Copa do Mundo na Europa

 Jornal na manhã seguinte ao jogo da Holanda e Eslováquia."Agora o samba?"

Muito legal participar da copa do mundo fora do Brasil. Essa é a primeira copa do Mundo que estou acompanhando de verdade. Estou preenchendo a tabela, assistindo aos jogos mesmo que não do Brasil, sei os nomes dos jogadores, não só os do Brasil mas de outros paises também, grito e pulo na hora do gols do Brasil, meu sangue ferve com as injustiças da arbitragem, acompanho as noticias, os comentários pela internet e assim por diante. Realmente estou respirando copa do mundo! E mais legal ainda quando tem gente de outros países por perto! Os rivais contra nosso hexa! Ah, e ainda sou a primeira do bolão do meu trabalho! Minha final é Brasil e Argentina, e claro, com vitória do Brasil. Eu fui A única que falei que Brasil ia vencer. Ainda não sei, mas temos chances. Vamos esperar o jogo contra Holanda

Em Bristol, muitas casas tinham bandeiras estendidas, os carros tinham bandeirinhas com a cruz vermelha em todo lugar, as lojas só vendiam coisas para torcida, camisetas, chapeu, vuvuzelas!

 Outro jornal do mesmo dia "Prender os canários", ou seja, os brasileiros!

No domingo durante o jogo da Inglaterra e Alemanha pelas oitavas, eu estava na Inglaterra, precisamente no aeroporto esperando meu avião de volta para Amsterdam.

Muitas pessoas se aglomeraram em frente as TVs que tinham em alguns bares e restaurantes do aeroporto. Todos muito ansiosos, vidrados. No segundo tempo do jogo, Alemanha destrui a Inglaterra, as pessoas estavam todas desanimadas, tristes, cabisbaixas. depois do 3 gol da Alemanha, que estava jogando muito, muitas pessoas xingaram e sairam, desistiram de assisitir.

Na Holanda assistimos ao jogo do Oranje num telão numa sala aqui no trabalho. Levamos cerveja e snack! Até que são animados, claro que não como nós brasileiros! Eles gritam quando quase é gol, mas na hora do gol mesmo, nem gritam tanto. Alias, o narrador de futebol na TV nao grita GOOOOOOOLLLL como os narradores do Brasil, é muito estranho!!

"Brasil não dá chance para o Chile"

Agora vamos para as Quartas de Final, próximo jogo é Brasil e Holanda as 4 da tarde na sexta. Estou em campo inimigo. Se Brazil vencer vai ser loco! Se a Holanda vencer, me tornarei holandesa para torcer para eles serem campeões. Só não quero que a Argentina vença. Os jornais dizem que Brazil não está tão bom e que a Holanda vai vencer com facilidade, pois eles tem Robben, Kuit, Sneider e Van Persie, o quarteto fantástico que fazem gol em toda partida. Holanda está mais confiante ainda porque Brazil vai jogar desfalcado pois Elano sofreu edema ósseo depois do jogo com Ivory Coast, Ramires não pode jogar.

Ainda bem que o jogo é na sexta, não tenho que ver os holandeses do meu trabalho no dia seguinte!
De qualquer forma Brasil ganhando ou perdendo vou receber piadinhas do tipo "Ah, mas o Brasil ganhou porque o juiz não viu o gol de mão", "Brasil venceu, mas a Holanda jogou melhor", essas tudo bem, o duro se os comentários forem "Foi a Revanche de 1994 e 1998".

Vamos lá Brasil rumo ao Hexa!

Meu jardim começa a florir

O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.

Sábio Mário Quintana.

Em outras palavras, você é responsável pelas pessoas que você atrai, pelas coisas que acontece com você (de uma maneira geral). Se formos alegres atrairemos pessoas alegres, se formos drogados, ficaremos em grupos de drogados, se somos reclamões niguém ficará do nosso lado. A vida é assim, somos responsáveis pelas nossas amizades!

Lembra quando eu reclamava das pessoas do meu trabalho? Que ninguém falava comigo, ninguém me dava bom dia? Pois é a culpa é toda minha, eu era fechada, eu não cumprimentava, eu não sorria, eu não queria estar aqui. Obviamente que as pessoas não ia ser legais comigo! Agora já me conformei que tenho que ficar em Amsterdam, então o melhor a se fazer é aproveitar o que há de bom por aqui e melhorar o que me incomoda.


Primeira coisa que comecei foi sorrir! Me lembro que o Hiroshi, meu orientador da Unicamp, me disse uma vez que o segredo do meu sucesso está no meu sorriso! Foi uma das frases mais linda que já recebi! E realmente, com um bom sorriso, sincero, verdadeiro, você conquista o mundo, as pessoas não vão ficar carrancudas quando receberem um sorriso de bom dia, elas serão simpáticas. E se você for legal para pessoas, elas também serão legais para você. Lei de Ação e Reação. Fácil, não? Não, não é facil, pois temos que estar bem com a gente para ficarmos bem com os outros! E no inverno isso foi muito difícil.

Agora com calor, com sol, tudo fica bem melhor. Comecei a fazer academia, recebemos visitas do Brasil e tem mais visitas por vir e ainda vamos passar as férias de verão em Portugal, visitaremos nossos queridos amigos Pedro e Ana e depois vamos nos encontrar com Anamaria e André!! E assim que voltarmos, já receberemos a Tati!!

Bom era essa a mensagem de hoje

 

 Foto do jornal diário gratuito que entregam no metro. Mapa da Holanda com as temperaturas médias em cada região! Viu só minha alegria!

Aniversário do Bispo

Meu amor esse ano completou 30 anos! Queria que ele pudesse passar esse dia com a família e amigos, numa grande festa, mas como não foi possível, tentei trazer todos aqui através de fotos e, ao mesmo tempo, lembrá-lo de todo o trajeto de sua em 30 anos! Consegui fotos da infância dele com a Fer, e fotos da faculdade com a Cacá! Como resolvi fazer essa álbum 2 semanas antes não havia tempo de fazer o fotolivro oficial, então a ideia foi imprimir as fotos e colocá-las num álbum normal. Escolhi um de páginas pretas e comprei fita supla face para colocar as fotos e uma caneta prateada para escrever.

Mas o trabalho que deu essas fotos não foi brincadeira. Na segunda passada enviei 80 fotos para o site Media Markt para imprimir lá. Não encontrei no site quanto tempo demoraria para ficar pronto e eles avisariam por email quando poderia ir buscar. Pensei "não deve demorar muito, é só imprimir não tem nada de mais". Engano brutal! Já faz uma semana e nada de reposta. Mas eu não poderia ficar sem as fotos. Eu entregaria o álbum no sábado, então esperei a resposta do Media Markt até quinta e nada. Então na sexta de manhã fui em outra loja, HEMA, onde há impressão em uma hora. Cheguei lá assim que a loja abriu às 9:30 e a moça disse que em 35 min ficaria pronta. Bom, esperei dar o tempo e depois iria para Rotterdam. As 10:15 fui pegar minhas fotos e adivinhem? A máquina de impressão deu pau e imprimiu apenas metade das minhas fotos o restante saiu em branco! Putz, tinha que ir para Rotterdam buscar meus reagentes e células, não poderia esperar mais. Avisei que buscaria à tarde.

Fui para Rotterdam voltei as 14:30. Detalhe, eu tinha o voo para Bristol as 18:00, portanto tinha que estar no aeroporto 40 min antes. Com as células e reagentes em gelo seco, fui para o lab guardar as coisas. Voando, sai do lab as 15:00. Mais 20 min até o centro para buscar as fotos. Estava rezando para que tenha dado certo e tenham consertado a máquina e impresso minhas fotos. Do metro até a HEMA corri. Peguei as fotos! Ufa deu certo, estavam todas lá! Volto correndo para o estação central para pegar o ônibus para casa. Ainda tinha que fazer a mala. Chego em casa as 16:00. Fiz a mala mais rápida da minha vida, sai em 10 min. Virando a rua em direção ao ponto do ônibus, o vejo passar. Putz, perdi o ônibus! Mas felizmente percebi que ele estava demorando para sair do ponto e ainda tinha pessoas na fila para entrar. Bom, decidi correr! Com mala nas costas, iogurte e uma banana na mão corri. Consegui entrar no ônibus e fui para a estação central. Chegando lá, eu tinha 3 min para o próximo trem para o aeroporto. Corri de novo. E para ajudar era na última plataforma, não poderia ter sido mais longe. Escutei o apito do trem na hora que cruzei a porta!! Consegui finalmente!! Estava suando de calor! Cheguei no aerporto as 17 h, meia hora antes de fechar o portao de embarque. Ainda consegui assistir um pouquinho do jogo Brasil e Portugal e logo embarcamos.

