segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A noite no Saara

Confesso que estava com medo de dormir no meio do deserto. E o medo tinha inúmeros motivos.

Motivo  1: chegar até o acampamento. O acampamento, pelo pouco que entendemos ficava nos meio das dunas e única forma de chegar até lá era ou de camelo ou de  4x4. Optamos pelo camelo que era mais barato, mais tradicional, o camelo, para entrar no clima de uma vez. O medo era a dor no corpo depois. Uma hora e meia no lombo de um camelo pra ir e outra para voltar. Andar de cavalo/camelo não é tão simples assim, tem que pegar o jeito se não você morre de dor no corpo depois. Imagine 1,5h para ir e 1,5h para voltar em cima de um camelo!

Motivo2: segurança. Imagine  você no meio de um deserto, sem civilização, sem ter para onde correr (literalmente, não dá nem para correr naquelas dunas), sua vida na mão de um total desconhecido. Depois que sai viva dessa, sério mesmo, percebi que era muito fácil para os caras nos roubarem, nos matarem e arrancarem nossos orgãos.

Motivo 3: animais. Sou bióloga e por isso mesmo sei que não é nada seguro dormir sob uma tenda, no meio do deserto. Essa é uma região com animais que tenham adaptação para o calor e ambiente seco, animais que adquiriram com a evolução, habilidade de se protegerem da desidratação. Falo aqui de répteis, serpetes e arthropodas como aranhas e escorpiões. São animais bem adaptados, mas não de ferro. Imagine você sob um calor de 50 graus, mesmo usando boné, óculos de sol, e roupas apropriadas e avista uma sombra fresquinha, você não ia correndo se proteger? Pois é, isso que aranhas, escorpiões e serpentes "pensam" também quando vê uma monte de tecido, uma tenda, no meio do deserto. Vão para lá se esconder do calor.

Motivo 4: o banheiro. Sim, era banheiro ao relento, como nos velhos tempo. Para entrar no clima e tal, entendido. Mas que deu vergonha, deu sim.

Todos os meus medos foram superados, graças a Deus, não tivemos problemas, foi uma experiência incrível e que totalmente recomendo! Bom para sentir a natureza de perto, de viver como nossos antepassados viviam e entender como era a vida no deserto.

O Camelo


Nossa caravana

Descendo do camelo
Repare na inclinação que a gente fica quando o camelo ajoelha


Eu e meu amigo, parecidos não?

O passeio de camelo foi super divertido. Fomos numa pequena caravana de 4 camelos, cada um de nós em um animal e havia um rapaz, vestido a caráter, com túnica e turbante na cabeça, guiando os pobres dromedários. A aventura já começa ao subir no camelo. O animal senta sobre os joelhos e assim você pode super no lombo dele. Ai, para ele se levantar, ele apoia os joelhos da frente no chão, nos inclinando para trás. Depois ele apoia os pés no chão e fica sobre os joelhos das pernas de trás, ou seja você tomba para frente e para trás quando o animal se levanta. É super emocionante, tive aquela sensação de parque de diversões. Até o gritinho eu deu!! rs
Saímos ao por-do-sol, para evitar o intenso calor. Estava perfeito, temperatura agradável, suficiente luz para as fotos. O mais dificil era quando o camelo descia as dunas, parecia que ia cair.

Se equilibrando para tirar fotos!

O Acampamento

Chegamos no acampamento super chiquérrimo, tinha até energia elétrica, veja na foto abaixo o poste de luz no canto super esquerdo! O acampamento era enorme, eram várias tendas  grande qua dá até para ficar em pé dentro, uma do lado da outra, fomando um quadrado e no meio um pátio para convívio, e era onde estava montadas nossas camas. Só havia nós 4 no acampamento, mais o nosso guia e um cozinheiro que não vimos. Não dormimos dentro das tendas. Ainda bem, medo de escorpião e serpente já diminui quando vi as camas montadas no lado de fora. Assim que chegamos, nos sentamos a mesa para jantar. O rapaz acendeu a vela, nos serviu água enquanto terminavam de preparar nosso jantar. Era uma luta para manter a vela acesa, pois havia começado a ventar bastante e,  além disso, a vela estava derretendo à temperatura ambiente, calor pouco. Havia muitos gatinhos ali que vieram brincar com a gente, o bom de ter os gatos por perto era que eles comiam os bichinhos que vinham encher o saco (detalhe, nossos amigos Renato e Michelle ficaram impressionados de ver os gatos comerem gafanhotos!! Como assim, esse pessoal de apto é fogo, dei muito risada!! hahah)
Não tiramos muitos fotos ali por causa da ventania que estava, o que não era muito bom para as câmeras, pois poderia entrar areia dentro delas ee estragá-las. Nos esquecemos de tirar foto das nossas camas, uma pena :(

