para ele tomar mais tarde, arrumei tudo e às 6:20 eu o acordei para trocar a fralda e leva-lo para minha mãe. Às 6:30 pontualmente saímos de casa, que alívio.

Com os olhos cheios de lágrimas, o deixei com minha mãe e junto, uma folha com várias anotações, o manual do Murilo, onde eu coloquei os horários deles, o que ele faz quando está com fome, com sono etc. Sai com o coração apertado, não por deixá-lo, pois ele ficaria bem, muito bem aliás, chorei por eu não poder ficar com ele, não acompanhar seu desenvolvimento. Não era sentimento de culpa (o que aliás precisava falar depois sobre isso, não sinto culpa nenhuma, até me sinto mal por não sentir culpa hahaha). O sentimento daquele momento era o mesmo que sentia quando voltava para Holanda depois das férias no Brasil, saudades, sei lá. 

Cheguei no trabalho bem cedo no meu primeiro dia de retorno. Aos poucos o pessoal foi chegando, muita gente nova, tudo muito mudado, pouca gente conhecida, as que estava lá antes da minha licença, já não estava mais. Estava super ansiosa, será que vão me demitir? Como será o trabalho agora que a empresa se reorganizou? O que eu farei? Como será dirigir todo dia e voltar tarde pra casa? E o período a noite com Murilo? Será que só o verei só dormindo? Será que ele vai me reconhecer? Ou será que vai me desprezar?

Eu aguardava o dono da empresa ou o gerente geral chegar para saber o que eu faria, onde eu ficaria e tudo mais, até que um novo funcionário, do qual eu já tinha ouvido falar, chegou e me levou até os laboratórios para ver como estava. Achei meu uniforme, numa prateleira com meu nome em um novo armário construído no vestiário. Era um sinal que pensaram em mim nesse tempo longe, e queriam me manter, certo?

Troquei de roupa, coloquei a touca, propé, avental e fui conhecer o local de trabalho que já estava todo diferente. No meio do tour, o telefone toca e me passaram o recado que o gerente chegou e que gostaria de falar comigo, que era para eu trocar de roupa, colocar as minhas roupas e subir para falar com ele. Os colegas até brincaram "Xii, a última que foi chamada para falar com ele não voltou mais!". E eu brincando "Tomara..." e me calei para não falar besteira.

Já achei estranho mesmo pedir para eu trocar de roupa, mas até ai, a função que eu exercia antes não precisava de uniforme. Troque de roupa e fui lá, na sala, estava o gerente e o gestor financeiro. Cumprimentos "olá, como vai? como está o bebê?" e sem muito rodeios, veio a confirmação "A notícia não é muito boa, estamos te demitindo". Fiquei atônita, sem palavras, mas estava muito calma e de dentro de mim subiu uma felicidade enorme! Juro que não esperava a demissão, sei que é comum após retorno da licença maternidade, mas achava que eles gostavam de mim e do meu trabalho. Respondi depois da apnéia repentina "Uau, que notícia ruim que me deixou feliz!" hahahaha 

Fiquei muito feliz de verdade, pois viajar todo dia, toda aquela logística de sair de casa e voltar para casa ia ser desgastante, mas por que não avisaram antes? Me preparei tanto, comprei bomba de tirar leite, estoquei no freezer litros de leite para o Murilo, comprei fórmula para caso o meu leite não desse, gastei maior grana, me estressei, fiquei ansiosa, deixei o Murilo estressado! Imagine se eu tivesse matriculado o Murilo numa creche? Ou se eu tivesse me mudado para a cidade onde está a empresa? Era uma das coisas que cogitamos fazer para facilitar. Se tivessem dado algum sinal, mas não. Já estavam com o papel da demissão pronto, todos os cálculos feitos, já tinham tomado a decisão há tempos.
Com certeza foi o melhor que aconteceu, mas ficar sem trabalhar não estava nos planos, agora focar na busca de novas oportunidades.