Bom, vocês perceberam que não consegui fazer o album né. Tinha as fotos, o álbum, mas nada montado! Pois é, esse foi o segundo desafio! Chegamos no Ibis em Bristol e Bispo foi tomar banho, aproveitei para começar a colar, colei umas 10 fotos, demorava muito, pois tinha que colcar 4 quadradinhos de fita dupla face am cada foto! que droga! ele saiu do banho e eu escondi as coisas! Saimos para jantar e quando voltamos me tranquei no banheiro e levei minha mala com as coisas. Mas advinha, a fita adesiva ficou em cima da mesa! E logo escuto ele perguntando "Ro, o que é isso aqui, essas fitinhas autocolantes ". Putz, qual seria a desculpa! Na hora falei que eu eu comprei para colar meus resultados no caderno do lab, e que eu estava limpando a mochila e estava lá dentro os quadradinhos usados! Ele não desconfiou!! Ufa! Sábado de manhã, acordei as 6:30 da manhã antes dele como de costume e me tranquei no banheiro para colar as fotos! Dessa vez levei tudo! Demorei 1 hora para colocar todas as fotos, mas não deu tempo de escrever toda a história que eu queria!

Entreguei o álbum na tarde de sábado em Cardiff, e ao invés de escrever a história, contei ao vivo para ele!! Ele disse que adorou que foi o melhor presente que ele ganhou! Fiquei muito feliz por ele ter gostado e o aniversário de 30 anos não ter sido tão normal!

Labdag

Aqui na Holanda é muito comum fazerem o Labdaag, ou Labday. Um dia que  as pessoas que trabalham juntas em empresas, laboratório, departamentos se reúnem para passar um dia fora do local de trabalho para estimular a interação entre as pessoas, passarem horas divertidas e relaxantes. Tudo bem, esse nome nao é o mais apropriado, mas é assim que o chamamos aqui! No Brasil não precisamos ter um dia oficial assim para sairmos com o pessoal do nosso trabalho. Na verdade, no trabalho fazemos grandes amigos com os quais saimos toda semana. Como aqui os holandeses tem uma separação bem definida entre colegas de trabalho e amigos, então se tornou necessário uim dia como esse. E ainda aqui no Lab onde eu trabalho eles também estimulam a competição no labday, pois assim nasce um sentimento de competição no lab para publicações e desempenho, dizem eles que é competição saudável. E eu que sou nem um pouco fã de competição, já se viu.

Ontem conversando com a Tati, percebi que ela também tem esse sério problema que eu. Ela me recordou os tempos de colégio quando brigávamos durantes as olimpíadas do colégio. Não me lembrava disso não. Sempre queríamos ganhar, chamar para o time os mehores, deixando de lado as amigas que jogavam mal e escolhendo as pessoas chatas, mas que jogavam bem! Eu treinava vôlei durante a minha adolescência, até o primeiro campeonato. Foi algo horrível. Eu escutava toda a torcida adversária, me xingando, pressionando, eu  me desconcentrava e não conseguia jogar direito. Foi ai que parei. Depois aprendi a jogar xadrez, pra quê? Fico me perguntando hoje, pra quê eu fui aprender? Para passar nervoso? Esse ano jogamos xadrez de dupla no Keukenhof, (o parque das flores aqui da Holanda) eu e a Gwenny contra Bispo e a Ju. Simplesmente eu sai no meio do jogo de ódio que eu fiquei de ver minha rainha sendo abatida a sangue frio. Ainda mais que um transeunte qualquer que deu a sugestão da minha próxima jogada que culminou na queda do meu reuno, e eu aceitei a sugestão! Imbecil! ódio! Sai andando a esmo no meio do parque sozinha, contando até 10!
 E baralho então, deveria morrer a pessoa que inventou os jogos com cartas! Num verão em Ubatuba com minha família e a família do Bispo resolvi jogar carta com o Bispo e com a mulecada. Era um jogo chamado Duvido, onde você diz que você tem 6 Reis de espada, por exemplo, e se a pessoa disser Duvido, você tem que mostrar suas cartas, se você estiver certo, a pessoa pega as suas cartas, ganha quem conseguir se livrar de todas as cartas. Ou seja é um jogo de Blefe, e eu odeioooo isso. Rendeu umas briguinhas também essa noite!

Foi ai que decidi não entrar em competição.



Bom voltando ao labdaag, aqui todo ano se forma uma comissão, uma pessoa de cada grupo que compõe nosso departamento, para organizar o dia tão esperado. Aqui as pessoas faz muito dinheiro para oferecer atividades para os labdaag, há empresas especializadas em Labdaag no geral. Há empresas que oferecem workshops diversos, como por exemplo: culinária, coquetéis, arte, decoração e de tudo que você possa imaginar. Então as opções são vastas. E todo ano, pelo menos qui em Amsterdam e em Groningen, as atividades do labdaag são sempre surpresa, você só fica sabendo na hora que vai ter a atividade. Esse ano saimos às 8 da manhã da universidade num ônibus chiquérrimo de 2 andares em direção ao Sul da Holanda. Ninguém fazia a menor ideia de onde estávamos indo, apenas a comissão organizadora. Chegamos a um local na zona rural que era composto por uma sede, com um restaurante bem grande e ao redor, muito gramado e parque de aventuras para crianças. Os organizadores disseram que aquele seria a parte líquida do dia! Fiquei pensando "puxa vida, está friozinho, não quero me molhar! E se for sauna? não quero ver meus colegas de trabalho, nem meu chefe pelados!". Fomos em direção ao restaurante, mas descemos umas escadas para o andar de baixo "putz era sauna mesmo" pensei.

Mas quando chegamos, havia várias mesas com bebidas alcólicas, coqueteleira, açúcar e limão! que delicia!! Era um workshop sobre cocktails!! Fantástico. As 10 da manhã aprendemos como fazer alguns cocktails, até caipiroska! Ouvimos diversas histórias sobre diversos drinks, e o porquê do nome cocktail, ou seja rabo de galo. Cocktail é uma misturas de bebidas, originalmente alguma coisa destiladas, açúcar, água e alguma coisa amarga. O nome veio de não-me-lembro-bem-quem, mas uma mulher começou a decorar seus drinks com rabo de galo mesmo! Entre 1920-1933 alcóol ficou proibido de ser vendido nos EUA, mas as pessoas continuaram fazendo seus cocktails, claro que o álcool utilizado caiu de qualidade, e começaram a tomar mais Gin do que whisky, pois era mais fácil e rápido de fabricar. Também ficamos sabemos da origem do rum mais famoso do mundo, o Bacardi. Muitos não sabem que Bacardi é rum, eu não sabia. Bacardi ficou tão famoso que todo mundo chama pelo nome, como Coca-Cola, Gillete e Maizena. Enfim, Farcundo Bacardí,  espanhol vendedor de vinho, se mudou para Cuba em 1830. Nessa época, rum era uma bebida barata, nada de glamour, vendida apenas em tabernas (bebida de pirata). Facundo começou a melhorar a produção de rum, filtrando com filtro de carvão, e envelhecendo em barris de carvalho. Ficou tão bom que ele começou a vender. Ai começou a Guerra de Independência de Cuba. O filho de Facundo foi presos várias vezes na Espanha suspeito de agir contra a coroa e tal, e quem tomou a frente da empresa de rum foi o irmão e cunhado de Facundo. E daí Cuba se torna "independente" sob ocupação americana, daí surge o primeiro cocktail famoso com Bacardi, Cuba Libre, com Rum, tipico de Cuba, e Coca-Cola, marca americana. De Cuba para o mundo, foi um passinho!