o jantar 

Nosso acampamento lá no fundo

A noite foi bastante longa. Eu acordava a cada 2 horas, primeiro com medo de acontecer alguma coisa, de nos roubarem e tinha que estar sempre atenta né? E dormir sem um teto, no meio da natureza, como animais, como parte da natureza, não está entre as coisas mais corriqueiras da minha vida, e portanto, não estava muito a vontade. Segundo, o vento era insuportável, não estava frio, mas o vento na cara me acordava. Colocava o cobertor sob o rosto para diminuir o vento, mas ai ficava calor e não aguentava, o tirava. Todas as vezes que acordei fui surpreendida pelo belíssimo céu estrelado. Algumas vezes havia nuvens que cobriam as estrelas, outras, o céu estava branco de tantas estrelas a brilhar. Lindo demais.

Acordamos as 5 da manhã para ver o sol nascer, subimos nas dunas para ter uma visão melhor, mas infelizmente estava ventando muito e não arrisquei em tirar foto com minha câmera. Quanto mais subia, mas forte ficava o vento, desisti e desci logo, para voltarmos logo para o hotel, já que tínhamos um a longa jornada até Marrakech. Tirei algumas com o celular apenas, e também estava nublado, mal o sol aparecia, não mesmo assim a magia do momento, do local, foi intensa.

Do alto das dunas podíamos ver os acampamentos, o nosso é o primeiro.

No alto da Duna, repare na camada de areia flutuando próxima a duna

Não era fácil caminhas ali não. 

O momento em que o Sol apareceu. Um pena essas nuvens feias, bobas e chatas.


Após o sol nascente, montamos em nosso camelos e bora voltar para o hotel pegar nossas coisas e ir para Marrakech. Longa e bela jornada pela frente, com direito a montanhas, carro quebrado, muitas aparadas para o motorista rezar, muita irritação de todos por demorar horrores para chegar e se perder (o motorista não sabia chegar no centro de Marrakech para nos deixar) e o mais enervante de tudo foram os golpes que levamos nesse dia. Aguardem as cenas dos próximos capítulos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

As decisões da vida

Um vez fiz um curso sobre vida/universo/tudo mais onde aprendi muitas coisas sobre mim, sobre as pessoas e sobre a sociedade. E uma das coisas que me marcou minha vida, que ficou na minha cabeça foi a pressão da sociedade em coordenar nossas vidas. Sabe aquela coisa se está namorando "quando vão casar?". Acabam casando. "E quando vai ter o primeiro filho?". Nasce o primeiro filho. "E quando vai ter um irmãozinho?". Nasce o irmãozinho, agora são 2 meninos. "Não vão tentar uma menina?". E a história não tem fim. Sei que todo mundo já passou por isso e acabamos fazendo as mesmas perguntas com os outros. E assim por mais que lutemos, nossa vida acaba seguindo um ritmo que a sociedade aceita, que a sociedade manda, que a sociedade acha normal.
Vai fazer alguma coisa diferente do que a sociedade pra você ver o que acontece. As pessoas te enchem a cabeça!! Te enchem o saco. Por que elas não vivem a vida delas e deixam a dos outros em paz? Nadar contra a corrente não é fácil. Quando você consegue fazer algo diferente, você é mal visto. Se você não tem um carro e uma casa, simplesmente porque você nao quer comprar um carro e muito menos uma casa, as pessoas te julgam dizendo que você é um loser, mal sucedido, "coitadinho, ele não tem um carro".
E isso acontece em tudo na nossa vida. Agora comigo a história é sobre o camento.