E para você que como eu, que não entende nada de lei trabalhista x maternidade, ficam algumas informação:


  • A estabilidade que se falam da gestante acaba 5 meses após o nascimento do bebê. São 120 dias de licença maternidade remunerada obrigatória. O que as mulheres fazem normalmente é tirar as férias na sequência para ficar mais um mês com o pequenino, pois vamos combinar, bebê de 4 meses é muito pequeno e frágil para deixar na creche. Esse um mês de estabilidade após a licença, teoricamente é para a mulher retomar suas atividades, se atualizar nas atividades da empresa, mas quem em sã consciência vai querer voltar com 4 meses, sabendo que tem 1 mês de férias para tirar?
  • Não podem demitir uma gestante, dá o maior xabu, mas o que alguns empregadores fazem, e hoje analisando friamente, eu acho que fizeram comigo, é tratar mal, ignorar, dar tarefas ridículas para executar, fazê-la se sentir mal até ela se demitir. Gestante e recém-mãe é prejuízo para empresa, pois a gestante tem que faltar ao trabalho para fazer o pré natal, os exames de praxe, às vezes passa muito mal e, portanto, pega atestado, o que é realmente necessário, e não é corpo mole. E depois que chega o bebê, ele pode ficar doente e a mãe tem o direito de faltar (mas não receber pelas horas não trabalhadas) e, além disso, ela não vai querer ficar até mais tarde no trabalho, fazer horas extras, pois obviamente tem algo mais importante para fazer em casa.

Dica para as mulheres mães e futuras mães: pensem no seu bem-estar e no bem-estar do bebê, pois e empresa está pouco se f$5endo para isso. Eu trabalhei até 38 semanas, viajava todos os dias de carro com aquele barrigão, eu não queria parar, pensava que não poderia pegar atestado, pois ia pegar mal, estavam precisando de mim, não queria dar motivo para demissão. Realmente eu não dei motivo, pois não faltei nenhum dia de trabalho marcava as consultas no final do dia ou início da manhã para poder trabalhar, perdia apenas um hora de trabalho por casa de consultas e exames. Para ver que não dei motivo de demissão, eu perguntei qual era o problema, qual era o motivo, pois eu queria saber para melhorar para o próximo emprego e tal, e não me responderam, o gerente fez uma cara de interrogação. Não teve motivo, na verdade o motivo foi a gravidez. Infelizmente vivemos num país machista, sem proteção real para a mulher trabalhadora.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O retorno ao trabalho após a licença maternidade

Amanhã retorno ao trabalho depois de 120 dias de licença maternidade, 12 dias de licença amamentação e 20 dias de férias, totalizando 5 meses.
Estou num conflito de sentimentos, ao mesmo tempo que eu gosto do meu trabalho, gosto de ter minha independência, gosto de estudar e conversar com pessoas sobre os assuntos mais variados, também sou apaixonada pelo meu bebezinho e será a primeira vez que ficarei longe dele.
Tenho certeza que ele ficará bem, isso não me preocupa, pois ficará com minha mãe, que criou 3 filhos super bem. Três coisas me aflige:

1- O longo tempo longe 

Acho que é o maior problema, que mais me tortura, é a quantidade de tempo longe do Murilo, sairei de casa às 6:30 e retornarei apenas às 19h. Mal verei meu filho, mal o verei acordado, sorrindo, se desenvolvendo. É muito tempo longe, é muito tempo se dedicando a outro coisa que não é tão importante quanto ele. Perderei sorrisos, descobertas, gargalhadas, novos aprendizados. Isso aperta meu coração e enche meus olhos de lágrimas.
Hoje entendo completamente as mães que decidem parar de trabalhar para cuidar dos filhos, nunca mais julgarei, pelo contrário valorizo cada uma delas que se dedicaram a cuidar, a educar, a estar com sua prole para dar a eles o que é  mais importante nessa vida, o amor.