Preparamos um cocktail com vodka, licor de liche, suco de maçã e gelo. Se você virar de ponta cabeça a garrafa de vodka com o dosador na boca e contar até 3, você estará adicionando 30 ml de vodka! interessante né! Hummm ficou ótimo nosso drink! Depois foi a vezda caipirinha, muitas histórias, mas não me recordo, pois já estava ficando bêbada, as 11 da manhã, sem almoçar e com café da manhã a eternidades de horas atrás. Fiz a caipirinha do meu jeito e ensinei para a galera da minha mesa. Até roubei um abacaxi que havia no local para fazer umas caipiroska de abacaxi. A galera aprovou!

A tarde foi hora d paintball. Cogitei de não participar, mas ai acabei entrando. Foi bem legal, não levei a competição muito a sério, era sempre a primeira a morrer, a levar bolinhas de tinta e logo saia do campo. Mas meu time ganhou as 3 rodadas!! hehehehe acho que por isso não fiquei mal! hahahaha
Os tiros de bolinha de tinta doem para caramba. Os monitores avisam no inicio para não atirar com menos de 10 metros da pessoas, mas na hora, com adrenalina na veia, ninguém pensa nos 10 metros, querem atirar no adversário, não importando quão distante estiver. Foi nessa que levei uma na lateral do corpo ficou roxo e doendo por uma semana. Levei uma na orelha bem doida também. Foi bem legal, as pessoas se arrastavam no chão, faziam estratégias, eu só queria atirar! hahahaha Acreditam que até uma grávida de 4 meses e pouco participou! Esse povo é louco, tudo bem que gravidez não é doença, mas bom senso é bom de vez em quando! A gravida disse assim que o bebê estava mais protegido na barriga dela que ela lá fora levando os tiros de tinta! Fala sério!

Depois do Paintball, todos para o ônibus e fomos para um outro lugar jantar. Era um pesqueiro. Eu odeio pescar, ainda bem que não teve nada disso. Ficamos apenas no restaurante previamente reservado para nós. Havia umas 6 meses com várias cadeiras e para cada lugar havia uns apetrechos (veja foto acima). Cada pessoa ia ser um personagem. Depois do jantar, brincamos de detetive. Uma pessoa morria, tinha uma história do faroeste, cada um era um personagem que tinha um motivo para matar a vítima, e no final a gente tinha que adivinhar quem era o assassino! Foi legal, mas todos estavam cansados e não fizemos o teatrinho direito. Fiquei na mesa com os outro estrangeiros, pois nossa história estava escrita em inglês. E lógico que tinha prêmio para quem acertasse. Tinha prêmio para quem fizesse mais pontos no tiro ao alvo. Tudo tinha premiação. No final foi anunciado a comissão 2011, e adivinhem! Eu estou nela! A chance era grande, todo mundo do meu grupo já tinha participado, apenas eu que não. Agora eu me fud*, pois dá o maior trabalho, tem que ficar procurando coisas na internet, ligar, negociar! Ai que saco. Esse ano custou 120 euros por pessoa esse labdaag! Carérrimo! Mas foi bom!

Curso de Segurança no Laboratório

As 5:30 da manhã depois de dormir apenas 3 horas acordei para pegar o trem das 6 para Amsterdam  e fazer meu curso sobre Biosegurança no trabalho.

Cheguei as 8:40 e fui procurar a sala, demorei um pouco para achar pois era num lugar no subsolo, onde apenas funcionários tem acesso, sabe aqueles lugares da saída de emergência do cinema? Pois então, tinha sensação que eu não poderia estar ali. Mas realmente era lá!
A sala era coberta com cartazes de sergurança, alarmes, extintores de incêndio, sinais, havia um esqueleto humano em uma das pontas da sala, e na outra ponta uma porta que dava para o fora do prédio.

Para todos os alunos e funcionários novos, esse curso é obrigatório. Pensei que fosse a coisa mais chata do mundo, mas me surpreendi. Foram dois dias de curso, das 9-12h na terça e das 9-15h da quarta. Diversos palestrantes vieram conversar com 15 novos alunos. A primeira palestra foi sobre os problemas de saúde que os reagentes químicos de laboratório podem causar, como câncer, infertilidade, etc. descobrimos onde achar as informações sobre os efeitos de cada reagente. Depois teve um aula sobre radiação, que foi totalmente useless para mim, ainda mais que foi a ultima aula e eu estava morta.

No dia seguinte, começamos o dia aprendendo sobre como descartar reagentes químicos, o que fazer com o lixo do laboratório etc. No lab aqui tem 6 diferentes tipos de lixos: um lixo normal para coisas não tóxica, como resto de comida; outro  lixo para coisas contaminadas com material biológico; outro para papel; outro para papelão; um para vidro; outro para qualquer coisa suja com reagente químico. Ai de você se jogar coisa em lixo errado!

Também vimos onde descartar cada reagente, há um galão para colocar ácidos, outro para bases, outros para solvente orgânico, outro ainda para inflamável etc. E nada de jogar coisas na pia! Por ano são feita 3 analises da água para checar metais pesados, e outras coisas, se tiver algo de errado com a água que sai daqui, o AMC tem que pagar um multa caríssima.
Ah, um detalhe, por dia o AMC produz 80 toneladas de lixo. E por ano são gasto 300 milhões de euros para dar um fim ao lixo.

A parte da tarde do último dia foi prática, isso mesmo!  Primeiro aprendemos sobre os tipos de extintores de incêndio, o triângulo do fogo, aquelas coisas básicas que vimos na 4a. série, mas enfim, o tiozão era muito engraçado e valeu a pena escutar tudo de novo. O tiozão que deu o curso, acredito eu, era do corpo de bombeiros do AMC, que tem um brigada de 15 bombeiros aqui dentro. Depois fomos apagar o fogo. Do lado de fora foram simulados diferentes tipos de fogo: com gás, com parte elétrica e sobre óleo. Um por um tinha que pegar o extintor, testar, ir caminhando agachado até o fogo e apagá-lo! Foi bem legal!

Para minha surpresa o AMC tem um espaço enorme que simula o hospital, com laboratório, berçario, cozinha, quarto de paciente e a ultima prática foi lá. O alarme de fogo foi acionado e tinhamos que descobrir onde era o fogo, apagá-lo e salvar as pessoas. O fogo era de mentira, a fumaça era de gelo seco, mas deu para fazer uma bagunça. Entramos 3 pessoas para achar a sala com fogo, os outros foram procurar vítimas, e reagatá-las. Havia vários bonecos espalhados pelas salas. Tinhamos que ligar 88 para chamar ajuda e avisar do incêndio! Foi bem divertido!

Deveríamos ter um curso desses nas universidades no Brasil, não sei nas outras, mas na Unicamp e Unesp onde trabalhei, não tinha nada parecido. Muitas vezes os alunos não sabem com o quê estão mexendo, não sabem o que fazer em caso de emergência. Seria importante tanto para segurança pessoal quanto do local. Depois do incêndio no Butantan, antes de saber o motivo, o Bispo falou assim "pergunta se tinha algum aluno de iniciação (alunos de graduação que fazem estágio em laboratório de pesquisa) antes do incêndio começar!". Foi uma brincadeia, mas aluno novo é assim, faz mil coisas erradas e um dia pode finalizar em incêndio. Não foi o caso do Butantan em São Paulo.