Primeiro que eu não queria ter cerimônia, mas aí ficaram me enchendo a cabeça, tem que ter, e tal, como você vai entrar? chegar no seu casamento? Tem que ter uma entrada especial. Eu só queria um festa, algo para comemorar e celebrar a nossa união. Nada de formalidades. Ai tinha que escolher os padrinhos. Mais dor de cabeça. Não queria ter padrinhos!! Só dá confusão. E ficavam me cobrando. Mas acabei aceitando a ideia. Não queria vestido de noiva. Tah bom, comprei o vestido, adorei, está lindo, mas até a vendeoa da loja ficava dando palpite, nem o sapato ela deixava eu escolher direito. Convidados... outra briga, mas por enquanto não deu muita confusão, mas já estou preparada. Nunca me imaginei entrando de novia em lugar nenhum, muito menos na igreja. Não vai ter igreja.  E a familia comeca a perguntar, mas nao vai ter padre? Culto ecumênico. NÃO, Não Vai!!
Todo mundo quer casar no meu lugar. Deixa eu escolher as coisas do meu jeito, deixa eu fazer do meu jeito. Dar sugestão, opnião é uma coisa. Sempre são bem vindas, mas o problema é as pessoas ficaram magoadas, chateadas por não ser como elas esperavam. Dai-me paciência. Será que é tão difícil para as pessoas aceitarem as decisões das outras. Parece que sim.
Já tomei uma decisão. Fecharei meu ouvidos e farei as coisas do meu jeito. Se eu quiser um picadeiro no meio do salão, vai ter um picadeiro no meio do salão. Se eu quiser sorvete de entrada, vai ter. Se eu não quiser docinhos na festa, não vai ter. A única pessoa que vai pode discordar e mudar é o noivo. Não gostou meu filho, paciência. Você teve seu casamento, se não teve, quem sabe um dia terá e poderá fazer so seu jeito.
Esse foi mais um desabado de todo os estresse de proximidade do casamento. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Um dia em Merzouga

Finalmente estou om as fotos e posso voltar a contar as histórias, e mostrar melhor Marrocos pra vocês, bora lá!!
Em Merzouga, no dia que estávamos livres para fazermos qualquer coisa, saímos para conhecer a cidade e achamos uma lojinha de souvinir!
Eba, um lugar coberto, sem sol com um monte de coisas para ver. Realmente a sensação foi de ter encontrado um oásis, estava tão calor, tão quente que um lugar coberto e fresco era tudo que queríamos. Coberto era, mas fresco, nem tanto (riso)


Entrei. Muitos lenços pendurados, um lugar pequenos, mas estava interessada. Logo em seguida, o dono da loja apareceu e acendeu as luzes e me conduziu para o interior da loja, era imenso!! Tinha uns 4 ambientes enormes, cheinho de coisas, lenços, roupas, fósseis, presentinhos, manta, bolsas, tudo cheio de poeira!! Ficamos lá brincando, tirando foto, escolhendo as coisa e perguntando o preço. O Tiozinho nunca falava o preço, dizia sempre "separa o que você gostou e no final a gente negocia" ai ai ai. Cheiro de golpe! Como estava muito quente, ficamos lá na lojinha, experimentei o lenço, o tiozinho ensinou a colocar o lenço na cabeça, experimentamos túnicas, escolhemos um monte de coisinhas.


Pedimos duas garrafas de água, pois estava muito calor. Um rapaz trouxe uma garrafa congelada e outra gelada. Não demorou 10 min e a garrafa congelada já estava líquida novamente. E eu, que nem gosto de água gelada, tomei muito, estava perfeita, e nem tão gelada assim.
Depois de termos escolhido tudo chegou a hora da verdade. O tiozinho colocou o preço nas coisas em um caderno e deu para a gente colocar um valor. Começou a  negociação, uma conversa que durou pelo menos 30 min. Acabamos comprando tudo que queríamos por um preço razoavel, saímos felizes, e o tiozinho mais ainda!!  


A lojinha fazia parte de um complexo para turista, pois também tinha um restaurante. Estava tão quente que decidimos comer ali também. O preço no cardápio era justo,  de 4 a 6 euros um prato. Demorou um pouco para a comida chegar, primeiro que o tiozinho não tinha os igredientes e mandou a criançada comprar, pois vimos quando um menino chegou com uma caixa de ovos e verduras. Mas isso não atrapalhou nossa animação. Enquanto a comida não chegava, ficamos tirando fotos no restaurante, fizemos um ensaio fotográfico basicamente! Foi divertido, veja o resultado:






Nosso almoço

O almoço estava estava ótimo, era o que esperava de comida marroquina, pedi um tajine de frango com legumes, perfeito!! Tajine é essa panela de barro que coloca no fogo e o vapor da comida liberado durante o cozimento condensa ao tocar na tampa e escorre de volta para a dentro. A comida fica saborosa, mantém o sabor dos alimentos, adorei!
Depois de comer, subimos no terraço para tirar algumas fotinhos dessa cidade no meio do deserto.