Mas muitas mães não podem parar de trabalhar por questão financeira e ou por realização pessoal. Eu me incluo nas duas categorias, mais na primeira hehehe Só que eu acho que a carga horária não deveria ser tão alta assim, 44h semanais! E a vida pessoal, os filhos, o marido e os afazeres diários, comer, dormir, limpar a casa, lazer? Quem inventou essa CLT provavelmente não era mulher e  muito menos tinha família, se tinha, não se importava.
As crianças são o futuro do mundo, certo? Como fazer um mundo melhor se largamos nossas crianças aos cuidados de terceiros?
Em países desenvolvidos, onde a qualidade de vida é anos-luz melhor que a nossa, o governo sabe da importância de ter a mãe (ou pai) na vida de um bebê.
Na Holanda, por exemplo, tem o mamadag, que é um direito da mãe de ter um dia livre da semana para trabalhar em casa se tem um filho. Para dois ou mais filhos, é possível ter dois dias livres. O pai pode ter esse direito, o papadag, caso a mãe não possa (acordo com o empregador), mas um do casal tem esse direito. Além da carga horária ser de 36h semanais.
No Canadá, a licença maternidade é de 12 meses!!!
Mas tem países bem pior que o Brasil quando o assunto é tempo mãe-bebê. Os EUA por exemplo não tem, por lei, licença maternidade remunerada. Pasmem, pois eu fiquei chocada quando descobri. O que as mães fazem geralmente é ficarem um mês em casa sem trabalhar e, portanto, sem receber, para ficar com o bebê.

2- A minha concentração no trabalho

Agora a pergunta é será que eu ficarei bem? Será que conseguirei me concentrar em minhas atividades?

3- A logistica da coisa

Acordar de madrugada, me arrumar, tirar leite para o Murilo, tomar café, amamenta-lo, troca-lo, coloca-lo no carro, sair no frio, com ele ainda dormindo, sair de casa antes do sol nascer, leva-lo na casa da minha mãe, levar o Bispo no trabalho, pegar estrada e dirigir 50 km até meu trabalho, retornar com o trânsito caótico da região de Campinas, que anda em obras, pegar Bispo, pegar Murilo, que a essa hora era para estar de banho tomado e alimentado para dormir. Vai bagunçar todo o horário dele...aiiiii


E isso tudo, toda essa angustia, me faz ter pesadelos frequentes. Ter que passar por isso e aidna antecipadamente nos sonhos é bricadeira né.
Vamos ver se sobrevivo e depois conto aqui.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Dica de presente para o dia dos Pais

Chegam as datas comemorativas e queremos fazer algo especial para a pessoa amada.
A data de hoje é dia dos pais. Eu gostaria de dar um presente original para o mais novo papai aqui de casa, algo que ele usasse, que ele gostasse. Ai veio-me a ideia de fazer uma camiseta, não, não com a foto do filho, que também é legal e tudo, mas queria algo original, pensei então no carimbo do pezinho do Murilo!
Quando fui acompanhar meu irmão para fazer tatuagem, tinha um cara na sala de espera com uma tatuagem do carimbo da mãozinha do filho/a dele no braço. Como carimbar a mão do Murilo seria muito complicado, pois ele meio que não abre a mão com facilidade, resolvi carimbar o pé.


Veja só o passo a passo e o resultado:

Foi preciso minha mãe segurar o Murilo para eu pressionar o pezinho dele sobre o papel.

Olha que fofurinha de pezinho

Com o desenho em mãos, fui à uma gráfica onde eles escanearam e imprimiram na camiseta! Eu acabei que um par de pezinhos ia ficar muito vazio, então resolvi colocar três vezes

E para fazer um teste, dei uma trabalhada no photoshop para fazer a figura abaixo. Peguei um logo Vintage na internet e trabalhei em cima.



Olha como ficou:

va

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