Defesa de Doutorado do Pedro

Dia 14 de junho foi a defesa de doutorado do Pedro, nosso amigo português. Seu trabalho foi estudar uma espécie de ave migratória que se reproduz na Holanda. A defesa foi na mesma sala onde Ana, um ano antes, defendeu sua tese.
Todos sentados e pontutalmente as 16:15 entra a banca de professores, todos uniformizados, chapéu e beca, se acomodam em seus lugares. Em seguida Pedro chega na sala entre seus dois paraninfos caminhando apressadamente sobre o tapete vermelho. Como teve jogo da Holanda algumas horas antes da defesa, os paraninfos estavam com acessórios laranja: o menino com uma gravata laranja com estampas de bola de futebols e a menina, com um enxarpe laranja. Os três comprimentaram a banca se inclinando em direção aos professores. Pedro senta-se à mesa central e a paraninfa entrega-lhe a tese. Todos em seus lugares começam as perguntas.

 Pedro a esquerda e metade da banca de professores na direita.

Como já descrevi antes, a defesa de tese aqui é super curta, apenas 45 min, onde os professores fazem algumas perguntas gerais sobre a trabalho. O canditado já vai para defesa com a tese, ou melhor livro, impress, sem poder fazer nenhuma alteração. A defesa é mais alegórica. Mais bonita que as do Brasi, sem dúvida.
Umas das perguntas bem legais foi de um professor americano que perguntou sobre o método científico e qual tipo de abordagem ele usou na projeto dele.

Tranquilamente Pedro responde às pergunta e após 45 min de discussão entra a figura mais importante da cerimônia, o tiozinho com a roupinha engraçada e um cajado. Ele quem diz que está encerrada a defesa. Consegui fazer um video sobre esse momento que todo os canditados mais esperam! Vejam a cara de alívio do Pedro!



Terminada essa primeira parte, a banca se retira e vão discutir, em uma sala paralela, o veredicto final. O candidato e os paraninfos vão descansar em outra sala até serem chamados pelo tiozinho do cajado. Após decisão tomada, todos retornam ao seus lugares e é dado o resultado final. O orientador faz algumas observações e homenagem ao aluno e este recebe seu gigantesco diploma. Nessa hora fui com o Bispo comprar uma lembrancinha para o Pedro. Depois voltamos para a recepção. Vinho, suco e snacks. Em seguida caminhamos pelo certo da cidade para chegar até o restaurante Cantina Mexicana onde seria o jantar para amigos, familiares e professores. Foi ai que eu me lembrei, com ajuda do Google agenda, que eu tinha curso as 9 da manhã no dia seguinte em Amsterdam, e apenas um detalhe, eu estava em Groningen pronta para ir para festa. Não deixei me abalar e fui para festa, depois seria depois, depois me preocuparia.

Como de praxe, os amigos e colegas de trabalho fazem uma apresentação com fotos e videos sobre o período de doutorado do recente doutor. Muitas vezes tiramos sarro das bebedeiras, das festas que participamos, das caras engraçadas que fazemos nas fotos. Desta fez os amigos do Pedro fizeram um vídeo onde um dos colegas deles fazia o papel de Pedro. O "ator" colou um sobrancelha enorme na testa e uma peruca preta. Ficou super engraçado! E o que foi ressaltado foi o fato de Pedro dormir o tempo todo!! Aparece o cara dormindo em campo, dormindo em aula, dormindo na mesa de trabalho! Muito bom!!

Pedro veio dirigindo de Portugal até Gronigen, 2500 km em 2 dias (ou 3?). Vieram com ela nossa querida doutora Ana e seus pais. Pedro e Ana se hosperaram em casa e os pais dele ficaram num hotel.Eles chegaram em casa no final da tarde do domingo. Preparei um café da tarde rapidinho  e pão de queijo do Brasil. Visita em casa tem que tomar e comer alguma coisa, café é a tradição da minha família, que pretendo expandir para minha futura família! Foi muito bom ter pessoas queridas por perto! Muitas risadas, muitas conversas! Queria poder termais tempo com eles! Os pais de Pedro são muito animados, simpáticos e queridos! Adorei conhecê-los!

Pedro mostrando o diploma gigante para seus pais.

Jogo da Seleção Brasileira

Volta de viagem, agora é Copa do Mundo!
Primeira Copa fora do Brasil tem seus prós e contras, até o momento estou me divertindo!
No Brasil nessa época tudo para assistir aos jogos, as escolas dispensam os alunos mais cedo, estabelecimento público não abre, muitas casa colocam bandeiras nas janelas, faixas verde e amarelo, muitas propagandas na tv relacionadas com a seleção, bares colocam telões para atrair público, todo mundo veste a camisa amarela, e o time tem mais técnico do que nunca. Não se fala em outra coisa no Brasil.

Aqui as pessoas também torcem para a seleção holandesa, vestem camisas laranjas, colocam bandeirinhas nas casas, mas não é crime torcer para outro país, exceto Alemanha, claro. Principalmente as crianças holandesas adoram vestir a camisa do Brasil. Kaká, Ronaldinho são os favoritos das crianças. Mesmo em dia de jogo da Holanda é possível ver crianças branquinhas com a nossa camisa amarela!

Outra coisa legal é poder conviver com pessoas de outros países e poder tirar sarro quando o time deles perdem!

É comum ver diferentes bandeiras pelas casas em Amsterdam, já vi de Portugal, da Inglaterra, do Brasil!
No metro outro dia, havia dois estrangeiros conversando sobre a copa do mundo e a menina perguntou para o cara, que eu suponho ser indiano (como eles estavam atrás de mim, nao pude ver o rosto) para qual país ele estava torcendo e adivinha o que ele respondeu! Brasil!

Meu primeiro jogo do Brasil fiquei em casa em Amsterdam, estava muito cansada para ir para Utrecht ver o jogo com a Guga e a comunidade brasileira de lá. Na noite anterior foi a festa de defesa do Pedro em Groningen e dormi apenas 3 horas, pois tinha curso as 9 da manhã em Amsterdam. Acabei ficando mesmo em casa para ver o Jogo. Vieram umas 20 pessoas, amigos do Juca e da Simone. Todo mundo com a camisa amarela, bandeiras e vuvuzelas!
Nosso jogo foi regado a muita cerveja, picanha na chapa, samba, pagode, forró e sertanejo no intervalo e depois do jogo. Muita alegria, muito gritaria. Hora do gol as pessoas se abraçavam, gritavam, davam as mãos, comemoravam! Um pedacinho do Brasil no meio de Amsterdam! Acho que nunca assisti a um jogo do Brasil com tanta animação!!
Ah, ainda tivemos Galvão Bueno narrando, mesmo com 3 segundo de atraso entre imagem e som! hahahah Por mais que ele seja chato e não pare de falar, sinto falta da narração dele, pois ele é engraçado e animado. A narração de jogo aqui é totalmente chata, boring, ele nem gritam GOOOOOOLLLLLL como a gente, sério, apenas um Gol, simples e rápido, sem emoção, sem empolgação.

Agora vou me arrumar para assistir ao segundo jogo Brasil e Costa do Marfim!! Vamos lá Brasil!!

A Volta para budapeste

Depois do casamento, reservamos uma noite em Budapeste no mesmo hotel que Mira e Kacper (le- se Casper) para passarmos nossa última noite na Hungria.
Pegamos o trem para Budapeste na estação em Székesfehérvar. Em alguns minutos o trem chegou, um trem grande, velho e daqueles de filmes comunista da União Soviética, sabem? Pegamos uma cabine na segunda classe, não fumante e nos acomodamos. 