Eu e meu amor logo após sair da lojinha, usando nossos turbantes. O meu é mais estilo Saudita.

De volta ao hotel, Atlas Chez El Cojo.

Almoçado e cheio de bujigangas voltamos ao hotel. Primeira coisa que fizemos era colocar as nossas fotos no facebook, atualizar a familia e os amigos. Assim que conectei meu celular na rede wifi (sim no hotel no meio do deserto tinha internet!!), a temperatura local estava 43 grauss!!! E isso era 4 da tarde. Sem brincadeira, acho que chegou bem perto dos 50 graus. Estava quente, era difícil andar, cada um de nós bebeu 1 litro de água por hora!! Como estava seco, a sensação termica não era muito alta, estava quente mais gostoso. Então não sentimos. 


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Enquanto isso, em Amsterdam


Ainda não acabaram as histórias sobre Marrocos, mas não consegui publicá-las ainda, pois as fotos que eu queria colocar nos posts estavam com meu noivo e só esse final de semana foi que eu lembrei de pegá-las. Ele as colocou no meu HD externo, juntamente com alguns filminhos e tal mas eu, cabeça de vento que sou, esqueci o HD em Groningen, derrrrrr, agora só final de semana que vem. Vou, portanto, terminar de escrever o post e coloco as fotos depois.

Um update dos últimos dias para não fazer um post apenas para me chamar de cabeça de vento: estou organizando meu chá de cozinha e despedida de solteira!! Estou animadíssima. Já escolhi o tema, o local e o que vou fazer. O chá de cozinha terei ajuda de uma querida amiga para organizar: Gelvana!! Ela já está craque em organizar chá de cozinha!!! As comidinhas e a decoração eu que vou (tentar) fazer! A despedida será em um bar em Campinas, com amigas mais próximas. Farei umas surpresinhas para as amigas!! Vai ser divertido! E tenho uma coisa para confessar: estou adorando ser noiva!! hahahahaha nunca imaginei falar isso, nunca imaginei sentir isso, na verdade, nunca imaginei ser noiva, usar vestido de noiva, mas quem já colocou um vestido de noiva sabe o poder que ele tem, e quem ainda não colocou, um dia vai descobrir o que eu estou falando. Sei lá, é algo mágico, poderoso, sei lá. Agora cá estou eu adorando ser noivinha!! hahahah #pagandoalingua!

Estamos entregando os convites de casamento! Os convites individuais que fiz aqui e mandei para minha mãe no Brasil  chegaram lá depois de 3 semanas, com essa greve dos correios dificultou minha vida. Mas ainda há tempo para entregar os convites, ainda faltam quase 2 meses!

Estou fazendo minhas malas, comprando coisinhas para levar, já que meu noivo, futuro marido, voltará pra cá mais uma vez e poderá levar 64kg pro Brasil! Estou tranquila agora, mas me dá uma dor do coração de deixar meu amor aqui sozinho no frio e no escuro (já está ficando escuro).

Minhas ultimas semanas será movimentada por aqui, tenho uma defesa de PhD para ir, uma Oratie de um professor, festa de despedida da Simone, festa de despedida da Nai-hua, Chá de bebê da Roberta, Chá de bebê da Rita, jantar na casa da Karla e festinha pra mim! Por enquanto é só, mas não me importo de ter mais coisas para fazer!!
Ainda preciso pegar meu vestido, aliás, provei-o no sábado para acertar o comprimento, está tão lindinho! Acho que arrumei o sapato já, vamos ver se não mudo de ideia.
Prometo que assim que tiver as fotos eu conto mais sobre marrocos!!
Por enquanto vou deixar algumas fotinhos de Amsterdam. Uma tarde agradável de domingo ensolarado em Amsterdam saímos para caminhar e tirar algumas fotinhos. Simplesmente adoro esses passeios fotográficos! É tão agradável, mas agora que começou a chover, fica mais difícil :(