Após uma meia hora, uma mulherzinha de um metro e meio de altura, que pelo uniforme percebi que era quem checava os bilhetes do passageiros, apareceu em nossa cabine falando mil coisas em húngaro que não fazíamos a menor ideia do que seria. A gente respondia em ingles, a tia falava cada vez mais alto. As pessoas pensam que não estamos entendendo porque somos surdos e se gritarem a gente vai entender. Engano total. Finalmente, depois de gritaria, desenho (literalmente) percebemos que estávamos no trem errado, indo para o sentido oposto ao de Budapeste. Comecei a rir, mas não fiquei surpresa, pois como vocês sabem, viajar comigo, principalmente quando se envolve trens, sempre é reagada a muitas aventuras! Então, o que tínhamos que fazer era descer numa estação X e correr para pegar o trem de volta. A tiazinha vinha toda hora falar com a gente mas não estávamos entendendo o restante. Primeiro entendi que não pagaríamos o trecho até a próxima cidade, mas lá teríamos que pagar a passagem de volta aSzékesfehérvar, que custaria 3800 ft para nós quatro. Tudo bem até. Tiazinha gente boa. Mas não parou ai. Depois de algum tempo ela volta falando mil coisas novamente. Ela, desta vez, começou a falar baixo e fechou a cabine. Pedimos para ela desenhar, apelamos eu sei, mas nao tinha jeito. Ela explicou que a gente tinha que cruzar a plataforma e pegar o trem de volta, mas o tempo era mínimo, não ia dar tempo de comprar os bilhetes. Então ela pegou o papel e a caneta e fez uma conta de subtração e entendemos que se págassemos a ela 2000ft (que equivale a 10 euros) ela falaria com o colega dela do outro trem para no checar nossos tickets na volta para Székesfehérvar e ainda econimizaríamos 1800 ft (9 euros). Eu, lerda que sou não estava entendendo, só depois que demos o dinheiro para ela e por conseguinte não recebemos nenhum comprovante, foi que entendi que pagamos propina. Senti me mal. Esquisita a sensação de ir contra lei. Preferiria pagar a multa, o valor do bilhete. Mas não tinha jeito mesmo. No final todo mundo saiu ganhando. Depois de uma hora, chegamos novamente no ponto do qual saímos. O trem agora era muito melhor e mais novo e tínhamos companhia de uma viajante japonês solitário em nossa cabine.


No total levamos 3 horas para um percurso de 60 km. Além da 1 hora e pouco para o caminho errado, em vários pontos no caminho certo, o trem parava por uns 20 min para esperar outro trens passar, acredita? Era uma região pantanosa cheia de garças e patos, até parecia o Brasil.


Em Budapeste pegamos um taxi até o hotel Alpha Hotel Fiesta, localizado bem no meio da cidade, do lado Peste, próximo a margem do Rio, perto de vários bares e restaurante. O hotel era muito bom, chiquérrimo para meus padrões! Só teve uma coisa ruim. No dia seguinte pela manhã, apesar do recado na porta "Don't Disturb", alguém, que provavelmente era alguém da limpeza, abriu nossa porta e estávamos deitados ainda! Eu escutei mesmo alguém abrindo a porta, mas achei que era do quarto ao lado, até pensei "Nossa até parece que estão abrindo a porta aqui". E estava mesmo!! hahahhahaha




Começamos, portanto, nosso passeio à esmo pela cidade. Chegamos a Basílica, uma igreja muito bonita, em um dos lados de uma praça ampla rodeada de bares e cafés. Eu e a Mira nos encaminhamos para ver a igreja por dentro, mas logo percebemos que os meninos estavam demorando. Até escutei o assovio do Bispo, então resolvi voltar. Sentado na escadaria da igreja estava Kacper conversando um duas meninas semi nuas de micro shorts e micro blusa. Bispo estava do lado só olhando, quando vimos aquela cena, saímos correndo, eu abracei o Bispo e a Mira, já vermelha e descontrolada, veio por trás do Kacper dando joelhadas hahahaha foi muito engraçada a situação! Ela estava morrendo de ciúmes, eu também tenho que admitir. Uma das meninas estava sentada ao lado do Kacper explicando sobre o passeio de barco pelo rio Danúbio, com jantar e música ao vivo, tudo por 26 euros. O problema que dava pra ver os peitos da menina claramente. Rapidamente dissémos que não estávamos interessadas e os puxamos embora!

Fomos até a margem do rio, que estava transbordando. As árvores da borda estavam com metade do caule embaixo d'água. A rua que margia o rio estava completamente coberta. Após passearmos mais um pouco, voltamos para praça da Basílica, onde sentamos numa mesa do lado de fora do restaurante, onde tivemos um jantar maravilhoso, ao som de voz e piano, vendo o movimento da praça, tomando uma boa cervejinha, um fim de tarde gostoso e relaxante. Merecíamos. Andamos mais um pouco depois do jantar e paramos novamente para tomar uma cerveja, em um pub ingês. Eu ja estava com a garganta doendo e sem voz, o que me fez tomar um capuccino apenas. No pub, Mira me pega algumas revistas para gente ficar folheando e duas delas eram Playboy, fala sério. Fiquei deprimida de ver aqueles corpinhos todo em cima, claro que photoshop atuou ali fortemente, mas isso não diminuiu minha frustação. É, começo uma dieta agora, decidido. Ou melhor vou voltar à academia. Vamu que vamu!

O casamento húngaro

No dia anterior ao casamento, fomos levados pelo cunhado do Peter de Budapest à Székesfehérvar, uma cidade de 100.000 habitantes situada a cerca de 65 km da capital. A cidade é habitada desde do século V a.C e durante o período medieval, foi o local de residência da família Real.
Não tínhamos muito tempo para conhecer a cidade, apenas o período da manhã de sábado, portanto andamos apenas pelo centro medieval, uma viagem ao tempo, muitas bares e restaurantes com mesas pra fora. O tempo estava agradável e ensolarado, perfeito para um casamento.Muitas fotos. Um sorvetinho. Um banho de sol. Encontramos os amigos e fomos almoçar. Estava começando a esquentar mesmo, mas não reclamei nenhum momento! Estava perfeito.

Depois do almoço, hora de tomar banho. Uma sonequinha de 40 min foi importante para manter sem olheiras! Em 30 min coloquei o vestido, meia calça, maquiagem. Não penteei os cabelos não. Como deitei com ele molhados, meu cabelo ficou volumoso e com ondas ( na foto já diminuiu)! Só coloquei minha prisilha básica com strass e já estava eu pronta. Estava me sentindo bonita, mesmo com a cor apagada do vestido. Esperei um elogio do Bispo, e nada. Então resolvi peruntar: "E ae? Está bom?". Deveria ter ficado calada, sabe o que eu escutei "Está, mas está muito simples". Era a intenção, né, mas custava dizer que eu estava bonita! Enfim, nem fiquei chateada, estava me sentindo bonita, e isso que importa. Eu não queria um vestido chamativo, colorido e tudo mais, apesar de gostar mais, pois não queria chamar mais atenção que a noiva, e fazer igual uma menina de rosa choque que estava na festa! O vestido não era tão feio, na verdade era sim, tomara-que-caia curto com a saia balonê, e estava totalmente fora do contexto. Eu estava simples e elegante. E é o Bispo que gosta das coisas simples, não sei o que ele queria. 

Todos prontos as 16:00. Quatro taxis nos esperavam para nos levar ao casamento civil. Todos, ou melhor, a maioria, bem arrumados aguardávamos a saída. Apenas o marido da técnia do lab do Bispo estava usando sandálias com meias. Os outros 3 holandeses não vestiram nada de especial, roupa comum de algodão, meio riponga. Não etava feio, mas sei lá, eu adoro me arrumar quando tem ocasioes desse tipo. Enfim, eu estava com meu vestido novo, maquiagem, acompanhada pelo meu elegante namorado de terno de riscas e sapatos marrons. Acabei não usando saltos, mas coloquei meu sapatinho colorido que eu adoro (deveria ter colocado os saltos!)

A procissão pelo centro da cidade Medieval, seguindo os noivos e o sanfoneiro até a Igreja

Chegamos no casamento civil. Um lugar super bonito, bem decorado com lustres de cristal e piso de vidro nas laterais próximos as paredes, de onde se podia ver o jardim poucos centímetros abaixo. O salão era estreito, com 4 colunas de cadeiras de cada lado do corredor, com umas 23 fileiras no total. Logo os noivos chegaram, juntos, com dois homens atrás, os padrinhos. No "altar", do lado esquerdo, estava o juiz com uma faixa igual a de Miss Brasil, e do outro lado sentaram-se os noivos e os padrinhos. Um a um, depois de algumas palavras, incomprensíveis para nós, levantaram - se todos para assinar o livro. Acabou com o juiz saindo do salão de braços dados com os noivos em direção a igreja. Pelas estreitas ruas da cidade milenar um prossisão regida por um sanfoneiro, cuja função central era organizar os acontecimentos do casamento, seguido pelos noivos e todos os convidado.