domingo, 2 de outubro de 2011

Meu último mês na Holanda


Estamos em outubro. Meu último mês morando na Holanda. Depois voltarei, mas como turista, para visitar amigos que aqui ficarão. Uma mistura de pensamentos e sentimentos tomam contam do meu ser. A sensação é estranha mas é boa. Sensação de morte e pré-renascimento. Parece que estou morrendo, pois um filme sobre minha vida na Holanda está passando pela minha cabeça. Muitos momentos bons passei por aqui, não tenho dúvida. Foram 3 anos e 7 meses até agora. Seis deles passei longe do meu amor, 6 meses difíceis, mas vencemos e estamos juntos e vamos nos casar. Quatro idas para o Brasil, uma em setembro de 2008 para passar 2 semanas. Em dezembro para passar 2 meses, em setembro de 2009 para o casamento da Li, e a última, em março de 2011. Recebemos muitas visitas queridas do Brasil: minha mãe, meus irmãos, minha prima, minha vizinha, minha sogra, nossos amigos Tati,  Júlia, Anamaria, André, Leo, Renata, Cacá, Santoro, Marcela, Alessandro, Laura, Java, Madla e Bruno. Muitas festas, muitas cervejas no Pintalier, no TimeOut, na casa dos amigos. Muitos jantares internacionais, holandês, indiano, húngaros, turco, português, churrascos. Muitos amigos. Muitas viagens. E muitos aprendizados. Amadureci. Sou uma nova pessoa, espero que meus amigos e familiares compreendam e gostem da nova pessoa que me tornei.

Estou num momento de despedida, aproveitando as coisas que mais gosto daqui. Comendo as delícias da Holanda, hering fish, poffetjes, pannekoeken. Visitando os amigos que agora moram distantes. Indo nos lugares que ainda não fui.
Também é um momento de nascimento, ou melhor pré nascimento, pois fico imaginando como será minha vida depois que voltar para o Brasil, as novas adaptações, os novos desafios, serei esposa, dona da minha casa (espero ter uma nova casa em breve), novo emprego (também espero ter um emprego em breve), será uma vida totalmente diferente da que tenho hojee da que eu tinha previamente no Brasil.
E para fechar minhas últimas semanas na Holanda, nunca houve tantos dias seguidos de sol e calor. O verão tardou e não falhou. Já são 2 semanas e meias consecutivas de sol e temperaturas acima de 20 graus, máximas de 25, a noite cai um pouco, chega a 10 graus, mas não me importo, ninguém se importa, tendo céu azul e sol raiante é o que vale. Estamos passeando bastante, aproveitando os dias de sol.
Apesar das dúvidas, das incertezas, sou estou muito feliz e sou uma pessoa muito feliz. E no final tudo dá certo, não é mesmo?



O Deserto do Saara: Parte 1


Retomando sobre a viagem para o Deserto do Saara... vou fazer em partes para não ficar um post gigantesco!!

Michelle e Renato queriam ir para Marrocos para ir para o Saara, dormir nas tendas e andar de camelo. Confesso que fiquei com um pé atrás, não que o passeio não seria legal, pelo contrário, deveria (e foi) tudo de bom. O problema é fazer um passeio no meio do deserto, sem conhecer as pessoas, o lugar, será que era seguro? Confiável? E se alguém quisesse nos roubar, nos matar e pegar nossos órgãos? Ninguém ia descobrir onde estávamos. E agora, sã e salva, depois de ter voltado do passeio, tenho mais certeza ainda, ninguém teria encontrado nossos corpos mesmo!!
Eu havia pensando em pular essa parte, mas a empolgação dos nossos amigos era tanta, que não queríamos atrapalhar a viagem deles Mas que eu estava com medo, ah estava mesmo.

A negociação do preço do passeio

Conversamos primeiro com umas empresas via email. Tínhamos ideia de que 2 noites no deserto sairia por volta de 120 euros, incluindo passeio de camelo, noite na tenda e outra noite no hotel, mais refeições.
Mas deixamos por decidir lá em Marrocos, vai saber se as empresas era confiáveis, pois golpe pela internet não faltam, aliás, golpes no mundo real, também não. Mas melhor decidir em Marrocos.
Já em Fes, nosso guia, que nos mostrou a Medina, nos indicou uma empresa que fazia o passeio. O cara que veio conversar com a gente sobre o preço tinha uns 20 anos, e o primeiro preço que ele passou foi 380 euros por pessoa!!! Obvio que não.
A negociação.

 Ficou Bispo e Renato conversando o cara, enquanto eu e Michelle ficamos conhecendo o Riad. Quando voltei para ver a que pé estava a negociação, tinha parado nos 380. Eu disse "lógico que não", o cara perguntou "Quanto você pode pagar?". Eu disse 120. Como acontecia sempre o cara disse que não dava, que era complicado, queria mudar o trajeto para abaixar o preço, nos deixar numa cidade a 400 km de Marrakesh ao invés de nos levar até lá. Eu fiquei nos 120 e não mexi um centavo. Ah não, os caras acham que a gente está nadando no dinheiro. 120 era um preço justo, aceitável, seria o transporte de carro com motorista por 1200km, passeio de camelo, noite na tenda com jantar e café da manhã e hotel com jantar e café, e sem preocupações de pegar trem/ ônibus. Depois que falei pela última vez que só pagaria 120, disse muito obrigada e tchau, tinha desistido mesmo, o cara virou, me pegou pelo braço e disse "tá bom, fechado", e me deu a mão para selar a negociação, eu respondi dizendo que agora que o preço estava justo eu ia pensar e conversar com meus amigos. O cara se mordeu de ódio.
Ah não, eles só aceitam seu preço quando você desiste, é insuportavelmente irritante.
Voltamos ao nosso hotel e lá discutimos melhor. Bispo não achou muito confiável não, era um muleque de 20 anos, que garantia ele nos daria? Conversamos então com o recepcionista do Ibis, Nabil, rapaz muito simpático e prestativo, dissemos o que procurávamos e ele disse que conhecia um senhor que poderia ser nosso motorista.
Tirei essa foto do Nabil e escrevi "Esse é o Nabil, atendente do Ibis em Fes que nos indicou o motorista Abdel para o nosso tour no deserto." Se fôssemos sequestrados, mortos ou qualquer outra coisa eu havia mandado essa foto para familia.

O tiozinho, seu Abdel, de uns 50 anos mais ou menos, chegou às 8 da noite, depois da janta, para conversar com a gente. Mas acabamos negociando com Nabil, pois a comunicação com seu Abdel era difícil. Queríamos 1 noite na tenda, uma noite no hotel, passeio de camelo, transporte de Fes-Merzouga-Marrekesh, era tudo. Conseguimos fechar por 150 euros. Bispo espremeu Nabil até ele abrir o bico, mas ele foi firme e manteve sua palavra, era uma prova para ver se era confiável. Não sabíamos exatamente como seria o passeio, mas fechamos. Loucura, sabíamos que ia para o Saara, mas o que exatamente aconteceria, que hotel a gente ia ficar, quanto tempo seria o passeio de camelo, ninguém sabia. Pedimos que o motorista não nos levasse em loja alguma, não fomos para Marrocos para fazer compras e sim para passear, essa era uma das condições que colocamos. Fechamos por 150 euros por cabeça, ele não abaixou mais que isso. Ok, vamos exigir cada centavo desse 150 euros. Deal? Deal!
A segurança que a gente fez foi pagar o seu Abdel aos poucos. Antes de sair de Fes, pagamos 100 euros. Em Merzouga, pagamos mais um parte e em Marrakesh, quando ele nos deixou lá, finalizamos o pagamento. Era nossa garantia que ele não ia nos abandonar, nos deixar para trás, nos matar e roubar nossos órgaos, apesar que nossos orgãos deve valer mais que 600 euros! Enfim, correu tudo bem, deu tudo certo e cá estamos cheio de histórias e foto fabulosas!!