Chegamos à igreja e todos os convidados entram, pegaram e seus lugares enquanto os noivos aguardavam.
A igreja com centenas de anos, cheirava madeira velha, muita poeira cobria as imagens sagradas, mas mesmo assim, a igreja mantinha seu porte e beleza. Entra primeiro o noivo com a mãe. Um padrinho. Duas daminhas de honra, uma meninas grande de uns 7-8 anos, e outra de 3 anos, sobrinha do Peter, ambas de vestidos azul claro, seguindo o Boolt, sobrinho do Peter, de 5 anos, carregando as alianças. Tudo muito rápido e eficiente. Logo, chega a noiva com véu sobre o rosto, vestindo um bolerinho de renda sobre o vestido tomara-que-caia. Cerimônia toda em húngaro, obviamente, mas deu para notar que era muito parecido. O juramento, o Pai Nosso e tudo mais. 

Finalmente casados, perante a lei e a igreja os noivos se encaminham para a entrada da igreja (ou saída, no caso), todos os convidados vão para fora para se preparar para jogar o arroz sobre os noivos. para desejar- lhes sorte. Assim, com o corredor formado pelas pessoas, os noivos saem da igreja e são recebidos con a chuva de arroz. O momento dos cumprimentos é agora. O corredor se desfaz e uma fila imensa se forma na frente aos noivos e um a um lhes dão os parabéns. Ninguém tirava fotos. Após todos desejarem o melhor aos noivos, as meninas se preparam para pegar o bouquet da noiva. Esta sobe alguns degraus da igreja, vira de costa e lança 3 pequenos bouquet para o aglomerado de mulheres. Desta vez eu não peguei nenhum. Tudo bem já peguei vários mesmo!

Hora de ir para festa. Chegamos ao local alguns minutos antes dos noivos e ali, do lado de fora do restaurante aconteceu as primeiras atividades da festa. Essas atividades vão provar que ambos tem habilidades para terem vida de casados. O mestre (o da sanfona) joga um punhado de arroz e a noiva tem que varrer e o noivo, segurar a pá para apanhar. Atividade concluída, é hora do noivo tirar a liga da noiva e jogar para o aglomerado de marmanjos, como se fosse o bouquet, mas para homens!
Finalizados todos entram no restaurante e cada um tem seu definido lugar.

Um prato com salgadinhos e muitas garrafinhas de bebidas, sucos, água, refri e vinho nos esperavam. Nos acomodamos e logo vieram os garçons com tequila, vodka, baileys, e dois outros tipo de shot. Provei todos! Veio em seguida a cerveja e depois muita comida, mas muita mesmo: sopa de entrada, um prato de massa parecido com nhoque mas com molho de carne de panela, que estava uma delícia. Achei que fosse esse o prato principal, mais aí chegou uma bandeija enorme com arroz, batatas, bisteca de porco, frango e outras coisas. Claro que não consegui comer nada, ja estava explodindo. Depois veio um prato cheio de doces coloridos, diversos bolos, ah e não posso deixar de mencionar a mesa de bolos (outros tipos além do bolo principal), frutas e cascata de chocolate. Passadas algumas hora, chega o bolo do casamento de 4 andares, cada um de um sabor diferente.

Ainda fiquei sabendo mais tarde, depois que fomos embora, teve outro jantar com churrasco depois das 2 da manhã!
Dentre as outras atividades para os noivos havia:
A noiva tinha que colocar sopa para o marido com uma concha furada. Enchido o prato, ela teve que dar comida na boca dele, tomando cuidado para esfriar direitinho. O mesmo foi feito pelo noivo!
Mais tarde, o mestre entregou velas para todos os convidados e estes fizerem um círculo no salão para a noiva dançar com pai segurando uma vela. Em seguida chega o noivo com outra vela, mas apagada, acende a dele com a chama da vela que a noiva estava segurando e depois apaga a vela dela, e só mantem a dele acesa e assim, ele tira a noiva para dançar. Dançam por toda a roda apagando as velas dos convidados!
Um pouco antes de irmos embora, os noivos desaparem e de repente a noiva chega com um vestido diferente, um vestido vermelho vinho, de camponesa medieval, com aquele aventalzinho branco, corpete apertando os seios e uma blusinha branca por baixo. Eu sou fã desse tipo de vestido, quase comprei um pra mim na Oktoberfest em 2008, mas era muito caro! Continuando, agora todos os convidados teve que pagar uma quantia qualquer para dançar com com a noiva.  O dinheiro, dentro de um envelope é colocado num calderão. Seria nossa hora da gravata no Brasil.
Muitas atividades se sucederam mas fomos embora por volta das 2 da manhã.
Comi bastante, dancei muito.
As músicas tocadas pela bandinha de duas pessoas era quase todas nacionais, como se fosse um forró, quadrila, sei lá, mas era animado!!
Me diverti muito! Casamento húngaro é super animado! Estão de parabéns!

Olha esse mundo

Não poderia deixar de contar algo inusitado que presenciei na Hungria.
Primeiro, o sobrinho do Peter, Booltty de 5 anos é uma graça de garoto! Super bonitinho e Ele disse para mãe dele que eu poderia dormir no quarto dele!
Enquanto jantávamos, a cada 2 min ele vinha me mostrar um brinquedo novo: primeiro um caminhão, depois um helicóptero, depois uma onça negra, depois todos os livros de ciências sobre dinossauros e sobre corpo humano.
O problema é que eu não conseguia interagir com a criança! Ele só fala húngaro e eu não entendo nada de húngaro, tive que treinar várias vezes para falar o nome da cidade onde foi o casamento, imagine formular uma frase! Me senti muda, com as mãos atadas, ou melhor com a boca atada! horrível!

Criança, quando tem visita em casa, quer sempre chamar a atenção. Primeiro foi os brinquedo, depois os livros e para finalizar ele queria nos mostrar a música que ele mais gostava. Erika nos perguntou se conhecíamos essa música pois o nome dela é Rio. Mas a única música que eu conheço com esse nome é aquela meio baladinha, e não era essa, obviamente. Pelo youtube, a mãe dele achou o vídeo do Manwood e colocou para a gente ver.

veja só:



No vídeo, essa Banda está tocando em Den Haag, aqui na Holanda, num show da rádio Verônica, uma rádio que só toca música dos anos 80 e 90. Fico me perguntando o que será que essa rádio tocava naquela época? Acho que só os sucesssos do momento!

Eu não me aguentava de rir por dentro! hahahahaha não podia rir né. Mas quando eu ia imaginar que uma criança de hoje em dia de 5 anos gosta de uma banda dos anos 80? E além do que o vídeo é engraçadissimo! E o menino não piscava enquanto assistia ao vídeo. E a mãe dele disse que ele assiste a esse vídeo milhões de vezes por dia. A irmãzinha dela até dança igual as mulherzinhas!

Olha a situação:

Um muleque de 5 anos no meio da Hungria, vidrado em duas mulheres holandesas (sim, a banda é holandesa), com roupas horríveis, com cabelos "isso-é-um-assalto" cantando uma música em idolatria ao Rio De Janeiro! Ai ai ai!!

Nossa Chegada em Budapeste

Com uma aterrizagem sob aplausos, chegamos em Budapeste, capital da Hungria.

Na contensão de gastos que estamos, resolvemos aceitar o convite de ficar na casa da irmã do Peter na nossa primeira noite em Budapeste. O cunhado dele, Zsolt, estava nos esperando no aeroporto. Junto com o filhinho dele de 5 anos, Booty. Erika e Zsolt tem mais uma filhinha, que pelo que eu entendi, estava doentinha e por isso mandaram para casa da avó em Székesfehévár, na cidade onde seria o casamento. Óleo de peroba na cara e lá vamos nós. Chegamos no apartamento deles simples e aconchegante, cheio de coisas entulhadas por todo o lado, com as paredes cobertas de desenhos das crianças e estantes cheias de estátuas de gesso feitas pelo Zsolt. Ele é engenheiro designer de uma empresa de ônibus e nas horas vagas, artista. Atualmente ele está trabalhando num estátua de Jesus de 10 metros de altura, que será colocada no alto de uma colina nas redondezas de Budapeste. Zsolt é gente boa, muito prestativo e educado, mas fala demais e muitas vezes, besteiras.