O rio quase seco


Oasis

Em Merzouga

A ida para Merzoga foi tranquila, pois estava nublado e fresco, cruzamos os Atlas Baixos, e foi tranquilo, paramos umas 5 vezes, uma para almoçar, uma para fotografar um oasis imenso, uma para tomar água numa fonte, mas acabamos por conhecer uma casinha local abandonada e outra parada para apreciar um rio quase seco. Chegamos em Merzouga umas 5 da tarde, ainda dia. O hotel era muito legal! Construído de barro e pedra, as paredes era super grossas, super isolante térmicas, dentro do quarto era muito quente, apesar do frescume do final de tarde lá fora. Tivemos que ligar o ar condicionado para conseguir dormir, pois era muito, muito quente. O quarto era enorme, tinha 2 camas de casal, uma sala e um banheiro enorme.

Nosso Hotel, Alberge Atlas Chez Ali El Cojo

A pia do banheiro, pedra de mármore com muitos fósseis de moluscos, conchas de vários tamanhos e formas! Demais!

O quarto do Hotel

A sala do nosso apartamento.



 Cada casal ficou com um apto desse! O hotel tinha piscina também, e já fomos dar um ti-bum quando chegamos. Ah e também tinha internet! Muito bom! A comida também era muito boa!! Primeiro dia de viagem só notas boas!! Estava fazendo valer os 150 euros.

Dia seguinte o motorista disse que ela ia ficar de folga, pois como era Ramadan, ele de jejum o dia todo, entendemos e resolvemos passear pela cidade. Só pegamos nossas câmeras e saímos, sem água, sem boné sem nada, super juninhos.

Camelo que descansava na frente do hotel.

Estava um pouco quente, não conseguia respirar muito bem, cada passo era difícil de ser dado. Andamos ums 300 metros e vimos uma vendinha. Salvação. Vimos uma geladeira. Cooooca- Colaaaaa ressoava em minha cabeça! Era tudo que eu queria. Pedimos uma garrafa grande para o rapaz. Ele nos deu uma garrafa de um litro e meio de vidro. Quanto? 8 Drh. Ok, no deserto, coca-cola gelada poderia cobrar 20 Dhr que a gente ia comprar! Abrimos a garrafa, dei o primeiro gole, estupidamente gelada, mas ai subiu o cheiro horrivel. Era um fedor horrorozo e parecia que vinha da garrafa. Outro gole e aquele cheiro maldito. A garrrafa fedia!! Eu olhava para coca gelada,  virava para o calor do ambiente, a coca gelada e a garrafa fedorenta, e agora? Tampar o nariz e chegar na coca-cola, aliás era a coca-coca gelada no deserto, não poderia desperdiçar. Vencemos o fedor e apelidamos de a coca-cola do suvaco do camelo.
Terminado a coca, devolvemos a garrafa de vidro para o rapaz da quitanda e ainda ele nos devolver 2 Dhr! Justíssimo. Continuamos nosso passeio, fotinhos aqui fotinhos acolá e puft. Minha câmera parou de funcionar!!! Cmo assim!!! desesperei!! Não ligava mais!!! Peguei ela com carinho e senti que ela estava super quente, pegando fogo, achei melhor colocar ela na bolsa e deixar esfriar.

A vendinha que compramos a coca-cola mais desejada do momento.




Já mudei

Hoje foi a primeira noite da casa nova! Ainda tenho mais algumas coisinhas para pegar na casa velha, mas essa noite já passei no meu quartinho novo.
Olha ele ai! É bem pequeno mas aconchegante, imagine que a cama está encostada na parede e o quarda-roupa também!! hehehe




Acordei com dor de cabeça, quer dizer, passei a noite toda com dor de cabeça, deve ser sinusite que começou me atacar nos últimos dias, exatamente quando comecei a mudar! Além das dores no braço e costas, por caminhar 30 min ( uma caminho que demoro em media 12 min) com 3 sacolas super pesadas e mais um mochila para chegar no ponto de ônibus. Sei que poderia ligar para um taxi, mas as vezes gosto de sofrer e fazer as coisas sozinha, sei lá esquisita né. Enfim, cheguei ao ponto de ônibus com minhas sacolas, derretendo de calor (não estou reclamando do calor, apenas uma observação!) e com os braços doendo! Ai foi rapidinho, desci na esquina da nova casa e comecei arrumar as coisas!!Isso é um saco!! arrumar, tirar da mala, colocar no guarda roupa!! fui acabar tudo as 7 da noite, tomei um banho, jantei e às 9, destruída estava na cama!! Obviamente que as 5 da manhã meus olhos abriram, minha cabeça doendo, não consegui dormir mais, sensação de deve cumprido!

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