Jantamos um delicioso jantar feito pela Erika, irmã do Peter, o noivo. Batatas assadas com liguiça, ovos dispostos na forma de lasanha, um prato típico húngaro, mas que eu não consigo reproduzir o nome. Salada grega e vinho húngaro. A comida estava divina, deliciosa, com muito tempero. O vinho era ótimo, branco, docinho e especial.

Erika é muito parecida com Peter, o mesmo sorriso, o mesmo jeito de falar e muito simpática. Fomos super bem tratados.

E então Zsolt começou a contar a história mais cabeluda que já escutei. Tudo começou quando ele disse, ainda no aeroporto, que o Bispo tinha sorte de ter um nome como o dele, que não foi por acaso que estávamos hospedados na casa dele. E assim começou a história. Depois no jantar e durante o passeio pela cidade a noite, quando subimos no morro chamado Cidatella, ele falou sobre as crenças dele. Zsolt não tinha se achado em nenhuma religião, até encontrar o tal guru que lhe contou a verdade sobre a vida, sobre Jesus, sobre o universo e tudo mais. Ele mencionou que temos vários corpos, os sete corpos de energia, aura, corpo etérico, espírito, etc, que obtemos energia através do chackras. Até aqui nenhuma novidade. Até achei interessante o fato de uma pessoa no meio da Hungria dizer as mesmas coisas que tenho lido ultimamente. Poderia ter parado ai. Mas não. Ele continuou dizendo que toda a história de Jesus era mentira. Que Jesus era um rico Rei, só tinha a mãe, e que um dia se apaixonou e se casou com Maria Madalena, mas se separaram por divórcio. Ela foi para Jerusalém. E depois para Barcelona, onde foi enterrada em Montserrat. Jesus, se não me engano, casou-se outra vez, com outra e teve filhos. Seus filhos se espalharam pelo mundo. Ah, detalhe, Jesus foi morar na Hungria. Ele tinha muito poder, então, algo aconteceu, que não me lembro o quê, que levou os romanos a persegui-lo, prendê-lo e crucifica-lo Jesus. A cruz carregada por ele era simétrica e não aquela que conhecemos. E para sabotar a história de Jesus, o lado negro da força comandado pelos romanos, apagou essa história e inventou a história que todo mundo conhece. E disse que as mulheres na igreja católica são descriminadas, deixadas de lado. Nessa hora, estávamos descendo o morro da cidatella em Budapeste, de onde tirei a foto ao lado. Estava chovendo, eu estava com frio e cansada, já não estava prestando atenção em mais nada que Zsolt falava, mas o Bispo estava animado e falou "estranho isso, pois na Igreja Católica na América Latina, México e Brasil, pelo menos, a Virgem Maria é a figura mais importante, muitas vezes, mais que Jesus, como você explicaria isso?" Sabe qual foi a resposta? "hummm, olha o rio que bonito a noite!!" hahahhaha fugiu, não tinha resposta. Essa história foi contada para ele por esse tal guru. Sem brincadeira, o cara falava nesse guru de forma muito espantosa. Idolatria total. Cego. Se o cara falasse "come cocô de galinha que você vai viver 200 anos" ele, sem dúvida nenhuma, comeria.

Não acredito que a história de Jesus foi realmente aquela da manjedoura, dos 3 reis magos, da virgem Maria, mas que soa mais bonito, ah isso soa. Pode até ter sido isso que aconteceu, mas pra mim isso é totalmente irrelevante. As religiões no geral estão preocupadas em saber o que Jesus foi ou deixou de ser, e deixam de lado o mais importante, os ensinamentos que deixou. Não me importo se Jesus foi rei ou se foi pobre nascido na manjedoura, o que importa é que ele nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos (pelo menos tentou!).

Meu Bolo de Aniversário

Comecei a comemorar meu aniversário no sábado dia 29 de maio. Na verdade não foi um comemoração, foi inicio da preparação, resolvi fazer um bolo de aniversário de verdade. Ano passado fiz bolo de cenoura, que ficou uma delícia, mas não é bolo de aniversário. Resolvi fazer esse bolo pois fiquei com ciúmes quando o Bispo me disse que a Maria, nossa amiga portuguesa, fez um "bolo de aniversário de verdade"para o Kaushal e que foi o bolo mais gostoso que ele já tinha comido. Nessa frase, o que eu entendi as sublinhas foi "não era um bolo qualquer, que a gente faz toda hora, como um bolo de cenoura, era um bolo de aniversário mesmo, com recheio e cobertura". Na verdade não sou muito fã de bolos de aniversários, sei lá não gosto daquele monte de creme, chantilly, e o recheio sempre é uma grande surpresa, e nunca surpresa boa. Mas como eu mesma ia fazer o bolo, não haveria tantas surpresa e poderia escolher o bolo que eu quisesse.

Então fui lá procurar receitas na internet, mas todas, todas sem exceção precisa de batedeira. E até aquele momento da escolha do bolo, eu não tinha batedeira.

Sou fã do blog Technicolor Kitchen onde a Patrícia testa e coloca no blog diversas receitas maravilhosas.

A receita escolhida foi Bolo de chocolate com recheio de trufa de maracujá. Ia fazer sem batedeira mesmo. No braço. Mas depois eu percebi que ia ficar o dia inteira batendo a massa na mão.

Comecei peleo recheio de trufa de maracujá e coloquei na geladeira.

Ganhei uma batedeira do Leo e da Renata, casal de amigos brasileiros, que passaram uns dias em Groningen com a gente. Eles chegaram do Brasil na sexta e foram embora ontem a noite. Foram dias muito bons que passamos com eles.
Mas enfim, eu pedi uma batedeira para o Bispo e ele meio que ignorou, só que o grande erro meu foi que eu falei para o bispo na frente do Leo e da Renata. E no dia seguinte eles foram numa loja comprar a batedeira. Morri de vergonha. Coisa feia da minha parte te falado isso na frente das visitas. Muitas vezes faço e falo coisas sem pensar no ambiente que estou, nas consequências, não foi um indireta, insinuação ou algo com segundas intenções, de jeito nenhum. No sábado a tarde, voltamos das compras e eles ficaram no centro, com o prestesto que tinha que fazer alguma coisa lá, sei lá. No fim, acabei ganhando uma batedeira, que por sinal é otima! Adorei!! fiquei muito feliz com o presente no final de tudo, mas morrendo de vergonha da minha falta de educação.

Fiz então a massa do bolo que fiquei quase meia hora batendo na batedeira. Sem batedeira não ia dar certo mesmo. Fiz a massa, que não ia fermento. Como assim um bolo que não tem fermento? Depois vim a descobrir que essa massa é o famoso pão-de-ló. Juro que me segurei para não colocar fermento. Coloquei para assar e em 20 min estava pronta, ficou super bonita. No dia seguinte, pela manhã, vai eu na maior aventura de cortar o bolo no meio, em duas camadas. Lembrei da minha avó cortando o bolo com um pedaço de linha! Era o maior barato para uma criança! Essa foi a primeira vez que fiz, e até que deu certo!!

Usei uma faca mesmo, como o bolo era pequeno e redondo, era fácil usar a faca, cortei direitinho, tirei a parte de cima e coloquei minha trufa que ficou ótima, apesar do cheirinho de cebolinha que ficou hahahhahaha eu coloquei a trufa numa vasilha de plástico que guardamos cebolinha picada no freezer. Claro que eu lavei né, mas o cheiro da cebolinha impregnou na vasilha e ficou na trufa de maracujá também. Mas cheiro passa com o tempo, e coloquei no bolo assim mesmo. Depois de terminado e colocado a parte de cima do bolo para fechar, me lembrei que esqueci de molhar o bolo com o suco de maracujá! Vai lá eu abrir o bolo de novo. Até que não destruiu tanto!

Fiz entao a cobertura de ganache. Sempre fiz ganache na minha vida, mas nunca o chamei desse nome, é chocolate derretido com creme de leite. Coloquei um toque de rum para dar um aroma, que não tinha na receita.

Cobri o bolo, coloquei raspas de chocolate branco, ficou lindo! Estava ansiosa para experimentar, mas só a tarde, quando o pessoal todo estivesse lá! Olha ele ai!

Meu bolo, feito por mim para mim! Percebi como é difícil tirar foto de comida! Li as suas fotos são ótimas!

Passam-se as horas, o pessoal chega. Conversa vai, conversa bem, muitas risadas, e chega a hora do bolo. Não ficou ruim, mas também não ficou perfeito. Achei que ficou seca a massa, e o recheio ficaria melhor com maracujá de verdade. mas no geral, deu para comer. Vou fazer outro bolo de para o aniversário do bispo, quem sabe não melhoro.

Obrigada a todos pelas mensagens!

Gostaria de agradecer a todos que se lembraram de mim, que me mandaram mensagens de feliz aniversário, que me desejaram coisas maravilhosas!! Não é querendo ser exotérica, mas me senti muito feliz no dia. Pensamentos são ondas de energia e essa energia emanada de vocês (inconscientemente ou não), sem dúvida chegou ate mim!
Obrigada por fazerem parte da minha vida e deixá-la mais feliz!

Hoje é meu aniversário!

"Hoje é meu aniversário! 
Vamos festejar os amigos receber! 
Mil felicidades e amor no coração
Que a minha vida seja sempre doce e emoção
Bate, bate palma que é hora de cantar
Agora todos juntos vamos lá: Parabéns, Parabéns, hoje é meu dia, meu dia mais feliz!!"

Essa música da Xuxa me acompanhou durante toda a minha infância. Todos os anos, quando eu era criança, eu acoradava cedinho, ligava a TV para esperar a Xuxa cantar essa música só para mim!!

Dia do aniversário é um dia esquisito. Ao mesmo tempo que você se sente especial, não há nada de mais, é um dia como qualquer outro. Mas não é bem assim que você se sente: você repara mais no ambiente, nas pessoas, fica pensando se elas estão te olhando, se elas imaginam que seu aniversário e outras mil coisas! Tudo que acontece de bom é um presente para você "é porque é meu aniversário" você pensa ou diz quando qualquer coisa boa acontece com você nesse dia. Quando vê que hoje, no restaurante da universidade, tem sua comida preferida por exemplo!

Sempre meus aniversários foram especiais, mas claro que teve uns mais marcantes que outros. Pois minha memória não é tão boa, então tem que acontecer algo muito diferente para ser lembrado ao passar dos anos. Foi o que aconteceu quando eu completei 17 anos. Eu estudava no Liceu de manhã, fazendo o colegial (hoje Ensino Médio) e a noite, eu estudava no ETECAP, onde eu fazia curso técnico de bioquímica. A tarde, eu ia trabalhar na Unicamp, de graça, fazendo estágio para me formar técnica. Tempos bons aqueles! Há exatos 11 anos, sob inverno brasileiro de 15ºC, estava começando a ficar gripada, e minha voz foi sumindo ao decorrer do dia. A noite fui para ETECAP. Muitos parabéns de todos da sala, das minhas amigas queridas Gel, Mi, Geisa, Grá e Dani, dos professores, e na última aula, tivemos aula de laboratório de análises clínica, com um prefessor estranho que já esqueci o nome. Ele me prendeu na sala por mais tempo, já estava totalmente afônica, querendo ir para meu ônibus fretado e deitar até chegar em casa. Mas o professor estava me enchendo o saco, fazendo mil perguntas, a Gel também estava me segurando, pois acho que ela não tinha terminado os experimentos e pediu para esperar, sei lá, alguma coisa assim, não me lembro direito. Finalmente sai do lab e fui em direção ao portão. Entre o prédio e o portão tem um gramado bem largo e uma caminho para pedrestes onde fica o quadrado, local onde sentávamos todas as noites para conversar, tocar violão (eu não toco nada, eu só ia de alegre!). O quadrado é onde tem 3 mastos para hastear as bandeiras. Enfim, quando cheguei perto do quadrado, vi um carro do lado de fora, todo cor de rosa e cheio de coraçãozinhos com um alto falante no alto, chamando meu nome!  Meu deus!!Era para mim! Um linda mensagem de feliz aniversário, enviada pelas minhas amigas do ETECAP!! Chorei, fiquei envergonhada, mas não conseguia falar, não conseguia agradecer, pois tinha perdido a voz!! Foi muito engraçado! Adorei!! Muito obrigada meninas! Tenho o vídeo desse dia! Precisamos ve todas juntas um dia!! Ia ser muito engraçado! ahahahaha

Outra vez, foi no Liceu, quando recebi flores e um canguru de pelúcia no final da aula!! Foi uma surpresa e tanto!! Fiquei muito feliz também.

Em 2008, 26 anos para completar, eu e o Bispo chegamos na Holanda em março e até junho nosso círculo de amigos era pequeno (ainda é, mas tudo bem! hehehe), mas mesmo assim ele conseguiu organizar uma festa de aniversário surpresa para mim e eu não desconfiei de nada! Segundo ele, até conseguiu emprestar uns amigos para fazer uma festinha!! Teve comida japonesa, patê de atum, muita alegria, dançamos, embebedamos e no final a bicicleta do Bispo foi roubada, tivemos que voltar para casa, os dois em uma bicicleta, ele me levando na garupa, quer dizer, ele tentando me levar na garupa e eu tentando me equilibrar! Cai umas 3 vezes!!

Ano passado, estávamos morando na nossa casinha em Groningen, foi um aniversário tranquilo, fiz um bolo de cenoura e alguns amigos foram lá em casa! Mas tinha visitas do Brasil, Cláudia do lab no Brasil veio passar algum tempo aqui e comemou meu aniversário comigo!Não estava muito afim de grandes festas esse ano

Hoje, 28 anos completados, me sinto esquisita. Tive uma grande surpresa pela manhã, uma linda mensagem da Tati no blog dela. Cheguei cedo no lab, chequei meus emails, os blogs que eu sigo, quando de repente, vejo um "feliz aniversário" em holandês no blog da Tati! Que surpresa boa! Chorei tanto, minha maquiagem borrou toda! Mas meu dia começou super bem! Muito obrigada tati!!


28 anos é muito tempo, nunca pensei onde eu estaria com essa idade, se ia chegar nessa idade. Faltam 2 anos para os 30! Estou introspectiva, pensando no que eu fiz durante a minha vida, o que eu tenho que fazer, fazendo aquele balanço básico. Estou feliz com minhas escolhas, estou muito feliz com minha vida, não tenho que reclamar, posso muitas vezes reclamar da Holanda, das pessoas aqui, das  saudades, mas no geral sou uma pessoa feliz!

Amo muitas pessoas; sou bastante amada, não tenho nenhum problema de saúde; trabalho naquilo que eu gost; viajo para os lugares que sempre quis, e para outros que nunca pensei em ir; tenho uma família maravilhosa que me ama, que me dá suporte, que sempre está de braços abertos para me acolher; tenho muitos amigos espalhados pelo mundo, que deixam meu dia mais alegre, que me dão bom dia, um abraço, um ombro para chorar, que me fazem rir, que me ensinam muitas coisas, que compartilham a vida deles comigo; tenho um namorado que me ajuda a vencer as depressões causada pela saudade, que me dá "tapas na cara" quando preciso acordar para vida, que me acorda com beijinhos de bom dia, que me escuta, que completa a minha vida!

Posso dizer que cheguei aos 28 anos muito bem!
Claro que seria ótimo estar no Brasil, fazer uma festa enorme, com todos meus amigos e familiares, mas não é possível, quem sabe quando eu fizer 30 anos!! Agora é tempo de trabalhar, acertar a vida para se estabelecer em algum lugar e aumentar a família no futuro!